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Figura 7.4: Terceiro conjunto de classes de comportamentos componente da classe geral "Projetar

185 O quarto conjunto de classes de comportamentos é formado por cinco classes. A classe mais abrangente desse conjunto está presente no sub-âmbito “Ações constituintes de uma operação - AC2” e é nomeada “Avaliar se um condutor é apropriado para determinado trabalho em psicoterapia com apoio de cães”. Essa classe é composta por uma classe no sub-âmbito “Ações constituintes de uma operação - AC3” e outras três classes no sub-âmbito “Comportamentos imediatamente relacionados à maneira de fazer algo – A1” como pode ser percebido na Figura 7.5. Esse conjunto é composto por classes de comportamentos nomeadas todas com o verbo “Avaliar” e se referem a aspectos referentes ao condutor do cão utilizado na intervenção de psicoterapia.

Na Figura 7.5 também é possível identificar o quinto e último conjunto de classes de comportamentos identificadas componentes da classe geral "Projetar intervenção de psicoterapia com apoio de cães". Esse último conjunto é formado pela classe de comportamentos “Preparar a condução de uma sessão de psicoterapia com apoio de cães”, que está alocada no sub-âmbito “Tarefas componentes de uma ocupação - TA” e é composta por duas classes menos abrangentes no sub-âmbito “Operações envolvidas em uma tarefa - OP1” chamadas “Programar a utilização de cães no trabalho de psicoterapia com apoio de cães” e “Avaliar possíveis conseqüências da intervenção em psicoterapia com apoio de cães”. Essa última classe é composta por outras cinco classes menos abrangentes que se estendem do sub-âmbito “OP2” até o sub-âmbito “Comportamentos imediatamente relacionados à maneira de fazer algo – A1”.

As classes pertencentes a este quinto conjunto abrangido pela classe “Preparar a condução de uma sessão de psicoterapia com apoio de cães”, que está alocada no sub-âmbito “Tarefas componentes de uma ocupação - TA” referem-se dois tipos de variáveis: utilização do cão e conseqüências da intervenção com o cão. Essa última variável é decomposta em outras variáveis como: ocorrência de problemas com o animal; comportamentos inapropriados que este pode apresentar; e danos ou prejuízos que pode causar.

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Figura 7.5: Quarto e quinto conjuntos de classes de comportamentos componente da classe geral

"Projetar a intervenção de psicoterapia com apoio de cães" organizadas em âmbitos de abrangência.

7.3 Projetar programas de psicoterapia com apoio de cães ou planejar programas de psicoterapia com apoio de cães, no que diferem esses verbos e as classes de comportamentos que nomeiam?

Após caracterizar as necessidades de intervenção por meio de psicoterapia com apoio de cães, o psicólogo tem como conseqüência um conhecimento produzido acerca daquilo com o que ele está se deparando, quais as características dessa situação. Mas, diante desse conhecimento o que ele precisa fazer? Agir diretamente sobre essa situação a partir do que já lhe é conhecido é suficiente? Repetir aquilo que em outras vezes pode ter sido bem sucedido é garantia de outro sucesso? Se não, qual a etapa seguinte? Que classes de comportamentos constituem essa etapa?

É comum encontrar relatos de intervenções que descrevem em grande parte as ações diretas sobre a situação. Em trabalhos que relatam intervenções psicoterapêuticas com o apoio de cães são poucas as referências à caracterização da necessidade dos pacientes; há maior freqüência de descrições de ações diretas sobre o paciente ou sobre pacientes (Burch, 2003; Organização Brasileita e Interação Homem-Animal Cão Coração [OBIHACC], 2007). Algumas vezes é possível identificar que se tratam de pessoas ou profissionais que simplesmente levam seus cães para entrar em contato com outras pessoas sem muita clareza do que está acontecendo e de como realizar o processo de modo a produzir resultados terapêuticos significativos (OBIHACC, 2007). Outras vezes, são descrições de intervenções de visitação com cães que são classificadas equivocadamente como intervenções terapêuticas (Burch, 2003). Mas será que isso é suficiente? Será que apenas

187 colocar uma pessoa em uma certa condição que requer uma intervenção em contato com um cão constitui um processo terapêutico? Será que não é necessário fazer nada antes e além disso?

Intervir no subcampo de atuação profissional de psicoterapia com apoio de cães é um tipo de intervenção profissional direta como as demais que constituem a psicologia como campo de atuação profissional como Botomé (1988) explicitou. E como uma intervenção direta relacionada a fenômenos psicológicos é composta de classes de comportamentos profissionais menos abrangentes que a constituem: “Caracterizar necessidades sociais em relação a alterações em processos comportamentais”, “Projetar intervenções diretas relacionadas a processos comportamentais”, “Executar intervenções diretas relacionadas a processos comportamentais”, “Avaliar intervenções realizadas em relação a processos comportamentais”, “Aperfeiçoar intervenções em relação a processos comportamentais a partir de dados de avaliação” e “Comunicar descobertas feitas em intervenções sobre processos comportamentais” (Botomé e col., 2003). A partir dessa contribuição, Mattana (2004) identificou seis classes constituintes de intervenções direta em contexto clínico, como pôde ser visto no capítulo anterior. A psicoterapia com apoio de cães é um subcampo de atuação profissional que faz parte de um conjunto mais abrangente formado pelo campo de atuação profissional de intervenção em contextos clínicos. Sendo assim, as classes gerais de comportamentos profissionais que constituem intervenções no subcampo de atuação profissional de psicoterapia com apoio de cães são semelhantes às do contexto clínico com o acréscimo das especificidades próprias desse subcampo. Neste caso, após a classe geral “Caracterizar necessidades de intervenção em psicoterapia com apoio de cães” está a classe “Projetar intervenção em psicoterapia com apoio de cães”. Então o que significa “Projetar intervenção em psicoterapia com apoio de cães”? Qual a sua relevância para a intervenção profissional em psicoterapia com apoio de cães? Quais classes de comportamentos constituem essa classe geral?

Em sua dissertação de mestrado Luiz (2008) examina o verbo “projetar” e sua distinção do verbo “planejar”. Essa autora se baseia na definição de planejamento encontrada no Dicionário REFA (1985, p.112) que consiste “na busca e determinação sistemática de objetivos, assim como na preparação de tarefas cuja execução é imprescindível para se alcançar tais objetivos. Previsão e fixação de desenvolvimento e dados futuros da empresa (dados previstos). O ‘planejamento’ é a antecipação mental sistemática e orientada a uma finalidade concreta da futura atividade econômica”. A partir dessa citação da obra é possível identificar diretamente três aspectos concernentes ao planejamento. O primeiro deles é a determinação de objetivos, resultados pré- determinados a serem produzidos. O segundo refere-se à “preparação de tarefas”, em outras

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