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1. INTRODUÇÃO

1.1. A estrutura interna do trabalho

O primeiro volume deste trabalho estrutura-se em quatro partes, segmentadas em vinte capítulos. A primeira parte tem um carácter introdutório e abrangente, correspondendo à apresentação do tema, principais objectivos e plano do trabalho (capítulo 1) e à reflexão sobre os antecedentes da investigação arqueológica do Calcolítico no Alentejo médio (capítulo 2). Esta reflexão tem o intento de realizar o enquadramento histórico deste trabalho.

A segunda parte centra-se no sítio de São Pedro, sendo apresentadas as principais características fisiográficas e ambientais do seu território de implantação (capítulo 3), a diversidade de trabalhos arqueológicos desenvolvidos, com especial destaque para o processo de escavação e método utilizado (capítulo 4) e efectuando-se a análise global da estratigrafia, do faseamento e das datas absolutas disponíveis (capítulo 5). No capítulo 6 caracterizam-se os diferentes tipos de estruturas identificadas no sítio de São Pedro, debatendo-se as problemáticas a que estão associadas, bem como se reflecte sobre a dificuldade na detecção de áreas funcionais. Neste capítulo também se apresentam alguns contextos e materiais que remetem para manifestações simbólicas, rituais e artísticas das comunidades que ocuparam o sítio de São Pedro, nomeadamente as pedras com covinhas e os contextos de deposição de recipientes inteiros ou fragmentados em conexão.

5 A terceira parte, a mais extensa deste trabalho, constituída por doze capítulos, é dedicada ao estudo dos materiais do sítio de São Pedro. No capítulo 7, intitulado Cultura material – métodos de investigação, pretende-se apresentar de forma clara e fundamentada todos os procedimentos de selecção e organização dos vários conjuntos de artefactos estudados, bem como as designações, os critérios de análise presentes nas fichas descritivas e as tipologias seguidas. Este capítulo evidencia desde logo o destaque que se atribuiu aos materiais cerâmicos.

Perante a diversidade de categorias de artefactos cerâmicos e face ao volume de dados trabalhados em cada uma delas e ao seu alcance temático, considerou-se pertinente atribuir-lhes capítulos autónomos. Assim, o capítulo 8 é dedicado aos Recipientes Cerâmicos, o capítulo 9 às Colheres, o capítulo 10 aos Artefactos designados por Queijeiras ou Cinchos, o capítulo 11 aos Componentes de Tear, o capítulo 12 aos Cossoiros, o capítulo 13 aos Artefactos Cerâmicos Diversos, o capítulo 14 às Representações Simbólicas e o capítulo 15 aos Artefactos de Adorno. Nestes dois últimos capítulos também se incluíram os artefactos que se inserem nessas categorias mas são produzidos noutras matérias-primas que não a argila.

Todos os capítulos referentes aos artefactos cerâmicos apresentam uma estrutura similar, iniciando-se com uma breve introdução sobre os materiais a tratar, seguida da sua análise morfotipológica, tecnológica e decorativa, apresentação dos contextos, espaços de proveniência e enquadramento nas fases de ocupação do sítio, e terminando com a sua integração local e regional.

Os capítulos 16, 17 e 18 referem-se, respectivamente, à Pedra Lascada, Pedra Polida e Metalurgia e Artefactos Metálicos. A menor dimensão e concentração dos dados destas categorias de materiais reforçam o carácter mais sucinto das análises realizadas.

A quarta e última parte é constituída pelos capítulos 19 e 20, consistindo o primeiro numa leitura de síntese das dinâmicas de ocupação do sítio de São Pedro, integrando todos os dados apresentados, e o segundo na sua inclusão no território envolvente, com a análise das possíveis interacções que terá estabelecido com outros contextos. Neste último capítulo reflecte-se sobre os sistemas de povoamento do Alentejo médio no final do 4.º e no 3.º milénio a.n.e., debatendo-se a dificuldade na conciliação entre muitos dos dados empíricos e os modelos de povoamento propostos na bibliografia.

Propositadamente não se termina este trabalho com a apresentação de um modelo de povoamento ou de conclusões definitivas, porque se considera que os dados globais disponíveis são ainda parcos para esse desiderato.

Este volume finda com a Bibliografia, que segue a Norma Portuguesa 405 e inclui todos os livros, artigos, trabalhos académicos e relatórios de trabalhos arqueológicos (em formato papel ou digital) consultados na preparação deste trabalho e não apenas os que foram expressamente citados.

Na escrita deste texto optou-se por não utilizar o Novo Acordo Ortográfico.

O segundo volume, apresentado exclusivamente em formato digital, é composto por oito anexos, estruturados de acordo com a organização do primeiro volume.

Catarina Costeira

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O anexo 1 contém toda a documentação cartográfica referente ao sítio de São Pedro e ao território envolvente. Apresentam-se igualmente diversos mapas que pretendem sintetizar a dispersão de determinadas arquitecturas (muralhas pétreas e fossos) e artefactos no Sul do actual território português. A consulta deste anexo é indispensável na leitura das diferentes partes deste trabalho.

No anexo 2 encontram-se diversas plantas do sítio de São Pedro, com a representação das estruturas arquitectónicas organizadas por fase de ocupação, bem como a representação gráfica da dispersão de estruturas negativas e de alguns conjuntos artefactuais, como as deposições de recipientes cerâmicos, as concentrações de componentes de tear, os ídolos e figuras, entre outros.

O terceiro anexo inclui toda a documentação fotográfica de campo, referente à paisagem e intervenções arqueológicas realizadas no sítio de São Pedro. A maior parte das fotografias são da autoria das equipas que efectuaram os trabalhos de campo, tendo a sua reprodução sido autorizada pelo director da escavação Rui Mataloto.

O anexo 4 consiste principalmente no suporte gráfico do capítulo da metodologia. Neste anexo apresentam-se as fichas descritivas das várias categorias artefactuais estudadas, bem como os esquemas de análise e os catálogos de formas. Optou-se por incluir neste anexo algumas imagens de reconstituição de teares e fusos, importantes não só para compreender os critérios de análise seleccionados para o estudo de componentes de tear e cossoiros, mas também as propostas funcionais apresentadas nos subcapítulos 11.5 e 12.3.

Nos anexos 5 e 6 apresentam-se as representações gráficas e fotográficas, respectivamente, dos materiais analisados.

No sétimo anexo reproduzem-se plantas e fotografias de alguns sítios calcolíticos localizados no Sul da Península Ibérica. O objectivo deste anexo é ilustrar alguns dos contextos referidos ao longo do texto, mas com especial destaque no capítulo 20.

O último anexo, o oito, contém as fichas descritivas das várias categorias de artefactos cerâmicos e da estratigrafia. Nas fichas de estratigrafia encontra-se a descrição de todas as unidades estratigráficas do sítio de São Pedro, que foi elaborada a partir do registo de campo, e cuja reprodução neste trabalho foi autorizada pelo director da escavação.

Por questões de formatação e organização do trabalho considerou-se pertinente colocar todas as imagens no volume de anexo, o que poderá tornar o primeiro volume demasiado monótono.

Com o objectivo de simplificar a organização e a consulta do suporte gráfico deste trabalho, considerou-se mais operacional numerar as figuras por capítulo. Assim, no primeiro volume todas as figuras (principalmente gráficos) são referenciadas com o número de capítulo onde se encontram, seguido do número de figura. No segundo volume, todas as figuras são referidas com a letra A, seguida do número de anexo e depois do número de figura. As estampas têm uma numeração autónoma. As tabelas do volume 1 têm uma numeração sequencial, enquanto as do volume 2 têm a indicação do número de anexo.

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2. A HISTÓRIA DA INVESTIGAÇÃO DO CALCOLÍTICO NO ALENTEJO MÉDIO