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Parte III – Apresentação e discussão dos resultados

III.3. Trabalho com as famílias

III.3.1. Etapas do trabalho com as famílias

O Estatuto da Criança e do Adolescente considera que a família é fundamental para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes. Prevê, ainda, que a família deve ser protegida e amparada pelo poder público, de modo que tenha condições de cumprir plenamente suas funções e responsabilidades. Assim, as ações de atenção à família devem buscar ampará-la e fortalece-la, e não substituí-la ou puni-la.

Considera-se que os principais impedimentos para a realização plena da família são a situação de extrema pobreza e as dificuldades de ordem sócio-afetivas, de relacionamento e diálogo. No primeiro caso, deve-se buscar incluir a família em programas de renda mínima e de qualificação profissional, por exemplo; já o segundo, pode ser trabalhado através de grupos de apoio, dentre outras metodologias. O uso dessas estratégias visa à superação das dificuldades, além da prevenção de situações de violência doméstica. As ações voltadas para o bem-estar das famílias são de responsabilidade de toda uma rede de equipamentos sociais, e não de um único órgão.

Em situações nas quais a família viola os direitos de crianças e adolescentes, ela deve ser responsabilizada pela sociedade e pelo poder público. Nesse sentido, o poder público deve não só proteger as crianças e adolescentes, mas também buscar alternativas para a superação das condições que geraram a violação de direitos (Moreira, 2013).

De acordo com as entrevistadas, na maioria dos casos, crianças e adolescentes são levados para o acolhimento pelo Conselho Tutelar, principal porta de entrada do serviço.

Além deste órgão, o CREAS, a polícia e o serviço de Busca Ativa também foram citados como responsáveis por solicitar a aplicação da medida. A decisão definitiva sobre o acolhimento é de responsabilidade da autoridade judicial. A Vara da Infância deve, obrigatoriamente, dar autorização imediata para que o acolhimento aconteça, e em um prazo de até 24h, deve ser expedida a Guia de Acolhimento da criança, quando é legalmente aberto o processo, em conformidade com o Art. 93 do ECA. Nesse momento, deve ser respeitado o princípio da excepcionalidade do afastamento familiar, ou seja, o acolhimento institucional ou familiar só deve acontecer quando esgotadas todas as possibilidades de manutenção na família de origem ou extensa.

Em uma das unidades de acolhimento, a entrevistada comentou a ocorrência de casos de crianças e adolescentes que chegam ao acolhimento apenas para pernoitar, pois são encontrados em situação de vulnerabilidade pelo serviço de Busca Ativa da prefeitura, que atua realizando rondas em pontos vulneráveis da cidade. No dia seguinte, são levantadas informações sobre a criança e, dependendo do caso, se constatado que não há motivos para a medida de acolhimento, ela retorna rapidamente para a família, mediante comunicado à Vara.

Chegando ao serviço de acolhimento, a criança é recebida pela equipe técnica e informada sobre o que está acontecendo – toda a situação é explicada a ela, respeitando sua capacidade de compreensão. As profissionais entrevistadas ressaltam que é preciso que a equipe e cuidadores tenham sensibilidade para acolher a criança nesse momento, pois é provável que esteja assustada e confusa, requerendo tempo para que se adapte à nova situação. De acordo com as Orientações Técnicas (2009), ter uma atitude receptiva e acolhedora no momento da chegada da criança ou adolescente é fundamental, pois muitos deles desconhecem ou não compreendem os motivos que levaram ao afastamento do convívio familiar. São comuns, portanto, sentimentos de rejeição, agressividade e revolta, que podem ser amenizados através de uma acolhida inicial segura. Assim, a criança ou adolescente deve

ser introduzido ao espaço físico, aos colegas, aos cuidadores, e às regras de convívio, para que se sinta confortável no novo ambiente.

Uma das primeiras providências tomadas quando uma criança ou adolescente chega ao acolhimento é buscar inseri-lo na escola. Deve-se priorizar, sempre que possível, a manutenção da criança em sua escola de origem, evitando a quebra de vínculos. Além disso, busca-se também um acompanhamento geral de saúde, de acordo com as necessidades.

Os trechos abaixo retratam como se dá o momento inicial do acolhimento de crianças e adolescentes:

Trecho 01

Profissional 02: As crianças vêm pra cá por determinação judicial, e agora ficou acertado... Agora o acolhimento só se dá mesmo quando a Vara autoriza. O CREAS, polícia, e Conselho Tutelar solicitam na Vara, e a Vara... Mesmo quando é urgência e tudo, tem esse contato mínimo com a Vara.

Entrevistadora: Ai a Vara faz aquela Guia de Acolhimento?

Profissional 02: Não. Ai quando é uma coisa que, quando é uma urgência, ela só dá a ciência, diz que acolha. Ai eles têm 24 horas para mantarem todas as informações para que seja expedida a guia. Porque, inicialmente, seria assim, só acolher com a Guia. Mas aconteceram casos assim... Foi encontrado um bebê na praça sozinho, ai não teria...

Entrevistadora: Uma urgência, né?

Profissional 02: É. Ou de madrugada, que só teria o plantão judiciário, não teria uma equipe mais... Entendeu? Ai se estabeleceu assim. Só passa por lá pra dar ciência, né? E ai, quem pediu o acolhimento, o órgão que pediu, tem 24h para passar todas as informações para a Vara, pra eles expedirem a Guia. E ai, a gente... A criança entra. É mais a parte da psicologia fazer essa mediação, de receber, de acolher mesmo a criança, explicar o que é o acolhimento, porque ela está aqui, a questão mesmo dos direitos. Quais são os direitos que foram violados... Da forma que ela possa entender, né? E dar esse suporte, por conta dessa quebra de vínculos, viver numa casa nova, rotina nova.

Trecho 02

Profissional 04: Pronto, ai chega, essa criança é acolhida. Tem a questão de que pode ser crianças que venham pernoitar. Porque tem muitas crianças que dizem que não tem família, mas muitas vezes tem. Então, vai se ter uma investigação... Não é nem uma investigação, é fazer uma busca realmente, se essa criança... A gente vai entrar em contato com o Conselho Tutelar, vai tentar saber dessa criança, qual a região que ela reside, para ver onde é que é que... Se realmente procede, o que a criança tá falando. E vamos tentar averiguar realmente o que aconteceu. Vai entrar em contato com o Conselho Tutelar, com outros órgãos, para ver o que está acontecendo realmente com a criança. Se essa criança teve realmente seus direitos violados... Entrevistadora: Isso no caso de uma criança que é encontrada na rua? Trazem emergencialmente, sem saber bem a história?

Profissional 04: É, quando é a Busca Ativa. Quando é o Conselho Tutelar, já tem os dados. É só quando ela vem pernoitar, que a gente chama “pernoitar”.

Entrevistadora: Acontece muito?

Profissional 04: Acontece, acontecem algumas situações assim. Ultimamente, tem acontecido, acho que já teve umas quatro.

Entrevistadora: Ai quem é que traz, no caso?

Profissional 04: A Busca Ativa, que também é um serviço da assistência social, que ele fica em um carro fazendo rondas nas ruas da cidade, em alguns pontos estratégicos, pontos de mais periculosidade, pontos mais vulneráveis. E ai, se encontram uma criança ou um adolescente vagando, eles conversam, pegam essa criança ou adolescente e trazem para a unidade de acolhimento. Se for adolescente, vai para a III. Se for criança, vai para a I ou para a II, dependendo da idade. Ou então, uma mãe na rua, em situação de perigo, de vulnerabilidade, violação dos direitos... Ai traz e fica. A gente vai investigar para ver a situação, como é que tá tudo, para poder, realmente... Ai a gente tem que informar em 24 horas a Vara. Mesmo que essa criança tenha vindo apenas pernoitar. Mas tudo tem que ser informado à Vara.

Após o momento de chegada ao serviço de acolhimento, inicia-se, então, o trabalho de investigação por parte da equipe técnica, visando maior compreensão do caso e confecção de relatório situacional inicial solicitado pelo Juiz. Moreira (2013) discute a importância de conhecer a história familiar para compreender os acontecimentos do presente. Considera, ainda, que essa história traz elementos que se repetem ao longo das gerações, e outros que são inovadores.

Primeiramente, é realizado encontro com os responsáveis pela criança, cujos dados geralmente são repassados pelo conselheiro no momento do acolhimento. Nesta reunião inicial, é explicado à família o que levou à aplicação da medida de acolhimento, o que é esta medida, quais direitos foram violados e o que a família pode fazer para ter a guarda da criança de volta, dentre outros assuntos.

De acordo com as entrevistadas, dando sequência ao acompanhamento familiar, a equipe técnica agenda visita domiciliar na casa dos responsáveis pela criança e de familiares possivelmente interessados na guarda dela. Além disso, a equipe levanta informações também com a criança, com os educadores sociais, e com a escola – ou seja, busca amplas fontes de informação para produzir um relatório qualificado.

Oliveira (2010) chama atenção para o fato de que a visita domiciliar, embora seja um rico instrumento para o estudo de caso, representa a entrada do público na privacidade familiar, o que requer clareza e competência profissional para evitar situações desagradáveis e invasivas.

A referida autora destaca ainda que, na elaboração de um relatório, é preciso ter clareza sobre quais informações precisa-se obter, como obtê-las, para quê, e para quem obtê- las. Aponta que a elaboração dos relatórios não se deve basear em modelos e questões rigidamente preestabelecidas, mas sim em diretrizes que permitam levar em consideração semelhanças e diferenças existentes em cada situação, tendo como meta o conhecimento

verdadeiro do outro e não o simples preenchimento de informações. Comenta, ainda, que todo estudo ou relatório social elaborado é também um ato político, carregado de uma visão de mundo, e que o profissional deve ter consciência disso para realizar um trabalho competente, em favor da garantia do direito à convivência familiar e comunitária.

Percebendo as necessidades e fragilidades dos membros da família, a equipe técnica deve dar os encaminhamentos necessários para auxiliar na reorganização da vida doméstica – por exemplo, encaminhar um familiar usuário de drogas para acompanhamento no CAPS. A família é constituída por grupos de sujeitos ativos, que têm problemas e dificuldades, mas também possibilidades. Busca-se, portanto, potencializar as possibilidades, fortalecendo os aspectos positivos. Desvalorizar as potencialidades e considerar que as famílias pobres não têm qualquer conhecimento e possibilidade de transformação pode trazer efeitos negativos para o trabalho (Moreira, 2013).

De acordo com as Orientações Técnicas (2009), o início imediato do acompanhamento familiar é importante por permitir que a equipe técnica avalie a real necessidade de aplicação da medida de proteção – caso conclua que o afastamento do convívio familiar não é necessário, a equipe deve realizar os encaminhamentos para que a reintegração familiar aconteça o mais rápido possível. Além disso, também é fundamental para garantir que a reintegração familiar ou colocação em família substituta aconteça no menor intervalo de tempo possível, obedecendo ao princípio da provisoriedade do afastamento.

É apenas através do acompanhamento familiar que o caso pode ser resolvido, pois a família receberá apoio para encontrar as possibilidades de superação das condições de vulnerabilidade que levaram inicialmente ao acolhimento da criança, ou serão indicados membros da família extensa em condições de assumir a guarda da criança, de modo a garantir seu retorno ao ambiente familiar. Outra possibilidade, ainda, é que a equipe técnica analise, através do contato com a família de origem, que a melhor saída para o caso é a destituição do

poder familiar e colocação em família substituta, agindo rapidamente para aumentar as chances de adoção da criança.

Normalmente, aqui, essa casa, as famílias logo vêm. Geralmente, eles são acolhidos, e no outro dia já tem mãe, avó... É difícil, são casos mais pontuais que não vem ninguém atrás da criança, sabe? Ou que a gente quem tem que ficar procurando algum contato. Normalmente, a própria família já... De alguma forma, se manifesta, vem na instituição saber alguma coisa, alguma informação. Ai a gente vai in lócus conhecer a casa, ver como é a situação, averiguar o motivo do acolhimento, né? Se é daquela forma mesmo, porque acontecem alguns acolhimentos indevidos. E ai... A partir dai vai fazer a avaliação psicossocial. O primeiro movimento é reintegrar na família, as vezes pros próprios pais mesmo. Às vezes é encaminhar pro CAPS, pra ele fazer um tratamento, pra poder receber essas crianças. Ou uma reorganização mesmo, um companheiro que agrediu, se separar desse companheiro. Ou uma avó que é dependente química... Reorganizar para que se possa voltar. Ou reintegrar na família extensa, né? Tio, primo, avô... (Profissional 02)

Segundo as entrevistadas, o CREAS deve, obrigatoriamente, acompanhar as famílias de crianças e adolescentes em medida de proteção, articulando-se com o serviço de acolhimento. É, portanto, parceiro fundamental, pois foca no acompanhamento social das famílias, visando à superação das vulnerabilidades enfrentadas. Nessa compreensão, o acompanhamento das famílias no âmbito dos serviços de acolhimento estaria mais focado na questão da manutenção e fortalecimento dos vínculos, enquanto o CREAS seria responsável diretamente pelo acompanhamento social mais amplo. De acordo com Bernardi (2010), compreende-se que não é possível combater os problemas relativos à infância e à adolescência sem trabalhar seu meio familiar e comunitário, por isso se faz indispensável que os municípios disponham de CRAS e de CREAS.

O CREAS tem esse trabalho de acompanhar as famílias, e acompanhar mais de perto, nós fazemos o acompanhamento muito mais relacionado ao vínculo dessa família para com o adolescente. Mas quem trabalha todas as outras questões, também trabalha grupos, todas as possíveis questões com a família, é o CREAS. É eles que fazem esse acompanhamento (Profissional 05).

É porque aqui a gente não trabalha a família, a gente trabalha a criança. A família a gente delega para CRAS e CREAS. A ideia é que a gente só acompanhe como está a família, porque a gente precisa desse feedback para saber se a criança vai voltar... Qual a resolução do caso, se vai desligar ou não para a família e tudo. Mas a gente acaba fazendo mais a orientação mesmo (Profissional 02).

Bom, a família... Digamos que uma mãe seja alcoolista. Então, essa mãe é encaminhada para o CAPS, para o que ela precisar, a gente faz os encaminhamentos. Porque o nosso foco maior aqui são as crianças, mas a gente encaminha para os CREAS, CRAS, para os acompanhamentos que se fizerem necessários a família (Profissional 01).

Ao mesmo tempo em que é produzido o relatório inicial para o Juiz, com base nos atendimentos e visitas domiciliares, deve ser também elaborado o Plano Individual de Atendimento (PIA), documento estruturado no qual constam todas as informações relativas à vida da criança: dados pessoais, dados do acolhimento, motivo do acolhimento, documentação recebida; dados da família - composição familiar, família extensa ou ampliada, interessados na guarda da criança, programas sociais do qual são beneficiados, renda, condições de moradia, infraestrutura, a relação família-comunidade, a relação da criança com a família, os encaminhamentos realizados, procedimentos adotados, o parecer técnico; questões relativas à educação, atividades extracurriculares, saúde, e o desenvolvimento. Existe um prazo de 30 dias para entregar ao Juiz o relatório inicial, juntamente com o PIA

finalizado. Após esse trâmite, o juiz solicita relatórios semestrais para acompanhamento do caso, conforme Art. 19, inciso 1º do ECA.

De acordo com o Artigo 101, inciso 4º do ECA, qualquer entidade que executa o programa de acolhimento institucional deverá, imediatamente após o acolhimento da criança ou adolescente, elaborar o Plano Individual de Atendimento. Neste primeiro momento, trata- se de um projeto executivo, ou plano preliminar, um esboço das atividades que serão desenvolvidas. Ou seja, trata das ações primárias que a equipe técnica propõe adotar para tentar retornar a criança ou adolescente ao convívio familiar. Este, deve ser entregue à justiça em até 24h após o acolhimento da criança ou adolescente, e é dado prazo mais longo para que o PIA definitivo seja confeccionado, considerando a necessidade de maior aprofundamento no caso e a dinamicidade das relações (Conselho Nacional do Ministério Público, 2014).

No PIA, constam os objetivos, estratégias e ações a serem desenvolvidos, tendo em vista a superação dos motivos que levaram ao afastamento do convívio familiar. A elaboração deve contar, sempre que possível, com a parceria do Conselho Tutelar e da equipe técnica da Justiça da Infância, partindo dos dados levantados no estudo diagnóstico inicial. Devem ser levantadas as particularidades, potencialidades e necessidades de cada caso e delineadas estratégias de atendimento, considerando sempre a participação e comprometimento das famílias e dos próprios acolhidos nas escolhas e encaminhamentos. O PIA é, portanto, documento de extrema importância para o acompanhamento do caso, pois orienta o trabalho de intervenção durante todo o período de acolhimento e possibilita observar os avanços alcançados (Orientações Técnicas, 2009).

Bernardi (2010) discute a importância de dar voz as crianças e adolescentes em acolhimento institucional, partindo da concepção de que são sujeitos ativos, que têm o que dizer. No Art. 101, inciso 5º do ECA, determina-se que o PIA deve ser elaborado pela equipe

técnica e que será levada em consideração a opinião da criança ou adolescente, bem como dos responsáveis.

Ai ele fica aqui na unidade, permanece aqui. O relatório é para ser feito semestralmente, mas nós fazemos o relatório trimestralmente, informamos trimestralmente ao judiciário. Existe o PIA, que é o Plano de Atendimento Individual, e assim que ele chega na unidade, com trinta dias, ele tem que tá pronto, esse PIA. Nós elaboramos e enviamos para o judiciário, e logo em seguida começa a confecção do relatório, do primeiro relatório. Antes da confecção, a gente tem que fazer visita domiciliar, quando é possível. Quando não é, elaboramos o relatório assim mesmo (Profissional 06).

Muitas vezes, quando é caso de dependência química, um exemplo, fica com a avó para que a mãe possa fazer o tratamento, ai ela fica com a guarda provisória, de 03 a 06 meses. Quando vence esse prazo, a equipe da Vara faz essa avaliação, se a pessoa que recebeu fica com a guarda definitiva ou se pode voltar pra mãe. Ou quando não, a gente pede a destituição do poder familiar, que ai vai ser retirado o poder de pai e de mãe, e vai para o cadastro de adoção. Só que ai esse processo é um pouco mais demorado. O processo em si dura de 04 a 06 meses. Quando não há uma entrega espontânea, porque às vezes acontece da mãe dizer que realmente não quer ficar com a criança, e se ela entrega espontaneamente não precisa haver a destituição, que é tirar o poder dela, porque ela já está dizendo que não quer. Ai pula-se essa fase e a criança vai ser adotada mais rapidamente (Profissional 02).

A partir do acompanhamento e avaliação do caso, e das audiências com a justiça, planeja-se o desligamento da criança ou adolescente do serviço, que deve acontecer em, no máximo, dois anos, de acordo com o ECA, Art.19, inciso 2º. Assim, a criança ou adolescente deve ser reintegrada ao convívio familiar, seja na família de origem ou na família extensa, conforme a situação de violação de direitos que resultou no acolhimento tenha sido superada e os vínculos familiares tenham sido fortalecidos. Por outro lado, quando esgotadas todas as

possibilidades de reintegração, o poder familiar é destituído e a criança fica disponível para a adoção, devendo ser colocada em família substituta.