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O movimento como artesanía7 de si a pesquisar sentidos

Qual objetivo da pesquisa?

Fico desacomodada com o “não fazer”, ou “não produzir”. Parece meio vago, distante, apenas problematizar e não ter algo palpável, concreto. Ao mesmo tempo não consigo me ver fazendo pesquisa nesse tom neutro. É impossível me afastar do meu íntimo, do meu sentimento, mesmo que seja de negação, primeiro, ao enfrentar o que me movimenta. Será que apenas a problematização é um meio de achar esse objetivo ou alcançar o que pretendo? O que pretendo?

Já não sei mais... a cada encontro do grupo me desvio, me entusiasmo, mesmo que esses momentos sejam de estranhamento com o que é dito ou pensado. De alguma forma mexe comigo.

Não sei explicar, mas por que explicar? Agora tudo o que vejo me “re”pergunto, do que foi falado.

O produto encanta, fico maravilhada com a capacidade das pessoas no fazer. Parece que a mim só resta a imaginação e criação, não formalizo. Ao mesmo tempo de encantamento me vejo odiando isso. O texto em terceira pessoa afasta o discurso produzido. Impessoalidade? Sou gente e quero ser tratada como tal. Mas será que é possível na escrita acadêmica? No dia de hoje me senti em crise. Afinal o que quero na minha pesquisa? O que me movimenta ir e vir, seja pela estrada e até mesmo pelo pensamento. Penso na secretaria de educação, no conselho de educação, nos professores, nas pessoas da escola, e surge a necessidade de resposta. Mas não tenho e não sei se quero ter. Que preço pagarei por isso? Não sei ser indiferente e os sentimentos se misturam. [...] e ao contabilizar o tempo, abro o Vigiar e Punir, deitada na minha cama bagunçada e leio mais um pouco, até o terceiro tempo começar com meu filho. (Anotações da autora, semestre I do curso, 2019).

A artesania na pesquisa é um processo que eu construía ao mesmo tempo em que juntava anotações, garimpava materiais, olhava e pensava com o que já foi produzido de singular, e o que está incluído na história geral. A artesania na minha pesquisa está presente nos modos como arranjo os documentos, os relatos, os textos e os fragmentos sobre as Escolas do Campo e como vou ao encontro desses arranjos problematizando e produzindo meus próprios registros, me desafiando e me constituindo pesquisadora ao mesmo tempo que realizo a investigação.

Como artesania me desafiei a ser também escritora de vida, uma vida que pulsou e pulsa na Escola do Campo, uma investigadora que escreve sobre os movimentos de vida que podem receber o tratamento de um raciocínio sistemático. Vejo na artesania uma força e uma capacidade de tecer ideias, costurar saberes e ter a oportunidade de ensaiar e escrever construindo um compromisso com a pesquisa, que não está determinada de antemão.

7 Estudo baseado nas ideias de Mills em “Do Artesanato Intelectual” (1976).

Sempre que experimentamos forte sensação sobre acontecimentos ou ideias, devemos procurar não deixá-las fugir, e ao invés disso formulá-las para nossos arquivos, e como isso estaremos elaborando suas implicações, mostrando a nós mesmos como esses sentimentos ou ideias são tolos, ou como poderão ser articulados de forma produtiva.

(MILLS, 1976, p.03)

Será que na academia poderia eu escrever a esmo, produzir livremente na relação com os materiais de pesquisa, ler um romance de ficção durante a produção acadêmica e desfrutar de tempo livre? Porque não?!!!! Percebi, ao longo da escrita do estudo, que pesquisa também é uma produção em nossa própria oficina, no íntimo, no âmago de algo e de alguém que se torna artesã de si mesma, de uma pesquisadora e de seus sentidos. É assim que Mills (1976) começa a dizer da artesania intelectual daquele que faz pesquisa, seriam eles/as aqueles/as que escolhem não separar o trabalho de suas vidas, que aprendem a usar a experiência de sua vida no seu ofício, que buscam juntar aquilo que está “fazendo intelectualmente e o que estão experimentando como pessoas” (p. 212).

Na artesania, Mills (1979) indica o caminho de algo que fui, como constituição da pesquisadora, produzindo ao longo de minha vida pessoal (com tudo dela, incluindo fotos, álbuns, ensaios, poesias...) e da vida profissional. O autor denomina isso de arquivo, como um lugar de registro em que se pode conservar as energias, os pensamentos marginais, as ideias que num dado momento são subprodutos da vida, os trechos de conversas que participei, ou não, as imagens, sonhos, vontades (indizíveis e dizíveis).

Em nenhum momento da vida, seja ela no aspecto pessoal ou profissional, pensei que a vontade de escrever sobre o cotidiano do trabalho e da vida se tornariam parte de uma artesania intelectual/pesquisa e de um processo de investigação. Com a ideia de artesania pude entender que

Uma das piores coisas que ocorrem aos [investigadores/pesquisadores]

é só sentirem a necessidade de escrever seus "planos" numa ocasião[...]

em seu caminho deve ter, a qualquer momento, tantos planos, ou seja, idéias, que sua indagação será sempre: "a qual deles me devo dedicar, em seguida?" E deverá manter um arquivo especial para seu tema principal, que ele escreve e reescreve para si mesmo, e talvez para debate com amigos. De tempos em tempos, deve revê-lo cuidadosamente e com objetivo, e por vezes, também, quando está despreocupado (MILLS, 1979, p. 213-214).

Foi assim que me senti à vontade para trazer recortes de meus escritos (marginais ou não) no corpo do texto da dissertação, para colocar em suspenso as ideias e os sentimentos e, com isso, ter a oportunidade de voltar ao momento em que foi escrito, carregando a inquietude da mudança e do problematizar. A artesania, no movimento que eu fazia entre meus “arquivos” e a problematização possível, tinha a característica de modelar, junto com a pesquisa, uma forma metodológica e reflexiva.

Meus primeiros movimentos na artesania, assim, foram de desestabilização, estremecimento, desorganização, que me apareciam através das leituras e conversas com os colegas do grupo de pesquisa e meu novo encontro com os meus escritos e materiais. Ao mesmo tempo em que tinha o sentimento de estar perdida, de não ter um objetivo certeiro o qual pesquisaria e para o qual acharia a solução, gostava, cortejava, arriscava em outros espaços, em outras conversas, que de certo modo me faziam pensar outras possibilidades, apesar de não compreender algumas coisas.

As disciplinas cursadas também foram sendo costuradas e alinhadas conforme meus estudos se configuravam na pesquisa. A artesania da pesquisa foi mostrada a mim a partir das discussões das disciplinas Seminário de Aprofundamento e Integração I e II, e se fez muito importante nas conexões e no exercício de escrever sem objetivo traçado, colocar em palavras sentimentos que brotavam nesse percurso de formação.

Se a escola multisseriada não era mais vista por mim como lugar de crianças que teriam defasagens de aprendizagem, comecei, com os movimentos de estudo, buscar outros modos para pensar sobre e com a Escola do Campo.

Um primeiro passo metodológico para configurar a pesquisa foi então delimitado na parceria com a minha orientadora, Professora Leandra: ir atrás da documentação administrativa, pedagógica, dentre outras que envolvessem as Escolas do Campo multisseriadas no município de Caçapava do Sul. É nessa cidade que desenvolvo minhas atividades como professora de Educação Especial, lócus onde poderia construir outra característica profissional, a de pesquisadora, embalada pela curiosidade e o desejo de saber e deixar registrado algo.

O inesperado sempre me trouxe curiosidade. Desde a meninice, ao ler os suspenses de Ágatha Cristhie e Sherlock Holmes, era atiçada pela investigação;

também quando brincava com jogos de enigmas, o que já na época me fazia

gostar da pesquisa. Curiosidade e suspense faziam parte do meu cotidiano e são características de um modo de existência que me entusiasma.

Chamo as memórias sobre suspenses, enigmas e investigação porque, como vou descrever a seguir, foi um desafio encontrar a documentação das Escolas do Campo multisseriadas na Secretaria de Educação, ou mesmo nas próprias escolas.

Rastrear e encontrar pistas, suspeitar de situações, criar contextos a partir de informações foram ações que desenharam minha infância e adolescência, e que, durante o desenvolvimento desta investigação, pareciam aprendizagens importantes para os meus movimentos iniciais de pesquisa. Sentia que para a artesania da pesquisa precisava incorporar a “detetive” que teria a tarefa de encontrar informações, documentos, qualquer tipo de fonte que pudesse dar subsídios para inicialmente estabelecer problema, objetivo/meta/ação de pesquisa. O primeiro movimento da artesania foi buscar e mapear informações/história/experiências das e nas Escolas do Campo de Caçapava do Sul. Após esse primeiro passo, fiz outros movimentos para encontrar possibilidades de problematização dentre aquilo que trazia dos meus próprios arquivos, a relação entre materiais e minhas experiências com a Escola do Campo. Para tanto, as orientações e o grupo de pesquisa me ajudaram a compreender a necessidade de me envolver mais com as histórias das escolas e da rede de ensino, um envolvimento que me permitisse reconstruir, desmanchar e reconhecer, no sentido de conhecer de novo, para estabelecer e definir o problema da pesquisa.

Com isso na cabeça comecei o trabalho concreto e físico. Entrei na Secretaria de Educação disposta a encontrar tudo que tivesse referência às Escolas do Campo. Perguntei para uma colega onde estavam os arquivos da documentação (legislação, atas, ofícios, diários de classe, planos curriculares...) sobre as Escolas do Campo. Meio desconfiada, a colega me olhou de relance e, quase sussurrando, com poucas palavras, disse: “é difícil”. Pela cara de espanto que não contive, falou um pouco mais com expressão corporal de desolação e disse: “se tiver alguma coisa, está lá em cima”. Apontou para uma escada de mogno escura, que faz parte da estrutura antiga da sala, contrastando com paredes brancas e altas.

Um pouco cabisbaixa, pois estava entusiasmada para o primeiro dia de busca de materiais, subi os degraus que terminavam em uma porta com fechadura antiga. Abri a porta e encontrei cadeiras velhas, classes quebradas e computadores danificados. De certa forma desanimei porque encontrei o material a ser pesquisado, que contém preciosidades de uma história da educação, lá esquecido em meio ao que “não presta mais”, não tem mais uso, deixado ao descuido, ao obsoleto, tratado como aquilo que já teve validade, mas acabou.

Mesmo diante da cena aterradora precisava começar e comecei... Procurei qualquer coisa que me contasse, me informasse sobre as Escolas do Campo no município. Depois de algum tempo vasculhando, um primeiro achado: uma caixa de papelão não identificada. Ao abri-la encontrei um livro de atas bem antigo, datado dos anos 1970. Comecei a folhear e a ler o conteúdo, escrito em caligrafia bem-feita e desenhada em folhas amareladas pelo tempo.

O livro de atas pertencia à Escola Cruzeiro do Sul, mais tarde nomeada de Gabriel Gomes Lucas, que foi fechada na década de 1990 quando se estabeleceu, em Caçapava, como no Brasil, a política de nucleação da educação escolar no campo. Mais adiante serão analisadas as temáticas organizadas a partir dos materiais, a nucleação e o transporte escolar são uma delas.

Lendo esse primeiro livro de atas encontrado, percebia naqueles textos um processo histórico, narrativas, recortes de histórias da escola, do que acontecia na época, de pessoas que viviam e se reuniam na escola para discutir variadas pautas, desde entrega de boletins à escolha de uniformes. Fiquei curiosa e cada leitura de um ou outro trecho das reuniões, dos encontros, me permitiu compor um trabalho de pesquisa e de problematização.

Em alguns trechos me demorei imaginando as situações descritas, a ata era a descrição do cenário desse tempo. Em uma delas era relatado sobre a escolha do uniforme, ficando determinado que o mesmo seria composto de calças pantalonas azuis com camisas brancas. Fiquei imaginado esse uniforme num contexto de campo, crianças, árvores, pega-pega, rodas e cantigas, banhos de chuva e lama para chegar à escola... todos de calça pantalona e camisa branca.

Nesta situação me demorei pensando sobre como os modelos urbanos de escola serviam de imaginário para compor o uniforme de uma Escola do Campo.

Continuei a ler outros trechos e atas e, também, a criar outras cenas, ia cada vez mais me envolvendo e continuava virando as páginas. Num momento

levanto os olhos e me entristeço novamente ao olhar ao redor da saleta. Caixas empilhadas, papéis no chão. Peguei uma folha amassada debaixo de uma das caixas e me espantei ao ver que se tratava de um ofício de outra escola fechada, com o pedido de desistência da diretora da época. Revirei mais um pouco e encontrei a caixa da referida escola. Desci para a sala de reuniões da Secretaria com o livro de atas e com uma pasta encontrada em uma das últimas caixas que revirei. Esparramei os materiais sobre a mesa com toalha branca de renda e iniciei uma leitura mais atenta daqueles materiais.

Ao mesmo tempo que lia os materiais sentia a necessidade de já registrar algumas coisas que me impactavam. Folhas em branco me serviram de espaço de registro e senti que ali foi o momento em que teve início a minha investigação:

nesse mergulho, mesmo que em materiais nada organizados, nada preservados, nada tratados como importantes, na documentação educacional do município.

Com o tempo, ali, remexendo os materiais, a alergia foi chegando devido ao pó, bolor, ácaros... Entre espirros e risadas fui encontrando preciosidades de uma história que pouco foi contada. Eram histórias vividas e produzidas (porque na escrita da história não é possível registrar tudo, sendo esta também o ponto de vista de alguém que escreveu) e depois guardadas nos arquivos da escola, fechadas em caixas e abandonadas, tão esquecidas quanto foram as escolas que elas narram.

Folhear aqueles registros permitiu que eu pudesse imaginar as cenas, saber das experiências, às vezes com espanto e outras vezes com estranheza, pois estava adentrando em uma época, em um tempo, e em espaços que desconhecia; mais que isso, em um tempo em que eu nem havia nascido.

Desses documentos, da leitura e de uma espécie de volta ao passado imaginando cenas, contextos e situações, fui escolhendo fragmentos de texto que foram compondo o momento inicial da pesquisa e, assim, da metodologia da pesquisa, considerando que esta é parte de um movimento de investigação que tem como referência a ideia da artesania da pesquisa, e isso diz dos caminhos que a pesquisa percorreu.

Assim, com os documentos passei a escrever muitas ideias que não sabia se manteria ou descartaria depois. Após essas primeiras escritas, a sistematização se fez importante para poder dizer e escrever sobre o objeto de pesquisa e para me colocar em relação com outros autores que compartilhem das

reflexões sobre o mesmo tema. Escolhas de livros, capítulos, teses e conversas com grupos, seja de pesquisa ou de amigos, ajudaram a pensar e a olhar para diferentes possibilidades de artesania da investigação, que era produzida por tensionamento e suspensão de pensamentos para criar a oportunidade de problematizar.

Na artesania da pesquisa utilizei de uma ferramenta metodológica que foi criar suspensões para alguns fragmentos de texto dos materiais/documentos que encontrei espalhados na secretaria e que me possibilitaram operar um pensar.

A suspensão, para mim, significou a ação de suspender, realizar uma interrupção, no caso, retirar os fragmentos dos documentos, do lugar “natural”, para dar visibilidade e, com isso, criar uma problematização.

A organização de cada suspensão foi me mobilizando a apreciar o inusitado e o inesperado ao fazer a artesania de composição, derivada de aproximações e afastamentos durante a leitura dos documentos e de meu pensamento e ação do registro. Estive movimentada pela vontade de construir, de alguma forma, essa

“artesania intelectual”8, que implica um modo de arte e de técnica com característica de um encontro produtivo podendo levar à elaboração/fabricação de objetos; objetos intelectuais de pensamento, análise e sínteses que possibilitam uma (re)novação de algo no mundo, no presente. No caso, a (re)novação de um modo de historicidade das Escolas do Campo de Caçapava do Sul.

Percebi que a minha questão inicial de pesquisa não estava nos fragmentos, mas que a partir da suspensão deles eu poderia encontrar as problematizações necessárias, como diz Saraiva:

Comecei a perceber que o mundo não está povoado de questões e respostas ocultas em cantinhos, aguardando para serem descobertas. A segunda é uma história que toma a verdade em sua exterioridade, procurando compreender sua formação, quais as regras que a definem num determinado momento e como as práticas sociais tornam possível a invenção de determinados regimes de verdade, ou seja, quais as condições que tornam possível um discurso ser enunciado e considerado verdadeiro num determinado contexto social (SARAIVA, 2007, p. 16)

Foi, portanto, pelo movimento de artesania que passei a questionar: como se produz (ou não) uma historicidade no presente para as Escolas do Campo de Caçapava do Sul? Quem poderia construir essa historicidade? Quais leituras da

8 De origem espanhola, traz a ideia de arte e técnica própria, artesanal, em elaborar ou fabricar objetos; no caso da pesquisa, objetos intelectuais de pensamento e análise.

historicidade poderiam impactar a constituição das Escolas do Campo de Caçapava do Sul no presente?

Atendendo à necessidade da pesquisa fui constituindo, a partir do problema, o objetivo geral assim formulado: tornar visíveis algumas histórias das Escolas do Campo em Caçapava do Sul a partir das pistas, entre suspensões e documentos, olhando para a possibilidade de uma educação no presente.

As suspensões foram detalhadas no projeto de qualificação e opto por não as trazê-las de forma completa na versão final da dissertação. Apresento-as, então, de forma sistematizada (quadro a seguir) expondo as problematizações levantadas para cada suspensão. Estes questionamentos foram dinamizadores para a construção dos materiais/recursos que serviram para o processo de entrevistas que realizei posteriormente. Também para construir as sistematizações a partir da historicidade dos acontecimentos que fui buscar junto a alguns “atores” que foram convidados a participar da pesquisa, depois da qualificação, e a partir das recomendações das professoras Priscila e Camila.

Quadro 1 – Suspensões e problematizações – Atos de pensar

Suspensão Pensar sobre ...

Entre os donos da terra e o trabalhador rural:

uma educação escolar que inclui pela norma

No campo se produz conhecimento? A escola reconhece o conhecimento produzido em seu entorno? Qual garantia de pertencimento a escola oferece para a criança que vive no campo?

Como a Escola do Campo se movimenta para pensar essa idealização do estudo e da formação como chave para inclusão, para o êxito pessoal e profissional?

O catolicismo como governo da conduta escolar

Quais são os efeitos destas práticas no nosso cotidiano? Quais são as relações que estabelecemos entre religião e escola, mesmo que indiretamente, tendo como base a educação laica? Seria a religião um elemento de difusão de comportamentos para a inclusão escolar nas Escolas do Campo?

O campeiro na engrenagem rural, social e econômica – incluir-se através do crédito

Quantas famílias perderam o único sustento de suas terras alienadas ao entregá-las para os bancos? Quantos relatos conhecemos de pequenos produtores que acabaram virando empregados dos grandes latifundiários e plantadores? Dessa forma muitos deixaram a zona rural ou depositaram em seus filhos o sucesso de vida a partir dos estudos.

Como a suposta ideia de fracasso e inferioridade provoca sentimentos que levam esses indivíduos a depositar na escola a convicção da ensino? Como se dão as justificativas do insucesso escolar a partir da multisseriação?

A repetência como normalização dos sujeitos – a inclusão a partir da classificação

De que maneira o sistema legitima o fracasso de vida das pessoas do campo? Como a escola reproduz esse fracasso?

Direito à escola – incluir-se pela regra

Quais perspectivas de organização escolar, curricular, de ensino e de aprendizagem vêm modelando a Escola do Campo e de que forma esses modelos homogeneízam práticas produzindo limites para o acolhimento da diferença?

Dos manuais à prática – incluir-se por cartilhas

De que forma os manuais ou prescrições delimitam e limitam a prática escolar do professor, do aluno e da comunidade no campo, tornando-os apenas receptores desses programas que são difundidtornando-os em todo Brasil? É possível pensar dentro de normas prescritivas outras possibilidades que fujam do que é esperado? Que outras perspectivas podemos movimentar nesse contexto de ordenação? possibilidades, para comparar o ideal e o que se realiza, mas não para

De que forma os manuais ou prescrições delimitam e limitam a prática escolar do professor, do aluno e da comunidade no campo, tornando-os apenas receptores desses programas que são difundidtornando-os em todo Brasil? É possível pensar dentro de normas prescritivas outras possibilidades que fujam do que é esperado? Que outras perspectivas podemos movimentar nesse contexto de ordenação? possibilidades, para comparar o ideal e o que se realiza, mas não para