• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 3: CRIME ORGANIZADO NA ÁREA DE FRONTEIRA: BRASIL-

3.4 FACTORES QUE AYUDAN A LA PROLIFERACION DEL TD

Conforme apresentado em seminário regional entre fronteiras Brasil Paraguai, realizado com apoio das polícias federais brasileiras e paraguaias, assim como, com a autorização e financiamento da Presidência da República do Paraguai, neste contexto, testemunha-se o estreitamento da colaboração internacional, o surgimento do apóio logístico e estrutura das polícias federais, assim como dos governos no sentido de combater com os recursos existentes os crimes acima descritos.

Diante de tais esforços há ainda muito a ser feito, pois, vários são os fatores que ajudam na proliferação do Tráfico de Drogas e das ações das organizações criminosas conforme, vejamos:

• El país no posee control adecuado del espacio aéreo, carencia de Radares operativos.

• Falta de legislación apropiada sobre control del espacio aéreo. (derribo de aviones)

• Carencia de ley apropiada de “EXTINCION DE DOMINIO” • Poco o casi inexistente control fluvial en zonas de Frontera.

100

SEMINARIO REGIONAL SOBRE LAS DROGAS de sintesis y las tecnicas de investigacion judicial.

• Frontera seca con el Brasil y Bolivia sin controles efectivos.

• Existencia de focos de corrupción a nivel de organismos de Seguridad, Judiciales y políticos.101

Conforme consta, em dados ilustrados abaixo, temos a complexidade enfrentada pelos Estados, no que concerne ao tráfico de drogas e armas.102

A situação ainda é mais agravante, não apenas no que diz respeito ao tráfico de drogas, mas também ao tráfico ilícito de armas, fonte de economia de mega- organizações criminosas, gerando uma lucratividade espantosa, conforme averiguada em dados abaixo:

1 Kg. Marihuana =US$ 10 incluye la comisión del acopiador primario. El campesino cultivador obtiene aproximadamente = 3,8 dólares por kilo. 1 Ha. Marihuana = 3.000 Kg.

PRECIO EN FINCA: 1 Kg. Marihuana=US$ 10 1 Ha. Marihuana= 3.000 kg.

10 US$ x 3.000 kg (1 Ha) = US$ 30.000

101

SEMINARIO REGIONAL SOBRE LAS DROGAS de sintesis y las tecnicas de investigacion judicial.

bs..as. junio 2007, organizado pela Presidencia de la Republica Secretaria Nacional Antidrogas.

PRECIO POR KG EN MERCADOS FINALES DE CONSUMO: Santiago de Chile --- 400 A 1000 US$

Montevideo --- 200 a 600 US$ 103

104

No livro La trata de personas en el Paraguay, a OIM (2005) identificou um

fluxo de tráfico proveniente de Foz de Iguaçu, tendo como destino Ciudad del Este e as colônias agrícolas brasileiras próximas. O documento faz referência a vários casos de adolescentes brasileiras procedentes do Paraná e do Rio Grande do Sul, encontradas em prostíbulos das colônias brasileiras de San Alberto, Santa Rita, Katueté e outras.

103

SEMINARIO REGIONAL SOBRE LAS DROGAS de sintesis y las tecnicas de investigacion judicial.

bs..as. junio 2007, organizado pela Presidencia de la Republica Secretaria Nacional Antidrogas.

104 Ibidem .

O estudo da OIM constatou que das cidades de Caaguazú, Ciudad del Este e Hernandarias também saem crianças e adolescentes para as colônias brasileiras de Santa Rita, San Alberto, Katueté, Mbaracayú e outras zonas de agricultura extensiva.105

A região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai é invariavelmente apresentada pela mídia como uma região marcada pela violência e por diversas modalidades de atividades criminosas (tráfico de armas, drogas e seres humanos, exploração sexual comercial de crianças e adolescentes, presença de quadrilhas especializadas em roubo de carros e contrabando etc.).

Um exemplo dessa representação é o livro O país-bandido, escrito pelo

jornalista Carlos Wagner (2003), a partir de uma série de reportagens publicadas no jornal Zero Hora, de Porto Alegre (RS)106; assim como vem sendo foco de problemas

internos conforme demonstrado em reportagem, retirada da revista Época107:

Navios na Baía de Guanabara armazenariam drogas e armas, depois levadas em lanchas ao continente.

Em meio a tantos relatórios e à troca de acusações, o Ministério Público concluiu que a PF ficou ainda mais fraca em suas ações contra a circulação de armas ilegais.

A Secretaria de Segurança do Rio informa que, em 2010, foram apreendidas 7.554 armas, das quais 35% eram metralhadoras, fuzis, submetralhadoras e pistolas de grosso calibre. O delegado Anderson de Andrade Bichara, que está na PF há quase oito anos e comandou a Delegacia de Repressão ao Tráfico Ilícito de Armas da PF no Rio, enviou à Procuradoria estimativas sobre o arsenal que circula no Brasil. São 16 milhões de armas de fogo, 47,6% delas ilegais.

Dados atualizados sobre as apreensões de armas são vitais para o trabalho de inteligência da PF, como o mapeamento de rotas do contrabando usadas pelos criminosos. Mas o Sinarm, sistema criado pelo Estatuto do Desarmamento de 2003 para registrar apreensões de armas, contém dados defasados. As informações mais recentes sobre o Rio se referem às apreensões feitas pelas polícias estaduais em 2004. De acordo com levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 73% das apreensões de armas em todo o país estão concentradas no Estado do Rio.

A PF acredita que a maior parte das armas enviadas ilegalmente para o Brasil vem do Paraguai, por terra. Os traficantes são criativos. Buscam novos mercados e burlam as fronteiras nacionais de diversas formas. Nas

105 Disponível em: <http://www.oit.org.pe/ipec/esci/documentos/esci_3ple_por_armonizacion_ legislativa.pdf>; <http://www.oit.org.pe/ipec/boletin/documentos/sensi_for_instir_por.pdf>; <http://www.oit.org.pe/ipec/documentos/unicef_triplefrontera.pdf>; <www.oimconosur.org/docs/pdf/ 340.pdf>. Consultado em 16 jun. 2011.

106 CARVALHO, H.; ROMERO, A.; SPRANDEL, M. A. (Coord.) A exploração sexual comercial de crianças e adolescentes nas legislações da Argentina, Brasil e Paraguai: alternativas de

harmonização para o Mercosul. Assunção: OIT/Programa IPEC Sudamérica, 2004.

107 ANEXO B: Feirão de armamentos no Rio. Autor(es): Hudson Corrêa, com Leopoldo Mateus, Época - 11/07/2011.

apreensões feitas na operação do Complexo do Alemão no final de 2010, havia metralhadoras desviadas do Exército boliviano. A investigação do Ministério Público mostra que o mar tem sido um caminho alternativo procurado pelos traficantes, devido às fragilidades de fiscalização nos portos brasileiros. A alfândega do Porto do Rio de Janeiro informa que, desde janeiro de 2007, ocorreram oito apreensões de armas e munição. Isso sem que a PF tenha feito, segundo o relatório dos procuradores, um “trabalho sistemático na repressão” ao tráfico. A Procuradoria ouviu o inspetor-chefe da alfândega, Ewerson Augusto Chada, que descreveu um quadro precário de segurança interna do porto. O sistema de câmeras e o controle eletrônico de acesso ao local não funcionam há dois anos, enquanto o registro manual de quem entra e sai “não é confiável”. Chada contou também que soube de navios na Baía de Guanabara usados para armazenar drogas e armas, depois levadas em lanchas ao continente. Isso já era uma suspeita da PF, de acordo com um documento enviado à Procuradoria no início das investigações em 2009. Não há informações de que a polícia tenha adotado alguma medida para impedir esse tipo de crime. A situação no Porto de Itaguaí também é descrita como grave. Em outubro de 2010, a PF apreendeu 250 quilos de cocaína que seriam despachados do porto, escondidos em vasos de plantas, para o Porto Gioia Tauro, no sul da Itália, onde, segundo a Justiça Federal, atuam organizações mafiosas. Apesar da ação bem-sucedida da PF naquele momento, a abertura dos arquivos de um pen drive do italiano Emanuele Savini, condenado em maio a 14 anos de prisão por envolvimento com o tráfico, revelou a fragilidade dos portos. O documento lista outras quatro remessas de plantas a Gioia Tauro entre 2007 e 2010, levantando suspeitas de que a quadrilha tenha mandado mais drogas ao exterior do mesmo modo. Dois carregamentos saíram do porto do Rio de Janeiro e outros dois de Itaguaí. Não se sabe se há um fluxo contrário de entrada de armas. Drogas são comumente trocadas por armamento. Grifo e fragmentações da autora.

Sendo necessário, pois, reforçar as destinações de esforços comuns, dos países envolvidos, mesmo que mediante acordos bilatérias, com foco interno e combate externo integrados, como exposto anteriormente, deixando mitigada as questões meramente políticas e atingindo o ápice mediante a busca por ações diplomáticas mais atuantes em prol de tratados internacionais, rol taxativo de leis,

como vamos ver adiante em capítulos seguintes, que venham favorecer o combate aos crimes sociais, econômicos e contra o meio-ambiente; interesses comuns da área enfatizada, com um único intuito, abolir ou ao menos controlar, a ação de grupos organizados em prol do desenvolvimento da região, assim como, ver no gráfico acima, de cada nação envolvida.108

Como já apresentado além do problema que o tráfico de drogas ocasiona na sociedade e na economia local, vale salientar que o meio ambiente também é vítima constante da ação das organizações criminosas.

109

O desmatamento identifica-se a partir do momento que temos bem definida a área florestal mediante critérios específicos, ela se constitui num bem de interesse público e são definidos direitos de propriedade com características específicas dada a legislação de cada país.

108 ANEXO B – que em seu teor apresenta de forma atual as dificuldades internas vividas no estado do Rio de Janeiro, em consequência da então inaplicabilidade de medidas mais ofensivas, tanto no âmbito dos tratados internacionais, como nas políticas de controle interno de corrupção, envolvendo policiais que se envolvem em milícias particulares desta região brasileira, mas alimentadas pelo narcotráfico nas regiões de fronteira.

109

SEMINARIO REGIONAL SOBRE LAS DROGAS de sintesis y las tecnicas de investigacion judicial.

Uma determinada nação possui seu próprio sistema de governo, sua soberania. Sendo que seu Poder Legislativo está baseado na sua cultura, formação, pensamentos, axiológica própria do sentimento de cada povo, vale aqui mencionar, pois tal fato determina as legislações das diferentes nações referentes ao uso, administração, sustentabilidade e a outras decisões que afetam as florestas do planeta, e que de tal forma são obstáculos no processo de integração econômico.

O atual sistema de incorporação das normas Mercosul ao direito interno dos Estados gera grande insegurança jurídica, conforme será apresentado adiante, neste presente trabalho, pois os grupos particulares, empresas, organizações não governamentais, já apresentados no conceito atual de definição de Território, estão a todo momento interferindo e não há certeza de que a norma negociada e aprovada pelos órgãos do bloco vigorará no direito interno.

Essa situação provoca a conhecida instabilidade gradual dos trade-offs

acordados quando da negociação de um tema no Mercosul, por tal fato, trataremos da política florestal entre dois países em análise, sendo o assunto da viabilidade do controle do desmatamento pelo bloco econômico Mercosul, apresentado a frente de forma mais incisiva para as viabilizar os problemas até então explanados.

A política florestal compõe-se de normas e estímulos que deveriam ser baseados nos princípios da sustentabilidade no manejo dos recursos florestais, na valoração ambiental desses recursos, na participação democrática da sociedade para a planificação e execução dos programas e projetos florestais, na descentralização, regionalização e transparência da execução e tomada de decisões e na equidade na aplicação da legislação florestal.

Nesse sentido, para a execução da política florestal é indispensável adotar leis em consonância com costumes e normas jurídicas do país respectivo, que permitem o acima exposto.

Por sua vez, a legislação florestal deve guardar harmonia com o progresso econômico e social do país e também promover tal progresso.110

No entanto, isso não tem ocorrido, conforme gráfico da página anterior, nos casos, principalmente na região de fronteira entre Brasil e Paraguai, a legislação

110

estabelece zoneamentos para o uso da terra dentro da propriedade rural, o que a torna um mecanismo de política de rendas.

Evolução da área desmatada da região, conforme apresentado em dados anteriores, nota de rodapé número 26, do Paraguai em hectares. Entre as causas do desmatamento nessas regiões há a similaridade da expansão de lavouras comerciais e da pecuária.

Alencar 111 alertam que a expansão da soja na Amazônia tem ocupado áreas

de pastagens e forçado novos desmatamentos para serem instaladas pastagens. WWF 112 alega que a expansão da soja no Paraguai, em especial em sua área oriental, também tem conduzido ao desmatamento no país.

Associado a isso há diversas notícias de desmatamentos ilegais e não punidos, que demonstram a pouca eficácia das legislações florestais em ambos os países. As causas para essa deficiência de eficácia são similares e concentram-se na corrupção das autoridades florestais, escassez de recursos humanos e materiais para fiscalização, falta de alternativas econômicas à população nas áreas florestais

A política de rendas é constituída de regulamentações que determinam valores mínimos ou máximos para o pagamento pelo uso dos fatores de produção ou produtos elaborados numa economia e, ou restringem a produção e a comercialização de produtos e o uso dos fatores de produção.113

No entanto, as políticas florestais do Brasil e Paraguai, no que diz respeito ao controle do desmatamento e incentivo ao reflorestamento, ainda não foram comparadas, e um estudo comparativo da legislação florestal desses países pode levar a uma melhor compreensão e possível cooperação entre ambos para a conservação do meio ambiente e da natureza como um todo, dado que ambos são vizinhos e pertencem a um bloco econômico comum, que é o Mercosul, e o trabalho integrado deste bloco.

111 ALENCAR, A. et al. Desmatamento na Amazônia: indo além da “emergência crônica”. Belém: IPAM, 2004, 85 p.

112 WWF Soya, Forest Conversion, and the Amazon. Notícia veiculada na internet no dia 17 de julho de 2006. Disponível em: <http://www.panda.org/about_wwf/what_we_do/policy/agriculture_ environment/index.cfm?uNewsID=87000>. Acesso em: 21 maio 2007.

113 BACHA, C. J. C. et al. Programas de incentivo ao reflorestamento em pequenos e médios imóveis rurais no Brasil. Relatório preparado para o projeto de pesquisa colaborativo. Instituto

de Pesquisas e Estudos Florestais, Esalq/ USP: “Instrumentos para um Setor Florestal Privado Sustentável”. Londres: IIED, 2000.

Neste sentido poderia também beneficiar o combate ao tráfico de drogas e das organizações criminosas, pois segundo relatos do seminário, fonte de pesquisa deste trabalho, a maioria da área devastada está correlata com as atividades destas organizações que adquirem propriedades na forma da lei, mas abusando do direito adquirido, utilizam a mesma para fins de plantio da mariajuana.114

Sendo estas áreas identificadas pelo trabalho das polícias federais brasileira e paraguaia e posteriormente desmatadas, por encontrar-se nas mesmas o plantio ilícito de mariajuana, conforme já apresentado em dados extraídos das notas de

rodapé número 25 e 26.

Desta forma, trazendo a realidade territorial presente, de acordo com o exposto neste capítulo, em tópicos anteriores, observa-se uma movimentação cada vez maior e ágil, de fluxos comerciais e alfandegários lícitos e ilícitos, e um questionamento constante por parte dos Estados Nacionais, quanto à legalidade ou ilegalidade das operações que se realizam nesta área de fronteira em estudo.

Machado115 identifica, na ação dos processos de integração a possibilidade do controle institucional de limites e fronteiras, no âmbito das instituições governamentais, através do exercício de soberania, por meio da segurança e da diplomacia, que representariam a alta política e o trabalho em equipe. Exemplo, no Brasil o SIVAM apoiou-se em uma concepção técnico-científico-informacional, prevendo a implantação de um sistema informatizado de vigilância permanente e de controle do tráfego aéreo, inclusivo do tráfego de baixa altitude, com apóio dos paraguaios (SENAD).

114

SEMINARIO REGIONAL SOBRE LAS DROGAS de sintesis y las tecnicas de investigacion judicial.

bs..as. junio 2007, organizado pela Presidencia de la Republica Secretaria Nacional Antidrogas.

115 MACHADO, Lia Osório. Limites e fronteiras: da alta diplomacia aos circuitos da ilegalidade. Revista Território, 2000.