S u m á rio : 88. M odalidades do pagamento 89. Pagamento cm ton- signai^u 90. Pag&mcnto com «ub-rogação. 91. Daçáo cm pagam ento
M Modalidades do Pagamento. Alem do pagamento propriamente dito. |» obrigações cumprem-se. ocorrendo determinadas circunstâncias, por n u lo s equivalentes.
S.io modalidades especiais de pagamento:
a) o pagamento em consignação. b) o pagamento com sub-rogaçào;
c) a d a ç à o c m p a g a i n e n t o .
l'.«g«rm-nto cm Consignação. Para que o pagamento se rali/e. è neces- ■ l i u 11 >opcração do credor, dentre outras razões, porque somente ele. ou flMffm i > 11-presente, pode dar ao solvens a quitação. Quando o credor se re- j p i n receber ou o devedor tem fundada dúvida a respeito do destinatário piiK.miento. ou. ainda, tem dificuldade em encontrar a pessoa a quem B k * '' p.ipu n lei nâo poderia omitir-se diante do legitimo interesse de todo H^ftdoi em desobrigar-se. Por isso. quando essas circunstancias se apre- ■pni.... oterocc-lhe um meio técnico dc se libertar da obrigação. O paga- lÈptttx cm I miMgnação c esse meio.
«K imc. ás vezes, negar-se o credor, sem justo motivo, a receber ou a » t|1111n^áo nu Ibniui devida. quase sempre por discordar do montante do H ^llo <>n pictendci acesM»rHis duvidosos. Outras vezes, a obrigação c nu umbindo ao crcdot mandai receber a divida no lugar, tempo e
• ... . III.IS |»>I i | t i . i l i | u i i I I I.. ( I i s i i u . i s e d e s s e ô n u s S i l u . i -
^ ■ l «m i mu h s. i|>i< .< m . t ui ii.i ■ |iiiii ■■ tl. \eilni se \e em diticuldadc de '•I '.H poiqm 'i i " tloi t Má Kuirnlr ou porque reside em
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rigoso. E. até, pode dar-sc o caso dc não o conhcccr ou ter dúv ida a respeito de quem deva legitimamente receber a coisa devida, justificando-se o rc ceio de pagar mal, dúvida que é bem fundada quando pende litigio sobre •> objeto do pagamento. Em todos esses casos c forçoso, ou aconselhável, " pagamento por consigtuição.
Consiste esse pagamento no de/xísito judicial (RA) ou em estabeleci* mento bancário (RA) da coisa devida, pela forma prescrita na lei; <RA) .1 for judicial, será (RA) através da ação de consignarão ou depósito emjui/> >
Produz o mesmo efeito Hberatóno do pagamento stricto sensu Nem todas as dividas admitem pagamento em consignação. F prec 1* so que a coisa seja idônea para depósito.
O pagamento cm consignação tem força dc cumprimento, se concori ein,
em relação às pessoas, ao objeto, ao modo e tempo, todos os requisitos de \ .ili dade. Cabe ao juiz v erificá-los. É evidente que. se o devedor consigna coisa 1I1 versa, ou nào efetua o pagamento total, nào estará cumprindo exatamente 4 obrigaçào: por conseguinte, o credor nào pode ser compelido a receber.
O devedor pode levantar o depósito antes da declaração do credo 1 *!■ que o aceita. Igual direito lhe assiste até ser contestada a ação. oeorrcndti
nessas
hipóteses, verdadeira nrvogação.' Em conseqüência do exen k u»desse
direito potestativo, retomaa
coisa depositada, extingue o direito <tocredor de levantar o depósito, subsistindo a obrigação para todos os efeilot dc direito, como sc o depósito não fora efetuado, contando-se juros no m terregno.
Se o credor aceita o depósito, quer mediante declaração cxpreuM quer porque o não impugne, pode, sem mais delonga, levantá-lo. M a. ... impugna, contestando a lide. o levantamento, sempre possível em Uh1«> cw tado da causa, acarreta a perda dos direitos acessórios do crédito.
Excepcionalmente, pode a consignação ser requerida pelo íi > Joi l «I se dá quando a divida se vence pendendo litigio entre credores que |•• < tendam mutuamente excluir.
A consignação deve ser ef etuada no lugar do pagamento I 1.11.1 m .1# importante regra, principalmente nos sistemas que exigem o </<■/»« m//,. ,1,,!>•
ciai. pois firma a competência do juiz para conhecer da ação
Se julgada procedente, as despesas correm por conta do cted» >i 1 ,mi contráno. cubc ao devedor pagá-las.
Obrigações 143
Decidida u ação a favor do devedor, o pagamento vale desde o mo mento em que fez o depósito ju dicial.
VO. Pagamento com Sub-Rogação. A sub-rogaçãopessoal figura entre as
modalidades de pagamento. Em algumas legislações, é tratada como uma
liii»- formas da sucessão no crédito. Esta orientação deve scr preferida, mas o localização em nada intlui na estrutura do instituto.
A sub-rogação pessoal assemelha-se á cessão de crédito, subordt- IJâinlo-se. na sua espécie mais comum, às regras que a disciplinam. Não se «infundem, porém. A sub-rogação pressupõe pagamento, só sc vcritican- l o *e o credor originário for satisfeito. A cessão de crédito, ao contrário,
m ii ire antes que o pagamento seja feito.
Dá-se sub-rogação pessoal quando a divida dc alguém e paga por on tem Pagando-a. o terceiro adquire o crédito F.\tinguc-sc .1 obrigação, mas
1 «Im nào se libera porque passa a dever a quem a extinguiu. como sc o t n • l>»r houvesse cedido o crédito.
I lá duas espécies de sub-mgação pessoal: a sub-rogação legal e a
b rogaçÕO convencional.
A sub-rogação legal opera de pleno direito nos casos tachativãmente \ i'-tns. Tais são: 1“) pagamento da divida de devedor comum ao credor a Mrtn competia o direito de preferência; 2“ ) pagamento a credor hipotecá- leito por adquirente do bem hipotecado: 3o) pagamento da divida por itciro que por ele possa ser responsabilizado. Nos dois primeiros casos, a
Í> n>giiçào está restnta ás situações creditorias acompanhadas dc uma
iiinii.i real No ultimo, porém, tem cunho de generalidade. A lei determi- ii sul* rogaçào cm favor dc todo interessado que adquira a divida. São in-
» uuiox a ) o devedor solidário: b) o fiador; c) o segurador no direito do itii.nlo contra terceiro responsável pelo sinistro.
A sub-mgação convencional resulta do acordo de vontades entre cre- <|h< e • • terceiro que paga sem scr interessado no sentido em que a palavra é pnpiiY.ulii na teoria do pagamento.
I Ia duas variantes na sub-rogação convencional A primeira abre-se fimlii o credor, ao receber a divida paga por terceiro, expressamente lhe
. seus direitos; a segunda, quando o terceiro empresta ao qn.iuii.i piccis.i pai.i \0 Uc1 .1 div ida, sob a condição expressa dc nili 1 • > itin nos tliit iios d c «f l o i Miindeito.
I ,in.im|i 111 \id' mgaçOo m venfn .1 mediante acordo entre o acci/tcns e m/i 1 in 1 11 ii • • imcnii' um 1 n« ii •mil le n d o mo. ainstno semelhante ao
144 (Matuto (rt>mr<,
rei tos do credor sc opera por efeito do pagamento. Esta modalidade iU- sub-rogação subordina-se ao regime legal da cessão üe crédito.
A outra é um contrato forçado,: Neste caso. a sub-rogação resull.t >l.i vontade do devedor. A fim dc sc desobrigar, o devedor pede a outrem que lhe empreste a quantia devida, estipulando que o mutuante sc sub-rogm.t nos direitos do credor satisfeito. Troca vantajosamente dc credor. Nâo « preciso que este consinta. Uma vez satisfeito, pouco lhe importa que o iti vedor passe a dever a outrem por ter feito empréstimo para lhe pagar,
Legal ou convencional, a sub-rogação produz duplo efeito: lib*i,n<»
rio e translatívo. O devedor desobriga-se para com o credor primitivo. niM
os direitos deste se transferem para quem pagou. Fm última análise. p as s.i *
dever à outra pessoa.
Com o pagamento, transferem-se ao sub-rogado todos os direito», ações, privilégios c garantias dc que desfrutava o primitivo credor. A traiul feréncia opera cm relação ao devedor principal e aos fiadores. O deu*
translativo da sub-rogação não se confunde com o da cessão de crédito S#
o crédito não existe, o sub-rogado não pode pedir a restituição do que |wm gou sob o fundamento de que tal garantia lhe era devida pelo credor, o na cessão de crédito. Terá feito pagamento indevido. Ademais, a su h -n w
ção(Huie ser parcial. O credor originário, reembolsado em parte, terá pi« l»
réncia ao sub-rogado na cobrança da divida restante se os bens do devedi* nào chcgarcm para saldar inteiramente a que a um c outro dever, i l.ivciuh»,
pois, pagamento parcial, o crédito divide-se entre o credor primitivo v »• sub-rogado. A preferência do primeiro assenta no pressuposto de que i*i»m deve ser prejudicado por ter concordado com o parcelamento da divida
Variam as condições para a existência da sub-rogação, confbinii «• suas cspécics e subcspccies. Na sub-rogação legal, dispensa-se o consenti» mento do credor, bem como na sub-rogação convencional que se ieull«fl pela vontade do devedor Já em relação á outra subespécie, é impre-.i imli vel. visto como há de resultar de acordo entre ele e o salvem (> <■<«>*• hH mento deve ser dado no momento cm que o credor dá quitaçiu • <j<» /. n > im
que lhe paga.
Nào se exige form a especial para a sub-rogação. Ivideiitetmni» •• consentimento deve ser manifestado dc modo expresso. Nào obstante, «d* voga-sc a form a solene na sub-rogação por vontade do devedot A na/An
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Obrigaçàei 145
ilr segurança Evita-se. com esta exigência, que seja prejudicado outro cre- itoi se a sub-rogaçào for antedatada.
* I Diiçfio cm Pagamento. O credor não pode ser obrigado a receber coisa H vcrsa da que constitui objeto da prestação. Mas a substituição e permitida iVuiii sua aquiescência. C) acordo pelo qual consente na substituição eha-
lliit sc dação cm pagamento (datio in solutum).
A datio in solutum não c propriamente nunlo dc extinção das obriga- Ifftci distinto do pagamento. senão um meio stipletixo Em sc verificando, o Iftvdor nào recebe a coisa devida, mas se satisfaz, porque outra, que aceita. Ih# é entregue pelo devedor. Corresponde, por conseguinte, ao modo nor- mi i de cumprimento.
Para haver dação cm pagamento c preciso que a coisa seja dada em *»•!> intuição da prestação devida, e o credor a aceite em pagamento.
0 que caracteriza a ilação em pagamento ê essa substituição. Por Hpto, não se verifica nas obrigações alternativas, visto que. nestas, as di- H m aiv prestações estão in oMigatione. nem nas obrigações facultativas,
a prestação que está in facultate solutiones. embora possa substituir a H jft «e encontra in obligatione, já foi estipulada como suscetível de ser ob- BN i' do pagamento.
I' essencial o consentimento do crvdor. Não basta que aceite outra *«'i n, & preciso que a receba vomo pagamento. Do contrário, não produzirá t Vt< tio Itberalório. Diz-se que deve haver a intenção comum de efetuar c ■ Do ii.ii » dação em pagamento. Quando, por exemplo, o devedor entrega HPm . oin.1 ao credor para garantir o pagamento da divida, reforçando-o no
»m o da relação obrigacional, a dação dessa coisa não é feita evidentemen- H v t n pjignmento. Só extingue a obrigação a dação aceita pelo credor para B ^ i« i‘i'. i'i do seu crédito
A d a ç ã o cm /ligamento supõe di\ ida vencida. Sc durante a vigência lár uitia o h ignção. credor e devedor acordam modificar o conteúdo do cré- M i •ubstituindo a prestação convencionada, nào há dação cm pagamento.
A daç.to em pagamento pode rei .111 em ili\ ida de qualquer especie A 1 in 1.1 dn lei ao recebimento, pelo credor, de coisa que nào seja dinhci- P»t|vvr s« i mi» i|ui 1 .ul.i 1 nino alusão .!>• 1 uso muis freqüente de dação em ^ m i m i i i lito Realmente. as paites convciicioiiaiam na quase sempre quan-
il< \ «i|«it ImposNibiIltudo d« pitgm »i quantia devida, oleiece, em seu Mini* i-M|u.i demoiislittiido vmtliul. d» p<i|iui. nada olr.l.mdo que. dr
146 Orlando (iítmex
Quando a prestação devida é substituída por um titulo de crédito, .1 transferência importa cessão. Nem sempre, porém, a entrega de um titulu de crédito significa dação em pagamento, pois o devedor pode fazê-la sen i essa intenção e o credor aceitá-la sem considerá-la pagamento. A remessn de um cheque não constitui dação em pagamento.
O efeito que a dação em pagamento produz é a extinção do crédito, qiwl
quer que seja o valor da coisa dada em substituição. Não importa que valha mais ou menos dc que a quantia devida ou a coisa que deveria scr entregue, s. valer menos. o credor não poderá exigir a diferetiça. Sc valer mais, o devei Im não terá o direito de exigir a restituição do excedente. Mas. se o crédito foi irir- xistente, impòem-se a devolução da coisa entregue ou do seu valor
A dação em pagamento é contrato translatívo. Consentindo cm t eccl ber coisa que não seja dinheiro, o credor a adquire, como sc a comprais Por isso. a dação em pagamento rege-se pelas regras do contrato de < <>"»•
pra e venda. Assim, se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento
a obrigação primitiva se restabelece, ficando sem efeito a quitação d.nl.i O Direito moderno desconhece a dação em pagamento coatiw llá de ser convencionada entre os interessados. No Direito romano, cra admiti da sob a forma de uin beneficio concedido ao devedor o beneficiam </> i tn*
nis in solutum - , que consistia na faculdade atribuída ao devedor, qm n.Ui
possuísse dinheiro ou bens móveis, dc pagar a dívida dando em pagam* nui imóv eis para o quais nào tivesse encontrado preço justo. No Direito .iin il »i devedor não goza mais desse favor. Sc o credor não consente, a dação o n» realizável.
H controvertida a natureza da dação em pagamento Segundo lottM que se tomou clássica, encerra novaçâo. Justas críticas sc fazem, poicm « essa construção juridica, notadamente porque, cm v erdade, nào tem dor a intenção de renunciar a seu crédito. Constitui, no entendimento «l< i*n nante, simples convenção quanto á modalidade de pagamento >|u< superpõe á obngaçâo inicial, sem extingui-la.-'
A dação em pagamento nâo se confunde com a d a ç ã o p o » < h
p a g a m en to ou d a ç ã o em fu n ç ã o d e p a g a m en to , figura juridica qu< m< ih«<i se nomearia "d a tio p ro s o lv e n d o ” Trata-se de negocio jurídico dcsiuuidi* s facilitar ao credor a rcali/açãn do seu inu ii v |» ..I,mio > .ui .1 111
tMirigatóe.v 147
ação, cm operação com a qual o devedor assume nova divida. Ocorre nu daçào dc um crédito sem extinção da divida originária, que. ao contrá- r»n é conservada, suspensa ou enfraquecida. Havendo datiopro solvendo. • >li\ ida primitiva só se extingue ao ser paga a nova. O crédito dado solwn- m causa repercute no débito prcccdcntc como uma exceção dilataria,4 por-
i(ii.mto o crcdor somente poderá exigir a primitiva prestação se não Conseguir se satisfazer na sucessiva. Se, em pagamento de uma div ida con- ■Mente na entrega de mercadoria, o devedor emite uma nota promissória ■rvi xolvendo. a obrigação dc dar não se extingue senão quando o título for p«KO. mas o crcdor nào poderá exigi-la novamente antes do inaditnplemen- In ila segunda divida.