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Figura 17: Carta X do Tarot da Criação.

SIMBOLOGIAS100

ENERGIA ATIVA: ANIMAL DE PODER PERSONAGEM: JOKER

AROMA: OLÍBANO

ARCANOS: LOUCO/ ENFORCADO/ PAPA CONCEITO: INDIVIDUAÇÃO

ACONSELHAMENTO: MUDE, TENTE O QUE AINDA NÃO TENTOU LINK: https://www.youtube.com/watch?v=-vPkE5DdQtM&t=12s

“Ni toda la tierra entera... Ni toda la tierra entera será um poco de mi tierra.

Donde quiera que me encuentre... Donde quiera que me encuentre siempre seré pasagera. Apesar de lo que digan no me olvido compañero de que el pan que me alimenta... De que el pan que me alimenta siempre será pan ajeno”101

(PARRA, Isabel.102.1968)

100Todos os termos aqui cunhados merecem artigos ou futuras publicações com explicações detalhadas e desdobramentos à altura, no entanto, não quis excluir da visão panorâmica da obra influências que se ramificam para serem desenvolvidas numa vida, visto que este trabalho é uma pesquisa que valoriza a intuição que, muitas vezes, vem de uma vez e não aos pedaços ou acompanhando a linearidade comportada de uma obra completa. Porém, para fins esclarecedores imediatos existe um caderno com um glossário que está na caixa de madeira onde também estão outros materiais criativos que integraram o projeto de pesquisa.

101 Tradução minha: “nem mesmo toda a terra... Nem sequer toda a terra será um pouco da minha terra. Onde quer que eu me encontre... Onde quer que eu me encontre serei sempre passageira. Apesar do que possam dizer, eu não posso esquecer-me companheiro, de que o pão que me alimenta... de que o pão que me alimenta sempre será pão alheio”

Gostaria de contar essa história como um caminho de decifração do próprio oráculo103 de cada ser como único e especial. Fiz este caminho, mas qualquer um que o faça provavelmente possa sentir desafios similares, mas não receberá os mesmos instrumentos de poder e, provavelmente, não fará as mesmas relações criativas, emocionais ou cognitivas que eu fiz. E, se as fizer, acredito que não serão do mesmo lugar, será de um olhar distinto das sensibilidades, mas com alguns pontos de intersecção: como quando vamos ver uma obra de teatro ou filme de arte e percebemos o tema, nos emocionamos no mesmo momento, mas não pelos mesmos motivos.

Sou atriz, dançarina de dança do ventre, aromaterapeuta, palhaça e taróloga. No entanto, todas essas atribuições nunca disseram nada sobre mim ou sobre outras pessoas para mim. Apresentação pessoal “formalizada” nunca foi meu forte: os títulos não dizem do como nos envolvemos e executamos tais tarefas. Não diz de se conseguimos ou não integrar nossos saberes e conhecimentos. De quanto a informação pulsa desde o coração. De quanto um conteúdo conversa com o outro dentro de nós e do quanto somos capazes de partilhar isso tudo com alguém, de maneira concreta, onde ambos os lados saem modificados.

Os atributos da pesquisadora eram bons, mas a promessa difícil: integrar tudo isso, todo esse repertório numa metodologia que refletisse algo da minha própria poética – do meu modo de criar, de existir e de lidar com cada questão que me aparece em vida para ser moldada em poesia do corpo e da alma. Esse trabalho integra tudo que gosto de fazer: todas as tarefas que parecem inúteis ao mundo produtivo e científico. Dançar, cantar, criar personagens, brincar com as palavras e movimentos enquanto dou vida a uma interpretação, inspirar-me em filmes para personagens e cenários, fingir ser cientista como poetisa que gosta de física quântica e alquimia, aromatizar poemando vidas, oracular um arcano como vários e vários como um, ou seja, orar, interpretando com fé e crer, cenicamente na vida que a tendência energética mapeada naquele instante-já104 é pura autenticidade energética e criativa.

103 Oráculo, tal como já explicado na nota 73.

A primeira vez que me inaugurei como o personagem que chamei Joker neste contexto de pesquisa era um convite, feito pela minha irmã Beatriz, também dançarina de Dança do Ventre, para o Sarau Arabesque. Iríamos dançar diferentes capítulos do texto “O profeta”, do poeta Gibran Kalil105. Bia, escolheu o capítulo Ensinamento e eu Religião. Não fui capaz de perceber quanto as sincronicidades já estavam atuantes, por isso às vezes parecemos agir contrariados: o capítulo que eu queria já havia sido escolhido – Liberdade - mas não havia parte do livro todo que dissesse mais respeito a mim do que religião naquele momento. Cheia de racionalidades justificadas, eu não percebi isso. Percebi somente na hora em que vi minha irmã iniciando o sarau: a primeira dança dizia respeito a ser professor, a ensinar – e eu complementaria isso, em algum momento do sarau dizendo com meu corpo que, espiritualidade é algo que pulsa em cada ser, não em cada capela ou missa. Isso me emocionou de primeira: minha irmã havia sido também minha professora de Dança do Ventre – e essa foi a forma que uma alma compreendeu a outra; esse foi o modo que aprendemos a ser o melhor de nós como irmãs, pois a fala, até certa fase era algo que não produzia compreensões, infelizmente. O amor sempre arranja um caminho de expressão e de aproximação e mesmo que demore, parece que ele sempre chega: isso é fé!

De onde eram as imagens da improvisação que compartilhei? De sensações provindas do acidente de carro que sofri – que em mim, tinham a ver com o que eu pensava ser o personagem do Louco em movimento. Exercitei tudo isso, sem saber que o era, em encontros do GEDAN - encontros de dança, coordenados pelo Prof. Adilson Nascimento de Jesus, às quartas-feiras à noite, na UNICAMP. Descrevo agora o que intui corporalmente através das imagens que compuseram improvisações: uma corda bamba, estar de frente para um penhasco, estar de cócoras para poder fazer as necessidades biológicas numa trilha natural adversa, ter vontade de fazer xixi e ter pressa de chegar ao destino, ter medo por ver-se de perto em alguma revelação segurando o próprio espelho e o espelho de frente para os outros, e rir como quem chora ou deparar-se com seus inversos num instante onde a trilha não responde ao lugar que queremos chegar – tudo isso aparecia na minha dança, como estrangeira de mim. Era o como meu corpo respondia para mim ao fato

105 Gibran Kalil Gibran, autor libanês – ensaísta, filósofo, prosador, poeta, conferencista e pintor. Viveu 48 anos e sua obra mais conhecida “O profeta” foi traduzida para mais de vinte idiomas.

de eu ter ficado distante dele por tanto tempo. Eu reaprendi a língua dele quando ele me pediu mais flexibilidade e agilidade, não por exigência, mas por vontade de que eu me superasse e para poder expressar as mazelas da alma. Mazelas sem erros, como mergulho de si – como uma urgência de reconexão.

Usei o aroma de olíbano: o óleo essencial que, se ingerido da forma correta, pode revigorar e recuperar uma pessoa com câncer106. É uma resina, um dos presentes que Jesus recebeu dos três reis magos no dia de seu nascimento. Como resina, tem um papel parecido com as raízes de uma planta, tira vida do sofrimento, integra sombras profundas, dores inconsoláveis da alma. É a seiva da planta: perfeito para se começar a provocar a alma de um processo criativo pelo avesso, dinamizando ancestralidade – que corre em paralelo com nossa corrente sanguínea na simbologia.

Uma pessoa com câncer: meu pai havia recebido um laudo médico, um pouco antes de eu capotar um carro. O que se passa com quem recebe um grave diagnóstico só a pessoa sabe – os outros apenas desconfiam do que possa ser esta condição. Mas, podemos perceber que, algo se reelabora, pois tudo se questiona. A vida é revista, as glórias e os fracassos são recolocados e a pessoa agora sabe com toda a alma que existe menos tempo do que havia antes para resolver ou adiar questões – e também que questões do amor, nem sempre estão para serem resolvidas, mas curadas. Pois então, o olíbano atende a todos esses pedidos dos aflitos, pois traz um resgate da alma em relação à espiritualidade. Pouco importa se acreditamos ou não em Deus, em absoluto, até o ser mais incrédulo é capaz de identificar um momento de conexão com o divino: a incontestável manifestação das forças da natureza para integrar algum conteúdo emocional deslocado de alguma alma perdida e vagante. Uma visão como revelação pouco importa se é verdade ou não, se existiu no plano real, importa nas suas reverberações e ressonâncias, nas percepções que ela causa no propósito de cada alma, aumentando a possibilidade

106Lembrando que a ingestão de óleos essenciais para doenças graves se faz apenas com orientação de profissional qualificado, pois se tem relato também de intoxicações por práticas equivocadas de automedicação, justo por pessoas acreditarem que o que é natural não precisa de estudo. Cobras, aranhas, escorpiões e mosquitos Aedes aegypt também são da natureza e, no entanto, podem ser fatais. Uma gota de óleo essencial equivale ao princípio ativo de 25 xícaras de chá de uma planta, é bastante concentrado, precisa ser usado com responsabilidade e com acompanhamento. Curioso notar que este tipo de atitude, muitas vezes, vem de adeptos desta prática que querem a implantação de práticas mais orgânicas.

de sermos quem somos sem máscaras, na vibração amorosa em essência da natureza da nossa personalidade – ou começando um movimento divertido de trocas de máscaras e rodízios de papéis, onde usamos estes espaços para mudanças necessárias. Aqui, importa para o amor, se as experiências e trocas tem sentido vital e amoroso, trazendo paz e tranquilidade para decisões importantes, tal como Jesus o teve que fazer em seu percurso.

Tinham intuições que eram muito relevantes para mim nessa primeira dança dessa energia tão imensurável e tudo fluía com urgência de descoberta em improvisação. Sabia que o símbolo do TAO107 era algo que eu precisava incluir na maquiagem e que as cores - preto e branco - não eram suficientes para expressar minhas inquietações. Era preciso incluir o vermelho: a vida e tudo que reside entre os extremos, entre o branco da paz e o preto do umbral. O vermelho seria a prova poética de que o branco nunca é só silêncio ou purificação e o preto nunca é somente caos e abismo. Existem muitas manifestações da alma entre a alegria do riso e a tristeza do choro, entre a gargalhada e o soluço; e também muitos detalhes e intensidades em cada um destes extremos experimentados ao longo de toda uma vida de diferentes maneiras e contextos.

Figura18: Imagem fundadora da filosofia taoista.

Foto Ilustrativa

Isso tudo também parecia conversar com um momento muito essencial do meu percurso. Certa vez, amamentando meu filho, uma velha senhora se aproximou numa trilha e disse: “Você sabe, isso é sangue, né?” Correspondi o olhar mesmo sem compreender. “É. O leite é o sangue que se transforma em alimento”. Isso fez que eu saísse do meu corpo e entrasse nele outra vez em uma fração de segundo. Então, porque aquele símbolo do TAO era preto e branco e não vermelho e branco?

107 O símbolo do taoismo é uma imagem que representa o caráter de complementação de fluxos energéticos vitais que, no cotidiano são vivenciados, geralmente como opostos: o ying (energia passiva) e yang (energia ativa).

Fui capaz de me ver em várias fases da vida num só instante: então nascemos, com muito sangue da nossa mãe junto com a gente, no mesmo momento do parto; recebemos leite de um branco iniciático das relações amorosas que abrigam o inconsciente; menstruamos e rompem nosso hímen com a introdução do esperma em nossa corrente sanguínea pelo útero e logo tudo recomeça caso estejamos fecundadas. Tudo isso me envolveu junto com aquelas palavras sábias daquela velha. E só ali me curei de algo – solitário do abandono feminino sem nome - que nem sequer tinha entendido no nascimento de meu filho e sobre o iniciar da maturidade: foi uma conversa iniciática.

Quando nasce uma mãe, morre uma menina e a gente nem sabe que essa tristeza não autorizada - que nos deixa tão belas e femininas como próximas da morte, tem a ver com compaixão. Há que se matar uma criança dentro da gente para que o ser que mais vamos amar possa vingar sobrevivência – mas não sabemos que é isso que estamos sentindo, não há entendimento simples e direto, para uma emoção que não cabe no corpo, mesmo que tão dilatado pela natureza na gravidez. Uma criança é um encontro consigo mesmo, é uma oportunidade de refazer e sanar caminhos com dores e feridas da falta de entendimento da nossa criança interior. Mas, para isso, é preciso que ela - nossa criança interior - saía da frente primeiro: para que possa renascer exatamente no momento dos primeiros passos de cada coisa que um ser frágil ainda não sabe ou conhece na vida começa a fazer. É com essa força de seiva como propósito ancestral que o olíbano nos traz de volta, como um acontecimento inaugural que transmuta todos os sofrimentos que compõem a nossa força do espírito – que faz com que a alma não se importe com o tamanho dos desafios, tornando tudo uma tarefa da espiritualidade, um ato espirituoso de afetos. Não importa quantas mães já tenham superado seus apegos, quando somos mãe pela primeira vez, não sabemos ainda que, apesar de que nascem bebês todos os dias e ninguém parar o mundo num feriado por causa disso, vamos conseguir superar os desafios impostos a nossa psique como todas as mulheres já o fizeram, por mais difícil que pareça.

Figura 19: Joker.

Foto: Du Veríssimo

Figura 20: Desenho da representação de bufão

Imagem Ilustrativa

Figura 21: Imagem da representação de bufão.

Imagem Ilustrativa

Movida por este tipo de impulso, inspirei-me numa imagem de bufão, com a mão no rosto. Talvez o rosto do palhaço quando se torna o rosto de Deus. No riso sempre há alguma humilhação sem grande consequência. Rimos das quedas, pois a morte passa perto debochando, mas não nos mata. Olhar para a própria mão e todas as suas linhas que eu não podia interpretar mesmo que fossem dos meus próprios caminhos, lembrou-me uma conversa de ônibus com outra senhora que nunca mais vi. Puxou conversa comigo e descobrimos que ambas tirávamos tarot. Então, criando intimidade ela me disse: “Sabia que quando uma pessoa morre, todas as linhas da mão, desaparecem? Eu já vi.” Que força invisível é essa que faz

as unhas e os cabelos continuarem crescendo alguns dias depois da morte e faz também as linhas da mão sumirem?, pensei. Recordo-me de um processo criativo em que Italo Calvino e suas “cidades invisíveis”108 fizeram-me parar para observar pessoas recém-mortas no IML - Instituto Médico Legal - e perceber que há algo vivo e inexplicável nelas – vivo e em profundo silêncio pulsante. Será que é a possibilidade de transitar entre os mundos? Ou será que o filme da vida que passou em sua cabeça, instantes antes da morte não valia a pena? Será que essa alma resolveu todas suas pendências afetivas ou é por isso que ela ainda parece inquieta? Não quero parecer fria ou calculista perante a morte, mas me lembro de ter pensado que o movimento do corpo de uma artista que estivesse expressando urgências deveria estar num estado similar – mesmo parecendo parado, inexplicavelmente pulsante a ponto de parecer começar algum movimento abrupto e violento a qualquer momento.

Figura 22: Molécula de cadineno.

Imagem Ilustrativa

Figura 23: Foto da planta de olíbano

Foto Ilustrativa

O olíbano parece ser feito dessas chances silenciosas, por isso seu uso é favorável na meditação, aproximando espiritualidade de atitude receptiva – ausência de movimento como atitude. Espiritualidade provinda de relações receptáculo que nos fazem felizes num só olhar, numa comunicação telepática, numa conexão sem explicações lineares. Tal como podemos perceber na molécula de cadineno, que é a mais abundante no óleo essencial de olíbano, as rupturas de equilíbrio são integradas pelos hidrogênios, mantendo, com eles, os anéis benzênicos109

108 “Cidades invisíveis”, é o nome de um livro de Ítalo Calvino, onde cada capítulo se refere a uma cidade fictícia, muitas vezes inspirada em cidades reais, diferentes, mas com características comuns – o que faz termos a impressão que elas se mesclam no decorrer do livro.

109 Estruturas orgânicas que formam ligações químicas que desenham com sua energia figuras hexagonais que, aqui neste trabalho de pesquisa, relaciono com capacidade de acalmar por fechar o

hexagonais conectados, que garantem a manutenção da estrutura principal da molécula e seu funcionamento – tal como quando entramos num estado profundamente meditativo – o que poderia ser uma ruptura – tal como um ruído externo, ou algo similar – é integrado na estrutura predominante e no seu fluxo, pois cria espaço entre mundos, nos mantendo em suspensão, ou seja, entre um conflito e outro, propiciando distanciamento para analisar o fato de um lugar seguro e calmo, portanto sensato.

Para a dança em estado de suspensão criativa, inspirei-me num filme que parece dizer para mim do universo que sim me intriga: as máscaras. O que diabos acontece quando alguém põe uma máscara no rosto, seja ela neutra ou figurativa? - que a autoriza a confessar, mesmo que em silêncio, algo da alma daquela pessoa que a gente por mais íntimo que seja dela ainda não conhecia? A cena do filme “De olhos bem fechados”, de Stanley Kubrick110, onde há uma festa secreta, na qual o personagem principal é flagrado como intruso e põe em risco toda a confiança entre os presentes que antes existia na festa - parece expressar tudo isso e mais um pouco. Expõe todo o desejo e o medo que temos em sermos descobertos publicamente e deflagra a vontade de ficarmos expostos pelo olhar do outro, tal como nós somos, mesmo que seja pelo menos só por um instante de fragilidade. O olíbano cura de dilacerantes rompimentos da própria alma, momentos que não dissemos algo fundamental porque nos traímos antes de sermos traídos por alguém. Traição é sempre uma permissão que pode ser desautorizada somente por nós mesmos com o perdão frente ao que precisava ser sofrido para o entendimento profundo de uma percepção valiosa para o fortalecimento da nossa personalidade. O olíbano é a profundidade presente nas sutilezas, um modo de amar por pequenos gestos sem cobranças. É a aceitação de si pela proximidade do universo diverso do outro. Consciência de que amar é uma qualidade de vibração, não uma concordância nem uma linearidade: amar é uma aposta na profundidade do mundo invisível – é saber acompanhar o passo do outro apenas de mãos dadas, sem nenhuma combinação prévia de caminho estabelecido. É a paz interior independente da escolha do outro. É acompanhar o outro como a si mesmo, sem medo de fantasmas ou sombras inimagináveis. É como quem decide uma direção e

campo emocional da psique, através da ativação do centramento do self, pela integração de um medo maior da alma que desalinhou as negociações energéticas em andamento.

sai em busca da sua paz, mesmo com tudo adverso e mesmo quando nos sentimos estrangeiras de nós mesmas. É a calma que visita Anne Frank111, a menina anciã que narra a própria vida com urgência adolescente, mesmo sem saber ainda que a morte é jovem e os campos de concentração estão no mesmo mundo de fora que ela sente falta e quer conhecer, como se não precisasse estar escondida. O olíbano e suas moléculas são o que proporcionam essa calmaria dentro da tempestade, que cria esse aión112, esse invólucro da psique inabalável que ainda consegue ter discernimento mesmo no caos.

Concluo assim, que o joker foi convidado a dançar o olíbano, talvez porque é a ampliação do bufão! – é o que se amplia dele através do coringa, transmutando-se em joker. Se o bufão é o poder de intercambiar tristezas em riso, o coringa é a