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Ferramentas interativas e comerciais: a explosão do comércio eletrônico.

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Capítulo II – O COMÉRCIO DIGITAL E A LEGISLAÇÃO PROMOCIONAL

1. Ferramentas interativas e comerciais: a explosão do comércio eletrônico.

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om a vinda dos microeletrônicos, dos computadores e das telecomunicações para uma única grade integrada de comunicações, uma nova realidade aconteceu, criando um tipo de sistema nervoso global, como mostra Rifkin (2001, p. 13). Indo um pouco mais, descreve que a mudança das formas analógicas de comunicação para digitais apressou o processo de convergência.

O forte impulso tecnológico dos anos 60 promovido pelo setor militar preparou a tecnologia norte-americana para o grande avanço (...) resultou dos conhecimentos e habilidades acumulados na Intel, em uma estreita interação com o meio de inovação criado desde 1950, no vale do Silício. Em outras palavras, a primeira Revolução em Tecnologia da Informação concentrou-se nos Estados Unidos (...) baseando-se nos progressos alcançados nas duas décadas anteriores e sob a influência de vários fatores institucionais, econômicos e culturais. (CASTELLS, 1999, p. 69).

A sociedade da informação nasce como sendo uma sociedade da hipercomunicação. Tecnologias modernas tornaram possível uma nova forma de conduzir os negócios. Dosi (1982, p. 123) e Freeman (1982, p. 112) a consideram como uma sociedade em que o paradigma tecnoeconômico industrial foi ou está sendo suplantado pelo paradigma internacional. Lévy (1993, p. 45) a caracteriza por utilizar intensamente tecnologias que ampliam a inteligência. Silveira (2006, p. 59) destaca que o elemento que melhor sintetize esta revolução tecnológica é a internet, a rede das redes de comunicação mediada por computador.

A informação é vista como um elemento primordial desta sociedade. É importante a definição de Castells (1999) de nomear a sociedade da informação como uma sociedade em rede, já que, a partir de então, vive-se uma sociedade conectada, entrelaçada em um emaranhado de dados.

Esse processo de “enredamento” teve como um dos seus mais importantes pilares a lógica do capitalismo, que sempre buscou acelerar o ritmo de criação de valor. Assim, segmentos capitalistas, desde o princípio, apostaram em reduzir o

desgaste e a desvalorização do valor que ocorria no processo de circulação de mercadorias. Por isso, os capitalistas buscavam constantemente a melhoria dos transportes e das comunicações. Karl Marx percebeu esta tendência já no século XIX e alertou que o capitalista pretendia “anular o espaço por meio do tempo” (DANTAS apud SILVEIRA, 2006, p. 60).

O surgimento da sociedade da informação, em 19555, designou a comunicação a ocupar um papel central na vida das pessoas. Entretanto, perdeu a característica de comunicação massiva, desmassificou-se, fragmentou os mercados e elevou as possibilidades de contato. Tofler (2001, p. 171) disseca a mudança do conceito dos meios de comunicação.

A desmassificação dos meios de comunicação de massa desmassifica igualmente as nossas mentes. [...] o martelar contínuo das imagens padronizadas expelidas pela propaganda criou o que os críticos chamaram de uma “mentalidade de massa”. Hoje, em vez de massas de pessoas recebendo todas as mesmas mensagens, grupos desmassificados menores recebem e enviam grandes quantidades de suas próprias imagens de uns para os outros. Enquanto a sociedade inteira se desloca [...], os novos meios de comunicação refletem e aceleram o processo.

O processo de produção no sistema capitalista gera renda e completa o ciclo alta produção = alto investimento = alto lucro. Assim, Silveira (2006, p. 60) completa que “no intuito de reduzir o tempo de circulação, o capitalismo foi crescentemente apostando na desmaterialização das mercadorias e em processos velozes de comunicação e de transmissão de valores.”

Grandes avanços foram conseguidos com o surgimento da internet. A comunicação, através de dados, alcança uma velocidade extraordinária que, até em poucos anos, seria difícil de imaginar.

A internet é a rede das redes, e suas mensagens podem ser enviadas por fios de telefone, cabo e satélites. Em uma sociedade alimentada pela noção de propriedade, diz o autor James Gleick: “o fato mais difícil de entender... é este: [A internet] não é uma coisa, não é uma entidade, não é uma organização. Ninguém a possui; ninguém a dirige. São simplesmente os computadores de todos, conectados” (RIFKIN, 2001, p. 14).

Havia6, então, a necessidade de um computador estar ligado a um servidor que, através dele, receberia a enxurrada de dados conforme fosse solicitada pela estação. Como grande

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Marco dessa nova sociedade nos Estados Unidos quando começou a impulsionar-se. Chegou, em épocas distintas,

às outras nações industrializadas como Grã-Bretanha, Alemanha, França entre outras. No Brasil, sua chegada foi

percebida a partir do final dos anos 80 e, com maior ênfase, no inicio dos anos 90.

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O termo está em destaque por mostrar que, hoje, a internet não está associada somente à ideia do computador e, sim, de aparelhos móveis, como notes, celulares, i-phone etc.

expressão da sociedade da informação, a internet se consolidou por distribuir riquezas informacionais a partir do desenvolvimento compartilhado, o que vai além da propriedade particular exigida pelo sistema econômico capitalista. Assim, a internet torna-se a maior rede de contato mundial. Suas mensagens podem ser enviadas por fios de telefone, cabos e satélites.

Explode com todos os conectados, cibernéticos, virtualizados. Milhares de comunidades são criadas, aproximando e identificando as pessoas. Segundo a Consultoria ComScore, em 2006, em todo o mundo, 274,6 milhões de internautas, com 15 anos ou mais, estavam cadastrados em portais de relacionamento. Só no Orkut7, 24,12 milhões de pessoas estão cadastrados.

Hoje, são mais de 1,1 bilhão de pessoas acessando a internet em todo o mundo. A Consultoria JupiterResearch, em 2007, realizou uma pesquisa que estima que, em 2011, esse número alcançará a margem de 1,5 bilhão de pessoas. No Brasil, a estimativa gira em torno de 69 milhões de pessoas conectadas.

GRÁFICO 2 – Número de Internautas no Brasil

Fonte: Indicadores IAB Brasil Julho Agosto de 2009

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Segundo a Agência NetCraft, os sites disponíveis na internet, em 2007, giravam na casa de 125 milhões, 64 milhões de blogs foram registrados em 2006, 20 milhões de sites foram criados no último semestre de 2007.

Segundo o Ibope eRatings, em março de 2001, o Brasil contava com 10 milhões de internautas domiciliares. O IBOPE Nielsen Online registrou que, em janeiro de 2008, eram 21 milhões o número de internautas residenciais ativos, aumentando para 28,9 milhões em agosto de 2009.

GRÁFICO 3 – Internautas Residenciais Ativos

Fonte: Indicadores IAB Brasil Julho Agosto de 2009

O universo de homens (58% do público internauta) navega em torno de oito horas e meia por dia e gasta, em média, R$ 169,00 em suas compras, contra seis horas e quinze minutos das mulheres (42% dos internautas) que consumiam um tíquete médio de R$ 149,00.

No que se refere à idade, em 2005, a idade média do internauta era de 28,1 anos.

É necessário reconhecer na evolução biológica humana que as ferramentas são

inseparáveis da evolução da natureza humana. Também precisamos perceber que o desenvolvimento das máquinas, culminando com o computador, mostra-nos, de forma inevitável, que as mesmas teorias úteis na explicação do funcionamento de dispositivos mecânicos também têm utilidade no entendimento do animal humano – e vice-versa, pois a compreensão do cérebro

humano elucida a natureza da inteligência artificial. (MAZLISH apud CASTELLS, 1999, p. 80).

A sociedade em rede inclui a figura humana em uma comunicação silenciosa, virtualizada. Auxilia os e-consumidores no acesso às informações que são julgadas úteis e coopera nas opções de escolha permitindo às empresas aperfeiçoarem seus sites através da análise dos movimentos dos consumidores durante a navegação. Assim, a interação torna-se uma ferramenta para adaptar produtos e serviços aos mais variados gostos, gerando demandas ao mercado.

Para localizar o surgimento da internet como veículo de mídia e plataforma digital é importante citar um breve contexto histórico-tecnológico. A imprensa, nos anos 80, foi dominada por tecnologias que transformaram o mundo da mídia. Os jornais, por exemplo, eram impressos em território nacional e iniciaram sua abrangência conquistando terras internacionais. Os aparelhos móveis, como o walkman, davam oportunidade de selecionar a música ou a rádio através de um ambiente portátil. As rádios partiram da seleção de músicas gerais para audiências específicas como as de música romântica, pop, MPB etc. Os videocassetes estiveram em todos os domicílios das classes média-alta e alta, até se tornarem aparelhos populares que tinham a capacidade de gravar programas de televisão. Na mesma época, surgem as filmadoras.

Outro grande veículo foi às televisões pagas. Como diz Castells (1999, p. 363): “o desenvolvimento das tecnologias de televisão a cabo e o progresso da difusão direta por satélite expandiram drasticamente o espectro da transmissão e pressionaram as autoridades para desregularem as comunicações e a televisão em geral.”

No fim da década de 90, com a privatização do sistema telefônico brasileiro, nasce um novo suporte tecnológico, o celular. Segundo dados da Anatel (2009), a telefonia móvel celular alcançou a marca de 154.596.643 assinantes, no encerramento do mês de abril de 2009. Benazzi, Gomes (2009, p. 1) insere que as transformações recentes na tecnologia e nos serviços de telefonia celular possibilitaram que novos e diferentes serviços surgissem e, dentre eles, destaca- se o SMS (Short Message Service), que é o serviço de mensagem curta (com limite de 160 caracteres) que pode ser utilizado para comunicação simples ou comunicação interativa entre usuários, entre a operadora e os consumidores ou como fonte de notícias.

No mesmo período, tem a chegada da internet, meio esse, inicialmente, digital, pessoal, que, ao mesmo tempo em que permitia a conexão com o mundo através de dados, mostrava imagens em movimento em telas de microcomputadores.

A passagem do meio analógico para o digital fez engavetar os antigos walkmans e telegramas das décadas passadas, tão pomposamente exibidos na cintura e ditados ao telefone, influenciando toda uma geração, transformando-a tanto técnica quanto conceitualmente. (GARCIA, 2009, p.11).

A comunicação em si torna-se processo amplo, de massa; ao mesmo tempo, possui formas de segmentação e torna-se a espinha dorsal da comunicação global.

A primeira coisa a entender sobre a economia global baseada em rede é que ela dirige e é dirigida por uma aceleração acentuada na inovação tecnológica. Como os processos de produção, os equipamentos e os bens e serviços se tornam obsoletos mais rapidamente e um ambiente mediado eletronicamente, a propriedade de longo prazo se torna menos aceitável, enquanto o acesso de curto prazo se torna uma opção mais frequente. (RIFKIN, 2001, p. 16).

Temos um processo dinâmico onde milhões de comandos ao mesmo tempo aproximam populações diferentes, de culturas diferentes, de idiomas diferentes e de hábitos diferentes. A possibilidade de se comunicar com pessoas jamais vistas é um processo inovador, farto, interessante no cotidiano. Há que salientar também a comodidade de se ligar um aparelho e de receber inúmeras informações em pouco tempo. Isso tudo a preços baixos, operados pelos provedores de internet, que também, disputam cada vez mais internautas em um processo de concorrência mercadológica, o que sugere o aumento gradativo do acesso a rede por camadas populares mais baixas.

O processo de formação e difusão da Internet (...) moldou de forma definitiva a estrutura do novo veículo de comunicação na arquitetura da rede, na cultura de seus usuários e nos padrões reais de comunicação. A arquitetura da rede é, e continuará sendo, aberta sob o ponto de vista tecnológico, possibilitando amplo acesso público e limitando seriamente restrições governamentais ou comerciais a este acesso. (CASTELLS, 1999, p. 379)

A internet (4,09%) representa uma quantia considerável do investimento publicitário empresarial nas mídias, atrás da TV Aberta (60,19%), do Jornal (15,37%), da Revista (7,20%) e do Rádio (4,56%).

GRÁFICO 4 – Bolo Publicitário – Participação dos Meios

Fonte: Indicadores IAB Brasil Julho Agosto de 2009

A rede mudou a rotina das pessoas. Hoje, o processo de comunicação online oferece ferramentas interativas espetaculares que podemos chamar de comunidades virtuais que, segundo o jornalista Howard Rheingold (2000, p. 76, tradução nossa), "são agregações virtuais que emergem da Rede quando um conjunto de pessoas se engajam em discussões públicas por um certo tempo e com emoções suficientes para formar teias de relações pessoais no ciberespaço.” Além do e-mail, que foi o primeiro comunicador online mais utilizado, que praticamente aposentou as cartas manuais, há a utilização de outros grandes.

O ICQ é um exemplo. Muito utilizado no fim dos anos 90 início do século XXI, possibilita a comunicação imediata entre uma ou mais pessoas depois de instalado na máquina de acesso. O ICQ perdeu bastante espaço para um programa, com características similares, da Microsoft, chamado Messenger, mais conhecido como MSN, que, por possuir mais ferramentas e mais interatividade, alcançou grande domínio popular nos últimos dez anos. Existem, também, nessa linha, comunicadores do Yahoo, do IBest e mais outras empresas que aproveitaram dessa oportunidade que a comunicação tecnológica/interativa oferece.

Existem, também, sites como MySpace e o Youtube, que possibilitam a inclusão de qualquer vídeo gravado nessas pequenas câmeras digitais (com resoluções fantásticas) para acesso por milhões de pessoas/dia. Inclusive, existem casos de personalidades e grupos artísticos

que atingiram o alto grau do estrelismo através, apenas, do acesso de seus vídeos nesses comunicadores.

O Facebook e o Orkut, como já citado, são sucessos tecnológicos. Este último, por exemplo, apresenta-se com a ferramenta comunicacional mais utilizada na América Latina. A possibilidade de possuir uma página pessoal, onde se pode ‘abrir a vida’, através de mensagens de amigos, fotos, eventos etc., encanta as pessoas. E por último, temos a explosão de usuários do Twitter, que, segundo uma pesquisa da Nielsen USA (http://news.cnet.com), de Fevereiro de 2008 até Fevereiro de 2009, foi o site das redes sociais com maior crescimento percentual, totalizando crescimento de 1.382 por cento. Existem ainda os chats, os blogs e fotologs que, também, possuem a propriedade comunicacional de aproximar e de entreter as pessoas.

Essa estupenda capacidade da internet causa fascínio. A comunicação mudou, sim, a rotina das pessoas; afinal, quantos casais não se conheceram pela internet? A comunicação e o relacionamento periódico entre duas ou mais pessoas tornam o processo comunicacional prazeroso e dinâmico, podendo dizer que o entretenimento torna-se uma grande mola de impulsão do sistema.

Assim, a mensagem do emissor e o feedback do receptor acrescentam cada vez mais conteúdos na comunicação cibernética. Nasce a interatividade virtual.

Uma característica fundamental dessas novas tecnologias de comunicação: seu assincronismo, ou melhor, a capacidade desses meios em enviar e receber mensagens em qualquer momento e tempo conveniente para os indivíduos envolvidos, sejam eles receptores ou emissores, alterando-se por completo o fluxo tradicional. (GALINDO, 2002, p. 64).

Como conceitua Jensen (1989, p. 185), a interatividade é: “uma medida do potencial de habilidade de uma mídia permitir que o usuário exerça influência sobre o conteúdo ou a forma da comunicação mediada”. Ou como define Galindo (2002, p.93): “A interatividade é a razão do processo comunicacional, principalmente quando definimos comunicação como um processo de trocas livre e negociado pelos participantes”, pois a interação entre internauta e midia possibilita a utilização da opinião do usuário no sistema em que ele navega.

Outro conceito é explicado por Kiousis (2002, p. 355). A interatividade é o “grau com o qual uma tecnologia de comunicação pode criar um ambiente mediado pelos participantes que se comunicam sincronizada ou assincronamente e participam em trocas de mensagens recíprocas.”

Como relata Castells (1999, p. 394), “talvez a característica mais importante da multimídia seja que ela capta em seu domínio a maioria das expressões culturais em toda a sua diversidade”. E continua mais adiante: “Fazem da virtualidade nossa realidade”.

No Marketing Interativo, completa Soriano (1993, p. 55, tradução nossa), tem-se uma acentuada intervenção do fator humano que cresce na medida em que a personalização do serviço torna-se bastante significativa, ou seja, à medida que existe um contato direto e constante entre o cliente e a empresa provedora do serviço. Referindo-se em serviços de altíssima personalização, a interferência do fator humano tem origem a partir do primeiro contato com o cliente, permanece durante todo o processo de venda e se mantém durante a relação do cliente com a empresa.

Pode-se dizer, então, que a grande contribuição das novas tecnologias de informática e comunicação é que, ao mesmo tempo em que elas rompem as barreiras espaços-temporais, possibilitando a comunicação à distância e, em tempo real de múltiplos sujeitos geograficamente dispersos, fornecem estruturas técnicas para a comunicação e o acesso à informação em rede. A possibilidade de trabalho em rede, tanto como estrutura de acesso e tratamento da informação quanto como estrutura de intercâmbio e de atividade colaborativa, constitui, sem dúvida alguma, a grande qualidade dessas tecnologias.

Se as estruturas em rede, de complexidades variadas, são o fato novo das tecnologias de informática, a atividade em rede é algo tão antigo quanto o homem, apenas cercado pelas condições espaços-temporais e pelas limitações dos dispositivos técnicos disponíveis, os quais, no último século, evoluíram e continuam evoluindo de forma fantástica. As estruturas técnicas de rede permitem implementar formas novas e mais complexas de interação social, fazendo emergir a possibilidade da troca imediata no ciberespaço. Dessa forma, os indivíduos tornam-se, ao mesmo tempo, receptores e emissores, produtores e consumidores de mensagens. A comunicação deixa, definitivamente, de ser linear e de mão única, para tornar-se poliglota, polissêmica e policêntrica.

Localidades ficam despojadas de seu sentido cultural, histórico e geográfico e reintegram-se em redes funcionais ou em colagens de imagens, ocasionando um espaço de fluxos que substitui o espaço de lugares. O tempo é apagado no novo sistema de comunicação já que passado, presente e futuro podem ser programados para interagir entre si na mesma mensagem. O espaço de fluxos e o tempo intemporal são as bases principais de uma nova cultura, que transcende e inclui a diversidade dos sistemas de representação historicamente transmitidos: a cultura da virtualidade real, onde o ‘faz-de-conta’ vai se tornando realidade. (CASTELLS, 1999, p. 397-398).

As variáveis se completam e o entretenimento estimula o acesso, gerando diversão. O internauta tem a possibilidade de carregar um vídeo no Youtube e dar sua opinião quanto a ele; outros comunicadores instantâneos, como o Messenger e o Yahoo, permitem o compartilhamento de textos, arquivos, imagens, áudios e vídeos. O Orkut torna-se uma grande ferramenta de divulgação através da disponibilidade do envio de textos e imagens e outras tantas ferramentas, como o Facebook, o MySpace e o Twitter aproximam e interagem os usuários.

A habilidade de produzir, enviar e receber está relacionada diretamente à capacitação tecnológica e ao desenvolvimento de novas tecnologias que possibilitem tais situações com o máximo de qualidade e quantidade de informações tidas como digitais. A noção de multimídia significa que tecnologias de comunicação outrora separadas, reconhecidas como mídias

únicas (...) estão em convergência, pois ocorre integração de fala, texto, vídeo, áudio, telecomunicações, eletrônica de diversão e tecnologia de computador.

(GALINDO, 2002, p.82).

As mídias tornam-se aliadas da comunicação online. O processo interativo da internet é maior do que qualquer outra mídia. Um jornal tem seu grau de interação, por exemplo, na sessão “Carta dos Leitores”; nas rádios, a participação dos ouvintes, muitas vezes, ao vivo, também é uma forma interativa. O mesmo processo ocorre, também, na televisão, sendo que há a utilização ainda da imagem dos apresentadores e dos programas. O professor Luis Martino8 (informação verbal) revela: “A comunicação por computador em rede acrescenta recursos de interatividade, permitindo a ação ou simulação operatória e a reversão do papel emissor-receptor”.

Mas nenhuma delas descarta a utilização da internet. Muitas dessas mídias apresentam, como forma de interação junto ao seu público, a possibilidade de envio de mensagens instantâneas para leitura nos programas ao vivo, o que aumenta muito a audiência, pois, além da rapidez com que chega a informação ou opinião, há, também, o anonimato.

Todos os novos sistemas de comunicação têm no mínimo um certo grau de interatividade, alguma coisa semelhante à conversação entre duas pessoas ou a comunicação face a face. Interatividade é a capacidade dos novos sistemas de comunicação. As novas mídias são interativas do mesmo modo que as antigas (caminho único das mídias de massa) não podem ser; as novas mídias potencialmente podem alcançar muito mais indivíduos, como se eles estivessem exatamente frente a frente. (ROGERS apud GALINDO, 1986, p.4).

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Palestra: Simulação Tecnológica da Consciência. In: DESAFIOS DAS MÍDIAS DIGITAIS. 2008, São Bernardo do Campo. II Conferência Brasileira de Comunicação e Tecnologias Digitais. São Bernardo do Campo, 2008.

Aí, a conclusão de que o indivíduo é parte integrante do funcionamento da programação das mídias. Assim, há o surgimento de um novo público: interativo, que tem acesso aos sites ou páginas dos programas das mídias, que envia sua opinião, sugestão ou crítica; criando o passaporte para sua eventual participação.

ao atribuirmos aos meios – ou mesmo às novas tecnologias – a possibilidade de interação, estaremos ainda distantes de outras realidades, em que o receptor passa de um estado passivo para um estado ativo apenas no que se refere ao manuseio desse ou daquele botão ou tecla, como se esse receptor repentinamente se transformasse em um usuário ativo, apenas porque tem em suas mãos um instrumento que o liga ao emissor da mensagem como pressupõe o ato da comunicação. (GALINDO, 2002, p.88).

Toda a comunicação e toda interação levam a internet a possuir um grande outro atributo:

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