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3. OS IMPOSTOS E RECEITAS PÚBLICAS NO SISTEMA FISCAL

3.1. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO

3.1.3. INCIDÊNCIA OBJETIVA

O IRT incide sobre os rendimentos por conta própria ou por conta de outrem, expressos em dinheiro, ainda que auferidos em espécie, de natureza contratual ou não contratual, periódicos ou ocasionais, fixos ou variá-veis, independentemente da sua proveniência, local, moeda, forma estipulada para o seu cálculo e pagamento. (art.1.º, n.º1, do CIRT).

Para efeitos deste imposto, consideram-se rendimentos do trabalho, nomeadamente, os ordenados, vencimen-tos, salários, honorários, avenças, gratificações, subsídios, prémios, comissões, senhas de presença, emolu-mentos, participações em multas, custas, margens, os rendimentos comerciais e industriais, bem como outras remunerações acessórias, conforme o disposto no n.º 2 do artigo 1.º do CIRT.

O legislador angolano procura, em sede de tributação dos rendimentos do trabalho, abarcar um conjunto alargado de incrementos patrimoniais, através da criação de previsões normativas que visam, por meio de sucessivas formulações, abranger todas as possíveis modalidades de situações económicas que possam ter

como consequência a perceção de um rendimento.53

Nos termos do artigo 1.º, n.º 3, do CIRT, consideram-se remunerações acessórias54:

a) Os abonos para falhas, subsídios diários de representação, de viagens ou deslocações e quaisquer outras importâncias da mesma natureza;

b) Remunerações dos detentores de participações sociais pelo desempenho de trabalho nas respetivas

sociedades;

c) Remunerações dos membros de órgãos estatutários das pessoas coletivas e entidades equiparadas;

d) Aumentos patrimoniais e despesas efetivamente realizadas sem a devida comprovação da origem do

rendimento;

e) Remunerações pagas por partidos políticos e outras organizações de carácter político ou social.

De acordo com a alínea d) “os aumentos patrimoniais e despesas efetivamente realizadas sem a devida

com-provação da origem do rendimento”, o legislador alcança uma conceção mais ampla de rendimento e aban-dona os requisitos formais que acompanham a tributação cedular. Ora, como vimos, o ordenamento tributário angolano baseia-se num modelo de tributação cedular, com diferentes impostos sobre o trabalho e o capital, como tal, impõe-se aqui alguma dubiedade sobre como o legislador trata esta questão dos incrementos patri-moniais sem origem comprovada. Sendo certo que, na existência de tais acréscimos patripatri-moniais não justifi-cados, a AT angolana pode fazer uso de poderes de fiscalização em matéria tributária recorrendo à aplicação de métodos indiciários, como se encontra estabelecido no artigo 13.º do CIRT e nos artigos 106.º, n.º 2, e 107.º, da CGT. No entanto, a aplicação destas normas encontra-se, à partida, comprometida, pelo facto de estarmos perante um problema de natureza sistémica.

O legislador releva, exclusivamente, os incrementos patrimoniais não justificados do domínio dos rendimen-tos do trabalho, quando, na verdade, o tema tem ramificações mais complexas, na medida em que um aumen-to patrimonial não justificado, pela natureza das coisas, tem origem numa fonte cuja natureza não é

53 SANCHES, J.L. Saldanha e GAMA, João Taborda da, Manual de Direito Fiscal Angolano, Coimbra, 2010, pág. 252. 54

Remunerações acessórias (fringe benefits), compreende todos os direitos, benefícios ou regalias não incluídos na remuneração princi-pal que sejam auferidos devido à prestação de trabalho ou em conexão com esta e constituam para o respetivo beneficiário uma vanta-gem económica.

cável. Outro aspeto que merece algumas reservas tem a ver com as dificuldades inerentes à averiguação de tais acrescimentos patrimoniais. Em Angola, não existe um imposto global sobre o rendimento das pessoas singulares e a grande maioria dos sujeitos passivos não está sujeita a quaisquer obrigações declarativas. Se a isto juntarmos uma máquina fiscal em aperfeiçoamento, forçoso será concluir que a capacidade de aplicar eficazmente a norma é limitada.55

Por outro lado, nos termos do disposto no artigo 2.º, n.º1, do CIRT, exclui-se da sujeição a IRT os seguintes rendimentos, entre outros:

- O abono de família pago pela entidade patronal, até ao montante de 5% do ordenando base;

- A compensação por rescisão contratual, independentemente da sua causa objetiva, desde que a mesma não ultrapasse os limites previstos na Lei Geral do Trabalho;

- Os subsídios diários de alimentação e transporte, atribuídos a trabalhadores que não sejam funcionários públicos, até ao limite global mensal de 30.000Kz;

- O reembolso de despesas incorridas pelos trabalhadores dependentes de entidades sujeitas a Imposto Indus-trial ou a outros regimes especiais de tributação, quando deslocadas ao serviço da entidade patronal, desde que estas despesas se encontrem devidamente documentadas;

- As gratificações de férias e subsídio de Natal até ao limite de 100% do salário base.

3.1.3.1. INCIDÊNCIA SUBJETIVA

O artigo 4.º, n.º 1 do CIRT dispõe que o imposto é devido pelas pessoas singulares, quer residam ou não, em território nacional, cujos rendimentos sejam obtidos por serviços prestados, direta ou indiretamente, a pessoas singulares ou coletivas com domicílio, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável em Angola. Ou seja, o legislador acolhe o princípio da tributação na fonte, apenas os rendimentos do trabalho obtidos em território angolano estão sujeitos a IRT, independentemente de o respetivo sujeito passivo residir ou não em Angola. Acresce ainda, conforme o n.º2 do mesmo artigo, que são sempre obtidos em Angola os rendimentos deriva-dos de atividades de tripulantes de navios ou aeronaves pertencentes a empresas que possuam, no território nacional, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável e atividades dos titulares de cargos de gerência, administração e órgãos sociais de sociedades que tenham a sua sede, direção efetiva ou estabelecimento está-vel em Angola.

3.1.3.2. ISENÇÕES

De modo a salvaguardar os cidadãos com baixos rendimentos e preservar o princípio do mínimo de existên-cia (art.11.º, n.º 3, do CGT), estão isentos de tributação os rendimentos do Grupo A de valor igual ou inferior a 34.450Kz (previsto na respetiva tabela anexa do CIRT). Trata-se de um princípio transversal à generalida-de dos sistemas fiscais e justifica-se, generalida-desgeneralida-de logo, por razões generalida-de equidageneralida-de fiscal prevista na Constituição. Relativamente às isenções subjetivas, de acordo com oartigo 5.º do CIRT, estão isentos de IRT os seguintes rendimentos:

- Rendimentos dos agentes das missões diplomáticas e consulares estrangeiros em condições de reciprocida-de;

- Rendimentos do pessoal dos serviços de organizações internacionais, nos termos dos acordos ratificados pelo órgão competente do Estado;

- Rendimentos do pessoal ao serviço das Organizações Não Governamentais ou similares, nos termos estabe-lecidos nos acordos com entidades nacionais, com o reconhecimento prévio por escrito do Diretor Nacional dos Impostos;

- Rendimentos auferidos pelos deficientes físicos e mutilados de guerra, cujo grau de invalidez ou incapaci-dade seja igual ou superior a 50%;

- Rendimentos auferidos pelos cidadãos nacionais com idade superior a 60 anos derivados do trabalho por conta de outrem;

- Rendimentos auferidos pelos antigos combatentes, deficientes de guerra e familiares de combatente tomba-do ou perecitomba-do no exercício das atividades previstas nos Grupos de tributação A e B;

- Rendimentos exclusivamente derivados da prestação de serviço militar e paramilitar nos órgãos de Defesa e Ordem Interna.

O legislador angolano isenta os rendimentos obtidos pelos deficientes físicos e mutilados de guerra, cujo grau de invalidez ou incapacidade seja igual ou superior a 50% e os rendimentos do trabalho por conta de outrem pelos cidadãos nacionais com idade superior a 60 anos; no entanto, esta proteção, por via de isenção subjeti-va, poderá ter um efeito perverso, no caso de poder haver sujeitos passivos com elevados rendimentos e usu-fruírem deste tipo de isenções, sem que, por razões de ordem social-económica, o justifiquem. Como bem nos ensinam os Professores Saldanha Sanches e João Gama “sendo a tributação direta um instrumento privi-legiado de equidade fiscal, tal desenlace não poderá deixar de merecer reservas, como não pode deixar de merecer reservas que todas as pensões de reforma por velhice, invalidez e sobrevivência e as gratificações por fim de carreira não estejam sujeitas a tributação”.

Por outro lado, conforme o disposto no artigo 6.º, está prevista ainda uma isenção específica: encontram-se ainda isentos de IRT os rendimentos auferidos por pessoas singulares que prestem serviço militar e paramili-tar nos órgãos de Defesa e Ordem Interna, mas apenas aqueles derivados dessa prestação.

3.1.3.3. DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLETÁVEL

A tributação do rendimento das pessoas singulares deve incidir, sempre que possível, sobre o modelo de tributação do rendimento real (art.11.º, n.º1, do CGT).

Tributar o rendimento real significa tributar o rendimento obtido efetivamente pelos contribuintes, aquele que foi, por estes, alcançado. O rendimento real é uma concretização do princípio da igualdade fiscal e decorre diretamente do princípio da dignidade da pessoa humana.

O mesmo é apurado com base nas declarações de teor contabilístico apresentados pelos contribuintes, cuja tributação é feita de forma direta, sem recurso a presunções ou a outros elementos que não constem das de-clarações dos contribuintes. (art.105.º do CGT).

Os rendimentos sujeitos a Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho dividem-se em três Grupos de tributa-ção: A, B e C. (art.3.º, n.º1, do CIRT), sendo que as regras de determinação da matéria coletável dos impos-tos sobre o rendimento do trabalho são distintas relativamente a cada Grupo de tributação em que se incluem os respetivos rendimentos.

3.1.3.4. RENDIMENTOS DO GRUPO A

No Grupo A, incluem-se todas as remunerações auferidas por trabalhadores por conta de outrem e pagas por entidade patronal por força de vínculo laboral e os rendimentos dos trabalhadores cujo vínculo de emprego se encontra regulado pelo regime jurídico da função pública. (art.3.º, n.º2, do CIRT).

A determinação da matéria coletável dos rendimentos do Grupo A faz-se da seguinte forma: deduz-se à tota-lidade dos rendimentos obtidos o valor das contribuições obrigatórias para a Segurança Social e o valor das componentes remuneratórias não sujeitas ou isentas de tributação nos termos do CIRT. (art.7.º, n.º2, do CIRT). A tributação dos rendimentos por conta de outrem incide, exclusivamente, sobre o rendimento bruto, por retenção na fonte, a taxas liberatórias baixas e sem possibilidade de deduções.

De referir, também, que o CIRT passou a prever a não aceitação da transferência do encargo fiscal do traba-lhador para a esfera da entidade patronal, não podendo ser atribuído ao trabatraba-lhador um rendimento líquido disponível superior ao valor constante do seu contrato de trabalho a título de remuneração. (art.7.º, n.º3, do CIRT).

3.1.3.5. RENDIMENTOS DO GRUPO B

O Grupo B compreende todas as remunerações dos trabalhadores por conta própria que desempenhem, de forma independente, atividades constantes da lista de profissões anexa ao CIRT e os rendimentos auferidos pelos titulares de cargos de gerência ou administração ou por titulares de órgãos sociais de sociedades. (art.3.º, n.º 3, do CIRT). A lista anexa inclui um leque relativamente extenso de profissões independentes como engenheiros, arquitetos, atores, músicos, jornalistas e repórteres, pintores, escultores, economistas, contabilistas, enfermeiros, jurisconsultos, advogados, médicos, veterinários, agrónomos, desportistas, profes-sores, entre outras profissões especificadas. Apesar da lista anexa estabelecer um grau de abrangência consi-derável, deparamo-nos sempre com o problema de tratar-se de uma enumeração taxativa e que permite que as atividades aí não especificadas não sejam sujeitas a imposto.

O rendimento coletável dos contribuintes do Grupo B de tributação é determinado de forma variável conso-ante a entidade, da qual o sujeito passivo recebe o rendimento, disponha ou não de contabilidade organizada. Assim sendo, distinguem-se as regras para cada uma das situações:

i) Rendimentos pagos por pessoas coletivas ou singulares com contabilidade organizada:

Quanto aos rendimentos pagos por pessoas coletivas ou singulares com contabilidade organizada,estes estão

sujeitos a retenção na fonte, a qual é feita na altura da atribuição do rendimento, calculado sobre 70% do rendimento bruto, ou seja, 70% do rendimento bruto corresponde ao rendimento líquido. (art.8.º, n.º1, al.a), do CIRT).

ii) Rendimentos pagos por pessoas coletivas ou singulares sem contabilidade organizada:

No que diz respeito aos rendimentos pagos por pessoas coletivas ou singulares sem contabilidade organizada, a matéria coletável apura-se com base na contabilidade ou registos contabilísticos do sujeito passivo ou com base nos registos disponíveis sobre compras e vendas e serviços prestados, ou ainda com base nos dados que a administração fiscal disponha. (art.8.º, n.º1, al. b), do CIRT).

Para determinar o rendimento líquido dos trabalhadores por conta própria é necessário proceder à dedução dos custos suportados na atividade. Nas despesas dedutíveis dos rendimentos dos trabalhadores por conta própria, tem de haver uma “ligação económica” entre as receitas obtidas e as despesas suportadas, que terão de levar a uma dedução no rendimento pessoal antes de ser aplicada a taxa do imposto previsto pela lei, sob pena de tratar estes rendimentos de um modo que lesará o princípio da tributação do rendimento liquido.56 Com efeito, no apuramento do rendimento coletável dos trabalhadores por conta própria, são deduzidos os seguintes encargos: renda de instalação; remuneração do pessoal permanente não superior a 3; consumo de água e energia elétrica; comunicações; seguros com o exercício da atividade; trabalhos laboratoriais efetua-dos em estabelecimentos diferenciaefetua-dos efetua-dos que estejam afetaefetua-dos ao exercício da atividade profissional do contribuinte; outras despesas indispensáveis à formação do rendimento, incluídas as verbas para reintegração das instalações. (art.8.º, n.º2, do CIRT).

Conforme o artigo 8.º, n.º3, do CIRT, encontramos um regime de determinação da matéria coletável, por estimativa. O legislador estabelece uma dedução padronizada, ao considerar como despesas 30% do rendi-mento bruto do contribuinte num regime de simplificação do apurarendi-mento da matéria coletável, com ganhos para o contribuinte e para a administração fiscal.57

Assim, caso o sujeito passivo não possua contabilidade organizada, é considerado como despesa dedutível, o valor correspondente a 30% do rendimento bruto; por outro lado, se o sujeito passivo dispuser de contabili-dade organizada, as deduções são apuradas com base no custo real, tendo como limite máximo de 30% do rendimento bruto.

iii) Rendimentos dos titulares dos cargos de gerência e administração ou titulares de órgãos sociais de soci-edades:

A determinação da matéria coletável dos rendimentos dos titulares dos cargos de gerência e administração ou titulares de órgãos sociais de sociedades deve ser feita nos mesmos termos estabelecidos para o Grupo A. (art.8.º, n.º4, do CIRT).

3.1.3.6. RENDIMENTOS DO GRUPO C

Por fim, no Grupo C, constam todas as remunerações decorrentes de atividades industriais e comerciais, todas as constantes na Tabela de Lucros Mínimos em vigor.58 (art.3.º, n.º4, do CIRT).

56 SANCHES, J.L. Saldanha e GAMA, João Taborda da, Manual de Direito Fiscal Angolano, Coimbra, 2010, pág. 275. 57Ibidem, pág. 277.

58

Aprovada pelo Decreto Executivo nº15/09 de 3 de março, adota a Classificação de Atividades Económicas em Angola- CAE-Rev.1. A tabela dos lucros mínimos aplica-se tendo em conta: os estabelecimentos; quaisquer instalações comerciais ou industriais das empresas; as atividades exercidas sem instalações.

Neste Grupo, a determinação da matéria coletável é apurada com base na referida Tabela. (art.9.º, n.º1, do CIRT).

Contudo, sempre que o sujeito passivo verifique, com base em quaisquer meios, que o seu volume de fatura-ção é quatro vezes superior ao valor máximo correspondente à sua atividade na Tabela dos Lucros Mínimos, a matéria coletável corresponde ao volume de vendas de bens e serviços não sujeitos a retenção na fonte, no decorrer do exercício. (art.9.º, n.º2, do CIRT).

Segundo o n.º4 do mesmo artigo, quando um contribuinte inserido no Grupo C prestar serviços sujeitos a retenção na fonte, nos termos do CII, a pessoas coletivas ou singulares com contabilidade organizada, a maté-ria coletável corresponde ao valor do serviço. No entanto, estes rendimentos não concorrem para a determi-nação da matéria coletável apurada nos termos do n.º2 do presente artigo.

Importa referir o facto de não estar prevista a possibilidade de dedução de despesas no âmbito da determina-ção da matéria coletável no Grupo C.

3.1.3.7. TAXAS

As taxas de imposto de IRT aplicáveis no âmbito do Grupo A são as constantes da Tabela Anexa ao CIRT e são as taxas progressivas indicadas no quadro abaixo:

Tabela 3 - Tabela de Taxas do Rendimento em Kwanzas/Imposto.

Grupo A (Kz) Valor fixo (Kz) Taxa sobre excesso Valor isento (Kz)

Até 34.450 0 0 Todo Entre 34.451 e 35.000 0 Excesso de 34.450 34.450 Entre 35.001 e 40.000 550 7% 35.000 Entre 40.001 e 45.000 900 8% 40.000 Entre 45.001 e 50.000 1.300 9% 45.000 Entre 50.001 e 70.000 1.750 10% 50.000 Entre 70.001 e 90.000 3.750 11% 70.000 Entre 90.001 e 110.000 5.950 12% 90.000 Entre 110.001 e 140.000 8.350 13% 110.000 Entre 140.001 e 170.000 12.250 14% 140.000 Entre 170.001 e 200.000 16.450 15% 170.000 Entre 200.001 e 230.000 20.950 16% 200.000 Mais de 230.001 25.750 17% 230.000

Fonte: Art.16.º, n.º1 do CIRT, conjugado com a Tabela Anexa do mesmo diploma.

Relativamente às taxas aplicáveis sobre a matéria coletável apurada no âmbito dos Grupos B e C, os rendi-mentos auferidos estão sujeitos a taxas proporcionais indicadas no quadro abaixo:

Tabela 4Tabela de Taxas dos Rendimentos Empresariais e Profissionais.

Rendimentos empresariais e profissionais Taxa

Grupo B 15%

Grupo C

30% sobre os rendimentos determinados de acordo com a Tabela de lucros mínimos (art.9.º, n.º1, do CIRT) ou 6,5% sobre os rendimentos auferidos nos restantes casos (art.9.º, n.º2 e 4, do CIRT).

Fonte: Art.16.º, n.º2, 3 e 4, do CIRT.

3.1.3.8. LIQUIDAÇÃO

A liquidação do imposto devido por rendimentos obtidos no Grupo A é efetuada pela entidade patronal res-ponsável pelo pagamento destes rendimentos, mensalmente, após a realização das deduções previstas e da aplicação da taxa respetiva na Tabela Anexa ao CIRT, estando ainda obrigados ao preenchimento do Docu-mento de Liquidação de Imposto. (art.10.º, n.º1, do CIRT).

No que diz respeito à liquidação do imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo B é efetuada nos seguintes termos do art.10.º, n.º2, do CIRT:

a) Pela entidade pagadora dos rendimentos, mediante retenção na fonte, nos casos quando a mesma

se-ja uma pessoa coletiva ou singular com contabilidade organizada;

b) Pela entidade pagadora dos rendimentos, mediante retenção na fonte, quando atribuídos aos titulares de cargos de gerência ou administração ou titulares de órgãos sociais de sociedades;

c) Pelo contribuinte, ou seja, por autoliquidação, quando os rendimentos tenham sido atribuídos por pessoas singulares sem contabilidade organizada.

Por fim, a liquidação do imposto devido pelos rendimentos do Grupo C é efetuada pelo contribuinte, quando os rendimentos foram auferidos no ano anterior nos casos previstos nos n.º1 e 2 do artigo 9.º do CIRT, nos casos em que os rendimentos tenham sido sujeitos a retenção na fonte (art.9.º, n.º4, do CIRT), a competência para liquidar o imposto é da entidade pagadora dos rendimentos. (art.10.º, n.º3, do CIRT).

3.1.3.9. PAGAMENTO

O imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo A deve ser entregue pela entidade empregadora até ao final do mês seguinte ao do respetivo pagamento, na Repartição Fiscal competente. (art.11.º, n.º1, do CIRT).

Por seu lado, o imposto devido por rendimentos obtidos no âmbito do Grupo B deve ser entregue nos seguin-tes termos:

a) Pela entidade pagadora dos rendimentos, até ao final do mês seguinte ao do pagamento, na Reparti-ção Fiscal competente, quanto aos rendimentos pagos por pessoas coletivas ou pessoas singulares com contabilidade organizada;

b) Pela entidade pagadora dos rendimentos, nos precisos termos previstos para o Grupo A, quanto aos

rendimentos liquidados a titulares de cargos de gerência ou administração ou titulares de órgãos so-ciais de sociedades;

c) Pelo titular do rendimento, ate ao final do mês em que deve ser entregue a declaração anual de

ren-dimentos, quanto aos rendimentos pagos por pessoas singulares sem contabilidade organizada. (art.11.º, n.º2, do CIRT).

No que tange os rendimentos do Grupo C, o imposto deve ser entregue:

- Pela entidade pagadora até ao final do mês seguinte ao do respetivo pagamento na Repartição Fiscal compe-tente, quanto aos rendimentos liquidados mediante retenção na fonte;

- Pelo titular desses rendimentos, até ao final do mês de fevereiro, quanto aos rendimentos liquidados nos restantes casos. (art.11.º, n.º3, do CIRT).

3.1.3.10. OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

As entidades responsáveis pela liquidação e entrega do imposto devido pela atribuição de rendimentos dos Grupos A, B e C deverão submeter uma declaração anual - “Modelo 2” -, em que conste a seguinte informa-ção indicada, relativa ao exercício fiscal anterior:

- Nome completo e morada do beneficiário dos rendimentos; - Número de identificação do beneficiário;

- Número de segurança social do beneficiário; - Valor anual dos rendimentos pagos; e

- Montante anual de imposto entregue. (art.12.º, n.º1 e 2, do CIRT).

Por seu lado, os titulares de rendimentos do Grupo B, residentes em Angola, devem entregar, até ao final do mês de março do ano seguinte, na Repartição Fiscal da área do seu escritório ou estabelecimento, uma decla-ração –“Modelo 1”, em que devem discriminar todas as remunerações auferidas no decurso do ano fiscal anterior. (art.12.º, n.º3, do CIRT). Nos mesmos termos aplica-se aos sujeitos passivos do Grupo C que obte-nham outros rendimentos para além de serviços sujeitos a retenção na fonte. (art.12.º, n.º4, do CIRT). Importa salientar que, para efeitos de entrega do imposto devido pela atribuição de rendimentos do Grupo A, devem os salários ser processados por todas as entidades em mapas de remunerações mensais, sempre que se