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HISTORY ON INDIGENOUS PEOPLE: METHODS AND MEMORIES AS A HISTORIOGRAPHICAL RESOURCE

Eduardo Periusa

Júlio Ricardo Quevedo dos Santosb

a Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Maria – eduardo.perius@gmail.com

b Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Maria – j-quevedo@uol.com.br

RESUMO

O presente artigo busca estabelecer diálogos e problemáticas nas relações entre a História enquanto ciência e a utilização da memória como recurso para obtenção de dados a respeito de um recorte temporal/espacial específico e elemento norteador de identidades indígenas. Apresenta-se para fins introdutórios e de maneira breve algumas características gerais referentes à estas duas formas de pensarmos o tempo passado, percebendo semelhanças e diferenças, colocando as mesmas enquanto não estáticas, sob as possibilidades de transformação a partir das experiências dos sujeitos entre si e com seu meio no tempo presente. Destaca-se a utilização de métodos enquanto diferenciador principal entre História e memória, abordando a busca pela redução da taxa de incerteza a partir de regulamentos estabelecidos e aceitos pela comunidade científica que se compõe pela intersubjetividade do conhecimento histórico. Busca-se apresentar as possibilidades do emprego das memórias no que se refere ao estudo do passado dos indígenas Kaingang, que passam a fixar residência na cidade de Santa Maria a partir da década de 1990, na tentativa de problematizar as concepções apresentadas em historiografia convencional e nas fontes escritas e oficiais enquanto forma de acessar o passado.

Palavras chave: Historiografia, Método, Memória, História Indígena. ABSTRACT

The present article seeks to establish dialogues and problems in the relations between History as a science and the use of memory as a resource for obtaining data regarding a specific temporal/spatial clipping and guiding element of indigenous identities. Presents for introductory and brief purposes some general characteristics regarding these two ways of thinking the past time, perceiving similarities and differences, placing them as non-static, under the possibilities of transformation from the experiences of the subjects between them and with your means in the present time. It’s important to highlight the use of methods as the main way of difference between History and memory, addressing the search for the reduction of the uncertainty rate from regulations established and accepted by the scientific community that is composed by the intersubjectivity of historical knowledge. We search to present the possibilities of the use of memories in the study of the past of the Kaingang natives, who began to settle in the city of Santa Maria in the 1990s, in an attempt to problematize the concepts presented in conventional historiography and in written and official sources as a way of accessing the past.

Por muito tempo, acreditava-se que a História enquanto ciência seria completamente estática. Uma vez produzido determinado conhecimento referente ao passado de um grupo social, estaria este contemplado com a verdade absoluta a respeito de sua trajetória dentro da perspectiva temporal e espacial. As formas de interpretar os eventos do antes do agora, dentro deste pensamento, dispunham de provas concretas deixadas para nós no presente, resquícios que nos traziam informações neutras e sem objetivo de convencimento ou ponto de vista político daqueles que os escreveram ou fabricaram. Sendo assim, eram consideradas fundamentalmente para fins de estudos históricos, aqueles documentos que supostamente não passassem por transformações de conteúdos com o decorrer dos anos. Desta forma, a valorização e seleção documental primava por aqueles vestígios de caráter escrito e oficial, ou seja, tudo aquilo que pertencia às instituições administrativas que respondiam diretamente aos anseios do Estado. Com o passar dos anos, novos pensadores trouxeram novas interpretações sobre o que pode ser considerado válido enquanto fontes históricas e as diferentes formas de interpretá-las.

A situação a respeito do que pesquisar estaria permeada sempre por considerações de subjetividades daqueles que escreviam sobre o tempo passado e seus diferentes atores sociais. A partir deste momento, principalmente das décadas de 1980 e 1990 no Brasil, é que

ganham maior importância e

representatividade, por exemplo, o uso das memórias enquanto recurso para o historiador ou historiadora obter informações relevantes e que, na maior parte dos casos, não aparecia em meios oficiais de reprodução, uma vez que, as disputas por visibilidade e representatividade eram uma constante na luta pelo poder, pela memória e pelo passado.

Considerando estas transformações no que se refere o pensar a ciência histórica, suas interpretações e formas de acessar dados sobre o passado é que possibilita-nos criar os devidos vínculos entre as mudanças supramencionadas e as perspectivas historiográficas que tratam

contexto, que busca demonstrar que estes sujeitos agiam por motivações próprias, apesar do contexto de expropriação de suas terras e redução populacional ocasionada principalmente por doenças e guerras.

Forma-se assim, a tríade “história, memória e povos indígenas” que contribui significativamente para os debates que buscamos estabelecer a partir do projeto a ser desenvolvido à nível de Mestrado Acadêmico em História pela Universidade Federal de Santa Maria. O mesmo procura compreender a complexidade do processo de ocupação recente da área correspondente à Aldeia Três Soitas, localizada próxima ao Terminal Rodoviário da cidade de Santa Maria, em um contexto de reterritorialização de espaços que faziam parte da territorialidade dos ancestrais Kaingang. O presente artigo está inserido dentro deste projeto mais amplo que busca compreender a importância da memória dos povos indígenas para a complexificação da historiografia, possibilitando o conhecimento de perspectivas e informações dos próprios atores que compõe o “objeto” de estudo, demonstrando, desta forma, as constantes disputas e versões da História.

Desenvolvimento

Durante um longo período, foi atribuído aos indígenas um papel secundário na historiografia brasileira. Com raízes positivistas, a historiografia não dava direito a voz aos mesmos, sendo considerados como meros espectadores do processo histórico, indivíduos que no decorrer do período de colonização foram dizimados ou assimilados ao modo de vida dos não indígenas.

Vários foram os historiadores que escreveram a respeito dos chamados “gentios” durante o processo de colonização dos ibéricos na América. Conquistando amplo espaço no meio acadêmico, a historiografia convencional buscava servir ao discurso nacional elitista, camuflando a participação dos povos originários, colocando-os como selvagens e primitivos a fim de tirar a legitimidade de um movimento que buscava a garantia de direitos, principalmente, o referente à terra. Nesta

eram os escritos dos missionários da Companhia de Jesus, de representantes das Coroas Espanhola e Portuguesa na América, responsáveis pela administração das políticas de colonização e também, documentos produzidos durante o período imperial e primeiros anos da República. Este ponto de vista presente nas fontes escritas jesuíticas, estudado de forma aprofundada por Eni Orlandi (2008) em seu livro “Terra à Vista – Discurso do confronto: Velho e Novo Mundo”, aborda de forma bastante incisiva a questão do silenciamento no discurso. A autora aponta que em muitos casos, além de estereotipar e difundir ideias equivocadas a respeito dos indígenas, estes sequer aparecem.

No caso do discurso da colonização, o sujeito colonizado não pode ocupar posições discursivas (com seus estatutos e sentidos) que o colonizador ocupa. Mais do que isso, é a partir das posições do colonizador que são projetadas as posições possíveis (e impossível) do colonizado. Seu dizer está assim predeterminado pela posição do colonizador.[1]

Com base neste discurso do colonizador, a historiografia convencional se constituiu e produziu visões estereotipadas sobre os indígenas que estão presentes até hoje no senso comum. Esta é responsável pela invisibilização e/ou reprodução de preconceitos que vêm de longa data, e legitimam ações hostis contra estes povos. Esta historiografia bebia das ideias positivistas, ao considerar apenas os documentos ditos oficiais, escritos pelas autoridades colonizadoras, e elaborar hipóteses a partir do pensamento eurocêntrico. Os pontos de vista dos indígenas, na maioria das vezes, não eram considerados.

[...] na historiografia brasileira, na qual os índios têm tido participação inexpressiva: aparecem, grosso modo, como atores coadjuvantes, agindo sempre em função dos interesses alheios. [...]. Integradas a colonização, as populações indígenas perdiam, junto com a guerra, suas culturas, identidades étnicas e todas possibilidades de resistência [...] foram absorvidos pelo sistema colonial como vítimas indefesas, aculturaram-se,

história. [2]

Os anos seguintes de 1800 marcam um salto expressivo no número de produções literárias de cunho historiográfico no Brasil. Não que em anos anteriores não houvessem publicações de materiais escritos, mas é neste século, mais especificamente, a partir de 1838, com a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que assume importante função no que se refere à produção intelectual no país, que se tem um boom de produções textuais sobre o passado nacional.

A principal expectativa atribuída ao IHGB era de construir uma identidade nacional mais coesa através da publicação de estudos de caráter nacionalista. A partir daí se presenciou uma série de escritos que tem investimentos por parte do Estado na formação de um ideal de nação, que exaltava os valores culturais pertencentes aos europeus e ignorava a participação histórica de negros e indígenas no processo de construção da identidade brasileira. O Instituto foi uma ferramenta a favor dos interesses da elite constituída no poder, a fim de legitimar ações que excluíam determinadas camadas da sociedade das políticas de governo e das representações nacionais. Negava-se a presença de elementos afrodescendentes e/ou indígenas de quaisquer setores da sociedade, colocando-os como obstáculos na busca pelo auge civilizacional.

Nesse sentido, a organização do IHGB foi um esforço das elites letradas e políticas na constituição de um passado comum a todos os brasileiros, tendo na chegada dos portugueses o início da História brasileira. Buscava-se através dos moldes positivistas, evolucionistas e lineares presentes no pensamento europeu da época, e que alcançava adeptos no Brasil, formar um ideal de futuro centrado no progresso e na civilização. Tal meta encontrava desafios, uma vez que o Brasil era formado por grandes contingentes de escravizados negros provenientes de África e de diversas etnias indígenas, representantes do atraso e da barbárie de acordo com o juízo da época. Passou-se então a se utilizar táticas que fossem capazes de invisibilizar e apagar estes grupos sociais da História, não

objetivo.

Como se pode notar na obra de Jorge Salis Goulart (1985) ao falar da formação do Rio Grande do Sul assinala que “ao índio, se deparava um meio de vida completamente adequado à sua índole ativa e indolente”, assim como, “o elemento aborígene é entre nós inferior ao do extremo norte [...]”[3], o que é tido como fundamento para a defesa da ideia de um Rio Grande do Sul supostamente superior, uma vez que a “raça” branca representava maioria em relação à negra e indígena.

Outra literatura semelhante à obra supramencionada é o livro intitulado “História do Rio Grande do Sul” de Emílio de Souza Docca (1954), no qual são apresentados diversos trechos que tem o entendimento dos indígenas a partir deste ideal branco/eurocêntrico. Ao referenciar os Tapes, o autor faz as seguintes descrições,

[...] temperamento dócil e por isso se submeteram com facilidade à catequese dos jesuítas e foram, dos habitantes primitivos do Rio Grande do Sul, os primeiros que saíram, em sua totalidade, do estado selvagem. [4]

É num contexto recente da historiografia do Brasil, mais especificamente a partir da década de 1990, com o processo de redemocratização, após a ditadura civil-militar, que surge uma perspectiva, embasada em novos parâmetros e ideias. Trata-se de um período de fortalecimento dos diferentes movimentos sociais, que ganham força e maior visibilidade perante a sociedade. Tal vertente historiográfica ficou conhecida no meio acadêmico como Nova História Indígena e desempenhou um papel vital no que se refere à desconstrução e superação da perspectiva convencional.

Considerando este pensamento historiográfico, percebe-se uma aproximação entre a História, a Antropologia e a Etnografia, que ganha ainda mais força num contexto de expansão da noção de fonte histórica, deixando de ser exclusivamente de teor escrito e oficial. Desta forma, a tradição oral (principal atributo dos povos originários do Brasil) recebe maior

possibilitando a abordagem dos pontos de vista do dito “colonizado”, contribuindo para a quebra do silenciamento imposto pela historiografia convencional às populações ditas subalternas.

O novo Indigenismo, emergente, encontrou desde seu início forte aliado no meio antropológico, que passou a basear suas pesquisas e estudos não somente nos interesses acadêmicos, mas também na necessidade de conhecer e oferecer suporte para as lutas e reivindicações dos indígenas. [5]

A partir desta reformulação dos parâmetros da escrita da História é que são elaboradas algumas críticas sobre as formas de perceber os indígenas, como também do uso de certas terminologias até então adotadas em ampla escala pelos historiadores, passando a atuar significativamente na luta pela transformação social.

A Nova História Indígena se caracteriza pelo reconhecimento da diversidade dos povos indígenas, assim como, pelo protagonismo exercido por estes sujeitos históricos na sociedade colonial até a atualidade. Neste sentido

[...] os povos indígenas buscavam rearticular-se para sobreviver o melhor possível no mundo colonial. [...] agiam por motivações próprias, ainda que pressionados por uma terrível conjuntura de massacres, escravizações e doenças. [2]

A partir do trecho acima percebe-se a guinada radical que se constrói a partir desta nova visão. Os indígenas antes tidos como submissos aos colonizadores e que abandonavam suas culturas e histórias para serem absorvidos pela sociedade “branca”, passaram a desempenhar papel central na História, elaborando diferentes estratégias a fim de garantir a manutenção cultural e a preservação dos modos de ser. Estes agiram a partir de interesses próprios e criaram mecanismos com o intuito de se adequarem ao novo contexto formado. Não se trata da negação dos problemas e perdas enfrentados pelos mesmos, mas traz os indígenas que são

é constituído a partir da chegada dos ibéricos.

Resultados e discussão

Como mencionado anteriormente, busca-se através do presente trabalho abordar as considerações sobre como são vistos os indígenas a partir das perspectivas historiográficas convencional e da Nova História Indígena, destacando pontos válidos referente ao viés teórico e metodológico para a pesquisa a ser desenvolvida com os indígenas da etnia Kaingang que se fixaram na cidade de Santa Maria a partir de 1990.

Os Kaingang no Rio Grande do Sul passaram historicamente por um processo bastante complexo, do qual resultaram diversas transformações na organização social e econômica, principalmente no que tange às relações com a terra.

A expropriação das terras, principalmente na região Norte do Rio Grande do Sul – área mais densamente ocupada por esta etnia – foi na maior parte do tempo, justificada pelo próprio Estado, que defendia um ideal produtivo capitalista da propriedade, assentando trabalhadores imigrantes, italianos e alemães (em sua maioria), a fim de que contribuíssem para a diversificação do mercado interno. Uma das políticas adotadas pelo Estado foi o aldeamento, ou seja, a restrição da circulação e ocupação por parte dos indígenas em áreas oficialmente demarcadas, com o objetivo de evitar conflitos entre os colonos e os Kaingang.

principalmente no que tange à formação dos primeiros aldeamentos a partir de 1846, sendo estes, Guarita, Nonoai e Campo do Meio. A questão da formação de aldeamentos não é uma prática isolada, mas imersa em um contexto de ampliação das terras para exploração econômica através da alocação de imigrantes que são reconhecidos como os trabalhadores nacionais.

Diversos são os relatos apresentados na historiografia que falam dos confrontos entre colonizadores e indígenas, sendo os mais conhecidos, as chamadas “correrias”, nas quais os Kaingang se organizavam, invadiam propriedades e saqueavam os colonos.

Buscando criar uma barreira entre estes dois grupos, o Estado vai criar esses aldeamentos, ou seja, vai restringir a área de ocupação indígena, estabelecendo os limites entre o que é dos Kaingang e o que é dos colonos. Neste momento, grandes porções que eram tradicionalmente ocupadas são remanejadas em nome do expansionismo agrário e do aproveitamento agrícola, deixando os indígenas em situações cada vez mais difíceis para manter os elementos tradicionais de sua cultura, uma vez que a sobrevivência do modo de ser Kaingang está diretamente relacionada à terra.

Para a etnia que é foco da pesquisa, as relações com o meio se dão de uma forma diferente daquela percebida por uma sociedade capitalista. Os Kaingang não têm na terra somente uma forma de subsistência, um meio pelo qual se extrai aquilo que é necessário para viver ou ascender economicamente, mas também, é esta relação com a terra, os animais e as plantas que determina e que representa o modo de ser destes indivíduos. O indígena Kaingang é resultado não somente de si, mas da sua localização e convivência com o meio. Desta forma, a expropriação de terras tradicionalmente ocupadas, representou uma imensa perda, interferindo de forma negativa na sua organização social vigente no período anterior ao contato.

Em 1910 é criado o SPI (Serviço de Proteção ao Índio) tendo caráter tutelar sobre os povos indígenas, atuando de acordo com os interesses do Estado da época, com o objetivo de guiar

Figura 1 - Vista parcial da Aldeia Kaingang Três

sociedade brasileira, transformando-os em trabalhadores nacionais. Sendo assim, é possível afirmar que o objetivo era de assimilar os indígenas para o sistema de produção capitalista, enquanto contribuintes ao desenvolvimento econômico do país. A partir deste momento são distribuídos para os indígenas, ferramentas agrícolas, sementes e outros utensílios para a prática da agricultura, visando incentivar a produção. Apesar de ser criado empunhando a bandeira de “defesa” dos interesses dos indígenas, o SPI acabava por buscar uma inserção dos Kaingang no modo de produção capitalista e ainda, interferia na administração das terras demarcadas, aprovando à exploração por arrendatários e também por madeireiras, excluindo os indígenas na distribuição dos benefícios econômicos provenientes destas práticas e destruindo o meio natural ainda restante.

Podemos concluir que a situação de vida destes sujeitos sofreu fortes impactos, principalmente no que se refere à manutenção de elementos culturais tradicionais. A respeito de todo este processo, vários autores buscaram escrever, trazendo em suas interpretações várias características subjetivas.

Partindo do pressuposto da subjetividade do historiador, percebemos que não existe a neutralidade tão defendida pelos positivistas. Os documentos ou fontes das quais utilizamos para obter informações sobre o tempo passado também carregam em si os interesses e pontos de vista de seus produtores. Desta forma, a ideia da construção de uma ciência histórica estática e finda jamais poderia ser alcançada, pois, como demonstrado anteriormente, utilizando como exemplo o caso dos povos indígenas, as formas de ver e escrever sobre os atores históricos sofre transformações no decorrer do tempo.

As mesmas transformações podem ser encontradas quando se trata das fontes históricas. No caso dos indígenas, durante muito tempo, eram utilizados somente documentos escritos de origem oficial, ou seja, de instituições que desempenhavam grande influência política, econômica e social, e que eram ocupadas na maior parte dos casos por indivíduos de elite, brancos e católicos que

atores que não se encaixavam dentro destes padrões. Estas condições se aplicam, principalmente, pelo fato de o conceito de ciência e História ter sido criado a partir dos parâmetros europeus, instituindo uma concepção do tempo linear e sucessiva, cuja ponta mais avançada se encontrava na Europa, ficando todos os demais povos para trás nessa corrida para o progresso. Neste sentido, os