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Nascem os Grupos Escolares: a Legislação Paulista e o currículo presente na Reforma

Primeira República no Brasil: a criação dos Grupos Escolares paulistas

1.3 Nascem os Grupos Escolares: a Legislação Paulista e o currículo presente na Reforma

Os Grupos Escolares foram criados a partir da reunião de escolas isoladas agrupadas por proximidade. Foi a primeira vez na história da educação no Brasil que se pensou em uma escola seriada, que atendesse a ambos os sexos, mesmo que separados em classes. A escola que serviu de referência para essa nova forma de organização foi a Escola-Modelo anexa à Escola Normal da capital do Estado.

Foi o Estado de São Paulo o primeiro a pensar em uma estrutura diferenciada de educação, sendo também pioneiro na implantação dos Grupos Escolares. Ao analisarmos a primeira Reforma da Instrução Pública em São Paulo e os decretos que a orientaram, logo após a Proclamação da República, podemos perceber a presença do ideário Liberal, que contemplava a liberdade de ensino, a gratuidade, a laicidade e a obrigatoriedade.

No capítulo X do Regimento Interno das Escolas Públicas do Estado de São Paulo, encontramos todas as orientações de como se daria o funcionamento dos Grupos Escolares, como deveriam ser reunidas as escolas, o número de salas de aula, a divisão de séries, e a divisão por sexo.

Apesar de a Legislação prever a obrigatoriedade do ensino, não encontramos o teor da obrigatoriedade no que caberia ao Estado, como, por exemplo, a garantia de Escolas suficientes para atender à população. A obrigatoriedade ficava, portanto, a cargo das famílias, que deveriam matricular seus filhos nas escolas mais próximas ou proporcionar-lhes ensino em casa.

Mas é o currículo da escola pública aquele que nos interessa analisar, visto que era tido como inovador e trazia em seu bojo um novo modelo de sociedade. Para o entendimento de como se estruturava a educação e a consequente implantação de um novo currículo no Estado de São Paulo, no início da República, faz-se necessário, inicialmente, afirmar que a instrução implementada no Brasil relacionava-se às mudanças operadas com a Proclamação da República e com a efervescência econômica decorrente do crescimento da economia cafeeira e do início da industrialização.

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Havia uma emergência no discurso republicano pela estruturação e expansão da instrução pública através de um sistema de ensino sólido e unificado, que se alastrasse por todo o país. O Estado de São Paulo foi o pioneiro na execução do ideário republicano, através da Reforma da Instrução Pública do Estado de São Paulo, regulamentada pelas Leis n° 88, de 8 de Setembro de 1892, e n° 169, de 7 de agosto de 1893 − ambas aprovadas pelo Regulamento da Instrução Pública, em 27 de novembro de 1893, e configurada a partir do Regimento Interno das Escolas Públicas do Estado de São Paulo de 1894.

A nova legislação educacional trouxe em seu texto uma configuração de currículo diferenciado, abrangendo todos os níveis de ensino; um currículo que distribuía os conteúdos por série de ensino, classificando os alunos por níveis de aprendizagem a partir de avaliações rígidas e classificatórias; as séries tinham tempo de duração estabelecido para iniciar e terminar, o que as diferenciavam das escolas unitárias, onde o professor prosseguia os ensinamentos individuais até que o aluno absorvesse o conteúdo e só depois avançava com os ensinamentos. O novo currículo tinha, ainda, a preocupação em contemplar conteúdos apropriados para meninos e para meninas.

Contudo, Rosa Fátima de Souza (2008), ao analisar a divisão proposta pelo novo currículo, aponta suas contradições:

A classificação dos alunos em classes com o mesmo nível de adiantamento, formando agrupamentos supostamente mais homogêneos, resolvia um dos maiores problemas enfrentados pelos professores das escolas unitárias, isto é, o ensino de diferentes classes de alunos de diferentes níveis de conhecimentos, numa mesma sala de aula. Concomitantemente, a medida potencializava o ensino simultâneo.

A graduação do ensino em séries subsequentes, correspondendo cada uma a um ano letivo, permitiu, por sua vez, a racionalização curricular, ou seja, a distribuição metódica e sistemática do conhecimento a ser transmitido na escola. O estabelecimento de um programa uniforme, organizado em matérias escolares, controlado por diretores e inspetores de ensino, passou a presidir o exercício da atividade docente, isto é, enraizou a preocupação dos professores com o cumprimento dos programas. (SOUZA, 2008, p.43-44)

Nossa análise privilegiará a proposta de currículo presente nos documentos que compreenderam a Reforma da Instrução Pública em São Paulo no início da Primeira República e que, juntos, compõem o conjunto da reforma: a Lei n°88, de 8 de Setembro de 1892 – a Reforma

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da Instrução Pública do Estado – , e a Lei n°169, de 7 de agosto de 1893, que adita Diversas disposições à Lei n° 88, e sua regulamentação, através do Decreto de 27 de novembro de 1893, que recebeu o nome de Regulamento da Instrução Pública, além do Regimento Interno das Escolas Públicas do Estado de São Paulo de 189416.

De acordo com a Lei de n° 88, o Ensino Primário compreenderia dois cursos: um preliminar e outro complementar. Conforme seu artigo 1º, § 2º e 3º fica assim organizado o ensino Primário:

§2º O ensino preliminar é obrigatorio para ambos os sexos até a á edade de 12 annos e começará aos 7.

§3º O ensino complementar destina se aos alumnos que se mostrarem habilitados nas materias do curso preliminar. (Collecção das Leis e Decretos do Estado de São Paulo de 1892, Tomo II, SP, Thipografia do Diario Official, 1897, p.58)

A Lei n° 88 não é clara no que se refere ao tempo de duração do ensino primário, pois não determina qual deve ser o período de duração de cada curso, apenas aponta que, para matrícula no ensino complementar, é indispensável o exame do ensino preliminar. Em 1893, no Regulamento da Instrução Pública, aparece a duração de quatro anos para o ensino complementar e a distribuição das matérias é feita de acordo com cada ano de curso; quanto ao ensino primário, o Decreto de 1893 apenas aponta que “o ensino primario nas escolas preliminares será dividido em series, abrangendo cada uma dellas um semestre do anno lectivo [...]” (SÃO PAULO, 1913, p.207). Apenas em 1894, no Regimento Interno das Escolas Públicas, aparece a duração do curso preliminar, devendo ser dividido em quatro anos, porém não contempla como deverão ser divididas as matérias em cada ano do curso preliminar, como fora apontado para o ensino complementar.

As disciplinas do currículo de cada curso foram pensadas de modo a contemplar matérias que os formuladores da Lei julgavam ser indispensáveis para a formação cultural do

16 Nos anos que se seguiram à promulgação da Lei n. 88, n. 169 e do próprio Regimento Interno, foram sendo

apresentadas novas alterações às Leis e nos anos de 1895, 1896, 1897, 1898 novos regimentos foram sendo decretados. No entanto, nos limitaremos a analisar o primeiro, pois nosso intuito é compreender como se fundamentou o pensamento republicano sobre o currículo na Primeira Reforma do Ensino Público paulista.

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cidadão, fazendo com que o ensino complementar, além de compreender matérias do ensino preliminar, abarcasse as matérias que aprofundavam o conhecimento. Ao analisar o plano de ensino para o curso complementar presente na Reforma da Instrução Pública de São Paulo, Reis Filho afirma que “esse plano de ensino, além de preencher a condição de integralidade dos conhecimentos, atende também a de integração social. Pois, sendo uma escola para todos, ela atenuará os antagonismos sociais” (REIS FILHO, 1995, p.98).

O currículo presente na Lei estava diretamente relacionado ao método de ensino intuitivo, uma proposta com novas técnicas e novos conteúdos, que valorizava a prática, o contato empírico com os objetos de estudo. Nessa perspectiva, as matérias para a escola preliminar do ensino primário, contempladas no artigo 6º da Lei n°88, eram:

Artigo 6º. O ensino nas escolas preliminares comprehenderá as materias seguintes: moral pratica e educação civica, leitura e principios de grammatica, escripta e calligraphia; noções de geographia geral e cosmographia; geographia do Brazil, especialmente do Estado de São Paulo; historia do Brazil e leitura sobre a vida dos grandes homens da historia; calculo arithmetico sobre os números inteiros e fracções, systema métrico decimal, noções de geometria, especialmente nas suas applicações á medição de superficie e volumes; noções de sciencias physicas, chimicas e naturaes, nas suas mais simples applicações, especialmente á hygiene; desenho á mão livre; canto e leitura de musica, exercicios gymnasticos, manuaes e militares, apropriados á edade e ao sexo. (SÃO PAULO, 1897, p.58-59)

Podemos observar que o conjunto das matérias da escola preliminar atendia às necessidades básicas para a formação do homem social pensado para compor a sociedade republicana brasileira, ou seja, o homem urbano-industrial, além de contribuir para uma formação voltada às novas necessidades do mercado de trabalho, tanto para o comércio quanto para a indústria nascente. Para Reis Filho, “o principal fim das funções dos professores era educar física, moral e intelectualmente os alunos que se matriculassem nas escolas a seu cargo, de acordo com o programa do curso preliminar” (REIS FILHO, 1995, p.136).

As escolas complementares tinham o currículo muito parecido com o currículo das escolas preliminares no que diz respeito à sua estrutura e à divisão de matérias. Com alguns aprofundamentos não contemplados no ensino preliminar, o currículo do ensino complementar

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foi organizado, levando-se em conta a nova conformação social, o homem urbano-industrial e sua formação para o novo mercado de trabalho: o comércio-industrial.

O currículo do curso complementar, presente na Lei n° 88, era:

Artigo 13. O ensino das escolas complementares comprehenderá as matérias seguintes:

Moral e educação cívica, portuguez e francez. Noções de historia, geographia universal, historia e geographia do Brazil. Arithmetica elementar e elementos de álgebra até equações de 2º grau inclusive. Geometria plana e no espaço. Noções de trigometria e de mechanica, visando suas applicações ás machinas as mais simples. Astronomia elementar (cosmographia). Agrimensura. Noções de physica e chimica experimental e historia natural, especialmente em suas applicações mais importantes á industria e á agricultura. Noções de hygiene. Escripturação mercantil. Noções de economia politica, para os homens; economia domestica, para as mulheres. Desenho a mão livre, topographico e geometrico. Calligraghia. Exercicios militares, gymnasticos e manuaes, apropriados á edade e ao sexo.

§ unico. Os trabalhos manuaes, para os homens, constarão de trabalhos simples em madeiras e em ferro, para os quaes haverá em todas as escolas complementares uma officina apropriada, com as ferramentas mais usadas. (SÃO PAULO, 1897, p.59-60)

Para ter acesso às escolas complementares, como já apontamos anteriormente, era indispensável o exame do curso preliminar, uma vez que o curso completo da escola complementar era requisito para habilitação ao cargo de adjunto das escolas preliminares, não necessitando do ensino secundário ou do normal para formar o professor que ministraria aulas nas escolas preliminares.

Existe na letra da Lei o apontamento de que haveria instruções específicas sobre como trabalhar cada conteúdo de acordo com o referido método:

no regulamento que for expedido para execução desta lei, serão minuciosamente especificadas em programmas as materias que constituem o ensino, e sua distribuição, conforme o desenvolvimento intellectual dos alumnos, observando- se com rigor os princípios do methodo intuitivo”. (SÃO PAULO, 1897, p.59)

Para compreender como se organizava o currículo para o ensino primário em seu conjunto, abrangendo o curso preliminar e o curso complementar, bem como as orientações

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específicas de como o professor deveria desenvolver cada matéria, faremos um mapeamento das propostas presentes no Regulamento da Instrução Pública.

No Regulamento da Instrução Pública de 27/11/1893, o “Título III: Do ensino primário” é representado em 189 artigos, distribuídos em dois capítulos, ficando o Capítulo I reservado às escolas preliminares, subdividido em 9 seções e o Capítulo II do curso complementar, representado em uma única seção.

Na seção II, do Capítulo I, intitulada: “Do programa de ensino das escolas preliminares e meios de desenvolvê-los”, identificamos, em uma das matérias, uma diferença com relação à Lei n° 88: onde constava “noções de geometria, especialmente nas suas applicações á medição de superficie e volumes” (SÃO PAULO, 1897, p.58), no Regulamento aparece como “geometria pratica (tachimetria) com as noções necessárias para suas aplicações á medição de superfícies e volumes” (SÃO PAULO, 1913, p.208). Pode parecer uma simples mudança, porém por noções de geometria podemos entender a instrução para um ensino teórico, enquanto que da prática de geometria subentende-se ensino prático, com instrumentos próprios que possam ser utilizados para fins específicos, já totalmente de acordo com as orientações do método intuitivo adotado pela Reforma.

O Regulamento dizia que “o ensino primário nas escolas preliminares será dividido em series, abrangendo cada uma dellas um semestre do anno lectivo (...)” (SÃO PAULO, 1913, p.207), mas não informa quantas séries ao todo iriam compor o curso, conforme já apontado anteriormente.

Com relação aos quatro anos do ensino complementar, o Artigo 222 do Regulamento apresentava sua divisão da seguinte maneira:

Primeiro anno: 1º Portuguez. 2º Francez. 3ºArithmetica. 4º Geographia do Brazil. 5º Historia do Brazil. 6º Calligraphia, desenho e exercicios gymnasticos. Segundo anno: 1º Portuguez. 2º Francez. 3º Algebra, até equações de 2º grau inclusive, e escripturação mercantil. 4º Geometria plana e no espaço. 5º Moral e educação civica. 6º Desenho e exercicios militares.

Terceiro anno: 1º Porutguez. 2º Elementos de trigometria e mechanica. 3º Cosmographia. 4º Geographia e historia geral. 5º Physica. 6º Trabalhos manuaes apropriados á edade e ao sexo, e exercicios gymnasticos.

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Quarto anno: 1ºcomplemento de physica. 2ºChimica. 3º Historia natural. 4º Noções de hygiene. 5ºEconomia politica ou domestica, conforme o sexo e exercicios gymnasticos. (SÃO PAULO, 1913, p.234)

O que podemos identificar na divisão das matérias são as particularidades de ensino para cada sexo, presentes no terceiro e quarto anos: no terceiro, ao descrever a matéria “trabalhos manuais” observamos que atendiam às idades determinadas e ao sexo; no quarto, a matéria de economia era dividida em economia política para os homens e economia doméstica para as mulheres. Esta especificidade é bem clara nos Artigos 232 e 233, onde constava:

Artigo 232. Nas escolas do sexo masculino os trabalhos manuaes serão simples e feitos sobre madeira e ferro (art.13, § unico da Lei n.88).

Artigo 233. Nas escolas do sexo feminino os exercicios serão apenas gymnasticos e manuaes, limitados á gymnastica escolar e a trabalhos sobre panno, talagarça, gesso, massa, papel, papelão, etc. (SÃO PAULO, 1913, p.236)

Encontramos, ainda, no Regulamento da Instrução Pública indicações de como deviam ser amplos os espaços destinados aos recreios e exercícios físicos, além de salas apropriadas para os trabalhos manuais com objetos e aparelhos necessários ao ensino intuitivo e da geografia, do sistema métrico e da ginástica (SÃO PAULO, 1913).

O Regimento Interno das Escolas Públicas do Estado de São Paulo, aprovado pelo Decreto n° 248, de 26 de julho de 1894, traz detalhadamente o conteúdo (programas) de cada matéria que compõe o ensino preliminar, conforme apontado na Lei n° 88, distribuídos por ano e série, uma vez que cada ano é dividido em primeira e segunda série. As orientações presentes no Anexo 1, intitulado “Programa das escolas preliminares”, são divididas em quatro anos e cada ano em duas séries (SÃO PAULO, 1918). Esse documento é minucioso no trato dos conteúdos a serem trabalhados em cada matéria, porém, devido à sua extensão, não teríamos como apresentar todas; faremos, portanto, a título de ilustração, a apresentação do documento e a análise do currículo ali presente.

Os conteúdos eram distribuídos de acordo com o conhecimento dos alunos, de forma gradativa, ampliando sua complexidade de acordo com o ano e a série em que o aluno se encontrava. Por ser o primeiro documento a contemplar as matérias específicas para cada ano,

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não fica claro se elas foram ministradas e quais foram as mudanças ocorridas no currículo do ensino preliminar desde a aprovação da Lei n° 88, pois existiam muitas matérias que não estavam contempladas na referida Lei, ou, ainda, poderiam ser conteúdos contemplados em determinada matéria, fato que não pode ser confirmado devido à falta de informações anteriores.

Entre as matérias não contempladas na Lei n° 88, encontramos soletração, exercícios orais, cosmografia, zoologia e botânica, todas presentes nos quatro anos. Poderíamos, então, supor que os dois primeiros conteúdos faziam parte da leitura e escrita, e os três últimos das ciências naturais.

Podemos afirmar que o método de ensino presente na Reforma, o método intuitivo, teve o objetivo de adequar a instrução pública paulista aos moldes da educação de países mais desenvolvidos social e economicamente, pois as propostas desse método, segundo o discurso oficial, já vinham apresentando resultados satisfatórios em outros países.

Podemos observar que, desde a primeira reforma da instrução no Estado de São Paulo, os reformadores do ensino já predeterminavam o que e como deveria ser ensinado pela escola, aproximando-se muito da atual realidade da rede de ensino do Estado, que implementa um currículo geral para cada disciplina de forma a “unificar o ensino”. Seria essa a intenção no início do século XX: implementar um currículo único que atendesse a todo o Estado? Qual era o objetivo do ensino com uma formação seriada e sequencial?

Essa forma de organização buscou readequar o ensino fragmentado que grassava no país, e que, desde o período jesuítico, seguia sem interferência direta do Estado. Dessa forma, o Estrado propôs uma organização hegemônica na busca de uma nova conformação da sociedade, mantendo o controle ideológico da formação social e transferindo para a escola o papel de redentor daqueles valores.

Não aparece, em momento algum da reforma, a possibilidade de, devido às particularidades de cada região, o currículo poder ser adaptado ou alterado, nem foram encontradas orientações específicas para professores adjuntos, aqueles formados apenas nas escolas complementares, ou para professores normalistas com relação à sua adaptação.

Ainda nos perguntamos em que medida esse currículo atendia às necessidades do período em que foi criado, visto que, no final do século XIX e início do século XX, a grande

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maioria da população era analfabeta, muitos estavam deixando o regime escravo e não tinham condições de frequentar a escola. Que tipo de obrigatoriedade previa a Lei para crianças de 7 a 12 anos, mas permitia que, devido à falta de escolas e de vagas, muitas crianças em idade escolar ficassem fora da escola? Podemos afirmar que o Estado de São Paulo foi o pioneiro, no Brasil, a implementar uma estrutura de ensino capaz de atender a todos os níveis da instrução, todavia também é verdade que a estrutura criada a partir das reformas proporcionou um ensino excludente e seletivo. Excludente porque não obrigou realmente a frequência de todos em idade escolar a frequentá-la, e seletivo, pois, devido às dificuldades de aprendizagem que as crianças se apresentavam, havia um grande índice de repetência e, com ela, de evasão escolar.

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CAPÍTULO II