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A maior capacidade de descoberta de novas tecnologias coloca essas organizações em posição de destaque frente à outras, despontando no cenário mundial. A competição impulsiona a busca por maior potencial inovador entre empresas, assim a orientação é no sentido de encontrar vantagens econômicas mesmo que fora do ambiente doméstico. Países receptores de multinacionais elaboram medidas protetivas à produção local, para minimizar os efeitos da saída de

capital. Assim, percorrem o seguinte caminho de experiências: exportações, licenciamento e o investimento direto externo.

Mundialmente, os estudos sobre esse tema existem desde os anos de 1950 e são referência clássica desde então. Como produzidos por acadêmicos da área de gestão, muitos são também consultores no mesmo assunto, a atenção que se vê nas pesquisas é dada sobre estratégias de produtividade e como obter mais lucros a partir desse processo.

A expansão de empresas brasileiras e a abertura de mercado no final do século XX, aliado ao auxílio do Estado Brasileiro, propiciou um aumento de exportações e de criações de filiais em outros países, resultando na internacionalização dessas empresas. Esse processo é resultado de diversos fatores estratégicos internos, como se esclarecerá mais adiante.

Uma definição sobre é de que a internacionalização produtiva ocorre quando há a oferta de produtos e serviços a residentes de países estrangeiros. Dessa forma, entende-se a amplitude do conceito, a internacionalização compreende fenômenos que ocorrem envolvendo dois ou mais países com o intuito de troca econômica.

Figura 7 – Ranking da Fundação Dom Cabral de empresas internacionalizadas de 2010.

Fonte: Revista IstoÉ Dinheiro, ―Yes nós Somos Globais‖, disponível em http://www.istoedinheiro.com.br /noticias/45372_YES+NOS+SOMOS+GLOBAIS.

Diferentes motivações internas levam as empresas a optarem por expandir negociações no mercado externo e é isso o que vai orientar a forma como as organizações viabilizarão as etapas para a expansão, tornando cada processo particular, desde a aquisição de vantagens fiscais em países menos desenvolvidos; trocas de conhecimento e uso das expertises locais em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos; proximidade com o mercado consumidor; valor pago à mão de obra ou contexto político econômico tanto do país destino e quanto de origem (ALÉM & CAVALCANTI, 2005).

Essa tendência é resultado de diversos fatores, o contexto global de transnacionalização de mercados, melhorias na comunicação, a globalização e a homogeneização de hábitos de consumo e a divulgação de culturas facilitam o trânsito de conhecimentos e ferramentas gerenciais, pessoas e capital, criando um

mercado mundial aberto à receber competidores que aspiram trabalhar em nível global como consumidores e concorrentes. Empresas de áreas diversas no Brasil alcançaram o patamar de competitividade e se colocaram a disputar espaços fora do país (ALÉM & MADEIRA, 2010).

A maior capacidade de descoberta de novas tecnologias coloca essas organizações em posição de destaque frente à outras, despontando no cenário mundial. A competição impulsiona a busca por maior potencial inovador entre empresas, assim a orientação é no sentido de encontrar vantagens econômicas mesmo que fora do ambiente doméstico. Países receptores de multinacionais elaboram medidas protetivas à produção local, para minimizar os efeitos da saída de capital. Assim, percorrem o seguinte caminho de experiências: exportações, licenciamento e o investimento direto externo.

As trocas de conhecimentos entre agentes dentro das empresas em torno de desenvolvimento de produtos é um dos pontos mais importantes na busca de novos mercados pois dá acesso ao desenvolvimento de nichos de consumo. Assim, a rede surge como um fator importante na globalização de novas tecnologias impulsionando a formação de network também entre os dirigentes, empresários e executivos, que a utilizam para buscar apreender novos conhecimentos e técnicas para aplicar nas empresas às quais pertencem (HILAL; HEMAIS, 2003).

Mundialmente, os estudos sobre esse tema existem desde os anos de 1950 e são referência clássica desde então. Como produzidos por acadêmicos da área de gestão, muitos são também consultores no mesmo assunto, a atenção que se vê nas pesquisas é dada sobre estratégias de produtividade e como obter mais lucros a partir desse processo.

Quando surgem as primeiras pesquisas, os autores trabalhavam como consultores de empresas que procuravam esse objetivo, criando assim uma via dupla entre a prática e a teoria científica e, ao mesmo tempo em que as experiências nas firmas ocorriam, os consultores que orientavam essas experiências teorizam sobre elas (DUNNING, 1993). Assim, os caminhos percorridos pelas firmas para o investimento direto externo eram semelhantes, porque os consultores eram os mesmos que atuavam nas mesmas empresas e as pesquisas construídas em núcleos de pesquisas se aplicavam em forma de consultoria. Assim, troca dentre a

prática e a teoria se fez de maneira simultânea. As primeiras experiências aconteceram na Europa e América do Norte, onde se consolidaram os centros de estudos no tema por esse motivo.

Na primeira metade do século XX, houve um aumento no número de firmas que experimentam o investimento externo para conquistar novos mercados nos Estados Unidos, devido às melhorias tecnológicas em comunicação, transporte e gestão (HYMER, 1978).

Dentre as escolas de negócios que se dedicaram ao estudo da internacionalização de empresas, a escola de Uppsala foi obteve grande relevância. Criada na década de 1970, na Suécia, dentro da Universidade de Uppsala, desenvolveu estudos que tornaram-se referência e passou a ser reconhecida como a Escola Nórdica de Negócios Internacionais. Desde antes de sua criação, na década de 1960, autores já trabalhavam o tema, como Penrose, Cyert e March e Aharoni (HILAL; HEMAIS, 2003).

De acordo com os estudos realizados por estes pesquisadores, a internacionalização dos negócios tem início na atividade exportadora, sem elaborar planejamento de como se dará a próxima etapa no processo. Os principais objetivos são conquistar novos mercados para escoamento da produção excedente e o aumento da capacidade produtiva em função da elevação de lucros. Assim, a explicação mais recorrente em Uppsala é de que o investimento externo é uma consequência do crescimento das firmas.

A importância da relação interpessoal nesses trabalhos é demarcada. A proximidade cultural entre os países envolvidos, a existência de rede de relações profissionais e a confiança entre as firmas são pontos ressaltados para a justificativa do sucesso nas experiências de negócios internacionais. Chamada de distância psíquica, esse obstáculo à entrada em localidades estrangeiras se deve às diferenças de formação escolar, desenvolvimento econômico e políticas (Ibidem).

Conclui-se nos trabalhos: primeiro, mercados são uma rede de relacionamentos em que empresas estão ligadas, umas com as outras, de várias formas complexas de padrões invisíveis; segundo, o entendimento cultural entre elas pressupõe um aprendizado que é precondição para essa relação, envolvendo

transmissão de conhecimento e circulação de pessoas (JOHANSON; VAHLNE, 2008).

Dunning coloca que a decisão estratégica pela entrada das empresas em mercados externos se deve à questões ecléticas, sendo seu trabalho entendido como Teoria Eclética. São quatro os principais motivos para a decisão do investimento externo direto, o acesso a recursos, onde a produção poderá ter mais facilidades de angariar matérias-primas e produtos naturais; acesso a mercado, aumentando o número de possíveis clientes; acesso a eficiência, pela especialização da mão-de-obra; e o acesso a recursos estratégicos com a melhoria das competências e recursos da empresa (DUNNING, 1988).

Por ser uma abordagem que fornece a possibilidade de entendimento da internacionalização por aspectos diferentes, o trabalho desse autor é usado por áreas de estudos diversas. Ele usa a sigla OLI – Ownership, Location e Internalization, ou posse, localização e internalização – para identificar os interesses em três objetivos principais.

Pelo objetivo de posse, entendem-se as vantagens de operações que as empresas já possuem e que permitem que sejam aplicadas em unidades fora do país de origem, o que incorpora conhecimentos e tecnologias. Por localização, entendem-se os benefícios que a organização obteria na instalação de operações em determinadas localidades, como o conhecimento local, retorno lucrativo e facilidades políticas. Em internalização, o objetivo é de adquirir bons resultados a partir da conquista de mercado deixando de ser uma estrutura estrangeira, incorporando a cultura local e tendo ganhos em vista de integrar-se nacionalmente (DUNNING, 1988).

A partir destes pontos desenvolvidos por Dunning, os estudos posteriores assimilaram que é possível explorar as estratégias de internacionalização por diferentes vertentes do estudo de empresas.

Dedicam-se, principalmente, às etapas do processo de entrada no mercado global, o impacto que é causado na economia, as ferramentas de gestão envolvidas e a organização. Esses estudos são mais frequentes a partir da década

de 1990, onde o número de firmas que expandem suas atividades para fora do Brasil cresce de maneira significante.

As escolas de negócio são as maiores responsáveis pelo desenvolvimento da área, os institutos de ensino privado produzem mais no intuito de aproximarem-se da realidade do mercado de trabalho dos seus alunos e pesquisadores. Muitas vezes, estes serão os consultores de empresas. Universidades públicas se apresentam como produtora de trabalhos quase na mesma proporção.

A discussão sobre a Internacionalização tem ganhado maior espaço no ambiente acadêmico brasileiro, após os anos 1990. Isso decorre do fato de que o número de empresas que buscam aumentar a quantidade de transações no estrangeiro têm se elevado desde a década de 1980, onde os auxílios do Estado nacional facilitaram a entrada em mercados internacionais.

As pesquisas sobre o tema estão presentes em áreas distintas do conhecimento como administração, engenharia, economia, sociologia. A versatilidade sobre o objeto se encontra na amplitude do seu alcance como um fenômeno que abarca mudanças e adaptações sociais e organizacionais, pertencendo também como consequência ao processo crescente de globalização (JULIAN, 2013).

Os estudos sobre Internacionalização de Empresas começam a ser desenvolvidos no Brasil após a década de 1960, quando o fluxo de internacionalização das empresas brasileiras passa a ser maior. Os trabalhos surgem na mesma proporção com que as firmas se modificam para melhor se adaptarem ao cenário global, teoria e prática se desenvolvem juntas, as empresas buscam melhorias para competitividade e os acadêmicos buscam observar o fenômeno e contribuir com análises.

Neste contexto de mudanças, o espaço das organizações deve ser descrito em suas novas configurações, renovando as pesquisas na área e acrescentando novos olhares sobre suas consequências globais. Percebendo o grande volume de negócios que tendem à internacionalização, muitos trabalhos acadêmicos têm se prestado a analisar este fenômeno. As pesquisas sobre

Internacionalização de Empresas, ou Negócios, têm diferentes abordagens dependendo das características a serem buscadas.

Há muitos textos relacionando multinacionais e trabalhadores, multinacionais e governos, empresas e transferência de conhecimento de P&D – pesquisa e desenvolvimento, estudos de caso e estratégias. No Brasil, as pesquisas seguem os modelos criados pelos grandes centros de estudos de negócios internacionais, não estabelecendo uma maneira particular ―brasileira‖ de analisar os estudos de caso retirados da realidade nacional.