• Nenhum resultado encontrado

2 Revisão da literatura

4 Análise e discussão dos resultados

4.2 Experiências co-criadas em cluster criativo de turismo

Para avaliar o comportamento de co-criação dos consumidores, partiu-se do questionamento: De que forma se configuram as experiências co-criadas pelos consumidores em cluster criativo de turismo? Assim, busca-se entender que elementos cognitivos e hedônicos estão presentes durante a interação do indivíduo, que permitam identificar a experiência como co- criada e o resultado disso na interpretação do consumidor.

Como a co-criação aqui utilizada pressupõe a participação do consumidor no processo de consumo independente da intervenção ou da troca da companhia, ou seja, algo dependente da sua predisposição em fazê-lo (CREATIVY CITY, 2003; MOELLER, 2008; GRONROOS, 2011), não foram consideradas as atividades desempenhadas pelos indivíduos antes do consumo em si, por serem entendidas como co-produzidas, dependente da relação empresa e consumidor (BALLANTYNE; VAREY, 2008; SPENA et al., 2012). Dessa forma, as atividades escolhidas para análise da co-criação foram as mesmas realizadas pelos entrevistados durante o passeio turístico no Alto da Sé, conforme definido na metodologia desse trabalho, que formaram o tipo de experiência retratada nas seções anteriores: a interação com os artistas/artesãos e o consumo dos artefatos, no qual se incluem artesanato, quadros, esculturas, que compõe o produto de um cluster criativo de turismo; a interação com os grupos de dança/musicais folclóricos, como grupos de frevo, maracatu, e; a visitação aos monumentos históricos e patrimoniais, retratados aqui pela visitação a igreja do Alto da Sé.

Como é relatado por Prebenson e Foss (2011), algumas atividades turísticas podem despertar o interesse dos visitantes mais do que outras e, por isso, pode ocorrer uma maior movimentação para a co-criação. Por esse motivo, se fez necessário alinhar as experiências caracterizadas como nas seções anteriores com a averiguação se elas foram co-criadas ou não. A escolha dessas interações tomou como referência os trabalhos de Gonçalves (2008) e Ranjan e Read (2014)

A princípio, segundo Peñaloza e Mish (2011), toda experiência de consumo pode ser co- criada porque, em primeira instância, é o consumidor que define o que será vivenciado. No momento da compra, o indivíduo identifica que elementos dos seus recursos pessoais poderá dispor para tornar a experiência satisfatória, prazerosa ou encantadora. Entretanto, a imersão à experiência de consumo, que representa a participação do consumidor no processo que culmine em um apresendizado (FIRAT; DHOLAKIA, 1998; CREATIVY CITY, 2003; CARU; COVA, 2007), foi utilizada como referência para avaliar a ocorrência do comportamento de co-criação e os recursos pessoais utilizados no processo, considerando o seu início derivado da disposição de recursos tangíveis (cognitivos), intangíveis e afetivos (emocionais) para se chegar a experiência hedônica. O quadro 17 (4) compila os elementos que representam os recursos pessoais referenciados na literatura.

Quadro 17 (4): Aspectos cognitivos e hedônicos da co-criação

Co-criação Recursos tangíveis Econômicos Edvardsson, Gustafsson e Roos (2005) e Prebensen e Foss (2011) Objetos materiais Espaço físico Recursos intangíveis Relacionamentos sociais Habilidades Conhecimentos culturais Capacidade mental Intensa participação

Recursos afetivos Hedônicos Lemke, Clark, Wilson (2011) Espontaneidade

Fonte: elaborado pela autora (2014)

A partir dos relatos e em conjunto com as anotações da observação é que foram avaliados se houve co-criação ou não por parte dos visitantes entrevistados, e como ocorreram. Foi solicitado que os mesmos descrevessem em detalhes como tinha sido a experiência relatada nas seções anteriores. Inicia-se com as análises dos discursos dos sujeitos que visitaram o sítio histórico durante o período pré-carnavalesco. Constatou-se a partir dos relatos dos entrevistados que a co-criação foi desenvolvida em algumas experiências de consumo representada pelos elementos característicos da co-criação indentificados nesse estudo, mas não seguindo a ordem conforme se apresenta na teoria. A análise dos discursos que se seguem ajuda a elucidar essa interpretação.

Apresentando primeiramente o relato dos entrevistados 2 e 3, que foram juntos para o Sítio Histórico, mas que desenvolveram comportamentos diferenciados durante a experiência.

Antes de chegar ao Alto da Sé, local onde foi realizada a pesquisa, os dois participantes interagiram com alguns moradores ao perguntarem sobre o local onde poderiam encontrar blocos de carnaval, sendo esse comportamento considerado como um componente dos recursos intangíveis do processo de co-criação, conforme prebenson e foss (2011), e também ao interagir com o guia local do projeto de Dom Helder, procurado pelos participantes com intuito de saber detalhes históricos do lugar. Entretanto, a ação dos dois durante a construção da experiência foi diferente. Segue-se inicialmente o relato do entrevistado 2:

“Aí a gente saiu dali (da loja de artesanato), foi pro mirante e do mirante foi pra uma outra loja (expressão de tédio ao comentar sobre a experiência nos espaços destinados ao artesanato) (...) (ao comentar sobre um artesanato que lhe chamou atenção) Esculpia em madeira, e o trabalho dele era realizado em casca de (pensando) Carajá? (pensando) Não (pensando) Casca de (pensando) Uma casca de uma árvore (pausa) Não (em dúvida) Casca de uma árvore normal, acho que é cajá, então (mudando o tom de voz como se quisesse encerrar o assunto) O guia falou que o trabalho do rapaz era feito na casca, que ele arrancava aquele pedaço de casca e não tinha problema, que a casca se regenerava né (pausa) Então ali que não destruía a natureza (ENTREVISTADO 2, homem, 37 anos, primeira visita).”

Percebe-se que, no dicurso, o entrevistado 2, que teve a sua experiência hedônica interpretada pela frustração, estava apenas repetindo o guia, conforme a descrição das ações e da explicação sobre o material de um artesanato desenvolvido no local. A lembrança vaga do que foi explanado revela uma ausência de interesse sobre o que estava sendo vivenciado. De fato, ao fim do trabalho do guia, o entrevistado 2 saiu do espaço destinado a venda de artesanatos com expressão de tédio e ficou à espera do seu colega para aproveitar outro espaço interativo. Dessa forma, ao sair do recinto e procurar algo que lhe intressasse mais, estava buscando otimizar sua experiência para alcançar suas expectativas/motivações iniciais. No entanto, esse comportamento, comparando com os critérios determinados do quadro de referência (EDVARDSSON;

GUSTAFSSON; ROOS, 2005; LEMKE; CLARK; WILSON, 2011; PREBENSEN; FOSS, 2011), entende-se que a co-criação naquela interação de consumo não ocorreu, porque não houve uma maior interação, os recursos dispostos pelo participante ficaram limitados ao uso do espaço físico e da memorização do que foi apresentado, mas sem um aprendizado mais aprofundado (CARU; COVA, 2007).

Em contrapartida, observou-se que o entrevistado 3, cuja experiência foi entendida como hedônica por motivos positivos, despendeu mais tempo conversando com o guia, demonstrando interesse ao fazer perguntas sobre questões culturais e o papel dos artesãos/artistas para

manutenção das características culturais e históricos do lugar. Uma das perguntas estava relacionada ao ofício dos artesãos, como a técnica para produzir determinado artefato (o mesmo comentado pelo entrevistado 2, que lembrava vagamente sobre o material utilizado). Mesmo não podendo colocar as “mãos na massa”, tendo em vista que não foi observado a abertura para tal prática, o entrevistado permaneceu no local até a finalização da peça pelo artesão e interagindo com o mesmo ao fazer perguntas. Para esse entrevistado, ele se sentiu parte daquele momento, e não apenas espectador, conforme sua própria descrição.

“Olha (pensando) fica uma sensação boa da cidade realmente né, no caso, uma experiência bem agradável, bem gratificante, conhecer a cultura e realmente participar também né, você se sente incluído naquela cultura daquele local (...) Que ela não é só o carnaval em si, não é só subir as ladeiras (...) o carnaval é uma expressão cultural forte, mas que ela engloba também isso aqui (apontanto para o material do artesão), inclui os próprios moradores da cidade” (ENTREVISTADO 3, homem, 29 anos, primeira visita).

Apesar disso, a interação não culminou com uma compra, que é uma das características relacionadas ao recurso tangível, mas apenas pelo uso do espaço físico.

Você comprou a peça que estava sendo produzida?

“Não (pausa) acabei não comprando nada não em Olinda (pensando) Não (pausa) acabei não comprando realmente (ênfase) visitei, olhei, tinha uns (insegurança). Só a visita já foi bastante instrutiva no caso pra conhecer o que é desenvolvido naquela região, acabei não adquirindo produto” (ENTREVISTADO 3, homem, 29 anos, primeira visita)

Esses relatos reforçam a perspectiva de que quem decide a participação é o próprio turista, conforme se apresenta nos discursos interpretados dos entrevistados 2 e 3, que estiveram sob influência do mesmo ambiente, mas que responderam de forma diferente. Dessa forma, foi possível identificar a co-criação pelo uso do espaço físico, dos relacionamentos sociais e do componente hedônico, representado pelo sentimento de pertencimento ao local.

Também foi possível identificar conhecimentos culturais e capacidade mental em ações onde a co-criação foi identificada. O entrevistado 8 por exemplo, ao visitar a igreja do Alto da Sé, por ser seminarista, entendeu que o guia do projeto Dom helder que estava na igreja conduzindo um grupo de turistas, do qual fazia parte, não tinha comentado de forma coerente, segundo ele, um fato relacionado a igreja3. Devido ao seu conhecimento, se dirigiu a uma parte do grupo que

3 Os guias do projeto social Dom Helder podem ser encontrados por turistas que visitam o sítio histórico sem ser por

intermédio de um guia, e se concentram na praça do Carmo, um dos principais acessos de entrada de visitantes. Existe uma parceria entre os guias das empresas de receptivo e os do projeto Dom Helder para que, em determinados pontos históricos como museus e igrejas, a explanação passe para esses últimos, a fim estimular a integração da comunidade com o ambiente turístico.

estava no mesmo receptivo (o entrevistado compôs o grupo de entrevistados que estavam sob o intermédio de city tour) e teceu a sua explicação, do seu ponto de vista, fundamentado pelo que tinha aprendido nos estudos. Apesar disso, não considerou errada a explicação do guia, mas folclórica, como algo cultural representativo do contexto, possivelmente construída para dar maior importância ao lugar. Ao comentar sobre essa experiência:

“Percebo que muita coisa é inventada (pausa) tipo a bandeira do Brasil ali na pia (pausa) na sacristia da igreja da Sé (pausa) e outras coisas também que tiveram, né? Aquilo é (...) as coisas são bem mais simples, aquilo é o olho de deus, a impressão do olho de deus, uma parte, uma bola preta no meio. Um olho (repetindo o que o guia disse) (...) (fundamentando seu argumento por ter gerado a explicação) eu tenho formação reliogiosa, então (...) é algo folclórico (explicando o seu entendimento sobre o que considerou inventado), que torna aquilo mais interessante para o lugar (...)” (ENTREVISTADO 8, homem, 32 anos, primeira visita).

A intensa participação e a espontaneidade foram outros elementos identificados nos relatos dos entrevistados em experiências co-criadas. As entrevistadas 12 e 13, por exemplo, quando estavam no Alto da Sé, presenciaram diferentes grupos carnavalescos e decidiram participar deles, primeiro de um grupo de maracatu, depois de um grupo de frevo. Observou-se as duas entrevistadas interagindo com os dançarinos dos grupos, tentaram aprender alguns passos, e posteriormente conversaram com moradores locais e com algumas pessoas que acompanhavam os grupos para entender sobre mais sobre esses grupos. Ao contar sobre a experiência:

“Entao, em relação a dança, tudo bem tem todo um contexto social. Achei as pessoas abertas, não teve muita dificuldade de sociabilização (..) sim, tentaram ensinar até que teve uma hora que fluiu, mas depois voltei a ser gringa (risos). Ai depois travei de novo, mas teve uma hora que fluiu (...) é uma dança muito forte, muito rica (...) o maracatu, por exemplo, aprendi que tem o de baque solto e baque virado, né? (...) que isso é de origem africana, da época da colonização (...) É muito legal perceber que aqui há essa possibilidade, essa continuidade, ainda que construída, historicamente falando né (referindo-se ao tempo de existência do maracatu) da...enfim, dessa questão musical, e de dança, porque, foi até o que conversei com a minha amiga lá no rio, sem querer adentrar em pormenores de religião e cair em dogmas, não é isso, mas lá no rio a gente vê uma ascensão muito grande das religiões new pentecostais e tudo pra eles resumindo é macumba. E aí as vezes a gente fica com receio, porque tudo é macumba, entendeu? Então já corta, aí o medo é que essas culturas populares (entendimento das danças como aspecto cultural do lugar), belas, se percam. Mas que bom aqui a parada ta rolando, ta fluindo” (ENTREVISTADA 12, mulher, 30 anos, primeira visita).

Percebe-se que há um entendimento sobre o aspecto cultural que envolve os grupos carnavalescos, identificada pelas palavras riqueza da dança, que foi construída historicamente, o entendimento de que a dança tem uma relação com o contexto social, o aprendizado dos diferentes tipos e sua origem com a história do local. As entrevistadas 12 e 13, também utilizaram de suas habilidades, conhecimentos culturais e o tempo para escolher um objeto específico para

compra, porque queriam algo que fosse mais representativo da cultura e da música e não apenas um souvenir.

“(...) E aí, a gente veio em busca também do artesanato passei em uma das lojas (...) aí fui em uma outra loja (volta o pensamento) nessa loja que estive antes (continua o relato) a moça (vendedora) disse que lá pra trás eu iria encontrar algo mais próximo do que eu queria (apontando para as lojas que ficam mais próximas da igreja da sé) (...) comprei um artesanato bem especifico daqui, né? Mostra alguns aspectos do cotidiano, da indumentária, achei lindo pra colocar lá em casa” (ENTREVISTADA 12, mulher, 30 anos, primeira visita).

“É (complementando a amiga), queríamos algo que pudéssemos lembrar tudo o que vivemos aqui (manutenção de uma mémoria forte sobre o que foi vivenciado), e não só uma lembrança, porque você joga lá e nem lembra dele (se referindo a deixar o objeto em algum local da casa, como algo sem importância) (ENTREVISTADA 13, mulher, 22 anos, primeira visita)

Em outro conjunto de relatos, o recurso afetivo foi o elemento mais presente no momento de co-criar a experiência de consumo em detrimento do processo negociação, como ocorreu com a entrevistada 4 (neste momento não houve gravação do relato). Quando havia sido questionada se ela tinha pedido desconto para os artefatos que comprou, a entrevistada respondeu com tom de despreocupação que não, que vai ao local turístico para se divertir, não para ficar “pechinchando” e ainda complementou que sabe que é caro (demonstrando conhecimento), já que estava indo em período de carnaval, mas que demorava para ir pra Olinda, então, poderia se dar ao “luxo” (está entre aspas porque foi exatamente as palavras utilizadas pela entrevistada, identificadas nas anotações de campo pela ênfase percebida na tonalidade de voz).

Entretanto, algumas experiências hedônicas não puderam ser consideradas co-criadas em virtude da ausência de determinados elementos dipostos pelos sujeitos na interação e no relato sobre como foi desenvolvida a experiência. É possível considerar que as experiências dos entrevistados 10 e 11, que tiveram emoções envolvidas, não foram formadas por comportamentos de co-criação, devido ao uso limitado dos recursos pessoais no que foi vivenciado. Foi observado que os dois entrevistados pouco interagiram com a comunidade local, ocorrendo apenas no processo de negociação dos produtos comprados e no uso do espaço físico para observar os artefatos vendidos no lugar, e com o guia, seguindo orientações desse sobre o que visitar e sobre o que tirar foto, não aproveitando o espaço de acordo com o seu desejo, mesmo quando houve tempo livre para isso. Alguns relatos explanam essa percepção:

“Bom (pensando) nós compramos uns produtos de renda pra nossa casa e pra levar pra mãe dela também (a esposa que estava ao lado) (pausa) mas não compramos na primeira

loja não, fomos procurar um melhor preço (...) sim (lembrança), pedimos desconto (pensando) geralmente eles colocam preço mais caro pra turista e essa época do ano, né?” (ENTREVISTADO 10, homem, 30 anos, primeira visita)

“Nós passamos por algumas lojas de artesanato (...) tinha um pintor em um daquelas lojas de artesanato terminando um quadro (pausa) achei muito interessante (olhar de admiração) isso é comum? (questiona ao pesquisador) acho que não vi isso em outros pontos históricos que visitei não (pensando) (...) (ENTREVISTADO 11, mulher, 27 anos, primeira visita)

Observa-se que o entrevistado 10 dispôs de suas habilidades de negociação e conhecimento em torno do preço dos artefatos no período de carnaval, época de sua visita, para ter uma troca econômica favorável na compra do produto, enquanto sua esposa, a entrevistada 11, dispendeu algum tempo para observar o pintor com a sua obra. Percebe-se que no relato há um interesse da entrevistada sobre o momento vivenciado (uso do espaço físico e participação), mas um desconhecimento em saber se, naquele ambiente, o pintor fazer sua sua obra na frente dos turistas era uma prática comum, demonstrando uma ausência de aprendizado e de interação com o artista local.

Entretanto, não se descarta a importância do trabalho dos ofertantes de serviço e dos gestores do destino em oferecer atividades que estimulem uma maior participação dos visitantes, conforme foi comentado pelos turistas participantes da entrevista. Pode-se utilizar o relato do entrevistado 17 para ilustrar esse fato. A visita ao ateliê e as lojas de artesanato, contribuiu para enaltecer sua frustração com a experiência de consumo durante o tempo que ficou no Alto da Sé. Primeiro, a frustração por ter que dispender tempo procurando um artesanato que estivesse no seu orçamento e, segundo, por não ter um espaço adequado para aprender sobre a cultura do lugar, especialmente do carnaval, que pudesse levar a sua filha.

“Entramos em alguns ateliês, mas achei tudo muito caro, e aí fomos procurar naquelas casinhas de artesanato (se referindo as lojas de artesanato), ficamos entrando e saindo, até que achamos um que ela (a filha) gostou e (pausa) aí (pausa) sim (pausa) esse tá legal (reprodução do comentário dito no momento do consumo) mas, os preços (expressão de descontentamento) que roubo! (expressão de espanto), você até quer levar alguma coisa de lembrança, mas os preços são absurdos, só porque é turista de fora (mudança de tom de voz) se bem que é assim em qualquer lugar do Brasil (expressão de aceitação) (...) compramos um brinquedinho pra ela (mudança de tom de voz) depois de negociar muito! (ênfase na voz e nos gestos) ” (ENTREVISTADO 17, homem, 45 anos, primeira visita).

“(...) não tem, procurei aqui se tinha um espaço que falasse sobre o carnaval, não tem (pausa) pra ela seria ótimo (pausa) ter um lugar que ela aprendesse o frevo, a história, a origem (pausa) sobre o maracatu (pausa) não tem (pausa) até tinha alguns blocos passando, ela queria dançar, mas não acho seguro deixar ela solta no meio das pessoas (pausa) se tivesse um lugar que ela pudesse fazer isso, seria ótimo, ela aprenderia mais