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EVIDÊNCIAS SOBRE O CONSTRUTO IMAGEM CORPORAL POSITIVA / APRECIAÇÃO CORPORAL

Lista de Siglas e Abreviaturas ADF Asymptotic Distribution of Fit / Estimação Assintoticamente Livre de Distribuição

A NEXO 3 A PROVAÇÃO DO C OMITÊ DE É TICA EM P ESQUISA

2.2 V OZES M ASCULINAS NA I MAGEM C ORPORAL

2.2.5 I MAGEM C ORPORAL P OSITIVA , AVALIADA PELA B ODY A PPRECIATION S CALE

2.2.5.3 EVIDÊNCIAS SOBRE O CONSTRUTO IMAGEM CORPORAL POSITIVA / APRECIAÇÃO CORPORAL

Nossa pesquisa bibliográfica encontrou poucas referências sobre a Imagem Corporal positiva e/ou especificamente sobre a apreciação corporal em homens. Apenas 3 estudos (HAUSENBLAS, DOWNS, 2001; MacKINNON et al., 2003; SWAMI, HADJI-MICHAEL, FURNHAM, 2008) falam sobre o tema, direta ou indiretamente.

Hausenblas e Downs (2001) fizeram uma metanálise, buscando estabelecer as diferenças entre Imagem Corporal de atletas e não atletas. Para isso, analisaram o efeito da atividade física em 78 estudos – dos quais apenas 15 tinham amostras exclusivas de atletas do sexo masculino e outros 13 tinham amostras dos dois sexos. Os autores verificaram que os atletas tinham uma Imagem Corporal mais positiva quando comparados com os controles, mas com uma pequena margem de diferença. Com base em pesquisas anteriores, os autores especulam que isto pode ser devido ao cuidado com o corpo e com a aparência promovida pela própria atividade física regular – ou seja, a prática dos exercícios deixaria os sujeitos mais atentos às necessidades do corpo e teriam uma aparência mais próxima do que é estabelecido como ideal. Outros motivos, ainda especulam Hausenblas e Downs (2001), é que a atividade física estaria associada ao aumento de algumas características psicológicas, como a autoestima.

QUADRO TEÓRICO - Vozes masculinas na Imagem Corporal

Relações entre as dimensões da Imagem Corporal: um estudo em homens brasileiros

Os autores chamam a atenção pelo reduzido número de investigações em Imagem Corporal e exercícios físico em três tópicos: (1) pesquisas com amostras de atletas do sexo masculino; (2) pesquisas focadas nas dimensões cognitivas e comportamentais da Imagem Corporal e (3) sobre o dinamismo da Imagem Corporal durante os eventos esportivos.

MacKinnon et al. (2003) avaliaram a influência do percentual de gordura e o desempenho na máquina de supino na Imagem Corporal, estima corporal e percepção da competência atlética de jogadores de futebol americano. A amostra foi composta por 2.323 sujeitos, de 31 equipes de futebol americano, cujos dados foram coletados num programa nacional de prevenção do uso de anabolizantes em 1994 (n = 1506, idade média 15,82 ± 1,16 anos) e 1996 (n=817, idade média 15,01 ± 1,10 anos). Os pesquisadores calcularam indiretamente o percentual de gordura, através da medição de pregas cutâneas com plicômetro modelo Langue. O desempenho na máquina supino foi avaliado através do teste de uma repetição máxima. A Imagem Corporal foi avaliada através de um questionário elaborado para a pesquisa, que continha itens da Body Esteem Scale for Adolescents and Adults. A autoestima foi avaliada pela Rosenberg Self-Esteem Scale e a competência atlética também foi avaliada por outro questionário elaborado para a pesquisa, baseado no Multidimensional Body Self Relations

Questionnaire e no Self Perception Profile for Children. Através da modelagem de equações

estruturais, os pesquisadores verificaram que o percentual de gordura é um preditor para a percepção da competência atlética e para a Imagem Corporal. Um baixo percentual de gordura foi associado com uma alta percepção da competência atlética e com uma Imagem Corporal mais positiva. O desempenho do banco supino não forneceu dados conclusivos, pois apenas na amostra de 1996 ele foi preditor da Imagem Corporal. Quanto à autoestima, o desempenho no banco supino não foi um preditor significante para nenhum dos dois grupos amostrais, nem o de 1994 nem o de 1996. Os autores concluíram que o percentual de gordura é um fator mais importante para estes atletas no julgamento de suas competências atléticas, para o estabelecimento de uma elevada autoestima e para a manutenção da Imagem Corporal positiva que a força em si nos membros superiores. Mackinnon et al. (2003) especulam que estes resultados em relação à força podem ser devidos à má escolha da avaliação da força muscular –

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o teste de uma repetição máxima na máquina supino - e sugerem que estudos futuros voltem a este tema, com instrumentos mais adequados

Swami, Hadji-Michael e Furnham (2008) avaliaram se a diferença encontrada nos escores da BAS em sua validação na Alemanha (SWAMI et al., 2008) entre os sexos feminino e masculino se reproduziriam numa amostra Britânica. Além disso, avaliaram se a idade, IMC, nível educacional, atratividade física, consumo de mídia, as grandes cinco dimensões da personalidade e internalização dos papéis de gênero poderiam predizer a Apreciação Corporal/ Imagem Positiva do Corpo. A amostra do estudo foi composta por 101 mulheres (26,08 ± 12,04 anos) e 106 homens (28,06± 12,71 anos), que responderam aos questionários Self Assessed

Atractiveness, Abbreviated 15 item Big Five Questionnaire, Body Appreciation Scale, Bem Sex Role Inventory e ainda reportaram o consumo de mídia – como televisão, filmes e músicas

britânicas. Comentaremos apenas os resultados pertinentes à amostra masculina, nosso foco de interesse. Os resultados indicaram que os escores da BAS correlacionaram-se positivamente com o nível educacional (r=0,48; p<0,01), o nível de atratividade física percebido (r=0, 48; p<0,01) e com o papel de gênero masculino (r=0,24; p<0,01). As correlações foram negativas entre a BAS e o consumo de mídia (r=-0,17; p<0,05) e com o fator neuroticism da Abbreviated

15 item Big Five Questionnaire (r=-0,34 p<0,01). Não foram encontradas correlações

significantes entre a BAS e a idade, IMC, estado civil, com o papel de gênero feminino, e os outros 4 fatores da Abbreviated 15 item Big Five Questionnaire: extraversion, openness to

experience, conscientiousness e agreeableness. Swami, Hadji-Michael, Furnham (2008) fizeram

equações de regressão com toda a amostra, e verificaram que o nível de atratividade física percebido, o alto nível educacional, neuroticism, extraversion e IMC emergiram como preditores significantes da apreciação corporal. Como esta análise empregou homens e mulheres como um todo neste trabalho, devemos abordar estes resultados com cautela.

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