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Heron de Alencar deixou Brasília no dia anterior ao golpe por sugestão do

jornalista Darwin Brandão, baiano radicado no Rio de Janeiro desde 1950 e seu amigo desde a atuação na revista Caderno da Bahia. Seu envolvimento com o partido comunista e o fato de ser assessor de Miguel Arraes, então governador de Pernambuco e seu primo, além de sua ligação com Darcy Ribeiro, deixava-o em situação delicada. HA redigia documentos e tinha funções, junto com o jornalista e poeta Felix Athayde, no escritório do Governo de Pernambuco situado no Rio de Janeiro94, onde também costumava ir, segundo Wanda de Alencar95, para participar das reuniões do Conselho Federal de Educação do qual era membro. Também costumava ir a Recife, quando necessário. Arraes nunca se declarou comunista, no entanto, as características do seu governo, como a defesa da Reforma Agrária, e o fato de ser apoiado pelo PC denunciavam uma proximidade com o comunismo e esse fato acelerou sua queda:

93 Darcy RIBEIRO, UnB: invenção e descaminho, op. cit., p.85.

94 ALENCAR, Inácio de. Re: Questionário-depoimento sobre Heron de Alencar. Resposta à pesquisadora via e- mail em 16 ago 2003.

95 ALENCAR, Wanda de. Re: Questionário sobre Heron de Alencar. Resposta enviada à pesquisadora via e-mail em maio de 2003.

Foi acusado de comunista várias vezes, durante muito tempo não disse sim tampouco não às perguntas sobre o assunto.

Após anunciar seu secretariado, composto por declarados nacionalistas e esquerdistas como o Cor. Humberto Freire que assumiu a pasta da Segurança Pública, seu governo suscitou expectativa, seu adversário afirmou no Rio que o comunismo havia assumido o poder em Pernambuco.96

Além disso, generais radicalmente antiesquerdistas já estavam em Recife a pedido de Goulart que desejava ter o controle das atividades de Arraes, por este representar um perigo ao seu plano de continuar como presidente. Segundo Barros, cogitava-se o nome do então governador como forte candidato ao planalto. Portanto, quando se deu o golpe, Arraes foi imediatamente preso. Assim como ele, HA seria encarcerado em 1º de abril caso fosse encontrado. Segundo depoimento da esposa, Wanda de Alencar:

Até junho de 1964 o Heron seria professor adjunto-chefe do Departamento de Letras e lecionava Literatura brasileira. (Eu exercia os cargos de bibliotecária do serviço de Catalogação e era responsável pelo serviço de Referência da Biblioteca Central). Em 31 de março de 1964, Heron recebeu um telefonema de um jornalista amigo avisando que ele partisse imediatamente de Brasília, pelo perigo iminente dum golpe de estado militar. Fiquei só, em Brasília, com meus quatro filhos. Foram momentos de grande ansiedade e inquietação decorrentes do clima de repressão e autoritarismo que se instalou repentinamente na Universidade de Brasília. Levei alguns dias sem nenhuma notícia do Heron. No dia 3 de abril a Universidade foi ocupada por tropas armadas do exército, efetuando a prisão de 11 professores, que permaneceram 17 dias incomunicáveis. O primeiro nome da lista dos professores a serem presos figurava o do professor Heron de Alencar. Nos dias anteriores à invasão corriam boatos e rumores criando uma atmosfera de insegurança total. A biblioteca particular do Heron, que há dois anos estava sob a guarda da UnB, no Departamento de Letras, foi invadida e dela retirados livros considerados “subversivos”, como “Le Rouge et le Noir” de Stendhal, fato que se tornou anedótico, porém verdadeiro. (A Biblioteca Central ficou interditada, eu e nossos colegas impedidos de lá penetrar).

Dias antes, três policiais vieram ao nosso apartamento, na Asa Sul, SQ 305 à procura do Heron. Eu estava na UnB.97

96 BARROS, Adirson de. Ascensão e queda de Miguel Arraes. Rio de Janeiro: Equador, 1965. p.72.

97 ALENCAR, Wanda de. Re: Questionário sobre Heron de Alencar. Resposta enviada à pesquisadora via e-mail em maio de 2003.

Vivia-se um período de muita tensão. HA já não encontrou Darwin Brandão no Rio e hospedou-se na casa de sua irmã, Hennê de Alencar Maia, casada com um coronel da aeronáutica. No dia 9 de abril, pediu asilo na embaixada do México, e o fato de seu irmão Hilder Alencar ser médico do filho do embaixador facilitou a aprovação do pedido98. HA permaneceu um mês sob a proteção da Embaixada, de onde saiu direto para o aeroporto. Rodolfo Konder, um de seus companheiros de exílio, que chegou à Embaixada dois dias depois de HA, recorda esse momentos em uma de suas crônicas:

Ao fim de dois meses de insuportável confinamento, chegou uma nova lista de salvo-condutos concedidos pelos militares. Meu nome estava nela, ao lado de amigos como Heron de Alencar, Osmildo Stafford, Huberto Menezes, Luis Villegas [Viegas] da Mota Lima, Josias Muniz, entre outros. Dois automóveis, com uma escolta policial, levaram-nos até a pista do aeroporto do Galeão, junto à escada do avião que decolaria para o México. Assim, com uma pequena maleta de mão, um cigarro na boca e algum dinheiro na carteira, iniciei o longo percurso do meu primeiro exílio.99

HA permaneceu cerca de seis meses naquele país. Nesse período, proferiu conferências na Universidade do México, uma delas sob o título “Los estudiantes y los intelectuales brasileños en el proceso de las grandes masas”, discutiu os problemas políticos e educacionais do Brasil. Também participou como delegado na Assembléia Mundial de Educação realizada naquele país em setembro de 1964, onde apresentou o projeto da Universidade de Brasília. De acordo com Wanda de Alencar100, HA chegou ao México com mais três exilados políticos, e a eles somaram-se depois mais 28 que fundaram, em junho daquele ano, a OSBE – Organização dos Sindicalistas Brasileiros Exilados, com a finalidade de ajudarem-se mutuamente a resolver seus problemas pessoais no exílio. Essa organização mantinha um boletim semanal, o Correio Brasiliense. Esse boletim teve seu primeiro número lançado em 9 de julho de 1964 e tinha um caráter informativo:

98 Asilaram-se na também na Embaixada Mexicana Félix Atayde, amigo de HA, e posteriormente seu irmão Inácio de Alencar.

99 KONDER, Rodolfo. O primeiro exílio. 4 fev. 2000. Disponível no endereço: <http://www.estado.estadão.com. br/edicao/pano/00/02/03/ca2927.html> Acesso em: 4 fev. 2000.

100 ALENCAR, Wanda de. Re: Questionário sobre Heron de Alencar. Resposta enviada à pesquisadora via e- mail em maio de 2003. Nesse período ela, que seguiu para o México logo depois que HA, trabalhou como bibliotecária na biblioteca da Companhia Siderúrgica Altos Fornos do México.

Correio Brasiliense é o órgão cultural dos exilados brasileiros no

México. Será distribuído semanalmente e veiculará todas as informações pertinentes às atividades da Organização dos Sindicalistas Brasileiros Exilados, à qual é subordinada. Divulgará ainda as principais notícias sobre o que se passa no Brasil e outras pertinentes à vida dos exilados no México. Não tratará de política: seu objetivo é apenas e unicamente informar.101

O corpo editorial era formado por Heron de Alencar, Inácio de Alencar, Felix Atayde, Bráulio Ferreira e Abigail Pereira Nunes, sendo que esta deixou de fazer parte da atividade no mês seguinte, segundo Inácio de Alencar, por ter partido para Cuba. O Correio divulgava as principais notícias do que se passava no Brasil e outras pertinentes à vida dos exilados no México.O subtítulo do Correio Brasiliense era: “segunda fase do jornal fundado por Hipólito José da Costa, durante seu exílio em Londres no século XVIII”. O jornal de Hipólito da Costa que circulou entre 1808 e 1822, discutia problemas econômicos, literários e científicos; além disso, fazia críticas aos governos português e brasileiro e, certamente por isso, era proibido de circular nesses países102. Foi ainda em 1964 que HA iniciou a escrita do livro Problemática, dialética, conhecimento, perspectivas da revolução brasileira, indicado como de autoria coletiva, mas não há informações a respeito dos outros autores103.

Depois desse período no México, HA deslocou-se para Cuba, ainda segundo o depoimento de Wanda de Alencar, “[...] era o caminho mais seguro para se conseguir chegar a qualquer país da Europa, evitando passar pelos Estados Unidos, portanto sem o risco de ser extraditado para o Brasil”. Foi no solo cubano que escreveu alguns ensaios e reflexões sobre o golpe no Brasil. No texto “Sobre el gorilazo en Brasil”, publicado no jornal Hoy104, faz um balanço da situação experimentada pelo país, e em “Perspectivas políticas” faz a análise das forças potencialmente revolucionárias no país, incluindo o PCB, apontando algumas possíveis estratégias de resistência. HA permaneceu três meses em Cuba. Ainda é Amorim quem relembra os fatos e afirma que aquela foi uma importante experiência durante a qual HA pôde manter contatos com diferentes cubanos, entre os quais cita Haydé Santamaría, Manoel Pinheiro, Blas Rocas, e rememora o encontro com Fidel. HA foi entrevistado pela

101 CORREIO BRASILIENSE. Cidade do México, ano 1, n. 1, 9 jul. 1964. Os exemplares desse boletim consultados nesta pesquisa foram fornecidos para cópia por Wanda de Alencar.

102 PAES, José Paulo; MOISES, Massaud (Org. e dir.). Pequeno dicionário de literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1967, p.79.

103 Esses dados constam dos capítulos desse livro, cuja cópia nos foi cedida pela Profª. Drª. Ana Maria Alencar, mas até o momento não foi possível saber maiores detalhes sobre o assunto. HA não chegou a finalizar esse trabalho, dedicado a Miguel Arraes. Esse material não será objeto de estudo neste trabalho, ficando reservado para etapa posterior do estudo.

mídia impressa e radiofônica, os jornais foram Hoy, Revolución, El Mundo. Foi na ilha que HA conheceu o jovem cineasta brasileiro Iberê Cavalcanti que estava realizando três filmes produzidos pelo ICAIC – Instituto Cubano de Artes e Indústria Cinematografica, criado em 1959. Uma dessas produções foi o média metragem La Fuga que contou com a participação de HA. Segundo Cavalcanti, HA fez parte da cozinha do filme, participando com “[...] idéias, reflexões, afeto, estímulos e críticas construtivas”105. Apesar dos convites que recebeu do governo cubano para que permanecesse no país, HA deixa Cuba no início de março de 1965. Nesse período também recebe convites para trabalhar em Universidades norte-americanas, mas obviamente os recusa.

De Cuba, HA segue para a Tchecoslováquia. É de lá que tenta asilo na França, mas não consegue de imediato. Apesar de ter vivido na França como professor universitário, não conseguiu a permissão do consulado para entrar no país, nem sequer tinha passaporte, e seus deslocamentos eram realizados com o salvo-conduto fornecido pelo governo mexicano. Wanda de Alencar, que possuía passaporte, foi até Paris e procurou alguns professores franceses que se tornaram amigos do casal durante os trabalhos na Sorbonne, entre os quais o professor Marcel Bataillon, do Collège de France. Os professores contatados prontificaram-se a dar referências sobre HA. Foi preparado um dossiê sobre o trabalho de HA, ao qual se anexaram as cartas fornecidas pelos professores, para ser enviado ao Quai d´Orsay, Ministério de Relações Exteriores da França. “[...] Desse modo, ele conseguiu permissão e o "séjour définitif" na França”106. Enquanto Wanda de Alencar providenciava esse dossiê, HA a aguardava em Praga. Na estadia de um mês, manteve contato com outros exilados brasileiros. Milton Carvalho, que esteve com HA na Tchecoslováquia, relembra as intermináveis conversas sobre a situação política vivida pelo Brasil naquele período, e do sonho comum de poder regressar ao País107. Um outro brasileiro com quem HA manteve contato mais estreito

105 CAVALCANTI, Iberê. Re: Questionário sobre Heron de Alencar. Resposta enviada via e-mail à pesquisadora em 10 jul 2003. Cavalcanti foi o primeiro brasileiro a realizar filmes em Cuba. De acordo com seu depoimento, chegou à ilha pela primeira vez em julho de 1962, quando passou seis meses filmando em uma co-produção cubano-alemã como Assistente de Direção do Diretor alemão Kurt Maessig. Regressou à Alemanha no final de 62 e retornou à Cuba em 63, já para realizar filmes. Conheceu HA em 1964 e permaneceu em Cuba até 1965, mantiveram contato até o início da década de 70. O cineasta vive hoje no Rio de Janeiro.

Sobre La Fuga escreveu, em resposta ao questionário, o seguinte resumo: “Trata-se de um média metragem, parte de um projeto de longa com três histórias, que acabou sofrendo censura dos stalinistas de plantão. O tema aborda pessoas desanimadas com a Revolução que tentavam fugir da ilha e eram conduzidas “às cegas” por barcos clandestinos. Nem sempre esses barcos chegavam ao litoral norte-americano, mas sim faziam voltas e deixavam seus passageiros fugitivos em algum ponto do próprio litoral cubano... A fuga dentro de si mesmo.”

106 ALENCAR, Wanda de. Re: Questionário sobre Heron de Alencar. Resposta enviada à pesquisadora via e- mail em maio de 2003.

107 CARVALHO, Milton. Entrevista concedida à pesquisadora em julho de 2003. Esteve com Heron em Praga, Paris e Argélia, fazia parte do grupo dos brasileiros exilados.

foi o cineasta Guido Araújo, que trabalhava em uma rádio em Praga e conseguiu que HA participasse de programas radiofônicos108.

1.6.1 O trabalho no IRAM e as Universidades da Argélia

Assim que chega na França, HA consegue um emprego, diferentemente de sua situação no México, onde era impedido de trabalhar. Recebeu convite para trabalhar no IRAM - Institut de Recherche et Application des Méthodes de Développement, uma organização não-governamental, com direção sediada em Paris. Assumindo a função de Conselheiro Pedagógico, segue em missão para a Argélia durante um ano, onde desenvolve estudos para aplicação de métodos de desenvolvimento em vários domínios. HA chega a Argel em 1° de abril de 1965. Neste ano acontece um golpe na Argélia. O então presidente da República, da Frente de Libertação Nacional, Ahmed Bem Bella é deposto pelos militares e substituído por Houari Boumedienne, que desenvolve uma política de estatização de empresas petrolíferas e reforma agrária; com ele, a Argélia distancia-se da França e dos EUA e aproxima-se da URSS. Este fato provavelmente facilitou a entrada, em maio de 1965, do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, banido do Brasil pelo golpe de 64. O novo governo manteve o acordo anterior com o Instituto de Pesquisa. Conforme Wanda de Alencar, o IRAM e o IRFED - Institut International de Recherche et de Formation en vue du Développement Harmonisé se agruparam e HA passou a trabalhar no IRFED. HA lecionou no curso de especialização daquele Instituto, com o módulo Education et developpement, no qual deu ênfase a textos de, entre outros, Lenine, Harbison, Guevara e Marx. Foi responsável pela preparação dos currículos dos cursos promovidos pelo Instituto e por apresentar soluções metodológicas aos problemas que lhe eram apresentados, além disso, estudava as missões do IRAM nos países de Terceiro Mundo. Nesse período, também esteve na África, em missão da Unesco, para estudar a realidade de comunidades pobres.

Na Argélia, HA articulou a fundação da Universidade de Constantine, da Universidade Cientifica de Argel e a Universidade de Ciências Humanas, juntamente com outros intelectuais, entre eles Oscar Niemeyer, Luis Hildebrando Perreira da Silva (Diretor do Instituto Pasteur de Paris), Ubirajara Brito (físico nuclear, Centro de Pesquisas Nucleares da França), Euvaldo Matos (psiquiatra que estava estudando em Orleans); mais tarde, Miguel

108 Foram essas atividades avulsas que garantiram o sustento da família Alencar durante o período. Os expatriados sofreram enormes dificuldades financeiras, já que nem sempre conseguiam trabalho de imediato.

Arraes, que conseguiu asilo naquele país; e Darcy Ribeiro, que segundo Inácio de Alencar, entra no período de finalização do trabalho a pedido de HA, quando este estava em fase adiantada da doença que logo o levaria à morte. Niemeyer, que desde 1967 havia-se instalado em Paris, começou a desenvolver projetos para a Argélia no ano seguinte e, em 1969, projetou a última instituição citada109. Enquanto Niemeyer concentrava-se no projeto arquitetônico, Heron de Alencar trabalhava, em equipe, na parte de organização e implantação da Universidade, segundo Wanda de Alencar110, nessa ocasião eles viajavam juntos para Argel. O sentimento desses valiosos profissionais brasileiros que não podiam trabalhar para o desenvolvimento de sua pátria, assim como outros, em diferentes cantos do mundo, pode ser sintetizado nas palavras de Niemeyer:

É nossa arquitetura que se expande, invadindo outros continentes, levando ao estrangeiro um pouco de nossa experiência construtiva, um pouco desse élan, essa vontade de crescer e se afirmar que marca os países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento. É isso que dá uma visão melhor de nossa cultura, de nossas possibilidades de trabalho e criação. E outro lado, esse êxodo de técnicos e cientistas desfalca nossos quadros, levando para fora do país homens que nele deveriam permanecer, dando como sempre deram, valiosa contribuição.

E lembro-me, então, da equipe de brasileiros que a meu pedido organizou os programas para as universidades argelinas, trabalho que se estende por solicitação de Benaya, ministro do Ensino Superior da Argélia, no campo da reforma pedagógica daquele país. Trata-se de um longo período de estudos e pesquisas, de seminários e reuniões sucessivas – não raro com a participação de técnicos de outros países – no qual nossos irmãos brasileiros se impuseram com sua sólida experiência universitária, com seus pontos de vista filosóficos sempre presentes, vendo a Argélia, como também a vejo, não como um local de trabalho qualquer, mas como o nosso, do terceiro mundo, que luta cresce e se liberta como uma força da natureza.

Mas nesses momentos de satisfação em que via homens como Heron de Alencar compreendidos e respeitados, invadia-me sempre indefinível tristeza, vendo como eles poderiam ser úteis ao nosso país, intervindo nos problemas de ensino e da cultura que tanto os atraía e aos quais dedicaram em toda a vida. [...] E como a Universidade de Constantine cumpre seus objetivos, cria surpresas e atrações – bela, compacta e diferente – outras universidades nos foram confiadas: a Universidade Científica de Alger, a de Ciência Humanas e a de Blida.111

109 Esse projeto, assim como os que foram realizados pelo arquiteto durante a estadia na França, pode ser visualizado no endereço <http://www.niemeyer.org.br>. Na Argélia, Oscar Niemeyer também projetou a Mesquita de Argel e o Centro Cívico.

110 ALENCAR, Wanda de. Re: Questionário sobre Heron de Alencar. Resposta enviada à pesquisadora em maio de 2003.

Neste sentido, HA escreveu um estudo para ser apresentado em um Seminário sobre a universidade, organizado em abril de 1970, para o Ministro de Educação Nacional da República Algeriana. Esse texto, inicialmente escrito como notas de viagem112, foi publicado naquele mesmo ano como uma plaqueta pela Revista Développement et Civilisations, com o título “L´Université, pour quoi faire?”. Dividido em quatro partes – I. Universidade e sociedade, II. Universidade e desenvolvimento, III. Universidade e subdesenvolvimento, e IV. Universidade e saber – esse texto apresenta uma concepção de Universidade e os princípios gerais que a norteariam. Há uma indicação, na versão datilografada pelo autor, de que o texto foi escrito como uma introdução à proposta apresentada na mesma ocasião por Luis Hildebrando Pereira da Silva, juntamente com outro professor não citado, que se supõe ser Ubirajara Brito ou Euvaldo Matos. Também elaborou um estudo, a pedido do Ministério da Educação e da Pesquisa Científica da Argélia, intitulado "La Facultad de Ciencias Humanas y de la Planificación Social de Argel”, em colaboração com Darcy Ribeiro. Esse estudo foi publicado, em 1972, como folheto pela Direção Geral de Difusão Cultural da UNAM, México, mas ainda não foi possível acessá-lo.