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Capítulo 3 METODOLOGIA

3.5. Procedimentos

Os procedimentos que envolvem este tipo de pesquisa podem ser divididos em quatro procedimentos: teóricos, construção do instrumento, experimentais e analíticos (FIG. 10).

A primeira etapa - Pólo Teórico - dividida em duas fases: uma Teórica e outra de Construção, que contém os procedimentos teóricos da elaboração de uma medida psicológica (FIG. 10). A fase teórica que se constitui de revisões de literatura onde se objetiva principalmente definir o atributo, seus fatores (dimensionalidade), neste estudo o Estresse percebido situacionalmente pelos árbitros.

Na fase de construção do instrumento, os itens são operacionalizados através de entrevistas e sua semântica analisada para que o mesmo seja inteligível a todo extrato da população. Peritos nesta etapa analisam os itens categorizando-os nos fatores estabelecidos na fase teórica.

A fase experimental é constituída pela aplicação do instrumento piloto. A composição da amostra e forma de aplicação do piloto compõem o planejamento de aplicação como um dos passos, e o próximo é a própria aplicação e coleta dos dados.

A última etapa deste procedimento envolve uma sofisticação estatística na análise da carga fatorial, da confiabilidade do instrumento, a precisão da escala. Esta é uma fase em que o instrumento passa e estará sempre passando por constantes adequações na busca da validação.

No presente estudo, os passos percorridos na fase de operacionalização dos itens foram, primeiramente, entrar em contato por telefone e seguidamente por fax (APÊNDICE D) com as federações das modalidades pesquisadas, convidando o quadro de oficiais a participarem da pesquisa. Para as entrevistas foi solicitado aos diretores de arbitragem que indicassem e disponibilizassem os números dos telefones de três (3) árbitros iniciantes com experiência local/ municipal, três (3) árbitros intermediários com experiência estadual/regional e três (3) árbitros experientes com vivência em arbitragem nacional/ internacional.

FIGURA 10

O contato com esses árbitros foi feito primeiramente por telefone objetivando marcar as entrevistas com os três de cada modalidade e de cada categoria juntos. Os árbitros que possuíam e-mail e/ou fax receberam uma carta convite (APÊNDICE E) com a marcação da entrevista. O dia, o horário e o local foram sugeridos e assim confirmados entre todos. A maioria das entrevistas aconteceu numa sala de reuniões da EEFFTO da UFMG onde os árbitros eram recebidos pela pesquisadora.

Antes do início das entrevistas, os árbitros eram informados, através de uma rápida palestra, sobre o tema da pesquisa, as definições de estresse, da importância da participação dos mesmos, da importância deste tipo de pesquisa para a arbitragem, a relevância da contribuição dos mesmos e das etapas deste estudo. Após a palestra e esclarecimentos, eles assinaram a carta de (APÊNDICE F) de participação da entrevista.

Para a etapa de análise dos juízes, eles foram contatados através de correio eletrônico e no mesmo se efetuou a carta convite. Após resposta positiva de participação dos convidados, foram encaminhadas a eles as definições dos fatores e os itens. Os juízes receberam instruções para marcar com um X a coluna de cada item que melhor correspondesse ao fator anteriormente definido (APÊNDICE G). As definições dos fatores foram divididas com o intuito de facilitar a análise dos juízes. Para tal, foi dada também a instrução de primeiramente se preocuparem em definir entre o item fazer parte do fator biológico, psicológico ou social, depois de sua subdivisão. Para as respostas desta etapa, foi utilizado o e-mail da própria pesquisadora como endereço para resposta.

As definições dos fatores foram baseadas na teoria da ação, bem como na teoria do estresse como produto tridimensional (NITSCH, 1981 e 1986).

DEFINIÇÕES DOS FATORES

01) Estresse Biológico – alterações, transformações, modificações do estado fisiológico do árbitro (que pode interferir no seu rendimento) como, por exemplo, cansaço físico ou mental, sono, fome, dor, disfunções orgânicas.

02) Estresse Social – inter-relações do árbitro com as pessoas que o cercam em todos os ambientes que configuram sua ação e que podem influenciar seu rendimento esportivo.

2.1) Ambiente Social do Jogo – envolve as relações do árbitro com as pessoas que configuram o ambiente do jogo, por exemplo, seus colegas de equipe de arbitragem (dupla, árbitro assistente/ principal, secretário/ anotador, cronometrista, reserva), os componentes das equipes (técnicos, atletas, dirigentes, preparadores, auxiliares, componentes das comissões técnicas), torcedores, imprensa.

2.2) Sociedade – situações que envolvem exigências, cobranças, pressões de comportamento em normas e regras da sociedade, de ética e respeito às pessoas e suas funções na sociedade.

2.3) Ambiente Físico / Estrutural – ambiente físico e estruturas do local do jogo que não configuram com o cenário necessário e/ ou adequado aos descritos ou ideais á prática das modalidades esportivas dos Jogos Esportivos Coletivos (JEC).

03) Estresse Psicológico - O árbitro tem como característica na sua função o cumprimento restrito a regras do jogo e de comportamento dos participantes, tendo assim uma preocupação pertinente em suas ações de não deixar de cumprir com aquilo que é traçado, exigido.

3.1)Fatores intrínsecos – o árbitro com ele mesmo – atitudes que o conduzam a um processo de expectativa/ ansiedade, ou de decepcionar-se com uma expectativa, situações que exigem mais atenção/ concentração, alto nível de rendimento (Capacidade Cognitiva).

3.2) Fatores externos – atitudes ou manifestações das pessoas que assistem ao jogo ou participam dele (ambiente social) perante a apresentação, atuação do árbitro que desencadeiam processos de autopercepção de suas ações e que provocam o medo de errar, a consciência do erro; o erro alterando sua percepção real da situação.

Após análise dos juízes foi feita a análise de concordância de cada item entre as respostas dos juízes, considerando-se três fatores.

Os itens que não apresentaram pelo menos 80% de concordância entre os juízes apresentam problemas e deveriam ser descartados do piloto. Isso vale, contudo, se o teste que está sendo construído apresenta fatores que se supõem, ou, já se sabe que não são correlacionados (PASQUALI, 1999). Para o piloto, não foi considerado o nível de concordância da análise dos juízes com margem de 80% (TAB. 01), como indica Pasquali (1999) para o item ser aceito, não descartado do piloto, e também por cautela, resolveu-se considerar todos os itens no piloto, aguardando os resultados da fase experimental com os procedimentos estatísticos, como a confiabilidade (Alfa de Cronbach) e análise fatorial para confirmação dos mesmos.