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Informações Básicas sobre o DSM-

No documento DSM V português (páginas 45-50)

Introdução ... 5

Utilização do Manual ... 19

Advertência para a Utilização Forense do DSM-5 ... 25

teúdo e o uso do DSM-5. A intenção não é fornecer um relato completo da evolução do DSM-5, e sim proporcionar aos leitores uma visão geral concisa de seus elementos principais. A seção introdutória descreve o processo de revisão pública, profissional e especializada que foi utilizado para avaliar, extensivamente, os critérios diagnósti- cos apresentados na Seção II. Apresentam-se, também, um resumo da estrutura do DSM-5, sua harmonização com a CID-11 e a transição para um sistema não axial com uma nova abordagem para avaliar incapacidade. A “Utilização do Manual” inclui a “Definição de um Transtorno Mental”, considerações forenses e uma breve visão geral do processo diagnóstico e do uso de codificação e procedimentos para registro.

Introdução

A elaboração da

quinta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais

(DSM-5) foi um empreendimento gigantesco que envolveu centenas de pessoas trabalhando com um objetivo em comum ao longo de um processo de 12 anos. A avaliação dos critérios diagnós- ticos, considerando a organização de cada aspecto do Manual e criando novas características, consideradas de maior utilidade para os clínicos, envolveu muito debate e ponderação. Todos esses esforços foram direcionados para o objetivo de melhorar a utilidade clínica do DSM-5 como um guia para o diagnóstico de transtornos mentais.

Diagnósticos confiáveis são essenciais para orientar recomendações de tratamento, identifi- car taxas de prevalência para planejamento de serviços de saúde mental, identificar grupos de pacientes para pesquisas básicas e clínicas e documentar importantes informações sobre a saúde pública, como taxas de morbidade e mortalidade. Na medida em que a compreensão sobre os transtornos mentais e seus tratamentos evoluiu, profissionais médicos, pesquisadores e clínicos voltaram o foco de sua atenção para as características de transtornos específicos e suas implica- ções para tratamento e pesquisa.

Embora o DSM tenha sido um marco do progresso substancial no que diz respeito à confiabi- lidade, tanto a American Psychiatric Association (APA) quanto a vasta comunidade científica que trabalha com transtornos mentais reconhecem que, anteriormente, a ciência não estava madura o su- ficiente para produzir diagnósticos plenamente válidos – ou seja, proporcionar validadores científi- cos consistentes, sólidos e objetivos para cada transtorno do DSM. A ciência dos transtornos mentais continua a evoluir. Contudo, as duas últimas décadas desde o lançamento do DSM-IV testemunha- ram um progresso real e duradouro em áreas como neurociência cognitiva, neuroimagem, epidemio- logia e genética. A Força-tarefa que supervisionou esta nova edição reconheceu que os avanços em pesquisa irão exigir alterações cuidadosas e iterativas para que o DSM mantenha sua posição como referência na classificação de transtornos mentais. Encontrar o equilíbrio certo é fundamental. Resul- tados especulativos não têm lugar em uma nosologia oficial, mas, ao mesmo tempo, o DSM precisa evoluir no contexto de outras iniciativas de pesquisa clínica na área. Um aspecto importante dessa transição deriva da constatação de que um sistema categórico demasiadamente rígido não captura a experiência clínica nem importantes observações científicas. Os resultados de numerosos estudos sobre comorbidade e transmissão de doenças no âmbito familiar, incluindo estudos com gêmeos e estudos de genética molecular, constituem fortes argumentos para o que diversos clínicos perspi- cazes já haviam observado: os limites entre várias “categorias” de transtornos são mais fluidos ao longo do curso de vida do que os identificados pelo DSM-IV, e vários sintomas atribuídos a um único transtorno podem ocorrer, em diferentes níveis de gravidade, em vários outros transtornos. Esses achados indicam que o DSM, como outras classificações de doenças médicas, deve buscar maneiras de introduzir abordagens dimensionais a transtornos mentais, incluindo dimensões que perpassem as categorias atuais. Tal abordagem deve permitir uma descrição mais precisa das apresentações dos pacientes e aumentar a validade do diagnóstico (i.e., o grau em que os critérios diagnósticos refletem a manifestação abrangente de um transtorno psicopatológico subjacente). O DSM-5 foi elaborado para melhor satisfazer a necessidade de clínicos, pacientes, famílias e pesquisadores de uma descri- ção clara e concisa de cada transtorno mental, organizada por meio de critérios diagnósticos claros, complementados, quando apropriado, por medidas dimensionais que perpassam limites diagnós- ticos, e um breve resumo de informações sobre o diagnóstico, os fatores de risco, as características associadas, os avanços em pesquisa e as várias expressões do transtorno.

Treinamento clínico e experiência são necessários para usar o DSM na determinação de um diagnóstico. Os critérios diagnósticos identificam sintomas, comportamentos, funções cognitivas, traços de personalidade, sinais físicos, combinações de síndromes e durações, exigindo perícia clínica para diferenciá-los das variações normais da vida e de respostas transitórias ao estresse. Para facilitar um exame minucioso da gama de sintomas presentes, o DSM pode servir como orientação aos clínicos para identificar os sintomas mais proeminentes que devem ser avaliados

ao se diagnosticar um transtorno. Embora alguns transtornos mentais possam exibir limites bem definidos demarcando grupos de sintomas, evidências científicas atualmente colocam vários transtornos, ou mesmo a sua maioria, em um espectro com transtornos intimamente relacionados que apresentam sintomas compartilhados, fatores de risco ambientais, genéticos e possivelmente substratos neuronais compartilhados (provavelmente mais bem-estabelecidos para um subcon- junto de transtornos de ansiedade por meio de neuroimagem e modelos animais). Em suma, reco- nhecemos que os limites entre transtornos são mais permeáveis do que se percebia anteriormente. Muitos grupos da área da saúde, tanto profissionais quanto de ensino, estiveram envolvidos no desenvolvimento e nos testes do DSM-5, incluindo médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, consultores, epidemiologistas, estatísticos, neurocientistas e neuropsicólogos. Por fim, pacientes, famílias, advogados, organizações de consumidores e grupos de defesa participa- ram da revisão do Manual ao fornecer feedback sobre os transtornos mentais descritos nesta obra. Seu monitoramento do texto descritivo e explicativo é essencial para melhorar a compreensão, reduzir o estigma e avançar o tratamento até a cura para essas condições.

No documento DSM V português (páginas 45-50)