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O ENSINO DE GEOGRAFIA NA PERSPECTIVA DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO: UMA ANÁLISE DA MEDIDA PROVISÓRIA 746/2016 e E DA LEI Nº 13.415/2017

Hyago Melo de Sena¹

Graduando em licenciatura plena em geografia E-mail: Hyago36@hotmail.com

Jhony Gonçalves de Lima²

Graduando em licenciatura plena em geografia E-mail: Jhonygoncalvesdelima@gmail.com

Bartira Araujo da Silva Viana³

Orientadora, Professora Doutora do curso de Geografia da UFPI E-mail: bartira.araujo@.ufpi.edu.br

GT: A questão curricular no ensino de Geografia. RESUMO

Esta pesquisa apresentará a situação do ensino de geografia nas escolas partindo do contexto histórico e das reformas educacionais ocorridas no ano de 2016 até a atual gestão do governo federal no campo da educação, enfatizando sua importância como ciência e disciplina escolar. O estudo fará explanações sobre a interferência da MP 746/2016e da Lei nº 13.415/2017 na educação, assim como os reflexos das medidas impostas na sociedade. Assim, essa pesquisa visa mostrar as mudanças decorrentes da aprovação da Medida Provisória - MP 746/2016 e da Lei nº 13.415/2017 na estrutura curricular do ensino médio, em especial do ensino de geografia. A metodologia pautou-se na pesquisa bibliográfica, documental, e na aplicação de questionários aplicados junto a discentes e docentes. Nos resultados será feita uma reflexão sobre a formação da cidadania dos alunos do ensino médio a partir do contexto do ensino de geografia.

Palavras-chave: Conhecimento Geográfico. Reformas Educacionais. Currículo.

INTRODUÇÃO

O ensino de geografia é de fundamental importância na educação, pois contribui para o entendimento do espaço e, consequentemente, daquilo que interfere nele, como as ações antrópicas. Porém, nas escolas brasileiras, o entendimento dos conteúdos desta ciência, seja no ensino fundamental ou médio, deixa a desejar com relação a alfabetização geográfica.

No que diz respeito aos anos iniciais, a organização curricular, tem como ênfase o ensino de matemática e português, isso reflete em poucas discussões geográficas ao longo dessa fase escolar. Consequentemente os anos seguintes do fundamental e ensino médio a ciência geográfica se revela tímida, o que reflete um processo de aprendizagem dos conteúdos geográficos de maneira deficiente pelos alunos.

Portanto, debater sobre as reformas educacionais torna-se importante, visto que proporciona um melhor entendimento sobre o tema, colaborando para a construção da democracia no meio educacional, entre professores, alunos e representantes políticos.

Assim, a pesquisa visa mostrar as mudanças decorrentes da aprovação da Medida Provisória - MP 746/2016 e da Lei nº 13.415/2017 na estrutura curricular do ensino médio, na perspectiva do ensino de geografia, destacando as dificuldades na docência em geografia e a relação do aluno com ciência geográfica.

Para a efetivação deste trabalho, utilizou-se a pesquisa bibliográfica de textos referentes às reformas educacionais no Brasil e o ensino de geografia. Também foi realizada a pesquisa documental, através da análise de leis, a exemplo das legislações BRASIL (2016; 2017). Posteriormente, foram aplicados questionários com 3 discentes e 1 docente do curso de geografia da UFPI, com questões abertas (subjetivas) e relacionadas às reformas educacionais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ensino brasileira no seu contexto atual (2017) tem apresentado uma ênfase pragmática com relação ao ensino de matemática e português. Essa ênfase tem ocasionada a desvalorização das demais disciplinas escolares. Dessa forma, percebe-se que está ocorrendo um retrocesso no sistema educacional do Brasil, manifestada através de forças ideológicas e de políticas do governo. De acordo com Vesentini (2009, p.14):

O grande problema é que esse viés está se tornando hegemônico. Não fosse isso, seria até mesmo perda de tempo mencionar tais concepções pedagógicas arcaicas, as quais, no máximo, serviriam para divertir os leitores. Mas nos últimos anos, infelizmente, elas vêm ganhando terreno no debate cultural e político brasileiro. E se expandem mesmo na prática, isto é, nas legislações e no cotidiano da sala de aula de escolas particulares e inclusive públicas. Não é apenas este ou aquele jornalista ou algum político isolado, deste ou daquele partido específico, que propala essas quimeras. São pessoas oriundas de diversas vertentes político-partidárias e ideológicas – tanto de “esquerda” com de “direita”, se é que essas noções têm alguma serventia para nossa realidade atual.

A perspectiva de uma educação melhor está vinculada a propagação de conhecimentos sobre o contexto sociopolítico e econômico que possam estimular o senso crítico do aluno para compreender a realidade atual. Nas escolas o ensino de geografia voltado para esse campo encontra-se na geopolítica, aliada as outras ciências como história, matemática, sociologia, entre outros, no intuito de articular ideias para combater concepções de cunho ideológico e políticos divergentes da sociedade e procurar soluções democráticas capazes de resolver esses impasses no convívio social.

Além da geopolítica, a construção do saber geográfico na escola pode ser um estímulo para o entendimento da realidade social, no qual o aluno se encontra, é também carregado de significações, representações e ideologias que compõe a sociedade.

A Medida Provisória 746/2016 foi instituída com o objetivo de reformular a educação, nos requisitos de melhorar o ensino médio e dar oportunidade a novas formas de “Gestão” na área do magistério (BRASIL, 2016). Porém, ela foi feita de forma indireta, ou seja, na sua elaboração estava composto um grupo minoritário de pessoas, grupos conservadores da política, que formulou com base em conhecimentos vagos; e dada de forma especulativa aos professores ao ponto de não evocar um plebiscito, entre sociedade, alunos e o magistério para compor esta Medida Provisória.

O ensino que antes se tornava pouco atrativo devido à falta de recursos e estrutura nas escolas, agora se tornou uma opção para os alunos, que poderá escolher entre áreas de conhecimento específico (Ciências Humanas, da Natureza, Linguagens e Matemática e formação técnica e profissional) para construir seu projeto de vida através do ensino superior ou na formação de profissionais voltado para o mercado (sistema capitalista).

A Lei nº 13.415/ 2017, regulamenta a Medida Provisória 746/2016, ressaltar a obrigatoriedade do ensino de matemática e português, assim como artes, filosofia, sociologia e as outras ciências são restritas a projetos de vida do aluno, logo o ensino de geografia fica restrito, maneira genérica, ao Exame nacional do ensino médio. Como ressalta Brasil (2017) no “Art. 35A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento: I linguagens e suas tecnologias; II matemática e suas tecnologias; III ciências da natureza e suas tecnologias; IV ciências humanas e sociais aplicadas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como resultado obtido constatou-se que os 3 discentes na análise de sua resposta sobre a MP 746/2016, dando ênfase na Lei 13.415, ressaltaram que ficaria prejudicado o ensino de geografia e como ciência se mostraram contrários também, porque não seria abordado em sua totalidade, conforme ocorre no Exame Nacional do Ensino Médio. O Docente enfatizou que essa matéria é de extrema importância para a formação cidadã, mesmo sendo abordado nas ciências humanas, e não deveria ser retirado do currículo a ciência geográfica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A democracia é indispensável para a formação de uma sociedade livre e justa, de modo que todos participem das decisões que os nossos representantes políticos imporem; visando nosso “bem-estar”. Logo, entender as reformas na educação no Brasil, no ensino de geografia, proposto pelo governo atual é de fundamental importância para reiterar, ideais que foram suprimidas por representantes do poder público de forma indireta na criação de leis, MP e entre outras.

Portanto, o ensino de geografia é importante para cidadão, no que diz respeito a construção do indivíduo, enquanto um agente modificador do espaço. Nessa mesma perspectiva, perceber as mudanças educacionais na conjuntura atual do governo é relevante para tornar o indivíduo critico e capaz de relacioná-las ao seu cotidiano, através dos seus impactos, como a falta de conhecimento sobre a cartografia, climatologia e outros.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Medida Provisória 746 de 22 de setembro de 2016. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 set. 2016. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Mpv/mpv746.htm > Acesso em: 21 dez. 2016.

______. Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. Altera as Leis Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei Nº 5.452, de 1o de maio de 1943, e o Decreto-Lei Nº 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei Nº 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 17 fev. 2017.

VESENTINI, José William. Repensando a geografia escolar para o século. São Paulo: Plêiade, 2009.

FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O

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