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Transtorno Esquizofreniforme

No documento DSM V português (páginas 140-142)

Critérios Diagnósticos

295.40 (F20.81)

A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3):

1. Delírios. 2. Alucinações.

3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes). 4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.

5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia).

B. Um episódio do transtorno que dura pelo menos um mês, mas menos do que seis meses. Quan- do deve ser feito um diagnóstico sem aguardar a recuperação, ele deve ser qualificado como “provisório”.

C. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psi- cóticas foram descartados porque 1) nenhum episódio depressivo maior ou maníaco ocorreu concomitantemente com os sintomas da fase ativa ou 2) se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, estiveram presentes pela menor parte da duração total dos períodos ativo e residual da doença.

D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica.

Especificar se:

Com características de bom prognóstico: Esse especificador exige a presença de pelo menos

duas das seguintes características: início de sintomas psicóticos proeminentes em quatro semanas da primeira mudança percebida no comportamento ou funcionamento habitual; confusão ou perple- xidade; bom funcionamento social e profissional pré-mórbido; ausência de afeto embotado ou plano.

Sem características de bom prognóstico: Esse especificador é aplicado se duas ou mais entre

as características anteriores não estiveram presentes. Especificar se:

Com catatonia (consultar os critérios para catatonia associada a outro transtorno mental,

p. 119-120, para definição)

Nota para codificação: Usar o código adicional 293.89 (F06.1) de catatonia associado ao

transtorno esquizofreniforme para indicar a presença da comorbidade com catatonia. Especificar a gravidade atual:

A gravidade é classificada por uma avaliação quantitativa dos sintomas primários de psicose, o que inclui delírios, alucinações, desorganização do discurso, comportamento psicomotor anor- mal e sintomas negativos. Cada um desses sintomas pode ser classificado quanto à gravidade atual (mais grave nos últimos sete dias) em uma escala com 5 pontos, variando de 0 (não presen- te) a 4 (presente e grave). (Ver Gravidade das Dimensões de Sintomas de Psicose Avaliada pelo Clínico no capítulo “Instrumentos de Avaliação”.)

Nota: O diagnóstico de transtorno esquizofreniforme pode ser feito sem a utilização desse es-

pecificador de gravidade.

Nota: Para mais informações sobre Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico, Desen-

volvimento e Curso (fatores relacionados à idade), Questões Diagnósticas Relativas à Cultura, Questões Diagnósticas Relativas ao Gênero, Diagnóstico Diferencial e Comorbidade, ver as se- ções correspondentes em esquizofrenia.

Características Diagnósticas

Os sintomas característicos do transtorno esquizofreniforme são idênticos aos da esquizofrenia (Critério A). O transtorno esquizofreniforme se distingue por sua diferença na duração: a duração total da doença, incluindo as fases prodrômica, ativa e residual, é de pelo menos um mês, mas inferior a seis meses (Critério B). A exigência de duração para transtorno esquizofreniforme é intermediária entre aquela para transtorno psicótico breve, que dura mais de um dia e remite em um mês, e aquela para esquizofrenia, que dura pelo menos seis meses. O diagnóstico de transtor- no esquizofreniforme é feito em duas condições: 1) quando um episódio da doença dura entre 1 e 6 meses, e a pessoa já se recuperou; 2) quando um indivíduo está sintomático por menos de seis meses, tempo necessário para o diagnóstico de esquizofrenia, mas ainda não se recuperou. Nesse caso, o diagnóstico deve ser registrado como “transtorno esquizofreniforme (provisório)”, porque

ainda não há certeza se o indivíduo irá se recuperar da perturbação no período de seis meses. Se a perturbação persistir por mais de seis meses, o diagnóstico deve ser mudado para esquizofrenia.

Outra característica distintiva do transtorno esquizofreniforme é a falta de um critério que exija funcionamento social e profissional prejudicado. Apesar de tais prejuízos poderem potencialmente estar presentes, eles não são necessários para um diagnóstico de transtorno esquizofreniforme.

Além das cinco áreas de domínio sintomático identificadas nos critérios diagnósticos, a ava- liação de sintomas nos domínios cognição, depressão e mania é fundamental para que sejam feitas distinções importantes entre os vários transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos.

Características Associadas que Apoiam o Diagnóstico

Como na esquizofrenia, não existem atualmente exames laboratoriais ou testes psicométricos para o transtorno esquizofreniforme. Há múltiplas regiões cerebrais em que as pesquisas de neuroima- gem, neuropatologia e neurofisiologia indicam anormalidades, mas nada que seja diagnóstico.

Prevalência

A incidência do transtorno esquizofreniforme em diferentes contextos socioculturais é prova- velmente similar à observada na esquizofrenia. Nos Estados Unidos e em outros países desen- volvidos, a incidência é baixa, possivelmente cinco vezes menor que a da esquizofrenia. Nos países em desenvolvimento, a incidência pode ser maior, em especial para o especificador “com características de bom prognóstico”; em alguns desses contextos, o transtorno esquizofreniforme pode ser tão comum quanto a esquizofrenia.

Desenvolvimento e Curso

O desenvolvimento do transtorno esquizofreniforme assemelha-se ao da esquizofrenia. Cerca de um terço dos indivíduos com diagnóstico inicial de transtorno esquizofreniforme (provisório) recupera-se em seis meses, e o transtorno esquizofreniforme é seu diagnóstico final. A maioria dos dois terços restantes irá eventualmente receber um diagnóstico de esquizofrenia ou transtor- no esquizoafetivo.

Fatores de Risco e Prognóstico

Genéticos e fisiológicos. Familiares de pessoas com transtorno esquizofreniforme têm risco

aumentado de desenvolver esquizofrenia.

No documento DSM V português (páginas 140-142)