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i – do recurso da ré

No documento rdj104 (páginas 129-137)

Em relação aos direitos previstos constitucionalmente, tais como, liberdade de manifestação do pensamento e informação versus preservação da intimidade, privacidade e honra, sobre os quais, obviamente, não se admite o conflito propriamente dito. Entende-se que devem coexistir, contudo, respeitadas as proporções de seu exercício. Eis a ideia do abuso de direito:

“A doutrina do abuso de direito não exige, para que o agente seja obrigado a indenizar o dano causado, que venha a infringir culposamente um dever pre- existente. Mesmo agindo dentro do seu direito, pode, não obstante, em alguns casos, ser responsabilizado.”1

A harmonização dessa coexistência nem sempre é um exercício simples. Entender em qual medida cada direito deve se limitar consiste em tarefa de grande sutileza. A questão da liberdade de imprensa frente ao dano moral consubstancia tema frequente em nossa sociedade, sendo objeto de opiniões de diferentes vertentes.

1 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 57.

O fato é que, por inúmeras vezes, nos deparamos com verdadeira situação de devastação da vida de indivíduos, com a total ruína de seus relacionamentos pessoais, profissionais, sociais a pretexto de informar a sociedade. É bem verdade que sobressai o brilhantismo do direito e do dever de informar quando se trata de fatos verídicos e que guardam grande relevância para o meio social.

Apenas me oponho à prática de informação que é feita de uma forma rasa, sem aprofundamento das verdades, pecando no respeito à dignidade da pessoa humana que deve ser incondicionalmente preservada.

A dignidade da pessoa humana traduz o norte de nosso ordenamento jurídico. Todos os direitos devem a essa se curvar, pois o patrimônio mais valioso que qualquer indivíduo pode possuir e, em consequência, nossa própria sociedade. Não se faz uma sociedade digna com indivíduos que não usufruam amplamente da dignidade humana. Caso se permita uma série de rupturas a esse bem jurídico, estaremos por permitir a ruína de toda a coletividade.

Não quero dizer, dessa forma, que temos o dever de impedir que os indivíduos sofram os desprazeres de assistirem a seu patrimônio moral abalado, pois, muitas vezes, é o preço que se paga por sua má conduta social. A informação dessa advinda, apenas, corresponde à consequência de seu mau proceder. Nesses casos, acredito que informar é apenas revelar a verdade dos fatos.

Porém, o que se deve, de forma prioritária, é preservar a honra do homem de bem. E todo homem deve ser considerado de bem até que se prove o contrário, quando então se tornam vulneráveis alguns direitos da personalidade tais como a honra, preservando-se – repise-se – o direito à dignidade de pessoa humana.

Por outro vértice, não se pode tolerar o endurecimento injustificado contra a liberdade de expressão pela divulgação de notícias que não tenham a evidente potencialidade lesiva, passível de ofender a honra subjetiva do indivíduo. Há que se perquirir se houve a distorção maliciosa, a conduta ilícita, ou se, ao revés, o simples exercício do poder de informar, sob pena, por esse ângulo, violar a garantia constitucional da liberdade de imprensa, nos termos do artigo 5º, IX, e 220, da Constituição Federal de 1988.

Diante desse panorama e de tudo já exposto alhures, visualizo, no caso em análise, a ocorrência do dano moral passível de indenização, na melhor exegese dos artigos 186 e 927 do Código Civil.

Restou incontroverso nos autos que a Plural Editora e Gráfica Ltda. aproveitou- se do trecho de carta enviada pela autora, no exercício do cargo de Executora Técnica do Contrato, na qual teceu elogios à prestação de serviço da Requerida, no tocante à entrega dos Kits Enem/2009, para demonstrar os bons préstimos dos seus serviços.

A nota divulgada pela requerida, em 01.10.09, constou nos seguintes termos (fl. 17):

“A Plural Editora e Gráfica Ltda. é hoje a maior e mais moderna gráfica de rota- tivas da América do Sul, atuando desde 1996 no mercado nacional. Em razão das recentes notícias relacionadas ao vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), vem apresentar os seguintes esclarecimentos: A Plural foi contratada pelo CONNASEL – Consórcio Nacional de Avaliação e Seleção, para impressão e acabamento de 2 provas, cada uma delas em di- ferentes versões, num total de aproximadamente 9,4 milhões de exemplares. Pelo contrato, a obrigação da Plural consistia em imprimir as provas, gram- peá-las e intercalar as diferentes versões em lotes, para posterior embalagem em caixas separadas por Estado da Federação. Não coube à Plural a separação das provas por escolas e salas de provas.

A equipe de segurança do Consórcio acompanhou, 24 horas por dia, todo o processo produtivo, inclusive a guarda de produtos semi-acabados, em áreas especialmente determinadas para esse fim.

Não eram responsabilidade da Plural o transporte das provas e sua distribui- ção em cada local determinado pelo Consórcio.

A Plural cumpriu suas obrigações relacionadas a segurança, inclusive com controles de acesso ao seu prédio por meio de catracas eletrônicas e câmeras de segurança em seu parque gráfico. Especialmente para fins deste contrato a Plural tomou ainda as seguintes medidas:

1. As áreas de equipamentos de impressão e acabamento foram isoladas, com acesso restrito e utilização de detector de metais.

2. Todo resíduo industrial de impressão foi triturado na presença de represen- tantes do Consórcio.

3. As matrizes de produção foram embaladas, lacradas em caixas e entregues aos representantes do Consórcio.

4. Todos os profissionais envolvidos na operação, inclusive impressores que trabalharam em máquinas e os profissionais de acabamento, assinaram termo de responsabilidade de sigilo e declaração de não participação deste certame do ENEM.

5. A produção demorou 36 dias e foi finalizada em 29/09/09.

Após a entrega dos serviços contratados, recebemos do Ministério da Educa- ção carta registrando “o excelente desempenho da equipe da Gráfica Plural”. Assim sendo, a Plural está certa de que não teve qualquer responsabilidade neste episódio e reafirma sua disposição em colaborar com as autoridades para os esclarecimentos dos fatos noticiados, inclusive com entrega de 122 DVDs com imagens da operação de produção das provas nas suas diversas fases.”

A carta citada pela requerida, como forma de defesa, estava assim redigida:

Venho pelo presente, registrar o excelente desempenho da equipe desta Grá- fica Plural, em destaque os funcionários do setor de expedição Srs. L.L., M.M., C.B.V. e toda a equipe de atendimento ao cliente Srs. M.F., H.C. e I.P., que de- monstraram intensa dedicação, apoio e colaboração, com a chegada de nossa equipe INEP a estas instalações e, principalmente com a efetivação do pro- cesso de impressão e expedição da postagem do Manual do Inscrito do ENEM 2009, no período de 21 a 28/09/2009, ininterruptamente.

Na oportunidade, declaro, ainda, que houve uma sintonia entre esta empresa e as equipes do INEP e ECT, sendo que, em conjunto todos visavam o mesmo objetivo em facilitar e agilizar todo o processo de impressão, manuseio e pos- tagem do Manual do Inscrito do ENEM 2009, aos destinatários, quer dizer, aos

candidatos inscritos para participarem da prova do Exame ENEM 2009, nos dias 3 e 4 de outubro de 2009 (fl.32).

De uma simples leitura das citadas noticias é possível extrair que a nota veiculada no site da empresa, posteriormente reproduzida em jornal de grande circulação, dizia respeito ao escândalo de vazamento do conteúdo das provas do Enem 2009, ao passo que a carta enviada pela Autora elogiava a prestação de serviço referente à entrega dos Kits e Manual do Inscrito.

Tem-se, pois, que a requerida utilizou-se maliciosamente de trecho de carta a ela endereçada, não tendo sido fiel ao seu verdadeiro conteúdo. Por se tratarem de situações distintas, a utilização de trecho descontextualizado, querendo fazer crer que a autora teria atestado a excelência da integralidade do serviço prestado configura evidente abuso do direito a liberdade de expressão.

Referida conduta violou o dever geral de boa-fé objetiva e o dever de veracidade, pois almejou ludibriar os leitores, ao tentar fazer crer que sua conduta suspeita estaria respaldada pelos elogios da servidora federal, detentora de fé pública. Evidentes os danos causados ao ter seu nome vinculado à fraude nacional, de grande repercussão.

A respeito do tema, destaco o entendimento do c. Superior Tribunal de Justiça:

“RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. VEICULA- ÇÃO DE MATÉRIA JORNALÍSTICA. CONTEÚDO OFENSIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. LIBERDADE DE IMPRENSA EXERCIDA DE MODO REGULAR, SEM ABUSOS OU EXCESSOS. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 186 e 927 DO CÓDIGO CIVIL. 1. Ação de compensação por danos morais ajuizada em 14.09.2009. Recurso especial concluso ao Gabinete em 03.10.2013. 2. Discussão relativa à poten- cialidade ofensiva de matéria publicada em revista de grande circulação, que aponta suposta conduta ilícita de deputado envolvido no esquema do “mensa- lão”, relacionada à remessa ilegal de dinheiro ao exterior, além da acusação de beneficiar empresa em contratos de empréstimos públicos. 3. Inviável o reco- nhecimento de violação ao art. 535 do CPC quando não verificada no acórdão recorrido omissão, contradição ou obscuridade apontadas pelos recorrentes. 4. A liberdade de informação deve estar atenta ao dever de veracidade, pois a falsidade dos dados divulgados manipula em vez de formar a opinião pú-

blica, bem como ao interesse público, pois nem toda informação verdadeira é relevante para o convívio em sociedade. 5. O veículo de comunicação exime- -se de culpa quando busca fontes fidedignas, quando exerce atividade inves- tigativa, ouve as diversas partes interessadas e afasta quaisquer dúvidas sé- rias quanto à veracidade do que divulgará. (Omissis) (REsp 1414887/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/11/2013, DJe 28/11/2013).

“RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS. IMPRENSA. RECURSO ESPECIAL. (omissis) OFENSA À HONRA. NOTA EM COLUNA SOCIAL DE CARÁTER SENSA- CIONALISTA, COM EXAGERO DO DIREITO-DEVER DE INFORMAR. NECESSIDADE DE REPARAÇÃO DO DANO MORAL. VALOR INDENIZATÓRIO. POSSIBILIDADE DE CONTROLE PELO STJ QUANDO VERIFICADO EXAGERO. REDUÇÃO. JUROS DE MORA. FIXAÇÃO. (Omissis) 4. Confronto entre a inviolabilidade da intimidade e da honra das pessoas e a liberdade de expressão jornalística. Exagero no direito-dever de informar, pelo teor sensacionalista da notícia, prevalecendo a defesa da honra do ofendido. 5. É pacífica a jurisprudência desta Corte no sen- tido de que o STJ pode alterar o valor dos danos morais quando fixados de ma- neira exagerada, sem que isso implique revolvimento do conteúdo fático-pro- batório. 6. No caso, o valor comporta redução, levando-se em consideração aspectos como a presença constante do recorrido em reportagens polêmicas e de grande repercussão, ser ele pessoa pública e não se tratando de ofensa de natureza extremamente grave. 7. Os juros de mora incidem desde o evento danoso, à taxa de 0,5% ao mês até a entrada em vigor do CC/2002, e pela Taxa Selic após essa data (EREsp 727.842/SP, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, DJe de 20/11/2008). 8. Recurso especial parcialmente co- nhecido e, na extensão, parcialmente provido. (REsp 645.729/RJ, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 11/12/2012, DJe 01/02/2013).

Nesse ponto, aliás, bem esclareceu sua Excelência a quo, cujas razões integro à presente decisão (fls. 269/272):

“O cerne da questão cinge-se à violação de direito da personalidade da reque- rente ante a utilização pela demandada de carta de autoria daquela. Segundo relato da demandada tal utilização culminou em aborrecimentos que ultra-

passaram o mero dissabor diário a que está exposta no convívio em sociedade. Com efeito, observo ser fato incontroverso nos autos que a Plural Editora e Gráfica Ltda. em sua manifestação à imprensa aproveitou-se de trecho de carta enviada pela autora, no exercício do cargo de Executora Técnica do contrato, para demonstrar os bons préstimos de seu serviço (fls. 14 a 17 e 32), o que atrai a incidência da normatividade do art. 334, III, CPC. Realmente a utilização da carta endereçada à demandada não é um ato ilícito, contudo, é sabido que não apenas de ilícitos advém o dano. O art. 187 do Código Civil é explicito em disciplinar o abuso de direito, em que o titular ao exercê-lo excede manifes- tamente os limites destacados pela boa-fé. Dos documentos acostados aos autos, verifico que a ré foi negligente ao utilizar-se de trecho da carta que lhe beneficiava sem ostentar de forma inequívoca a que se referia. A explicação conferida pela requerida à imprensa se destinava a esclarecer sua atuação no vazamento de provas do Enem de 2009. Enquanto que o elogio recebido da autora estava relacionado à atividade da ré quando da prestação dos serviços referentes à entrega do Kit Enem/2009 (cartilha, cartaz da escola, relatório pedagógico, fundamentação teórica metodológica e roteiro de inscrição) e Manual do Inscrito do Enem/2009, cláusula terceiro do contrato anexo (fls. 21 a 31). Trata-se, pois, de situações distintas. Ao assim agir, a ré não obedeceu aos ditames impostos pela cláusula geral da boa-fé objetiva orientadora de todas relações. A requerida ao prestar informação omissa, quebrou o dever de conduta a todos impostos, seja porque forneceu ao público notícia parcial- mente inverídica, seja porque usou parte da declaração da autora descontex- tualizada. Em virtude disso, a requerente teve seu nome veiculado na imprensa dando a entender que, de alguma forma, estaria envolvida na violação das provas do Enem/2009, pois atestou, em carta com data anterior à designada para o fim da prestação de serviço, a excelência da atividade desempenhada pela ré. Vê-se que a demandada agiu com abuso de direito, eis que no exercício legal de um direito manipulou informações daí advindo um resultado ilícito. Configurado tal instituto, aplica-se ao caso a responsabilidade civil de cunho objetiva, pois a lei não exige o elemento subjetivo, ou a intenção de prejudicar para a caracterização do abuso de direito, basta o seu exercício distorcido, nos termo do Enunciado 37 da 1ª Jornada de Direito Civil do CJF. Corroborando tal tese, segue jurisprudência deste Egrégio Tribunal: DIREITO DO CONSUMIDOR

E PROCESSUAL CIVIL. MULTA CIVIL. ART. 940 DO CC. APLICAÇÃO. COBRANÇA DE DÍVIDA NÃO VENCIDA E PARCIALMENTE PAGA. AJUIZAMENTO INDEVIDO DE AÇÃO MONITÓRIA. APELO PROVIDO. 1. O conceito de abuso de direito, apoiado na teoria objetiva, observa as condutas que ferem o fim social esculpido na lei, sem que para tanto se necessite verificar a má-fé ou boa-fé do ofensor. Para que haja a sua configuração, basta a simples atuação que extrapola os limites legais. 2. Aquele que busca o adimplemento de dívida paga ou exige mais do que devido, abusa do seu direito de demanda e deve arcar com a pe- nalidade esculpida no art. 940 do Código Civil. 3. A multa civil se origina da ideia da prática do abuso do direito, prescindindo, portanto, da verificação da boa-fé ou má-fé do demandante. 3. Recurso provido. (Acórdão 716024, 20110112142342APC, Relator: MÁRIO-ZAM BELMIRO, Revisor: NÍDIA CORRÊA LIMA, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 18/09/2013, Publicado no DJE: 02/10/2013. Pág.: 136) Delineada a adequação da responsabilidade objetiva à espécie, verifico presentes os seus requisitos, quais sejam, o fato (utilização de carta de autoria da demandante), o dano (violação a direito da personali- dade) e o liame entre tais elementos, art. 927 do CC. O fato é incontroverso como já explanado. De igual maneira, o dano. Isso porque, a autora, após a publicação da carta, foi retirada de sua equipe de trabalho, bem como isola- da pelos colegas, conforme prova testemunhal carreada aos autos (pg. 113 e 128). Ademais, a publicação do nome da autora relacionado, ainda que indire- tamente, ao vazamento de provas do Enem/2009, evento de alta relevância e de âmbito nacional, se deu em sítio eletrônico de jornal de alto renome no País e em versão impressa do mais conhecido da capital nacional (fls. 14/15 e 18). Evidente, portanto, que a conduta da ré ocasionou ruptura nas relações profis- sionais e de amizade da demandante. Vulnerou seu direito da personalidade, pois teve sua imagem relacionada a um escândalo amplamente divulgado, incidindo o art. 12 do Código Civil. Destaque-se, assim, o efetivo dano sofrido pela Sra. M. das G.L. Presente, também, o nexo de causalidade entre o uso da carta cuja signatária é a autora e o dano extrapatrimonial sofrido decorrente de uma conduta da ré. Isso porque, da publicação da carta originou direta e imediatamente transtornos à vida da requerente, de acordo com artigo 403 do Código Material. Configurado o dano moral, necessária a análise detida acerca da condição financeira da autora e capacidade econômica da requerida, da re-

percussão do fato, do intuito repressor e educativo do instituto e do caráter de não enriquecimento sem causa, sempre tendo em conta a razoabilidade e pro- porcionalidade. No caso em apreciação, observo que a ofendida merece alta compensação, uma vez que teve seu nome vinculado a uma fraude nacional. De outro lado, verifico que o ofensor deve atentar para que suas futuras ações sejam condizentes ao padrão ético de conduta que se exige de quem convive em sociedade. Diante dos vetores do caso concreto, tenho que o importe de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) é adequado e suficiente a compensar a demandan- te pela vulneração sofrida.

Desinfluente, para fins de responsabilização, o fato de que a requerida ter publicado a nota apenas em seu próprio site e terceiros terem reproduzido o conteúdo em jornal de grande circulação. A responsabilidade pela informação manipulada é de quem a publica originariamente de forma oficial, sendo certo que sua reprodução configura apenas efeito da sua divulgação inicial. Outrossim, a despeito de não conter expressamente o nome da autora na nota, o próprio site disponibilizou o inteiro teor da carta, remetendo os leitores ao acesso à informação referente à autoria.

Evidente, portanto, que a veiculação de nota, que previsivelmente seria amplamente reproduzida, com informação manipulada e descontextualizada, ainda que de forma negligente, causou dano moral passível de indenização, sobretudo por se tratar de fato ligado à fraude nacional, de ampla repercussão. Nada a reparar, portanto, na r. sentença, nesse tocante.

No documento rdj104 (páginas 129-137)