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Capítulo 2 REVISÃO DE LITERATURA

2.3 A ARBITRAGEM DOS JOGOS ESPORTIVOS COLETIVOS

2.3.2. Os Jogos Esportivos Coletivos

Os Jogos Esportivos Coletivos representam no mundo esportivo, muitas vezes, um espaço da realidade cultural de uma nação, pois pode haver uma relação direta entre a modalidade e seu povo. Por exemplo, o basquetebol dos Estados Unidos da América já é conhecido no mundo como “dream team”; o Brasil é conhecido como país do futebol e agora do voleibol. O importante papel dos JEC na cultura é considerado para dentro das escolas (do ensino fundamental e médio) e se constitui em uma verdadeira monocultura de cinco modalidades (handebol, voleibol, basquetebol, futsal e futebol de campo), que se (re) produz também dentro dos cursos de formação de profissionais de Educação Física no Brasil (GRECO, 2002).

Segundo Bayer (1986) os elementos comuns que constituem os JEC podem ser considerados como parâmetros que permitem uma linguagem de intercompreensão mútua desses esportes, e são válidos para todos os jogos esportivos coletivos em seus diferentes níveis de expressão (lazer, reabilitação, recreação, escolar, rendimento e alto nível de rendimento).

Na análise da função do árbitro ou tanto quanto das equipes de arbitragens dos JEC existem parâmetros comuns entre as modalidades (QUADRO 1). Em se tratando do handebol, basquetebol, futsal, voleibol, futebol de campo como as modalidades mais presentes na cultura esportiva brasileira, as composições das equipes de arbitragens são de:

• Os árbitros que são os responsáveis pelo comando do jogo; no handebol, futsal e basquetebol os dois árbitros têm o mesmo poder nas decisões do jogo, não tendo, a decisão de um, peso maior sobre a do outro; no futebol as decisões são divididas por uma área/ espaço de jogo, mas a decisão maior é a do árbitro principal e que pode acatar ou não a decisão de seus auxiliares;

QUADRO 1

Parâmetros comuns da arbitragem dos JEC

Parâmetros comuns da arbitragem dos JEC

Composição da equipe de arbitragem (árbitro (s), auxiliares, secretário) Regras

Espaço de participação (Quadra ou campo) C/ contato S/ contato Uniforme

Estilos de arbitragem perante o nível técnico/ tático das equipes Deveres, direitos e funções.

Tomada de decisão situacional

• Um dos outros componentes dessas equipes de arbitragens são os que têm a função do registro do jogo e que podem ter nomes diferentes entre as modalidades, mas que culminam no secretário do jogo. Na súmula, eles devem anotar os nomes dos jogadores, os respectivos

números das camisas e dos registros, os gols, as punições, o placar, o vencedor, ocorrências quando necessário, enfim todo um relato do jogo. A súmula é o documento oficial que serve de registro do evento, e constitui a prova de que a partida existiu. Nela tem um relato do histórico dos principais acontecimentos do jogo: gols, quem os fez e quando os fez; sanções, quando e quem foi punido; vencedor; e dados de identificação da competição, local, horário, fase, categoria. No handebol, os árbitros também registram em suas cadernetas/ cartões os gols, quem os fez e as punições individuais de cada jogador. No futebol de campo, o árbitro reserva é quem assume essa função durante o jogo, com o árbitro principal. Após o jogo, os árbitros conferem a súmula, registram as ocorrências que são necessárias e a assinam, concordando com o que está ali registrado e esta passa ser o documento do jogo que fica arquivado na instituição organizadora da modalidade ou da competição.

O tempo do jogo é de responsabilidade de um cronometrista (exceto no futebol de campo que é de responsabilidade do árbitro principal). O cronometrista controla de modo geral a duração da partida. Quando inicia o jogo, ele aciona o cronômetro, quando a bola está fora de jogo (futsal e basquetebol) ou quando o árbitro solicita uma parada de tempo (time-out), ele pára o cronômetro, controla o tempo de exclusão/ suspensão dos jogadores (handebol e futsal) e quando o tempo de jogo termina, comunica o fim do jogo com um apito. O cronometrista também auxilia o secretário, e vice-versa, no controle das substituições (no futebol de campo é feita pelo árbitro reserva), na manutenção da ordem nos bancos de reservas, no controle das atitudes antidesportivas pelos treinadores/ técnicos e jogadores reservas. Em especial, no basquetebol, existe um quinto componente da equipe de arbitragem que é o operador do tempo de ataque (24 segundos).

Os componentes da relação entre os JEC estão representados pela condição de influenciar e ser influenciado pelo contexto situacional – o árbitro. A característica de complexidade dos JEC faz com que os jogadores estejam numa permanente atitude tática -

estratégica para superar a imprevisibilidade que as situações de jogo lhes apresentam, fazendo com que a capacidade de decidir, isto é, a tomada de decisão (TD), ocupe um lugar central neste tipo de atividade (GRECO, 2003). Neste contexto, as situações em que o árbitro deve analisar e decidir são compostos de ações traçadas pelos atletas que se ordenam no tempo (timing) e no espaço, pela própria movimentação, considerando a ação do adversário direto, do colega, do adversário mais próximo, os outros componentes da equipe, do goleiro adversário, e se for o caso, o resultado da partida, entre outros parâmetros inerentes à situação de jogo. Por este motivo, a tomada de decisão é altamente situacional, colocando-lhe assim uma tripla exigência decisional nos parâmetros: tempo-espaço-situação (GRECO, 2001) na correta interação. São nestas situações imprevisíveis que os árbitros devem tomar suas decisões, que também podem ser consideradas decisões situacionais.

FIGURA 6

Classificação dos esportes de cooperação / oposição (MORENO, 1994: 30)

CAI

Companheiro – Adversário - Meio

Participação Espaço

Separado Comum Simultânea Alternada

Basquete Handebol Futebol Hockey Futsal Squash Voleibol Tênis Badminton

Os JEC podem ser classificados conforme Moreno (1994), em esportes de cooperação/ oposição. Esta análise se apresenta na existência de companheiro-adversário-meio ambiente comum nos JEC. Nos jogos, as ações decorrem em espaços separados ou de uso comum para ambas as equipes ou jogadores. Por outro lado, a forma da participação dos atletas se dá com ações do tipo simultâneas ou alternadas (FIG 6); assim como a dos árbitros.

O comportamento dos árbitros dos JEC também se apresenta de forma similar à participação dos atletas nas modalidades definidas. Nos jogos em que os atletas dividem o espaço e têm participação simultânea, as ações dos árbitros são assim também analisadas, como no handebol, no basquetebol, futsal e futebol de campo. Neste conjunto de modalidades, a arbitragem é uma terceira equipe dentro de quadra/ campo. Atuam em conjunto, ora um, ora o outro árbitro, mas, sempre ambos observando as mesmas situações de jogo, tendo na distribuição de funções a visão do jogo por ângulos diferentes (mais favoráveis). Portanto, é necessário que os árbitros sempre troquem de posição durante o tempo de jogo (exceto no futebol onde se têm um árbitro e dois auxiliares). Essas trocas fazem parte da mecânica de arbitragem e têm como objetivo que os dois árbitros possuam visão das duas equipes tanto no ataque quanto na defesa. Têm a finalidade de se alternar tipos de comportamento dos árbitros de forma a evitar que o jogador possa fazer imagem do árbitro. Essas alterações como as dos atletas, ocorrem, ora na defesa, ora no ataque.

Na análise da arbitragem dos jogos de espaço separado e participação alternada, a arbitragem se posiciona de maneira similar. Como a ocupação dos espaços pelos jogadores já é definida pelas características das modalidades, as arbitragens podem ficar somente em um lugar onde o ângulo de visão é o que fornece maior cobertura das situações de jogo, não precisando movimentar/ deslocar para obter um ângulo favorável. Esta característica dá à arbitragem a isenção da utilização da condição física como influenciadora de seu rendimento.

Na análise da arbitragem, uma das características dos JEC que torna a exigência física o fator diferenciador dos parâmetros que norteiam o rendimento da arbitragem é o contato entre os jogadores (FIG. 7). O conjunto de modalidades (voleibol, tênis de campo (dupla), peteca, badminton) em que os jogadores executam suas ações motoras sem contato, Jogos Esportivos Sem Contato, torna a decisão dos árbitros baseada na análise das situações que envolvem a comparação de um gesto/ ação técnica individual do jogador se é permitida ou não pela regra, ou o resultado de uma habilidade técnica eficiente (acertar espaço vazio da quadra – ponto). Por exemplo, um árbitro de voleibol decide se teve “dois toques” ou não, se a bola foi “carregada” / “conduzida” ou não, se a “cortada” / “ataque” foi “dentro” ou não. Não existe influência temporal cronológica também na decisão da arbitragem dos esportes sem contato. Essas modalidades não têm o tempo de jogo como um fator de pressão para as equipes e nem mesmo para os árbitros. Nessas modalidades, o que determina o final do jogo é uma quantidade de pontos regulamentada, estabelecida pelas regras.

FIGURA 07

Arbitragem dos JEC: Tomada de decisão e Situação

Legenda:Vb – Voleibol; Tn – Tênis; Pt – Peteca; Bd – Badminton; Hk – Hokey; FC – Futebol de

Campo; FS – Futsal; Bq – Basquetebol; Hb – Handebol. (Baseado nas teorias dos Jogos Esportivos Coletivos, em estudos das técnicas de arbitragem e nas regras oficiais dos jogos).

Arbitragem dos JEC Tomada de Decisão Situação Esportes com contato Hk Esportes sem contato Vb Tn Pt Bd FC FS Bq Hb TD Amparada TD Singular

Situações Técnicas/ Táticas Jogador/ Adversário

Situações Técnicas Regulamentadas Jogador Individual

Os Jogos Esportivos Coletivos com Contato (handebol, basquetebol, futsal, futebol de campo, hockey) possuem uma exigência temporal cronológica que é determinante como segundo fator do vencedor do jogo. O primeiro fator é a equipe que consignar a maior quantidade de gols/ pontos. Ganha a equipe que tiver a maior quantidade de gols/ pontos quando o tempo de jogo terminar. Esta característica é influenciadora na análise da arbitragem (juntamente com outras). Na análise do rendimento dos árbitros destas modalidades, a condição física tem grande influência, pois o árbitro tem que acompanhar os jogadores pelos espaços permitidos e comuns da área de jogo, além de ter que chegar em locais com melhor ângulo de visão para poder observar melhor a situação. Muitas vezes o árbitro tem que se deslocar na velocidade dos atletas e até da bola.

Por exemplo, se em uma partida de handebol, um jogador “rouba” a bola na defesa de sua equipe e parte para um contra-ataque individual, o árbitro tem que correr para chegar na linha de fundo antes de o mesmo jogador arremessar a bola ao gol, pois a posição que o assegura decidir se a bola entrou totalmente ou não no gol é junto à linha de fundo, sendo as balizas observadas lateralmente e o jogador pela frente. Nesta posição, antes de ele observar se a bola entrou ou não, ele poderá também, observar se o jogador invadiu a área do goleiro, o que não é permitido.

Outro exemplo da importância da condição física para o árbitro é no futebol de campo no momento de um lançamento longo em que o árbitro assistente, deve estar na mesma linha do jogador de linha da defesa mais próximo do gol e observar se, no momento do lançamento, o atacante estava à frente, na mesma linha ou atrás do defensor. O atacante não pode estar à frente do defensor antes do lançamento. Esta decisão na arbitragem do futebol de campo é chamada de impedimento pelas regras e analisada como decisão amparada. Amparada pelo fator de o árbitro principal não ter condições físicas humanas de chegar à posição onde é

possível perceber esta situação. O árbitro principal determina o impedimento amparado na observação/ percepção/ decisão do árbitro assistente que sinalizou a infração. Este tipo de decisão também acontece nos Jogos Esportivos Coletivos sem Contato.

A característica da TD situacional e participação simultânea ou alternada, em jogos com espaços comuns ou separados, dentre outras resultam em duas situações diferentes na análise para a arbitragem – situação técnica/tática e situação técnica. Nas modalidades futebol de campo e futsal, o erro técnico do jogador não é motivo de intervenção no jogo pelo árbitro. Por exemplo, quando um jogador erra um passe ou chute, o árbitro não tem o que marcar. Isto faz com que o árbitro concentre sua atenção nas situações em que existe a ação do jogador com o adversário. Já no basquetebol, por exemplo, quando um jogador comete um erro técnico, o árbitro deve interferir, pois um erro do adversário significa para a outra equipe a posse de bola. O árbitro então das modalidades em que as situações técnicas regulamentadas devem ser assinaladas não pode perder de vista o jogador.

As situações técnicas/ táticas são momentos em que a conduta entre um jogador e seu adversário deve ser observada, com e sem a posse de bola. As ações entre atacante defensor podem ser punidas com as sanções específicas de cada modalidade no que diz respeito ao comportamento antidesportivo, ou antidesportivo grosseiro ou mesmo violento. Nas situações em que as punições devem ser aplicadas, o que define com qual sanção o jogador será punido, parte da interpretação das atitudes e/ ou condutas proibidas pelas regras e que tem variações entre a intensidade da própria ação do jogador e o momento da ação. Por exemplo, o que determina as regras, se um jogador deve ser advertido ou expulso (ou punições similares), se ele empurrar o adversário? E se o empurrão for no momento de um lançamento/ chute ao gol/ cesta e ainda por trás?

Dentre as modalidades dos Jogos Esportivos Coletivos com Contato, o handebol e o basquetebol requerem da arbitragem uma atenção especial, pois são disciplinas esportivas nas

quais as duas situações caracterizadas aqui acontecem e, em alguns momentos, ao mesmo tempo. Isso exige dos árbitros muita coordenação e experiência para as decisões. Talvez seja este um dos motivos por que a arbitragem do handebol, em níveis de rendimento expressivos, é sempre feita em duplas fixas, um árbitro sempre apita com o mesmo colega. Um outro fator, que não poderia deixar de ser citado na análise da arbitragem, é a “lei da vantagem”. Essa característica de algumas modalidades (Hb, FC, Fs) é que, em muitas situações, tornam a modalidade emocionante e bonita de se assistir, mas que se o árbitro não interferir, deixando de apitar no momento certo, impede essa beleza da ação esportiva.

Os árbitros das modalidades (handebol, basquetebol, futsal e futebol de campo) atuam dentro do mesmo espaço de jogo que os atletas. Portanto, devem prestar atenção no seu posicionamento para não ocupar espaços importantes para os atletas dentro do jogo. Não devem interferir no deslocamento e manter sempre uma localização adequada para ter o ângulo de visão mais favorável na sua observação e juízo.

As regras das modalidades dos JEC determinam a maneira de jogar, com qual parte do corpo pode ter contato com a bola, com o adversário, a duração da partida, o número de jogadores, as dimensões do espaço de jogo, indicam igualmente a conduta e comportamento dos jogadores para com seus adversários e as punições que devem ser aplicadas, quando alguma atitude fora do padrão permitido ocorrer. No caso de comportamentos antidesportivos, apreciam-se os diferentes níveis de intensidade para se aplicar respectivas punições.

A arbitragem não utiliza somente de parâmetros dos jogos para ser caracterizada. O cunho da competição e seu nível técnico e tático também são determinantes.

Destacam-se os níveis escolares, locais em que as crianças geralmente entram em contato pela primeira vez com os esportes, e em que se observam diferentes fases do desenvolvimento socio-psico-motor das crianças, sendo a faixa etária entre os 06 e 12 anos a mais rica para a iniciação aos esportes. Essa fase é denominada pelos autores Greco e Benda

(1998) como fase universal, ou em outras palavras, uma “creche esportiva” (GRECO; BENDA, 1998; KRÖGER; ROTH, 2002), e o início de um processo que leve até o alto nível de rendimento. Assim, passando pela ludicidade do lazer podem ser definidos os estilos de arbitragens diferentes, conforme a faixa etária e o momento temporal do rendimento.

Na arbitragem do nível escolar, o árbitro deve ser mediador, pedagógico, didático, ou seja, exercer função educacional, um papel de professor (de preferência já ter a formação como professor de Educação Física). Essa formação lhe oferece o conhecimento filosófico – pedagógico – didático das teorias de desenvolvimento motor e aprendizagem motora da criança e adolescente. O árbitro dos JEC escolares deve aplicar todas as regras que caracterizam a modalidade a fim de que o aluno/ jogador aprenda e as cumpra de forma a inserir como processo educacional, percebendo a necessidade e o porquê das regras específicas das modalidades. Nos JEC escolares, o árbitro/ professor acaba ensinando também ao próprio técnico/ professor de Educação Física que, envolvido em tantas outras funções, às vezes não consegue se manter atualizado com as mudanças recentes. Cabe, portanto, ao árbitro esta obrigação pedagógica que oportuniza o crescimento da modalidade. O árbitro, ainda neste contexto escolar, juntamente com o professor de Educação Física, tem que lidar com o ambiente externo, por exemplo, professores, árbitros, torcedores, pais de crianças, personagens totalmente envolvidos de emoções de ver seu filho, primo, neto e outros, jogando.

Na arbitragem do nível do lazer, as características do árbitro devem se orientar nas ações para administrar adequadamente o jogo. Os jogadores neste âmbito praticam o esporte há muito tempo junto e terminam o jogo traçado por brigas, palavrões. Somente do lado de fora das linhas da quadra/ campo, no alambrado sentam juntos para comemorarem. Mas a presença do árbitro nunca pode faltar, seu estilo deve ser firme, rígido, cumprir as regras que mais dão ou tiram a vantagem em lances individuais e que principalmente levam ao gol/ponto.

O árbitro para este cunho dos JEC deve adotar uma postura política, de mediador, de cumprir as funções que mais aparecem, que se destacam.

Na arbitragem dos níveis expressivos do esporte de rendimento e de alto nível, a arbitragem é exigida como na mesma instância dos atletas. Neste nível os árbitros devem estar cientes de que se encontram envolvidos com o trabalho realizado pelos clubes e comissões técnicas, e até países, já que é possível dizer que são eles os responsáveis pela “apuração” dos resultados, podendo até interferir diretamente se cometerem erros (DE ROSE JR, 2002). Para esse nível todos os parâmetros do rendimento do árbitro são sustentados em sua experiência. Nesse nível de rendimento dos JEC, a base das decisões dos árbitros é a regra oficial da modalidade.

Em todos os níveis de expressão do esporte, o papel do árbitro consiste basicamente em tomar decisões. Através da aceitação/ concordância da sua decisão, o árbitro poderá ser classificado como bom ou não. Mas muitos são os fatores que interferem na qualidade da decisão do árbitro. A TD do árbitro é a comparação do real e do subjetivo, entre o que pode ser e o que não pode ser numa situação de jogo. O deve ser se constitui na sua decisão, baseado nas regras da modalidade. Mas “a regra é clara” para quem tem conhecimento suficiente para poder perceber e tomar as decisões nas situações de jogo corretamente.

Os árbitros dos JEC, vestidos de forma igual entre si, porém claramente diferenciados dos jogadores de ambas as equipes, e por isso durante muito tempo usou-se uniformes de cor preta identificadores dos árbitros, devem respeitar as regras e delas serem os guardiões: respeitar a autoridade, o pai, o guardião da ordem. Como para o padre e as ambivalências afetivas experimentadas, o jogador tem para o árbitro dois sentimentos opostos e intimamente ligados: respeito, porque representa seguridade e revolta, porque representa a sociedade com suas formas coercitivas (BAYER, 1986).