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Na geração de inovações, algumas ações e esforços são empreendidos pelas organizações para que o desenvolvimento seja bem sucedido. A Tabela 5.8 apresenta a participação das empresas nacionais analisadas pelo IBGE em cada uma das atividades inovativas de acordo com o seu grau de importância.

Tabela 5.8. Grau de importância das atividades inovativas desenvolvidas por empresas de MIA, segundo as PINTECs 2000, 2003 e 2005.

Atividades inovativas

PINTEC 2000 PINTEC 2003 PINTEC 2005

Alta Média Baixa/

NR* Alta Média Baixa/ NR Alta Média Baixa/ NR Atividade Interna de P&D

Aquisição externa de P&D Aquisição de máquinas e

equipamentos Treinamento Introdução das inovações tecnológicas no mercado Projeto industrial e outras

preparações técnicas 44 (28%) 18 (11%) 65 (42%) 80 (51%) 45 (28%) 78 (49%) 38 (24%) 0 (0%) 27 (16%) 34 (22%) 29 (18%) 14 (9%) 77 (48%) 140 (89%) 66 (42%) 43 (27%) 84 (54%) 66 (42%) 126 (38%) 7 (2%) 286 (85%) 197 (59%) 97 (29%) 185 (55%) 10 (3%) 0 (0%) 12 (4%) 66 (20%) 49 (15%) 61 (18%) 199 (59%) 328 (98%) 37 (11%) 72 (21%) 189 (56%) 89 (27%) 74 (34%) 9 (4%) 76 (35%) 89 (41%) 45 (21%) 94 (43%) 5 (2%) 1 (0%) 15 (7%) 25 (11%) 27 (12%) 29 (13%) 139 (64%) 209 (96%) 128 (58%) 105 (48%) 147 (67%) 96 (44%) Fonte: Adaptado de IBGE – PINTECs 2000/2003/2005.

*NR: Não realizou.

A análise da evolução das atividades internas de P&D indicou que no primeiro período, cerca de 77 empresas consideravam essa atividade como de baixa importância. Essas empresas representavam na época, aproximadamente 48% de todas as empresas de MIA. As demais empresas consideraram que as atividades internas de P&D apresentavam média importância (24%) ou alta importância (28%). Essa situação foi alterada nos períodos seguintes.

No segundo período da pesquisa, o número de empresas que consideraram as atividades internas de P&D como de baixa importância subiu para 59%. No entanto, nesse período o número de empresas que consideraram essa atividade como importante, também se elevou, passando para 38%. Na realidade, essa última situação é a que realmente importa, uma vez que são essas empresas traduzem o grau de inovação do setor.

Portanto, pode-se assumir que as alterações foram positivas no segundo período analisado em relação ao primeiro. No terceiro período, o percentual de empresas que consideraram a importância da atividade interna de P&D como baixa foi 64%.

Quanto à aquisição externa de Pesquisa e Desenvolvimento, observou-se que a grande maioria das empresas afirmou que sua importância é baixa ou que não realizaram essa atividade.

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Os números relacionados à aquisição de máquinas e equipamentos mostram que no primeiro período, o grau de importância alto e baixo se equivaleram, ficando em torno de 42% do total das empresas. As demais empresas (16%) consideraram que a aquisição de máquinas e equipamentos apresenta média importância.

A importância da aquisição de MIA foi significativamente alterada no período seguinte, passando para 85%. O grau de importância médio e alto apresentaram reduções para 4% e 11%, respectivamente.

No terceiro período pesquisado, a importância desse indicador foi novamente reduzida para 35%.

As atividades de treinamento foram consideradas de alta importância independentemente do período analisado. No primeiro período, mais da metade das empresas consideraram as atividades de treinamento como muito importantes, enquanto aproximadamente 27% das empresas não realizaram essa atividade.

No período seguinte, o percentual de empresas que utilizaram o treinamento como atividade complementar ao desenvolvimento de inovações tecnológicas aumentou para 59%.

O IBGE identificou que no terceiro período, as empresas reduziram o treinamento em suas atividades inovativas em comparação aos dois períodos anteriores, ficando em torno de 41%. Essa redução é significativa e preocupante, considerando a importância do treinamento da mão-de-obra para a implantação e desenvolvimento da inovação.

Nos três períodos analisados pelo IBGE, a introdução das inovações tecnológicas no mercado teve importância baixa ou não foi realizada pelas empresas. Os percentuais foram crescentes e variaram de 54% no primeiro período, para 67% no terceiro período da pesquisa.

A realização de projetos industriais e outras preparações técnicas foram relatadas como atividades de alta importância, nos três períodos analisados, para a maioria das empresas pesquisadas. Essa situação ocorreu principalmente no segundo período, no qual 55% fizeram essa consideração. A atividade de projeto industrial e outras preparações técnicas são importantes porque são realizadas continuamente, sempre associadas a algum

projeto específico que resulte em alterações no processo produtivo ou no registro final de novos produtos.

As atividades de P&D e os esforços das empresas da pesquisa de campo visando melhorar seus aspectos tecnológicos e o desenvolvimento e implementação de produtos ou processos tecnologicamente novos ou aperfeiçoados encontram-se no Quadro 5.2.

Quadro 5.2. Atividades inovativas desenvolvidas em 2008 e 2009.

A B C D E

Atividades internas de P&D Sim Sim Sim Sim Sim

Aquisição externa de P&D Sim Não Não Não Sim

Aquisição de máquinas e equipamentos Sim Sim Sim Sim Sim

Treinamentos orientados ao desenvolvimento de produtos/processos Sim Sim Sim Sim Sim

Introdução de inovações tecnológicas no mercado Sim Sim Sim Sim Sim

Projeto industrial e/ou preparação técnica para a implantação de

inovações de produto e processo Sim Sim Sim Sim Sim

Empresa Atividades Inovativas

Todas as empresas estudadas realizaram atividades internas de P&D nos dois últimos anos. Os motivos principais para isso foram a atualização tecnológica do parque fabril, a entrada em novos mercados, o atendimento as necessidades dos clientes, a oportunidade de geração de diferenciação de produtos e ganhos de competitividade em relação às empresas concorrentes.

Normalmente, empresas de grande porte possuem capacidade para a realização de investimentos internos em P&D e contam com profissionais especializados e dedicados a essas atividades.

Três das cinco empresas analisadas não realizaram aquisição externa de P&D nos dois últimos anos, provavelmente em razão do desenvolvimento interno de P&D ter sido suficiente para atender às necessidades da organização. As empresas que realizaram a aquisição externa de P&D, o fizeram por motivos distintos. Uma delas necessitava de incorporar a tecnologia adquirida no desenvolvimento de um novo produto, enquanto a outra buscava adquirir know-how diferenciado para a fabricação de produtos voltados principalmente ao mercado externo.

As empresas da amostra adquiriram máquinas e equipamentos nos dois últimos anos, e apresentaram razões variadas para isso. As principais foram a incorporação de

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novas máquinas e equipamentos no processo produtivo, aumento da produtividade por meio da diminuição do tempo de processamento dos produtos, sobretudo, pela possibilidade de redução de custos em razão da substituição dos equipamentos obsoletos.

A capacitação para obtenção de novos conhecimentos tecnológicos foi o principal motivo da realização de treinamentos orientados ao desenvolvimento de produtos/processos nos dois últimos anos. Além dessa razão, foi apontada a necessidade de reciclagem do corpo de funcionários, principalmente em relação à utilização de novos sistemas informatizados incorporados aos processos produtivos.

O treinamento é uma ferramenta importante nas empresas que buscam a excelência e a qualidade. Os impactos de um treinamento de longo prazo nas inovações tecnológicas em uma organização podem ser verificados através dos índices de desempenho, motivação e atitudes dos participantes.

As empresas valorizam essa atividade, entendendo que a sua realização possibilita a obtenção de resultados favoráveis que resultam em melhoria da produtividade dos funcionários, por meio de sua adequação às normas estabelecidas para as atividades que exercem cotidianamente.

As introduções de inovações tecnológicas no mercado foram realizadas por todas as empresas, com a intenção de diferenciar produtos, evitando a competição baseada exclusivamente nos preços. Todavia, tais inovações são, em sua maioria, resultados de inovações apenas incrementais, de modo que todo produto novo para a empresa é considerado como uma inovação.

A realização de algum projeto industrial e/ou preparação técnica para a implantação de inovações de produto e processo foi praticada pelas empresas pesquisadas. Os dois principais motivos foram a adequação da linha de montagem para a fabricação dos novos produtos e a necessidade da construção e teste de protótipos. Uma das empresas relatou que a cada novo projeto, uma série de ações e investimentos são realizados na fábrica e o grau de mudança é determinado pelas necessidades de alterações no produto.

As atividades de projeto industrial e outras preparações técnicas é continuamente necessária, uma vez que está vinculada a projetos específicos, que resultem em mudanças no processo produtivo ou no registro final de novos produtos.