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3.2 O perfil dos professores das disciplinas técnicas: caracterizando os sujeitos

3.2.2 Formação profissional

De acordo com o PDI, o IFMG adota como política institucional para seleção de docentes, os requisitos dispostos na Lei 11.784/08, para a carreira do magistério do ensino básico, técnico e tecnológico. A admissão dos professores ocorre de acordo com a necessidade expressa em cada projeto pedagógico de curso e o ingresso na Instituição rege-se pelo que dispõe o Plano de Carreira Docente e o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais, obedecendo aos critérios de seleção previstos no Edital de concurso público de provas e títulos. Nesse processo, são consideradas a formação do docente, a experiência profissional e a produção acadêmica. No Campus Ouro Preto, como pode ser visualizado no gráfico a seguir, no que se refere à formação dos professores das disciplinas técnicas, encontram-se professores com formação em seis áreas, com predomínio da formação em Engenharia. Dos trinta e quatro professores que responderam o questionário, vinte e oito concluíram os cursos de graduação em Universidades Federais Mineiras, como UFOP (22), UFMG (4), UFLA e UFU.

GRÁFICO 3 – Formação dos professores em nível de graduação

Fonte: Questionários da pesquisa (2011).

Essa formação diferencia-se dentro do campo da Engenharia e está diretamente relacionada com os cursos técnicos oferecidos pela Instituição, como mostra o quadro abaixo:

QUADRO 4

Cursos de Engenharia realizados pelos professores

Curso Número de professores

Engenharia (não especificou) 1

Engenharia Agronômica 1

Engenharia civil 6

Engenharia civil e Direito 1

Engenharia de Minas 5

Engenharia de Minas e Civil 1 Engenharia de Operações Mecânicas 1

Engenharia Elétrica 1 Engenharia Eletrônica 1 Engenharia Geológica 1 Engenharia Mecânica 1 Engenharia Metalúrgica 4 TOTAL 24

Fonte: Questionários da pesquisa (2011).

Em relação à Pós-graduação, constata-se que a maioria dos docentes (83%) possui cursos de Mestrado e/ou Doutorado. Essa formação é bastante valorizada, na prova de títulos, nos concursos públicos para preenchimento das vagas de docentes, conforme preconiza o PDI da Instituição e os Editais dos concursos para docente.

GRÁFICO 4 – Formação dos professores em nível de Pós-graduação, considerando-se somente o maior título

Fonte: Questionários da pesquisa (2011).

É importante lembrar que esses dados referem-se apenas aos sujeitos dessa pesquisa, que são os professores das disciplinas técnicas, ou seja, dos 34 professores, 7 são doutores e 20 são mestres. De acordo com dados da Pró-reitoria de pesquisa do IFMG, o número total de docentes com essa qualificação no Instituto é alta e tende a aumentar:

Atualmente, o Instituto possui 380 professores mestres e doutores. Em 2009 eram cerca de 200. A previsão é que, em dois anos, passe a contar com mais 40 mestres e, em quatro anos, mais 50 doutores em seu quadro permanente. Isso está acontecendo porque, além das políticas de capacitação convencionais, o Instituto passou a

oferecer, em 2010, três Dinter’s (Doutorado Interinstitucional) e um Minter

(Mestrado Interinstitucional)99.

Considerando-se os cursos de pós-graduação, fazendo-se uma relação com os dados gerais apresentados em Oliveira N. (2010), observa-se que o panorama de formação dos docentes da Rede Federal em 2008 era o seguinte: 8,9% dos professores possuíam o doutorado; 35,9% mestrado; 37,4% especialização e 17% graduação. Considerando-se a existência das políticas de capacitação docente e o próprio interesse dos professores em sua qualificação, pode-se inferir que no momento esse percentual já tenha se modificado e apresente uma situação nova, tendo em vista também o movimento de expansão de cursos na Rede Federal.

Ainda em relação à formação dos professores pesquisados, outro aspecto que merece ser destacado em sua trajetória é a formação em cursos técnicos de nível médio. O fato de professores de cursos técnicos terem sido alunos de cursos técnicos é comum, conforme mostram algumas pesquisas realizadas em outras instituições da Rede Federal, tais como as de Lima (2005), Guimarães (2008) e Oliveira N. (2010)100. No caso dos sujeitos

99Informativo IFMG, de 13/06/2011. Disponível em: www.ifmg.edu.br, acesso em 15/06/2011

100 No estudo de Oliveira N. (2010), 60% dos docentes da área de formação específica realizaram o curso técnico

de nível médio. Entre os 9 sujeitos da pesquisa de Lima, seis eram ex-alunos de cursos técnicos na instituição que lecionavam. A pesquisa de Guimarães também apresenta como sujeitos professores ex-alunos de cursos técnicos na Instituição Pesquisada. A primeira pesquisa foi realizada em Minas Gerais e as duas últimas, em Pernambuco.

dessa pesquisa, dos trinta e quatro professores, vinte são ex-alunos de cursos técnicos, sendo que a maioria deles (dezesseis) realizou o curso técnico na própria instituição na qual hoje são docentes. Muitos desses professores consideram que o curso técnico realizado contribui para sua prática docente atual. Os dados mostram que um grande número de docentes (80%) cursou Mineração ou Metalurgia, que são os cursos mais antigos da Instituição. Os demais realizaram curso de Edificações, Informática ou Eletrotécnica.

Sobre a formação voltada para o ensino tanto no que se refere aos Programas de Formação Pedagógica para Docentes, quanto à formação em cursos de Licenciatura, poucos foram os professores que tiveram essa experiência. Dos trinta e quatro professores, três cursaram Formação Pedagógica para docentes, cinco cursaram Licenciatura na Graduação (Ciências Biológicas, Letras, Matemática, Pedagogia) e um cursou Mestrado em Pedagogia Profissional. Cruzando estes dados com os relativos ao tempo de experiência no magistério na Instituição, constata-se que dos onze professores que fizeram tais cursos, a maioria (oito) possui mais de quinze anos de serviço na Instituição. No que se refere a cursos de formação continuada, de curta duração, apenas seis professores afirmaram ter realizado tais cursos, sendo que os dados indicam que prevalecem, na formação continuada, os cursos voltados para conteúdos específicos das disciplinas técnicas, e não cursos relacionados ao processo de ensino.

Em relação à formação profissional dos professores, o que os dados permitem concluir é que se trata de um grupo de professores qualificados em termos de pós-graduação, com formação de graduação em diferentes áreas, com predomínio da formação em engenharia(s). A qualificação dos docentes evidenciada pelos cursos de pós-graduação associa-se a outra situação que também é comum no caso da Rede Federal: a ausência de formação voltada para o ensino, que é a situação da maioria dos professores pesquisados, fator já evidenciado em outros estudos, tais como o de Lima (2005), Oliveira N. (2010) e Peterossi (1994). Outro aspecto importante foi a análise dos professores sobre os cursos realizados por eles e sua contribuição para a prática docente. A maioria dos professores indicou mais de um curso, predominando os cursos de graduação, especialização e mestrado, que juntos, representam os que mais contribuem para a prática de 80% dos professores.