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Sumário: l«J. < HwervaçíScs preliminares. 20. A* fonlcí. tias obriga­ ções no Direito nwnuno 21. Classificação quadripanida, 22. Classilicaçilt) analítica. 23. Classificação sintética. 24. Negócio jurídico. 25. Negócio» unilaterais. 26. Alos ilícito» c abuso dc direito. 27. SituaçÔe» dc fato. I'* ( Himtv ações Preliminares. Do significado correto da expressão/bn-

h \ das obrigações depende o equacionamento adequado dc um problema

que i doutrina sc tem esforçado por resolver, transformando-o numa ques- lAo intrincada, justamente porque tem stdo mal colocada.

A obrigação é uma relação jurídica. Como tal. suafonte há de ser, nc- cevv.u lamente, a lei. Em última análise. 6 o Direito que empresta significa­

ç ã o /undica a relações de caráter pessoal c patrimonial que os homens

lltn.im na sua vida social. Se. portanto, a locução fontes das obrigações nnprcgada nesse sentido, a solução do problema não apresentaria quiilqticr dificuldade. Dever-se-ia usá-la no singular, pois se redu/iria à lei. Mir.ii questão perderia o interesse, uma vez que todas as relações jurídicas, obi ijMCionnis ou não. têm. no Direito, por definição, sua causa eficiente.

t hitrn ê o problema. Quando sc indaga a fonte dc uma obrigação, pro- • iii ii conhecer o falo jurídico ao qual a lei atribui o efeito dc suscitá-la. É que cnltx' a /<•/. esquema geral e abstrato, c a obrigação. relação singular en- lii |>i ..i.in, medeia sempre um fato. ou se configura uma situação, consi- tlfiuiido idõnco pelo ordenamento jurídico para determinar o dever de

fMv%t,it \ »-.sc fato, ou a essa situação, denomina-se fonte ou causa gera- éom <l.i ohi ignçáo lilc alua, na conceituação de Barbero.1 como condição

4 i, i mnhiiih 111 causalidade da lei na constimiçào da relação obngacional.

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34 Orlando liotne.\

Nestas condições, impõc-se. cm caráter preliminar, a distinaçào cntrc

fonte imediata e fontes mediatas das obrigações. Fonte imediata, isto é, causa eficien te das obrigações, c unicamente a lei. Fontes mediatas, isto

é, condições determinantes do nascimento das obrigações, sào diversos fa­

tos ou situações suscetíveis de produzirem especitícadamente esse efeito.

Por isso se dizem jatos constitutivos das obrigações.

Interessa discriminar esses fatos constitutivos. Tal o problema das

fontes das obrigações.

Por nâo partirem da necessária distinção entre fonte imediata e fontes

mediatas, alguns escritores incluem a lei entre estas, confundindo condi­ ção determinante com a causa eficiente, como proccdcu Planiol na sua fa­

mosa tentativa dc simplificação do problema. A lei é sempre a causa

eficiente de toda e qualquer obrigação: jamais sua condição determinante.

bnganam-se os que apontain-na entre as Jantes mediatas, mesmo quando restringem-na a fato constitutivo das chamadas obrigações "e.v lege". I lá sempre um fato, ou uma situação, que a lei leva em conta para que surja a obrigação.

Devem ser considerados fontes das obrigações unicamente esses fa ­

tos constitutivos.

Hm resumo: todas as obrigações sào legais se. por legal, sc entende que, na origem de todas, como sua causa eficiente, se encontra a lei; nenhu­ ma obrigação é legal, se como tal se entende a derivação direta da lei, sem um fato determinante.2

Na locução fontes das obrigações compreendem-se os fatos constitu­

tivos do debitum e da obligatio, visto como. no Direito atual, nào sào ele­

mentos separados da obrigação, como eram no Direito romano, segundo Pacchioni.5

A classi ficação das fontes mediatas das obrigações tem preocupado os juristas e legisladores desde o tempo dos romanos. Todas as investiga­ ções doutrinárias partem, aliás, das fontes romanas, mas, cm verdade, é questào de escassa importância prática. Decerto, há interesse em determi­ nar o fato determinante da obrigação: por isso que, se c um negócio ju ríd i­

co, cumpre verificar sc foram observadas as condições essenciais a sua

validade. Mas a exata determinação das fontes e. principalmente, sua siste

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Ohrifptçò es 35

madzaçâo constituem problemas de interesse doutrinário a que os Códigos drvem conservar-se alheios. Os de inspiração alemã silenciam a respeito, ittlitiando a orientação certa. Os de inspiração francesa, influenciados pelo

I in cito romano, determinam e classificam as fontes das obrigações, em

preceito sem aplicação prática. O novo Código Civil italiano manteve esta

"tentação. seguindo, porém, a célebre classificação de Gaio, ao dispor

(art / / 7.?) que as obrigações derivam do contrato, do fato ilícito c de todo

iiti > i 'U fato idôneo a produzi-las na conformidade do ordenamento jurídico. O Código Civil pátrio acompanhou o Código alemão, omitindo-se. Jit \s Fontes das Obrigações no Direito Romano, hntre os romanistas ln\ r.i divergência quanto à determinação das fontes das obrigações no direi­ to i l.issieo. Três textos são apontados, todos atribuídos a Gaio. O primeiro

te/a " ( hnnis ohligatio vel ex contractu nasci tur vel ex delicio.” No segun-

itn que ê um fragmento do Digesto-44-7- / , está declarado: “ Ohligationes

mtl «•» i ontractu nascuntur aut ex m alefício, aut pm prio quodam ju re ex

jHirie\ causaram figuris." No terceiro, por fim, encontra-se referência a •b n nações quasl ex contractu e quasi ex d elicio , a propósito da tutela,

fru g 5. Digesto-44- 7, interpretadas como subcategorias das obrigações

decorrentes de vánas causas. A classificação que as abrange, ao lado do «fonlmto e do delito, acha-se nas Institutas de Justimano III; 27, IV, 1.

Desde as ponderações de Savigny e Pcrozzi duvida-se de que esta di- >iH.iu quadripartída seja genuinamente de Gaio, dividindo-se as opiniões «•mu i bipartiçuo e a tripartição. Contudo, inclinam-sc muitos para a opi- niil< • ito que o Direito romano clássico admitia, ao lado das duas fontes fun- dmin-m.iis das obngaçõcs. os contratos e os delitos, outras fontes HkiiiiIii t td.is pm prio quculam ju re * Mas, de acordo com as Institutos, A Í I m i i i c que, no D iivito romano, eram quatro as fontes: o contrato, o deli- fu. i* i/id/'. mntrato e o quase-delito. Prevaleceu, para os modernos, esta 1 1* . ili. k.io. acolhida no Código Civil francês, c. sob sua inlluência, em • m im i I, k i sI.i ç ò c s Pothier. que a retomou, acrescentou quinta fonte: a lei/

II t I ih I I I c k ío Quadrípartida. A classificação quadripartída tem sido