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LEI, ORDEM E DISCIPLINA: A ÉTICA DO CERTO

No documento Coisas da Vida no Crime (páginas 118-126)

Até o momento, referi-me a uma suposta justiça ou direito articulado pelo tráfico, mas esta é uma proposição problemática e exige que precisemos alguns pontos. Em primeiro lugar, falta definir a que espaço de vigência e/ou a que forma de coletividade se remete esta justiça. Às favelas? Às prisões? À firma? À facção? Ao Crime? Bem, a

108 todas essas coisas, mas não de maneira homogênea. O morro e a cadeia são contextos completamente distintos, cujas regras de convivência e mecanismos de resolução de disputas atendem a problemáticas igualmente distintas. No entanto, a organização do mundo do crime em facções, que coloca em permanente relação os membros – presos e em liberdade – de diferentes firmas; somada ao poder da firma sobre o território das favelas e ao poder da facção sobre as firmas e espaços prisionais; produz um continuum moral-legal, capaz de atravessar os muros das prisões e alcançar onde mais houver bandidos – ligados a uma facção – em interação. Continuum este que apresenta grandes variações de qualidade e intensidade, mas toma sempre o Crime como um referencial coletivo transcendental.

Entretanto, no Rio de Janeiro, o tráfico de drogas despontou como a matriz de todas as outras práticas criminais. “É uma atividade que conseguiu, como nenhuma outra, organizar o campo dos ilegalismos populares – prendendo em sua órbita as demais, passando a funcionar como um centro de sobrecodificação das outras atividades criminosas”. (BARBOSA, 2005, p.425) Ao falar em sobrecodificação, Barbosa se remete ao conceito formulado por Deleuze e Guattari (1996) para nomear uma codificação de segunda ordem: um código que se sobrepõe a uma codificação anterior.

Assim como o código penal sobrecodifica fluxos de ação antes já classificados por saberes práticos, também a formação dos Comandos tenta impor um regime despótico de sobrecodificação do Crime. A dinâmica faccional produz um dentro e um fora, reterritorializa os corpos, saberes e modos de agir em um novo mapa.

Por isso, a imagem mais corriqueira da justiça informal do Crime é o chamado

“tribunal do tráfico”. A organização deste mercado nas favelas do Rio de Janeiro tornou-se central para a conformação das dinâmicas faccionais que se impõem ao ordenamento criminal. Mas até que ponto podemos imaginar a existência de um direito próprio a esta ordem? Machado da Silva (2008) acredita que não há acordo, negociação, contrato, fins coletivos ou subordinação em tal ordenamento. “Todas as formas de interação constituem-se em técnicas de submissão que eliminam a vontade e as orientações subjetivas dos demais participantes como elemento significativo da situação”. (p.42) Mas como pode um ordenamento reproduzir-se apenas com base nos princípios de subjugação pela força? Ainda que a violência seja talvez o traço mais marcante da formação social em questão, é preciso que ela se articule a dispositivos de coesão e mecanismos de controle social que, de algum modo, prolonguem a durabilidade das relações de poder.

109 A justiça dos criminosos me parece um bom lugar de análise para refletir sobre os pontos de contato entre o autoritarismo arbitrário e a produção de coletividade, dentro desta ordem. A alta frequência do recurso à violência é um indicador de ilegitimidade da dominação do tráfico sobre a favela e de uns sobre outros no interior da estrutura hierárquica da firma. Não obstante, a facção – enquanto um “ente” coletivo ideal – ratifica a autenticidade do poder dos donos de morro, ao mesmo tempo em que estabelece uma ética peculiar ao Crime e fornece a linguagem em que os conflitos devem ser formulados.

A regulação das práticas de que se compõe o ordenamento criminal está permeada por processos de produção de consenso em que as ações são adequadas a orientações de valor, de modo que a formação e resolução das disputas envolvem o acionamento de dispositivos discursivos expressos no idioma do Crime. Os desenrolos são o contraponto da violência descontrolada, pois instituem um espaço de diálogo, abrindo brechas para a moderação do uso da força. É certo que eles estão atravessados por assimetrias de status e que os seus desfechos podem ser cruelmente arbitrários, mas eu pude observar que há sempre um empenho para justificar os argumentos e decisões com referência a uma moralidade: aos sentidos do que se entende por certo e errado.

Prescrições gerais de comportamento são evocadas e encaixadas às circunstâncias, produzindo-se algum senso de justiça.

Mas estaria a ética do Crime cristalizada em um corpo normativo? Haveria um código de conduta próprio à facção, prevendo normas e sanções? É comum ouvir falar em “lei do tráfico”, “lei do crime”, “lei do morro”, “dez mandamentos do Comando Vermelho” e demais alusões a um conjunto de normas impostas pelo Comando e seus representantes locais a todos que convivem nos espaços de favelas ou prisões. Tais categorias nativas reforçam uma analogia com o modelo jurídico estatal, no entanto expressam apenas recomendações de conduta muito gerais, que não dão conta da amplitude dos comportamentos interditos ou desaconselháveis, segundo a normatividade local. A gramática de sobrecodificação do ordenamento criminal difere profundamente da legislação oficial e precisa ser compreendida em suas particularidades, com referência ao léxico peculiar que ela mobiliza.

Farias (2008), ao discorrer sobre a “asfixia” em que vivem os moradores de favelas, aborda a multiplicação das regras que o tráfico impõe sobre as pessoas:

A segmentação das facções criminosas e o acirramento das disputas têm sido acompanhados pelo aumento da violência nos territórios favelados. Os moradores se veem obrigados a obedecer às regras de cada um desses

110 comandos. Mas que regras são essas hoje em dia? Faz tempo que já não é possível se ater simplesmente às proibições de roubar, usar arma (sem trabalhar para a facção local), bater ou violentar mulheres dentro dos limites físicos da favela. Além dessas, que poderiam ser chamadas de “leis gerais do tráfico de drogas” (ou como dizem os moradores, os “mandamentos da favela”), foram surgindo outras regras ligadas a características específicas da cada facção. E se para o não-cumprimento das “leis gerais” são relacionadas punições como morte, espancamento ou expulsão da favela, também são enumeradas pelos moradores de favelas punições distintas para as

“transgressões” das novas regras. (p.179)

Farias explicita por meio das aspas que o uso do termo “leis” é nativo e prefere substituí-lo por “regras”. No entanto, considero pertinente ressaltar que mesmo a noção de “regras” parece também inapropriada para dar conta do controle social arbitrário exercido pelos traficantes, cuja baixa previsibilidade fomenta a neurose – enquanto categoria nativa – entre os jovens favelados, tal como ressaltou a autora. Ao imaginarmos regras com punições especificadas, dá-se a impressão de estarmos diante de um sistema disciplinar do Crime,62com seu próprio regimento e suas próprias sanções normalizadoras. Segundo Foucault (1997):

Na essência de todos os sistemas disciplinares, funciona um pequeno mecanismo penal. É beneficiado por uma espécie de privilégio de justiça, com suas leis próprias, seus delitos especificados, suas particularidades de sanção, suas instâncias de julgamento. As disciplinas estabelecem uma

“infrapenalidade”; quadriculam um espaço deixado vazio pelas leis;

qualificam e reprimem um conjunto de comportamentos que escapa aos grandes sistemas de castigo por sua relativa indiferença. (p.171)

É, inclusive, comum a leitura de que as facções criminosas seriam uma instância reguladora alternativa às instituições formais do direito público, ocupando as brechas deixadas pelo Estado. É assim, por exemplo, que Dias (2009) interpreta a atuação do PCC na mediação de conflitos em prisões e “quebradas” de São Paulo, assinalando a

“centralização da prerrogativa de impor as normas e as sanções disciplinares nas mãos do grupo denominado Primeiro Comando da Capital (PCC)” (p.85). Evidentemente, a legislação oficial não poderia se ocupar das cobranças de dívidas do tráfico, divisão dos proventos de roubos, acusações de delação e traição, etc.. Nem tampouco parece oferecer respostas satisfatórias a conflitos cotidianos como as brigas entre casais ou vizinhos ou problemas de convivência entre presos.

Entretanto, o ordenamento criminal e sua respectiva “infrapenalidade”, não chegam a compor estatutos normativos objetivos e também não mobilizam técnicas para o disciplinamento dos indivíduos. Não há um conjunto claro de regras a serem seguidas e nem previsões de sanção para cada tipo de infração, sendo imprecisas e maleáveis as

62 Apesar de Farias não propor isso em nenhum momento.

111 prescrições normativas que referenciam os comportamentos. Como ressaltou Fridman (2008):

A “ordem” nas favelas compõe-se de um exercício de dominação em que os integrantes do tráfico dão a última palavra, senão a primeira, sobre o que é permitido nas atitudes e relações cotidianas. Mas essa “ordem”, na atualidade, tem traços erráticos. Não há propriamente um padrão definido e compreensível para os moradores. A multiplicação dos boatos é o atestado do sentimento de incerteza perante códigos que podem ser alterados subitamente.

(FRIDMAN, 2008, p.88)

Este autor privilegia a ideia de uma “ordem” em detrimento a um “conjunto de regras” e acrescenta, adiante, que esta “‘ordem’ está sujeita a interpretações diversas, cujos resultados podem ser inócuos ou desastrosos” (p.89). Sua explicação para o que chamou de “dissonância cognitiva” dos moradores com relação a tal “ordem” se fundamenta na transição do poder de traficantes mais antigos e respeitosos para uma nova geração de adolescentes indiscriminadamente violentos. Misse (1999; 2003) também observou um processo de “juvenilização do tráfico” e associou-o aos modos tirânicos de dominação que vêm se proliferando em favelas Rio de Janeiro.

Sobre esse ponto, o meu material não me permite concordar, pois mesmo que eu tenha observado uma volumosa participação de adolescentes no tráfico, as áreas em que a minha pesquisa se concentrou eram ainda controladas por donos de morro antigos, cujo poder não estava a perigo e que centralizavam todas as decisões sobre o uso da força em seu perímetro de influência. Por isso, talvez, eu não tenha me deparado com relatos de angústia dos moradores com relação às arbitrariedades do tráfico, o que a bibliografia especializada demonstrou ser o caso em diversas outras regiões. Ainda assim, a legibilidade das supostas regras era precária, pois não há quase referências

“duras” nesse modelo de ordem.

As prescrições de comportamento são melhor imaginadas como diretrizes borradas, imprecisas e elásticas, até porque são heterogêneos os princípios que as referenciam. A justiça do tráfico zela primordialmente pelos interesses dos grupos dominantes locais e da facção, preocupando-se prioritariamente em desvendar e reprimir traições, delações, furtos de bens ou dinheiro da firma, fraudes em prestações de contas, não pagamento de dívidas à boca, atitudes que atraiam a repressão policial (como guardar carros roubados no morro), perda indevida de armas para a polícia, faltas e atrasos dos funcionários e coisas afins. Até aí está claro o objetivo de resguardar o lucro e o seu fluxo dentro de uma estrutura hierárquica respaldada pela facção.

112 Mas, para o bom funcionamento da firma e a manutenção da ordem faccional, são mediadas também as disputas privadas que envolvem os bandidos, como as dívidas e trapaças entre eles, insultos, fofocas, agressões, desrespeito a seus familiares e infidelidade feminina. Nesses casos, os interesses particulares das elites dirigentes do tráfico já se fundem com os princípios de um “bem coletivo”, restrito a um coletivo específico: a quem é nós, tal como os membros do Comando Vermelho enunciam o seu pertencimento à facção. O lema da paz entre os criminosos é o principal fundamento desta e outras facções, desde o seu surgimento, e depende da promoção do respeito, como valor central a ser evocado nas mediações de litígio. Conflitos desse tipo promovem a grande maioria dos desenrolos travados no cotidiano do Crime – dentro e fora das prisões.

No entanto, a reivindicação do monopólio da vingança no perímetro de atuação do tráfico – o que é característico do seu modelo de gestão do território – obriga as lideranças da firma a se ocuparem também de assuntos de outras naturezas envolvendo os moradores, como brigas de vizinhos, violência contra mulheres, maus tratos contra crianças, casos de pedofilia e furtos no interior da favela. Os chefes do tráfico reivindicam o papel de guardiões da “ordem” na comunidade, visando à legitimidade do seu poder sobre o território. Tal pretensão segue a mesma lógica das políticas assistencialistas da firma local.

As três classes, por mim listadas, dos litígios regulados pelo tráfico, não são pensadas, ao nível local, como atribuições distintas de sua justiça. Práticas interditas ou desaconselhadas com base em princípios diferentes encontram-se embaralhadas numa mesma névoa heterogênea de sobrecodificações. Se buscássemos, dentre as categorias nativas, nomes plausíveis para designar diferencialmente os códigos dedicados a cada uma dessas classes de litígio, poderíamos chamá-los, respectivamente, de “lei do tráfico”, “lei do crime” e “lei do morro”. No entanto, este empreendimento analítico é arbitrário, pois a conceitualização nativa não segmenta a justiça do tráfico em diferentes regimes do direito. Tal indistinção coopera com a ilegibilidade do corpo normativo vigente, traduzindo demandas de justiça muito diferenciadas em uma mesma linguagem comum.

Trata-se de uma linguagem do Crime, dominada por poucos e parcialmente desconhecida pela maioria das pessoas que vivem sob a vigência dessa ordem. Ao longo da minha pesquisa, deparei-me com um léxico muito particular para se falar do direito.

Em vez de mencionarem leis ou regras, afirmavam apenas, com relação a problemas

113 específicos, que isso pode ou isso não pode, que isso está certo ou isso está errado. No lugar das infrações ou transgressões – que precisariam remeter a uma referência nítida – meus interlocutores designavam falhas de conduta como mancadas ou vacilos, sendo estes sempre tão discutíveis e perspectivados. E, no final das contas, uma atitude classificada como mancada era cobrada e não punida.

Como também ressaltou Biondi (2010), a respeito dos debates63 em cadeias sob a influência do PCC, em São Paulo, “diferente da punição, [a cobrança] diz respeito a uma das ‘consequências’ possíveis dos atos de alguém, na qual se lembra do compromisso de agir de acordo com a ‘disciplina do Comando’” (p.238). Segundo esta autora, disciplina do Comando é como se designa a conduta recomendada aos participantes do PCC, expressão que também aparece no Comando Vermelho, embora com menos ênfase. Ter disciplina, ficar na moral, andar na linha, agir pelo certo, são todas expressões que remetem ao comportamento esperado de bandidos ligados ao CV.

Mas o que vem a ser essa disciplina? Qual é a sua natureza e por quais mecanismos ela ordena o Crime?

Ao discorrer sobre os chamados “tribunais do PCC”, Dias (2009) assinala uma transição de um esquema de poder soberano (FOUCAULT, 1997) – em que suplícios funcionariam como rituais de demonstração de força, visando à reparação da soberania lesada – para um formato mais racional de exercício do poder, marcado pelo aparecimento dos “tribunais” e a passagem da vingança privada para a vingança coletiva.

No entanto a ideia de soberania pressupõe uma dominação legítima, ao passo que, conforme a hipótese da própria autora, a espetacularização dos ritos punitivos foi característica ao período anterior à estabilização do PCC e à consolidação do seu poder dentro e fora das prisões. A progressiva racionalização da regulamentação dos conflitos denotaria um esvaziamento dos mecanismos simbólicos de afirmação da sua legitimidade interna e de seu poder perante os grupos rivais, não sendo eles mais tão necessários.

De fato, o amadurecimento organizacional dos comandos contribuiu para uma crescente burocratização do uso da força e fortaleceu a participação coletiva nas mediações de disputas, mas devemos tomar cuidado com a noção de “racionalização”, pois ela remete a uma positividade normativa que dificilmente se desenvolveria no

63 O debate é o correlato paulista para o que os cariocas chamam de desenrolo. Apesar haver significativas diferenças entre o PCC e o CV, é possível encontrar uma série de correspondências e estabelecer analogias entre seus respectivos direitos informais, sobretudo quanto à terminologia empregada.

114 cenário brasileiro da criminalidade violenta urbana. Não há uma sistematicidade coerente do poder e nem tampouco pode a disciplina das facções ser pensada como uma fórmula geral de dominação, de inscrição do poder nos corpos, como em seu sentido foucaultiano. Os “corpos indóceis”64 dos bandidos se insubordinam diante das técnicas disciplinares e não há autoridade capaz de ordená-los senão a do consenso ou da força.

A normalização do Crime não é um efeito de sua disciplina, mas sim o contrário.

A disciplina é a expressão da normalização resultante das experiências acumuladas de conflito entre bandidos. O Comando é o referencial que autentica as palavras de ordem e formaliza os procedimentos de manifestação das moralidades conflitantes e relações de força, entretanto, a disciplina e a ética peculiares ao Crime, assim como o próprio Comando, são produtos coletivos atravessados por desigualdades hierárquicas. Para se compreender melhor a internalização/externalização da disciplina própria à ordem do Crime, vale recorrer às formulações a respeito da ideia de proceder em contextos regulados pelo PCC. Hirata (2010) entende o proceder como uma conduta ideal que procura dar forma ao terreno caótico de uma “vida na adversidade”. Segundo Marques (2009):

Algo que orienta partes significativas das experiências cotidianas. Melhor dizendo, algumas junções singulares de regras e instruções sobre condutas, em contínua transformação, verificadas em diferentes redes sociais, recebem o nome de proceder. (p.24)

Este autor diferencia entre os três usos mais comuns do proceder. O uso mais incomum é como ação, que designa agir segundo uma recomendação. O proceder como substantivo remete a uma disposição quanto a um respeito específico (seguir as regras de decoro e etiqueta); quanto a uma conduta específica (caminhada, religião, palavra); e quanto a uma atitude específica (habilidade para mediação de conflitos), tecendo assim uma complexa relação entre respeito, conduta e atitude. O proceder pode ainda aparecer como atributo do sujeito, denotando a consonância de um sujeito com o proceder substantivo.

Não há um equivalente para esta palavra nas redes da criminalidade carioca. Ela chega a ser usada, mas não possui muito destaque. Isso não quer dizer que este conceito, formulado por outras pessoas em outros contextos, não possa ser transposto para se pensar o Crime no Rio de Janeiro. Existe, sobre os bandidos estudados, a expectativa de

64 Esta ideia será melhor desenvolvida no último capítulo, mas já adianto aqui que tomo por base os processos da “sujeição criminal” (MISSE, 1999) para pensar na inscrição da criminalidade nos corpos e subjetividades dos chamados bandidos, o que produziria “corpos indóceis” – em alusão aos “corpos dóceis” de Foucault (1997) – , resistentes e reativos às disciplinas.

115 que tenham proceder, ainda que não expressa sob este título. Uma série de categorias nativas que remetem a qualidades positivadas – como o respeito, a consideração e a visão – circulam em torno do núcleo conceitual do proceder. No entanto, o que todas elas guardam em comum, assim como a noção de proceder, é um posicionamento particular com relação ao certo.

As narrativas a seguir acompanharão os tortuosos caminhos do certo e tornarão mais inteligíveis os meus argumentos.

No documento Coisas da Vida no Crime (páginas 118-126)