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TÓPICO 3 – MATEMÁTICA FINANCEIRA: JUROS COMPOSTOS TÓPICO 4 – SÉRIES DE PAGAMENTOS

CHAMADA

TÓPICO 1 —

UNIDADE 1

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA 1 INTRODUÇÃO

Cada vez mais, seja através das mídias, TV, jornal ou internet, sabemos que questões ligadas à economia estão sempre em alta, principalmente quando são destacados assuntos que estão relacionados à crise financeira, consumismo e ao endividamento das pessoas.

Não podemos negar que, atualmente, comprar algo do nosso interesse, mesmo quando não temos dinheiro, tornou-se algo mais fácil com a opção de crédito. Porém, também não podemos negar que o uso incontrolável e inconsciente desse crédito tem tornado muitas pessoas consumistas e endividadas. Ainda podemos perceber que muitos estabelecimentos comerciais vendem mercadorias a prazo e quando o valor mensal é pequeno, as pessoas tendem a adquirir mais objetos, pois acreditam que “como as parcelas são baixas, posso comprar”.

Desde 1998, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Matemática para o terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental têm apontado que pesquisas realizadas sobre os temas trabalho e consumo podem fornecer contextos para que os conceitos e os procedimentos estatísticos ganhem significado. O documento também nos apresenta que trabalhar em sala de aula situações que envolvam Matemática Comercial e Financeira auxiliam os estudantes a compreender, decidir e avaliar diversas situações cotidianas, como, por exemplo, a melhor forma de pagar uma compra ou escolher um financiamento.

Já na versão atual (2017) da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no ensino da Matemática, a BNCC propõe cinco unidades temáticas (números;

álgebra; geometria; grandezas e medidas; probabilidade e estatística), que orientam a formulação de habilidades a serem desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental. Na unidade temática números, a BNCC aponta que deve ser considerado o estudo dos conceitos básicos de economia e finanças, visando à educação financeira dos alunos e, assim,

[...] podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos. Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

A BNCC também aponta que essas questões, além de promover o desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos estudantes, podem também se constituir em excelentes contextos para as aplicações dos conceitos da Matemática Financeira, e também proporcionar contextos para ampliar e também aprofundar esses conceitos (BRASIL, 2017).

Acadêmico, sabemos que o estudo de temas matemáticos fornece instrumentos para uma leitura do mundo (SCHNEIDER, 2009), porém, isso só é possível quando os conteúdos ensinados pelos professores possuem um real significado para os estudantes. Diante disso, podemos destacar que a Educação Financeira contribui para os estudantes associarem os conteúdos matemáticos ensinados em sala de aula com o seu cotidiano, visto que o seu ensino envolve várias situações presentes no dia a dia das pessoas.

Peretti (2008), autor do livro Educação financeira: aprenda a cuidar do seu dinheiro, destaca que o objetivo da Educação Financeira é atingir a maturidade financeira, sendo importante para formação da consciência do controle e também do bom senso. O autor também destaca que a Educação Financeira desenvolve o caráter e a personalidade das pessoas, afastando-as do medo e fazendo que elas criem coragem para resolver os seus problemas financeiros.

Nesse sentido, podemos destacar que, com o ensino da Educação Financeira, as pessoas podem aprender a cuidar do seu dinheiro e dos seus investimentos. Se todos os estudantes tivessem a oportunidade de aprender sobre Educação Financeira nas escolas, a formação do cidadão crítico poderia acontecer, colaborando para todos terem consumos e uma vida financeira conscientes. O ensino da Educação Financeira nas escolas pode ajudar também no processo da construção da cidadania, colaborando para o desenvolvimento de um estudante mais autônomo e preparado para tomar melhores decisões no campo econômico e financeiro (BRASIL, 2018).

Com relação à importância da Educação Financeira, sabemos que o mundo mudou e muitos jovens possuem cartão de crédito, porém, muitos não foram educados sobre investimentos, finanças, economia e impostos, ou seja, muitos jovens estão despreparados diante do mundo consumista (PERETTI, 2008). Já as pessoas alfabetizadas financeiramente sabem lidar com o seu dinheiro, como também sabem gastar, ganhar, poupar e também investir. A Educação Financeira é um instrumento capaz de proporcionar às pessoas melhor bem-estar e melhor qualidade de vida (PERETTI, 2008).

Neste sentido, o ensino da Educação Financeira em sala de aula pode ajudar os estudantes a refletirem sobre essas práticas financeiras, auxiliando na tomada de decisões em diversas situações do cotidiano, bem como o conhecimento da diferença paga quando é comprado algum produto à vista ou no crediário, e quais as vantagens de cada opção de pagamento.

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Como a Educação Financeira está ligada à autonomia e à formação do cidadão, a partir do momento que ela é ensinada para o estudante, o professor está construindo um saber que auxiliará os educandos nas decisões em diversas situações relacionadas ao seu dia a dia, bem como na construção de sua autonomia.

Assim, educando desde cedo as crianças e os jovens com situações financeiras úteis para o seu dia a dia e implementando a Educação Financeira nas escolas, podemos ajudar na formação das crianças e dos jovens estudantes em pessoas e cidadãos mais preparados não somente para o momento presente, mas também para o futuro.

2 O QUE É EDUCAÇÃO FINANCEIRA?

Afinal, o que é Educação Financeira? Peretti (2008, p. 17) destaca que:

É proporcionar uma mentalidade inteligente e saudável sobre dinheiro. É criar consciência do limite. É saber ganhar, gastar, poupar, investir e doar dinheiro. É a capacidade de administrar o seu rico dinheiro [...]. É fazer tudo o que se deseja com responsabilidade, ética e maturidade. Educação financeira é despertar a inteligência financeira, ou seja, dinheiro trabalhando para você. Ser inteligente é ser capaz de responder o que a vida nos propõe. É saber plantar para depois colher.

Por fim, o autor defende que Educação Financeira é criar o hábito de poupar para aprender a investir; é criar a independência financeira.

No site da ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira) é apresentado o conceito de Educação Financeira no Brasil segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), no ano de 2005, apontando que a Educação Financeira é o processo através do qual os indivíduos e as sociedades em um todo melhoram a sua compreensão sobre conceitos e produtos financeiros, sendo que, com informações, formações e orientações, todos possam desenvolver valores e competências que são necessários para se tornarem pessoas mais conscientes das oportunidades e também dos riscos neles envolvidos. Com isso, todos podem ter escolhas bem informadas, ter o conhecimento de, se necessário, onde procurar ajuda, como também adotar outras ações que favorecem o seu bem-estar. Desse modo, segundo a OCDE, a Educação Financeira pode contribuir com a formação de indivíduos e sociedades mais responsáveis e comprometidos com o futuro (ENEF, s.d.).

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

A Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) é uma mobilização multissetorial em torno da promoção de ações de educação financeira no Brasil. A estratégia foi instituída como política de Estado de caráter permanente e suas características principais são a garantia de gratuidade das iniciativas que desenvolve ou apoia e sua imparcialidade comercial. O objetivo da ENEF, criada através do Decreto Federal n° 7.397/2010, é contribuir para o fortalecimento da cidadania ao fornecer e apoiar ações que ajudem a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes. A estratégia foi criada através da articulação de nove órgãos e entidades governamentais e quatro organizações da sociedade civil, que juntos integram o Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF).

FONTE: <http://www.vidaedinheiro.gov.br/quemsomos/>. Acesso em: 20 mar. 2020.

IMPORTANTE

3 CONSUMISMO E ENDIVIDAMENTO

Acadêmico, é fato que o consumismo tem se tornado, aos poucos, um assunto cada vez mais presente no dia a dia das pessoas. Como já mencionado anteriormente, sabemos que um dos problemas do consumismo é o uso exagerado e inconsciente do cartão de crédito (PEREIRA, 2013). O consumismo é o ato que está relacionado ao consumo excessivo, ou seja, a compra de produtos ou serviços de um modo exagerado.

Consumo: o consumo está associado à prática econômica de adquirir bens e serviços. Quando se compra algum item, está se consumindo aquela unidade.

Pessoa consumista: uma pessoa consumista é aquela que compra de modo excessivo, exagerado.

NOTA

O autor Peretti (2008) destaca que o mundo mudou e que a maioria dos jovens de hoje já possuem cartão de crédito, porém, nunca tiveram uma aula sobre investimento, economia, finanças e até sobre impostos. A partir dessa constatação, o autor conclui que os jovens continuam sem experiência financeira, despreparados para o mundo consumista que estamos vivendo na atualidade,

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

sem responsabilidade com o seu futuro e sem o entendimento de que precisamos poupar para saber investir. O autor também enfatiza que essa falta de experiência dos jovens, ou seja, esse despreparo, traz consequências desagradáveis para a família, como, por exemplo, aborrecimentos e intrigas.

Cerbasi (2003), no seu livro Dinheiro: os segredos de quem tem, ressalta que em diversas situações do nosso dia a dia nós deixamos de economizar dinheiro porque não analisamos corretamente uma proposta de compra, ou até mesmo por não termos negociado, e que, assim como perdemos dinheiro com uma grande frequência, “constantemente deixamos de aproveitar ao máximo o vendedor potencial que há dentro de nós ou a nossa capacidade de análise”

(CERBASI, 2003, p. 57). O autor também alerta sobre o “vírus do consumo”, que, para ele, foi “criado nos laboratórios de marketing, é extremamente perigoso para a humanidade. Ataca o cérebro, mas os efeitos colaterais mais graves surgem em um dos pontos mais sensíveis do corpo humano no longo prazo: o bolso”

(CEBRASI, 2003, p. 57).

Cerbasi (2003) destaca que muitas compras realizadas pelas pessoas acontecem por impulso e a grande razão dessas compras sem planejamento são as eficientes estratégias de marketing criadas pelas empresas. Um dos motivos disso acontecer são os grandes investimentos e tecnologias que são utilizados pelas empresas para que as pessoas sejam convencidas a levar um produto para a sua casa.

A todo instante somos bombardeados por apelos de marketing.

Durante nossas compras em supermercado não vemos o produto que queremos. Ao invés disso, vemos embalagens feitas para chamar nossa atenção, letras e formatos chamativos, fotos de lugares e situações em que desejaríamos estar, atendentes bonitas oferecendo amostras de artigos que nunca pensamos em comprar. Artigos fúteis expostos ao lado de bens de primeira necessidade. Embalagens promocionais, embalagens novas, brindes que terão utilidade duvidosa em nossos armários de casa. Leve doze e pague dez, e tantas outras promoções que lhe empurram produtos e quantidades além daqueles que você planejava comprar. É claro que há casos em que essas promoções são realmente interessantes, desde que você faça uso de todos os itens adquiridos (CERBASI, 2003, p. 58)

Acadêmico, é fato que todas essas situações que envolvem apelos de marketing e que estão presentes nos dias de hoje fazem com que tenhamos cada vez mais pessoas consumistas. Perceba, por exemplo, que os comerciais estão sendo criados cada vez mais atraentes, e, muitas vezes, com propagandas enganosas, que iludem muitas pessoas. A autora Tolotti (2007), em seu livro As armadilhas do consumo: acabe com o endividamento destaca que alguns comerciais:

“[...] são espetaculares e envolventes, a criatividade aliada ao marketing é uma manifestação artística, e é agradável apreciar qualquer expressão de arte. Mas é

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

A autora também alerta: “o problema não está no marketing, nas operadoras de cartões de crédito ou nos meios de comunicação. O problema está na inversão que ocorreu: a maioria das pessoas passou a acreditar que o mais importante é ter e não ser” (TOLOTTI, 2007, p. 25, grifos do original). Nesse sentido podemos entender que muitas pessoas acabam tornando-se consumistas pelo simples fato de querer ter o que não tem condições de comprar, ou seja, por um status que não é compatível com a sua realidade financeira (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

O autor Peretti (2008) apresenta concepções sobre compradores compulsivos, destacando que esse comportamento é um hábito aprendido e seguido por questões emocionais, sendo normalmente a ansiedade e a angústia, e suas causas podem ser por insegurança no meio familiar ou até mesmo vivências do passado. “O comprador compulsivo é praticamente um dependente do hábito de comprar, e precisa fazê-lo sem limites para sentir-se bem, pelo menos naquele momento. O comprador compulsivo acaba comprando por comprar e não pela necessidade do objeto comprado” (PERETTI, 2008, p. 72). Por esse motivo, sendo o consumismo uma compulsão que leva as pessoas a comprarem sem necessidade e consciência, um comprador compulsivo é um consumista, ou seja, é aquela pessoa que compra sem planejamento.

Os compradores compulsivos são, geralmente, pessoas que estabelecem uma relação doentia com o uso do dinheiro, estão, na maioria das vezes, atoladas em dívidas e acabam fazendo um empréstimo para cobrir outro. Essas pessoas devem ter cuidado para não pegar dinheiro emprestado, pois quanto mais elas recebem, mais elas gastam e se endividam (PERETTI, 2008).

As principais necessidades dos compradores compulsivos estão relacionadas com a diversão, o status social, o apelo ao comércio e o modismo, ou seja, comprar e usar o que os outros estão comprando e usando (PERETTI, 2008).

Essas pessoas geralmente compram coisas muito similares, têm a sensação de que não podem ficar sem comprar por muito tempo, e, após as compras, acabam sentindo culpa e remorso. Também possuem baixa autoestima e falta de controle, são depressivas, ansiosas e muito agitadas (PERETTI, 2008).

A pressão do mercado, com propagandas cada vez mais instigantes ao ato de comprar, contribui para o aumento de pessoas compradoras compulsivas, ou seja, pessoas consumistas. Por esse motivo não podemos desconsiderar que o consumismo é um problema, e que, muitas vezes, gera dívidas, crise financeira, desequilíbrio individual e familiar, e, até mesmo, a falência. “A falência tem se tornado um problema nacional. Débitos com o cartão de crédito se alastram. E nossas crianças não sabem o suficiente sobre dinheiro” (GODFREY; EDWARDS, 2007, p. 11). Esses problemas estão se tornando progressivamente mais presentes no cenário brasileiro, o que acaba elevando o número de pessoas endividadas no nosso país.

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

O livro Dinheiro não dá em árvore: um guia para os pais criarem filhos financeiramente responsáveis, das autoras Neale S. Godfrey e Carolina Edwards, é um ótimo livro para os pais quando chega o momento de ensinar aos filhos sobre administração financeira. Nesse livro é apresentado exercícios e exemplos concretos, desde como desenvolver um planejamento financeiro responsável até compreender diferenças entre

“querer” e “precisar” para jovens de todas as idades.

DICAS

Domingos (2011), no seu livro Terapia financeira: realize seus sonhos com educação financeira, ressalta que comprar e gastar faz parte da nossa vida e do nosso dia a dia e que muitas das mercadorias que estão a nossa disposição realmente são fundamentais, porém, temos que fazer uma análise do nosso comportamento de consumo e mudar os hábitos que não fazem bem para a nossa saúde e para as nossas finanças. “Vivemos em uma sociedade totalmente consumista, em que a maioria dos hábitos de consumo se baseia em padrões sociais” (DOMINGOS, 2011, p. 49).

Para Domingos (2011), todas as pessoas precisam conhecer o seu “eu”

financeiro, observando tudo o que consomem e em quais situações do dia a dia as compras sem necessidade são feitas. O autor destaca que, antes de comprar, as pessoas devem parar e refletir, observando se as suas compras estão sendo motivadas pela busca da satisfação emocional ou pela real necessidade de determinado produto.

Domingos (2011, p. 50-51) aconselha as pessoas a pensar duas vezes em toda e qualquer situação de compra, sendo que, para evitar as compras por impulso, o autor sugere:

• Resista ao impulso: deixe para o dia seguinte, pois, se esse item for realmente necessário, você retornará depois para comprá-lo.

• Não compre nada que você não tenha certeza de que precisa e que realmente irá agregar algo a sua vida.

• Se for possível, experimente o bem desejado para ter certeza de que ele lhe agrada.

• Não leve dinheiro ou cartão de crédito ao sair de casa se não tem intenção de efetuar uma compra.

• Se não possuir dinheiro suficiente para comprar o que deseja, evite comprar a prazo.

• Verifique se esse gasto cabe em seu orçamento.

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não planejados, e muitas dessas compras são realizadas por impulso. Também é apontado nas pesquisas que essas compras por impulso e sem planejamento ocorrem de modo excessivo principalmente nas épocas que antecedem as datas comemorativas, por exemplo, no Natal, na Páscoa, no dia das mães, dos pais, das crianças etc. É comum percebermos o quanto as propagandas publicitárias instigam as pessoas a comprarem nessas épocas do ano, incentivando a aquisição de mercadorias.

Os dados dessas pesquisas atuais você encontra no site do SPC Brasil: https://

www.spcbrasil.org.br/pesquisas.

DICAS

As dívidas não planejadas podem ser evitadas se as pessoas tiverem consciência do quanto ganham e do quanto podem gastar, e uma alternativa é controlar e planejar os seus gastos. Tolotti (2007, p. 31) apresenta que uma pessoa pode ser considerada endividada, “[...] quando não consegue cumprir seus compromissos financeiros e possui um atraso que oscila entre 1 mês e 3 meses”. A autora também ressalta que o endividamento pessoal pode ser dividido em dois grupos: o endividamento passivo e o endividamento ativo.

O endividamento passivo acontece quando existe um aumento de dívidas por consequência de alguma situação que é alheia a vontade da pessoa, por exemplo, doença, morte, desemprego, algum acidente ou até mesmo separação.

Já o endividamento ativo é caracterizado por uma quantidade de dívidas adquiridas por escolhas erradas, ou seja, originadas por uma má gestão financeira.

São considerados endividados ativos aquelas pessoas que, independentemente dos rendimentos que possuem, se encontram constantemente endividadas, e, geralmente, não se programam para imprevistos (TOLOTTI, 2007). A autora também aponta que, de qualquer modo, o endividamento é um problema que no mínimo, tira o sossego, a autoestima, e também a segurança do devedor.

Acadêmico, pelos motivos aqui apontados, precisamos evidenciar a importância do ensino da Educação Financeira em sala de aula por meio de resoluções de problemas com situações que os estudantes se deparam no dia a dia.

É importante também trazer questões atuais que façam os estudantes refletirem sobre suas atitudes financeiras.

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Acadêmico, no site do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), https://www.

spcbrasil.org.br/, você encontra várias notícias atuais sobre educação financeira no Brasil.

Acesse ao site e veja quantas notícias você pode utilizar em sala de aula para apresentar aos estudantes.

DICAS

4 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E CIDADANIA

Para o CONEF (Comitê Nacional de Educação Financeira), um dos objetivos da Educação Financeira é formar para a cidadania. Sandra Tiné (2017), presidente do Grupo de Apoio Pedagógico do CONEF, destaca que a educação financeira vai além do que comumente as pessoas entendem, como algo vinculado apenas à matemática; é planejar para ver seus sonhos realizados. É poupar em todas as áreas, como economizar água fechando a torneira. Essas são ações que podemos trabalhar desde a educação infantil até adolescentes e adultos nas universidades.

Cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na sua posição em poder nele intervir e transformá-lo.

NOTA

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a educação básica tem por finalidade o desenvolvimento do educando, preparando-o para o exercício da cidadania e também para a sua qualificação no mercado de trabalho, fornecendo meios para que os estudantes possam progredir no trabalho e também em estudos posteriores.

Já no ensino médio, sendo a etapa final da educação básica, a lei apresenta quatro finalidades, sendo que uma delas é a preparação básica para o trabalho e para a cidadania dos educandos, para que assim eles tenham a oportunidade de continuar aprendendo, e que sejam capazes de se adaptar com flexibilidade

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Conforme destacam Godfrey e Edwards (2007), quando o estudante aprende sobre dinheiro, ele aprende sobre valores, e um desses valores é a cidadania. As autoras trazem também um questionamento muito interessante que, segundo elas, os pais devem sempre se perguntar: “o que devo dizer ao meu filho sobre finanças que eu gostaria que alguém tivesse me dito quando eu tinha a idade dele?” (GODFREY; EDWARDS, 2007, p. 170). As autoras também defendem que as escolas e as empresas, aos poucos, estão percebendo que a Educação Financeira é importante, e que as crianças de hoje não têm conhecimento suficiente sobre dinheiro. Por esse motivo, é importante introduzir Educação Financeira na vida das pessoas desde cedo.

Nesse sentido, com o ensino e a compreensão da Educação Financeira, seja no ambiente escolar ou familiar, os jovens estudantes podem tornar-se

Nesse sentido, com o ensino e a compreensão da Educação Financeira, seja no ambiente escolar ou familiar, os jovens estudantes podem tornar-se