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Limeira e a imigração na Ibicaba: Fazenda “modelo” para o mundo? Modelo em quê?

Limeira e a expansão do ensino público

2.1 Limeira e a imigração na Ibicaba: Fazenda “modelo” para o mundo? Modelo em quê?

Sobre Limeira encontramos várias pesquisas e publicações, como: um livro sobre a história do município (BUSCH, 1967), uma pesquisa sobre a história da educação em Limeira desenvolvida por Bettini (2000), estudos referentes a educação e imigração, como são os estudos de Bezerra (2001)17 e Silveira (2007)18, ambos desenvolvidos na Unicamp, conforme bibliografia anexa. Também foi desenvolvida, na mesma Universidade, uma pesquisa sobre o colégio técnico de Limeira, Trajano de Barros Camargo: Trabalho e educação profissional no Brasil: a Reforma Capanema (1942) cujo autor é Diógenes Nielsen Júnior (2004). Encontramos, ainda, uma pesquisa mais recente, de 2010: O Colégio Técnico de Limeira e o Movimento da Matemática Moderna: uma paisagem, e seu autor é Murilo França Tabosa19, ainda indisponível para análise. Há ainda um trabalho de conclusão de curso que foi publicado em livro e conta a história do segundo Grupo Escolar de Limeira, a atual Escola Estadual Brasil de autoria do professor Almeida (2006).

Sobre o tema de nossa pesquisa, História das Instituições Escolares e mais especificamente história dos grupos escolares em Limeira, não encontramos nenhum estudo sistematizado sobre o primeiro Grupo Escolar que nessa cidade foi fundado. Há apenas referências sobre esse Grupo em diferentes trabalhos, dentre os quais, o que mais contribuiu para nossa investigação foi a pesquisa de Bettini (2000) que, apesar de ser um referencial para a história da educação de Limeira, deixou muitas lacunas sobre a história desse Grupo Escolar. Foi

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A autora apresenta uma pesquisa sobre a Imigração Alemã no município.

18 A pesquisa deste autor refere-se à Imigração Italiana.

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buscando preencher essas lacunas e encontrar outros dados que nos propusemos a realizar este trabalho.

Para se entender a importância de um Grupo Escolar em um determinado município, é necessário conhecer a sua história, sua origem, as relações econômicas, sociais, políticas e culturais que influenciaram na organização do ensino público dessa cidade. O caso de Limeira tem uma particularidade histórica: o fato de estar diretamente ligada aos projetos liberais de substituição da mão-de-obra escrava pela livre europeia. Os políticos da cidade, inclusive, pleiteiam atualmente o título de “Berço da Imigração Europeia de Cunho Particular”, pois:

Foi na fazenda Ibicaba que em meados do século passado foi instituída a primeira colônia de imigrantes de cunho particular do Brasil, empreendimento que foi responsável, pela preparação do Estado de São Paulo e do Brasil, para a substituição do braço escravo pelo livre. Por esse motivo Limeira é conhecida como o "Berço da Imigração Europeia de Cunho Particular”20.

Segundo Busch (1967, p.190), a chegada dos colonos na Fazenda Ibicaba tinha como único objetivo suprir a falta da mão-de-obra existente para cultivar os cafezais, mas a vinda dos imigrantes para Limeira também proporcionou ao município a criação de outras frentes de trabalho como os postos de ferreiro, carpinteiro, marceneiro, seleiro, entre outros, além de propiciar o desenvolvimento urbano do município em rápida escala.

Para o autor, reforçando argumentos utilizados pela elite dominante de então, pregava a superioridade do trabalho do branco sobre o do negro, entendendo que o escravo não poderia ser trabalhador livre e contratado pelo contrato de parceria, pois só sabia trabalhar sob coação, enquanto o imigrante europeu era ativo e interessado (BUSCH, 1967, p.192).

Para Furtado (2001), entretanto, o “afrouxamento” do negro para o trabalho não se dava pelos motivos apresentado por Busch (1967), que atrelava ao negro a necessidade de coação

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Dado extraído do histórico da cidade de Limeira, retirado da página oficial do município. www.limeira.sp.gov.br/secretarias/cultura/historia.htm

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para a realização das atividades laborais, mas sim por questões relacionadas a uma diferente cultura do trabalho.

A fundação de Limeira é datada do ano de 1826, porém a historiografia local apresenta uma data bem anterior. Contam os historiadores que as origens de Limeira estão ligadas à abertura do caminho para Goiás, em1682, pelo Anhanguera Bartolomeu Bueno da Silva, e reaberto em 1722 por seu filho.

Limeira surgiu com um rancho construído às margens de um ribeirão chamado Tatuhiby, que recebera o nome de Rancho do Morro Azul, e, posteriormente, Rancho da Limeira. Os viajantes que passavam pelo Rancho, situado no caminho entre Campinas e o interior do Estado, observaram que as terras eram muito produtivas naquele território, devido à sua proximidade do ribeirão, e começaram a se instalar nos arredores, construindo, inclusive, comércios para servir aos viajantes que passavam pela estrada que ali foi aberta - foi nessas imediações que a população de Limeira começou a ser formada.

Limeira foi elevada à Vila em 1842, através da Lei n. 25, sancionada em 8 de março pelo Presidente da Província, ficando compreendidas em seu território as freguesias de Rio Claro e Pirassununga (BUSCH, 1967, p.16). Em 24 de Julho de 1844, foi instalada oficialmente a Vila de Limeira e a Câmara Municipal21.

Desde meados do século XIX, por iniciativa particular, um grande proprietário de terras e produtor de café, o Senador Vergueiro, tentando resolver os problemas da mão-de-obra acarretados pela proibição do tráfico de negros, resolveu importar colonos, trabalhadores livres que, com contratos de parceria, migraram para suas terras para trabalhar na lavoura cafeeira.

Vergueiro era membro da Regência Trina que, em 1831, assinou a proibição da entrada de escravos no Brasil. Como parlamentar, sempre defendeu posições liberais e antiescravagistas (STAHLBERG, 2003). Os motivos que envolviam a participação do Senador Vergueiro nos movimentos antiescravagistas podem ser erroneamente interpretados se atrelarmos o movimento à bondade ou preocupação com os escravos. A questão da proibição vai muito além

21 Encontra-se, nos anexos, a Ata de Instalação dos Vereadores e da Câmara da Vila de Limeira, bem como a

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disso, uma vez que já era presente, nos discursos da elite econômica e política do país, a necessidade de se estruturar a sociedade brasileira, cuja população, em sua maioria, era formada por negros.

A proibição da entrada de escravos no país estava diretamente relacionada ao acordo que o Brasil assinou com a Inglaterra, que, para favorecer o desenvolvimento do mercado internacional, o Brasil deveria eliminar definitivamente a entrada de escravos no país até 1830. Essa proibição foi a forma que a Inglaterra encontrou para aumentar o comércio com nosso país e favorecer o desenvolvimento do capitalismo industrial, uma vez que via no Brasil um importante polo de escoamento da produção industrial do país.

Pelo acordo firmado com os ingleses o tráfico cessaria em 13 de março de 1830. Foi para evitar o constrangimento de novas pressões que o governo brasileiro tratou de formular uma lei para por fim a esta velha questão. A aprovação da lei de 07 de novembro de 1831 foi facilitada pelo clima político liberal e reformista vigente no Brasil desde a forçada abdicação de D. Pedro I. (SILVA, 2008, p.5)

A imigração europeia estava diretamente relacionada à necessidade de formar novas frentes de trabalho para a lavoura cafeeira, mas não podemos deixar de enfatizar o fato de que, no período, havia o discurso da necessidade do embranquecimento da nação.

Foi na Fazenda Ibicaba, nos anos de 1840, que o então Senador Vergueiro constituiu a primeira colônia de imigrantes de cunho particular, os quais vieram da Europa, mais precisamente de Portugal. “Foi então construída uma colônia sòmente para os portuguêses, afastada das moradas dos pretos escravos” (BUSCH, 1967, p.192).

O Senador Vergueiro era um político Liberal e na Revolução de 1842 foi preso e impedido de zelar pela colônia portuguesa que havia formado nos anos de 184022 em sua fazenda, o que causou o desmantelamento da colônia. Em 1844, voltou a ocupar o cargo de Senador, após anistia concedida aos liberais. Em 1845, pôs novamente em discussão, no Senado, a importância da colonização e, em 1846, criou a Sociedade Vergueiro & Cia, sociedade civil de agricultura e

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Existe uma dúvida sobre a data da primeira colônia instalada na Fazenda Ibicaba, mas documentos analisados por Busch (1967) esclarecem que houve uma primeira tentativa de colonização em 1840, contudo devido à prisão do Senador Vergueiro a mesma se desmantelou.

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colonização, destinada à compra e venda do café, e logo firmou o contrato com o Governo Imperial, para a imigração de colonos europeus: “já em 1847 é fundada na Fazenda Ibicaba a Colônia Vergueiro, que logo engajou 423 colonos alemães com contrato de obrigações bi- laterais, por um sistema de parceria (...)” (BUSCH, 1967, p.186).

A colonização empreendida pela empresa Vergueiro & Cia é bastante questionada nas pesquisas sobre colonização no Brasil, visto que os europeus que para cá vieram trabalhar em regime de parceria, foram, na verdade, tratados como novos escravos ou escravos libertos, pois as condições rudimentares de subsistência levavam os colonos a uma forma primitiva de vida.

Em 1859 foi proibida a imigração de alemães para o Brasil. Essa proibição se deu após ser formado na Europa um movimento contra a imigração, que denunciava as leis inadequadas do país para o acolhimento e a legalização dos imigrantes (FURTADO, 2001).

Limeira era uma cidade que se apresentava adequada ao seu tempo e à realidade econômica do país, e o fato de ser pioneira na contratação de trabalhadores livres não a diferenciava das cidades da região. Os problemas com a colonização e a formação urbana da cidade eram basicamente os mesmos das cidades do interior do Estado. É verdade que a cidade esteve, por algum tempo, no centro da economia do Estado por ser uma grande produtora de café, mas as crises que envolveram sua produção afetaram Limeira tal qual qualquer outra cidade produtora desse cultivo.

A Fazenda Ibicaba não ficou conhecida apenas por representar o berço da colonização europeia no Brasil. Ela possuía também modernos maquinários para o beneficiamento de café, o que, segundo a historiografia local, foi fator que influenciou o título de “Fazenda Modelo” para o mundo, uma vez que fazendeiros de outros países visitavam as instalações da Fazenda para levar aos seus países informações sobre o uso dos modernos maquinários. Foi também nessa fazenda, conforme afirma Busch (1967), que pela primeira vez a terra foi sulcada no Brasil, e nas oficinas da própria fazenda eram fabricados instrumentos agrícolas, carruagens, entre outros, que também eram fornecidos para outras fazendas.

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Contar um pouco da história da Fazenda Ibicaba e de seu fundador se faz necessário visto que o Senador Vergueiro é citado nas diferentes fontes23 da história oficial de Limeira como Patrono de Limeira, Grande Homem e Grande Empresário, político, entre outros - títulos que transmitem aos leitores a sensação de um homem benemérito, dotado de extrema bondade e preocupado com o próximo. A nosso ver, há uma preocupação por trás de todo esse discurso proferido pelos historiadores locais em apresentar à população suas figuras como beneméritas.

As contradições que aconteciam no interior da Fazenda Ibicaba demonstram que Vergueiro era um homem do seu tempo, com interesses capitalistas contemporâneos a sua época. Alguns fatos relatados por Davatz (1980) derrubam a imagem de homem bondoso e benemérito, uma vez que nem todos os seus feitos, na Fazenda Ibicaba, podem ser lembrados por esse viés. No final dos anos de 1850, ocorreu uma grande revolta na fazenda, empreendida pelos colonos que estavam descontentes com a forma como vinham sendo tratados, e que os contratos de parceria não passavam de “contratos escravistas”. O Mestre-Escola Davatz conta que, já na chegada ao Porto de Santos, os colonos passavam a pertencer à firma Vergueiro & Cia, pois o contrato de parceria lhes prendia ao contratante com regras de submissão que favoreciam apenas o fazendeiro. Ainda no porto, os imigrantes eram divididos entre seus proprietários, e, naquele momento, percebiam que tinham sido vendidos. Assim se expressava o colono a esse respeito:

O mais triste é quando se chega a descobrir isso, quando percebemos que uma nova escravidão nos submergiu e que dessa escravidão é mais difícil escapar-se que à tradicional, que de há longa data jungiu os negros africanos. (DAVATZ, 1980, p.48)

A rebelião dos colonos pôs em pauta uma questão muito importante: as novas formas de escravidão que o Brasil empreendia, travestidas de trabalho livre. Toda a manifestação que os colonos organizaram e apresentaram através de Davatz, segundo ele próprio, não lhes rendeu o resultado esperado, que era o de mobilizar os fazendeiros para a realidade em que os colonos

23 Busch (1967), site oficial do município.

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eram obrigados a viver. Para Davatz, “quanto à sublevação de 24 de dezembro de 1856 [...] ela só visou salvar-me, a mim, o advogado da causa dos colonos, que estava ameaçado de morte” (DAVATZ, 1980, p.160).

Davatz emitiu relatórios à Suíça com denúncias de maus tratos aos colonos, um relatório dos valores abusivos que eram praticados na Fazenda tornando os colonos cada vez mais endividados e longe da liberdade prometida no momento de sua vinda para trabalhar no Brasil. Mas o que se pode perceber no relatório emitido por José Vergueiro, filho do Senador, e no relatório de Tavares Bastos24 é que as denúncias apresentadas por Davatz foram de certo modo camufladas ou desmentidas pela família Vergueiro e por funcionário do Governo. Para os Vergueiro, Davatz estaria organizando um ataque das forças europeias ao Brasil, e orientavam o governo a se preparar para esse ataque.

É sabido que os grandes fazendeiros, e principalmente um homem com tamanha influência, como era o caso do Senador Vergueiro, seriam grandes aliados do Governo. Não seria de se esperar que o Governo empregasse quaisquer esforços para socorrer os colonos que se encontravam desprovidos de sua liberdade. Realmente todo o esforço do Mestre-Escola Davatz só lhe rendeu a passagem de regresso à sua terra, mas podemos inferir que tem servido muito mais para a história da colonização no Brasil, como esse colono jamais pensou que serviria. Sempre que se estudam fatos da imigração, recorre-se à sua obra para ouvir o outro lado da imigração, ou seja, o imigrante. Assim como ele, outros que aqui estiveram registraram suas impressões, mas nossa priorização à sua obra se dá principalmente por ela tratar da formação dos futuros cidadãos de Limeira.

Se a Fazenda foi considerada por Busch (1967) e Stahlberg (2003) como pioneira na contratação de trabalhadores “livres” e na implantação de maquinários modernos bem como na disseminação da cultura cafeeira, sendo considerada modelo para o mundo, por outro lado seus colonos viviam de forma precária, semelhante ao modo de vida dos escravos. Apesar de seu status modelar, a Fazenda Ibicaba foi à falência em 1879 e a historiografia local não aponta os

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motivos que levaram à sua derrocada. Também não encontramos documentos que nos dessem essa resposta.

Observando a imagem a seguir, veremos que, desde a sua chegada, os colonos já possuíam diferentes profissões, e que estas vieram a formar o quadro de trabalhadores na cidade.

Figura 1: Documento disponível no CD-Rom elaborado pelo autor. Fonte: Silveira (2007)

Podemos perceber as diferentes profissões existentes entre os imigrantes alemães conforme descrito no quadro: sapateiro, alfaiate, pedreiro, ferreiro, barbeiro, carapino,

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marceneiro, caldeireiro e tanoeiro (não conseguimos identificar uma das profissões, pois está ilegível).

Limeira se destacou entre as cidades do interior da Província de São Paulo como grande produtora rural, sendo responsável pela produção de grande parte do café que era exportado para outros países.

A agricultura cafeeira se mantém na vanguarda da economia limeirense até a queda da Bolsa de Nova York. A agricultura, que começava a se diversificar com o cultivo da Laranja no município, vai se expandir nas primeiras décadas do século XX, quando em 1915, foram realizadas as primeiras exportações de laranja produzidas em Limeira. Alguns agricultores se destacaram entre os produtores desse novo cultivo:

São pioneiros no plantio da laranja: José Levy Sobrinho, Mário de Souza Queiroz, Antonio de Camargo Silveira, Francisco Machado de Campos, Joaquim Augusto de Barros Penteado, Sebastião Gomes de Camargo e Luiz Bueno de Miranda. Com exceção de Levy, nenhum desses era antigo colono das fazendas de café. (BETTINI, 2000, p.30)

O núcleo urbano da cidade foi constituído por grande número de escravos alforriados, mas também por grande número de imigrantes europeus, entre eles aqueles que já possuíam alguma formação e é dessa formação que surgem as frentes de trabalho que posteriormente adentrarão os muros das instituições de ensino.

Os colonos italianos que começaram a chegar à Limeira nas últimas décadas do século XIX, também contribuíram para a formação desse núcleo urbano da cidade: “Limeira, nesse momento, já está estruturada como centro urbano, pela presença dos antigos colonos, agora fixados no comércio e na indústria, e dos imigrantes italianos, que começavam a se fixar na cidade” (BETTINI, 2000, p.29).

Segundo a autora, os imigrantes italianos, na mesma medida em que os colonos alemães e portugueses que chegaram antes, foram os principais responsáveis pela formação urbana de Limeira.

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A constituição do comércio e da indústria que se formavam nos centros urbanos da cidade, ao mesmo tempo em que dialogavam com os núcleos rurais, eram vistos como seus concorrentes:

Dessa forma, os ambientes urbano e rural se entrecruzavam, sendo, ao mesmo tempo - e paradoxalmente -, interdependentes e concorrentes, no âmbito das transformações nas relações de trabalho e nas formas produtivas daí decorrentes, que se diversificavam, ampliando-se, na mesma medida, a distância entre os respectivos interesses, antagônicos entre si, bem como no interior de cada um desses espaços sociais. (SILVEIRA, 2007, p. 82)

Para Bezerra (2001) três fatores foram determinantes no desenvolvimento de Limeira:

São eles: a acumulação de capitais decorrentes do desenvolvimento da cafeicultura; a imigração européia, que veio para trabalhar na cafeicultura, trazendo conhecimentos técnicos que permitiram o desenvolvimento das atividades industriais; a infra-estrutura rodo-ferroviária do município, que sempre contou com fácil acesso aos centros consumidores e produtores, capital e interior do Estado e pontos de saída para o mercado internacional. (BEZERRA, 2001, p.54)

É possível percebermos a heterogeneidade de culturas presente na formação da população urbana de Limeira. A demanda econômica baseada no comércio e na industrialização, que começam a ganhar espaço no final do século XIX e início do Século XX, foram determinantes para a formação da população. As questões educacionais, nesse contexto, enfrentavam os mesmos problemas que no restante do país.

Com a Proclamação da República e a disseminação do ideário republicano, inicia-se, em todo o país, uma nova configuração política e econômica e com ela a necessidade de se formar no cidadão os princípios pregados pelos republicanos. Reis Filho (1995, p. 10) aponta para o fato de ter sido o regime republicano liberal-democrático, aquele que procurou implantar uma estrutura de ensino público capaz de consolidar a construção de um Estado Democrático. Era preciso “educar o povo para que ele pudesse se autodirigir”.

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