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2.2.4 INTEGRAÇÃO INSTITUCIONAL

O STPP da RMR opera com 17 empresas privadas de ônibus, 74 permissionários de VPP, e a CBTU, única estatal, responsável pelo transporte metro-ferroviário.

O quadro institucional de transportes urbanos da RMR apresenta-se estruturado em torno da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos do Recife – EMTU/Recife criada pelo Governo do Estado em 1979 para gerir o Sistema de Transporte Público de Passageiros da RMR que, na oportunidade, era prestado basicamente por linhas de ônibus convencionais. A partir da criação da EMTU/Recife, iniciou-se o processo gestão integrada dos transportes públicos da RMR. O esquema apresentado na figura 8 apresenta o quadro institucional atual do STPP da RMR, onde:

Figura 8: Esquema Institucional do STPP da RMR CMTU - Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos

União CBTU/STU-REC Estado EMTU/Recife Município Prefeituras da RMR CTTU STU-REC/METROREC (Trem Metropolitano) Câmara de Compensação Tarifária Empresas operadoras (ônibus) Passageiros do STPP Empresas operadoras (VPP)

A EMTU/Recife é a gestora do STPP por ônibus na RMR, exercendo para tal fim o papel que cabe ao Estado em termos da regulamentação do transporte intermunicipal por ônibus entre as cidades que compõem a RMR e as delegações recebidas, através de convênios, das Prefeituras Municipais e as prefeituras das cidades metropolitanas pelos serviços de transporte urbano de interesse local. Ao se caracterizar como entidade gestora, e não apenas de regulamentação e controle do STPP por ônibus, a EMTU/Recife assume na prática o papel de definir e fazer operar o sistema de ônibus como um todo, estabelecendo linhas, itinerários, freqüências, tipo de equipamentos e todas as disposições sobre a concepção, integração e operação dos sistemas. Das linhas controladas pela EMTU/Recife 50% correspondem a linhas intermunicipais e 50% a linhas municipais cuja atribuição é da Prefeitura da Cidade do Recife. A EMTU/Recife é responsável também pela gestão de 12 linhas municipais de Jaboatão dos Guararapes, que formam o que se denominou Sistema Integrado Municipal-SIM, fazendo parte do Sistema Estrutural Integrado-SEI.

O Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos - CMTU é um órgão colegiado metropolitano responsável pelas decisões superiores do sistema, como a Política de Transporte Urbano e questões tarifárias. É formado por representantes do Governo do Estado de Pernambuco (EMTU/Recife e Secretarias de Planejamento e Infra-estrutura), das Prefeituras da RMR, da Assembléia Legislativa do Estado, da Câmara dos Vereadores do Recife e das Câmaras de Vereadores das demais cidades da RMR, em sistema de rodízio, dos sindicatos (patronal e trabalhadores do setor), da CBTU/União, de entidades comunitárias e da CTTU - Cia. de Transito e Transporte Urbano do Recife.

As prefeituras das cidades metropolitanas são titulares do serviço de transporte urbano de interesse local e podem geri-lo diretamente ou delegá-lo ao Estado para se integrarem ao sistema de transporte metropolitano. Os convênios existentes de delegação à EMTU/Recife, para a gestão dos sistemas locais, se constituem um instrumento legalmente frágil, sujeitos a suspensão com um prévio aviso de apenas 60 (sessenta) dias. A gestão do sistema de transporte urbano do Recife é exercida pela EMTU/Recife, por delegação da Prefeitura da Cidade do Recife. Os demais municípios da RMR mantêm a gerência sobre seus sistemas de transporte coletivos.

As empresas operadoras de ônibus geridas diretamente pela EMTU possuem delegações para a exploração dos serviços sob a forma de permissões, concedidas pela EMTU/Recife, em nome do Estado ou das Prefeituras convenentes, não sendo objeto, como determina a constituição federal, de concorrência pública. As permissões têm sido renovadas, ao longo

do tempo, com base no atendimento dos padrões de desempenho estabelecidos pela EMTU/Recife. Existe uma única empresa, vinculada ao STPP, que opera no município de Recife, com base em concessão municipal decorrente de uma concorrência pública, realizada pela Prefeitura da cidade do Recife.

O sistema de Veículos de Pequeno Porte é gerido diretamente pelas Prefeituras em que operam. Apenas o município de Recife já tem os seus sistemas de VPP, operando de forma regulamentada.

A Câmara de Compensação Tarifária é um sistema originalmente exclusivo do sistema ônibus, mas que atualmente contempla também duas linhas do sistema de VPP. A CCT é operada pela EMTU/Recife, com a participação dos operadores de ônibus, e promove a apuração da receita total do sistema e sua distribuição pelos operadores, em função dos volumes de transporte (quilômetros rodados, viagens cumpridas e passageiros transportados) e custo.

A CBTU/STU-REC é responsável pelo planejamento e operação do sistema ferroviário urbano da RMR, estabelecendo seus programas de viagens, quadros horários e tarifas sem participação da EMTU/Recife. Observa-se que, embora a CBTU esteja representada no CMTU e participe de suas deliberações, sua representatividade, (3,33%) não garante a sua inserção e o seu fortalecimento no STPP da RMR.

Nesse quadro institucional, onde a CBTU e a EMTU atuam de forma independente na gestão de seus sistemas, a definição de questões comuns requer um gerenciamento passo a passo, fazendo com que o fortalecimento da integração metrô/ônibus só seja possível a partir do esforço permanente de articulação entre seus dirigentes e equipes técnicas. Em conseqüência dessa articulação, foram obtidos avanços no que se refere à expansão da integração física e operacional entre os dois sistemas, a partir da implantação dos Terminais de Integração da Linha Centro do Metro (Barro, Jaboatão, Afogados, Joana Bezerra e Camaragibe) e previsão dos Terminais de Integração no Projeto de Expansão do METROREC - Linha Sul, hoje em implantação, bem como a implantação/expansão das linhas de ônibus do SEI.

No entanto, apesar de todo o esforço, e o longo período percorrido desde o início da implantação do SEI, a integração entre os dois sistemas ainda não envolve todos os seus aspectos, a exemplo da tarifação, que é tratada de forma independente por cada modo, onde a CBTU define a tarifa do sistema ferroviário, sem a participação da EMTU, e a

Câmara de Compensação Tarifária não considera a participação do metrô/trem em seu sistema.

O sistema atual não permite também a solução de outros aspectos significativos para a racionalização do sistema de transportes, como a expansão mais efetiva das integrações metrô-ônibus, ou a eliminação de linhas de ônibus concorrentes com o sistema metro- ferroviário em determinados trechos, a revisão da política de partição tarifária relativa ao usuário integrado, e os seus desdobramentos sobre a tarifa efetiva dos sistemas ônibus e metrô. Da mesma forma, qualquer ação que dependa das municipalidades, para a melhoria do sistema de transportes ou do sistema ferroviário, como a integração de linhas municipais, estudos de acessibilidade e implantação de obras viárias dependem necessariamente do estabelecimento de articulações específicas para a sua solução.

Com relação às Prefeituras dos Municípios Metropolitanos, há que se ressaltar o interesse crescente das prefeituras em assumir a gestão dos transportes em seus municípios, através da criação de estruturas específicas, onde se destacam a Companhia de Transporte e Transito urbano - CTTU da Prefeitura do Recife, e a Empresa Municipal de Trânsito e Transporte – EMTT já implantadas, e que já iniciaram a sua atuação, inclusive com a regulamentação dos VPP. Nos demais municípios os sistemas são administrados pela administração direta municipal (geralmente de uma diretoria vinculada a uma secretaria municipal).

Fruto da necessidade de uma maior participação dos governos municipais na gestão do STPP da RMR, encontra-se em negociação a formação de um consórcio metropolitano formado pelo Governo do Estado e dos Municípios da RMR. O processo ainda está em tramitação, mas já existe uma formatação inicial acordada entre o estado e a Prefeitura da cidade do Recife. A medida provisória Estadual para formação do Consórcio já foi aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado e a Medida Provisória Municipal e encontra-se em tramitação na Câmara dos vereadores da cidade do Recife.

Na proposta o sistema ferroviário metropolitano passaria a ser subordinado diretamente ao consórcio como operador do STPP a partir da celebração de convênio/contrato. Ao consórcio caberia a responsabilidade pela definição e cobrança de metas e padrões operacionais que tenham interferência direta no STPP.