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Este capítulo apresenta a fundamentação teórica relativa aos temas que embasam esta pesquisa. Com o propósito de contextualizar a discussão sobre o processo avaliativo, inicia-se pela apresentação da educação a distância online, web 2.0, e os elementos que estruturam processo educacional em contextos virtuais com base nos trabalhos de Litto (2009); Moore e Kearsley (2010); Mattar (2011); Moran (2006); Santos (2005), entre outros. Segue-se com uma revisão da literatura sobre avaliação da aprendizagem e avaliação da aprendizagem online fundamentando-se nos trabalhos de Arredondo e Diago, (2009); Kenski et al. (2006); Kratochwill e Silva, (2008); Longo (2009); Luckesi, (1990); Luckesi, (2011); Polak (2009); Sardelich, (2006); Silva (2006). Finaliza-se o capítulo com a apresentação da Taxonomia de Bloom (BLOOM, 1988), a Taxonomia de Bloom Revisada (ANDERSON, 2001) e a Taxonomia de Bloom Digital (CHURCHES, 2009).

2.1. Caracterização da Educação a distância Online

O presente capítulo apresenta características específicas da educação a distância online.

2.1.1 Estrutura

Moran (2002) conceitua a Educação a distância online (EAD online) como sendo um modelo de ensino-aprendizagem que faz parte da EAD como um todo, constituindo-se uma divisão dela. Segundo o autor, a EAD online constitui um conjunto de ações de ensino e aprendizagem cujo desenvolvimento é mediado por tecnologias de informação e comunicação, por intermédio da internet. Ela é um conceito mais restrito que o de educação a

distância. Esta última seria ampla o bastante para abranger um curso por correspondência, por exemplo, que é á distância, mas não é online (HOCKLY, 2010; MORAN, 2002).

No contexto da educação online, pode-se utilizar de recursos de digitalização, criar e socializar fontes diversas de informação e conhecimento por intermédio de conteúdos que podem ser hipertextuais, mixados ou multimídia possibilitando interações síncronas ou assíncronas entre alunos, professores e conteúdo, permitindo que o conhecimento seja compartilhado entre todos participantes em relações de interatividade “todos-todos” como postula Santos (2005, p.21). Nessa modalidade de ensino-aprendizagem, a colaboração passa a ser uma necessidade. Professores e estudantes podem ser autores e co-autores numa teia de conexões que permitem que o professor esteja ou não no centro do processo e que alunos criem ou co-criem situações de aprendizagem e disponibilizem conteúdos (SANTOS, 2011) utilizando-se de ferramentas da Web 2.0.

Tori (2009) ressalta que Web 2.0 é uma definição não formal utilizada para designar as mudanças pelas quais a internet vem passando e que tem impacto na maneira como os usuários trabalham e estudam por meio da rede mundial. Ela oferece diversas ferramentas e aplicações que dão aos usuários a oportunidade de criar e compartilhar seus conteúdos, além de permitir que os mesmos sejam acessados e manipulados online (TORI, 2009). Tais ferramentas e interfaces prestar-se-iam, dessa forma, a fins pedagógicos cabendo ao professor utilizá-las criativamente para atingir seus objetivos educacionais e instrucionais promovendo a construção do conhecimento.

Existem, segundo Mattar (2011), diversas ferramentas, interfaces ou plataformas possibilitadas pela web 2.0 que facilitariam a troca de mensagens e a comunicação – Facebook, Twitter, Skype, MSN; o Youtube, para o compartilhamento de vídeos; as ferramentas de apresentação de conteúdo como o Slideshare e o Prezi, Google e suas diversas plataformas (docs, alerts, etc.). Algumas dessas ferramentas de comunicação já são mais

comumente utilizadas com objetivos pedagógicos, como por exemplo, o blog – que pode servir como diário virtual e webfolio, e o wiki – que permite a colaboração na criação de textos; além dos mundos virtuais, ou metaversos, como o Second Life (MATTAR, 2011). São interfaces ou ferramentas que potencializariam a colaboração entre os atores do processo de ensino e aprendizagem e que, portanto, merecem estudos aprofundados no sentido de se conhecer melhor seu uso pedagógico. Para o objetivo desse trabalho, é importante saber da sua existência e uso uma vez que tais elementos utilizados no processo de educacional influenciam, por conseqüência, o processo avaliativo.

2.1.2 Ambientes virtuais de aprendizagem

A EAD online realiza-se em ambientes virtuais de aprendizagem (AVA). Santos (2005) caracteriza os AVAs como sendo um conjunto de interfaces digitais que hospeda conteúdos e permite a comunicação, propiciando a expressão e a autoria dos participantes que habitam tais interfaces (SANTOS, 2005).

No mercado da educação online ou de cursos no formato e-learning estão disponibilizados diversos AVAs com vários formatos e custos adequados às necessidades dos clientes ou usuários. Entre estes encontra-se o Blackboard (EUA), COSE (UK), Learning Space (EUA), Moodle (AUS), Teleduc (BR), WebCT (Canadá) (SANTOS, 2005). No Brasil, há tendência de as próprias instituições de ensino desenvolverem seus AVAs, sendo as instituições públicas as que mais os desenvolvem internamente (MATTAR, 2011). Segundo Mattar (2011), no país, diversas empresas possuem seus próprios AVAs, entre esses, destaca- se o WebAula e Portal Educação que incorporaria características da Web 2.0, que é, segundo Mattar (2011), uma tendência crescente entre os AVAs. Crescente, também, seria a utilização de AVAs gratuitos utilizados por diversas instituições brasileiras. A escolha por eles recairia sobre o Moodle apontado como o AVA mais procurado. Acredita-se que em virtude de sua

estrutura de código aberto o que permite que o Moodle seja alterado a qualquer momento pelo usuário, que recursos sejam acrescentados ou removidos de acordo com a necessidade definida pelo responsável pelo desenho didático ou instrucional. Além disso, o Moodle é um software gratuito, que pode ser encontrado para uso na internet.

Nos ambientes virtuais de aprendizagem, pode-se disponibilizar para o aluno e para o professor vários recursos digitais que potencializariam a interação permitindo a produção de conteúdos, o gerenciamento de bancos de dados e o controle das informações circuladas tanto no ambiente quanto por ele (MELO, 2008; SANTOS, 2011). Os recursos podem ser síncronos, nos quais os interlocutores estão conectados e interagem com o recurso ao mesmo tempo ou assíncronos, no qual os interlocutores podem interagir com o recurso em momentos distintos. Dentre os síncronos, destacam-se o chat ou bate-papo, o whiteboard e a videoconferência, e entre os assíncronos, encontram-se o correio eletrônico ou e-mail, o fórum, a lista de discussão, o mural, o wiki, o portfólio, entre outros (GOMES, 2007). Pode-se dispor, também, de tecnologias de comunicação tais como vídeo, TV interativa, cinema, rádio, que possibilitariam a expressão de diversas linguagens, sejam elas imagens, sons, gráficos ou textos que são veiculados por meio de diferentes mídias (SANTOS, 2011). Além de tais recursos, mais voltados diretamente para a comunicação e construção de conhecimentos, o AVA também contaria com outros que seriam fundamentais para sua estruturação, tais como as ferramentas de trabalho e de coordenação. Para facilitar o entendimento de todos esses recursos, Gomes (2007) propõe separá-los em categorias tais como Ferramentas de Cooperação e Interação, Ferramentas Específicas de Trabalho, Ferramentas de Coordenação e Ferramentas de Interação. A disponibilização de todos ou de alguns desses recursos, ou de outros utilizados com propósitos semelhantes, ocorreria de acordo com o desenho educacional/instrucional do curso e teria impacto no processo

educacional. Apresenta-se no quadro 02 a proposta de Gomes (2007) e breve resumo da função de cada uma dessas ferramentas.

Quadro 02 - Ferramentas que compõem um ambiente de EAD online.