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Matriz Pedagógica e Programática do Desenvolvimento da Prática Supervisionada

Capítulo I Contextualização da Prática Supervisionada

2. Matriz Pedagógica e Programática do Desenvolvimento da Prática Supervisionada

A Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar realizou-se em períodos de quinze horas semanais, o que equivale a quatro manhãs de estágio das 9h às 12h30 + 1hora na ESECB. Tratou-se de um processo desenvolvido de forma contínua e interligada com a unidade curricular de Didática da Educação Pré-Escolar (quatro horas semanais) que servia de apoio teórico a todos os mecanismos referentes à prática, ou seja, ao trabalho a desenvolver na entidade que nos acolheu para estagiar.

Foi, portanto, necessário conciliar o saber que se adquiria na unidade curricular atrás referida, nomeadamente o contacto com as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, com a realidade do grupo de crianças com o qual trabalhámos (Projeto Curricular de Grupo e planificações mensais desenvolvidas pela educadora cooperante) e também, com os documentos oficiais da instituição (Regulamento Interno de Resposta Social e Plano Anual de Atividades) para construirmos planificações adequadas e certeiras para o grupo em causa.

Convergente à PSEPE, a Prática Supervisionada em 1º CEB desenvolveu-se quer no período da manhã quer da tarde, ocupando o horário letivo da responsabilidade da professora titular de turma. Esta prática pedagógica caracteriza-se não só pelo trabalho individual mas pelo de grupo, relativo ao par pedagógico. Foram três as semanas em que se desenvolveram unidades didática elaboradas em cooperação e colaboração. Todo este trabalho, quer individual quer em grupo, foi elaborado com a intervenção da professora cooperante e do professor supervisor, visando não comprometer as aprendizagens dos alunos e tentando efetuar um percurso sequencial, ao longo do estágio. A tabela seguinte (tabela 1) ilustra a organização temporal dos meses de estágio ativo das duas práticas pedagógicas.

Tabela 1 - Organização Temporal das Práticas Supervisionadas.

2.1.Fundamentos Didatológicos

É impensável construir uma planificação didática para aplicar na prática sem se conhecer o que está por detrás do meio onde vai decorrer a mesma. Seria ambíguo e pouco coerente elaborar uma planificação sem analisar primeiramente todos os documentos que tínhamos ao nosso dispor.

Na PSEPE, o passo inicial foi conhecer o objetivo central da instituição, ou seja, aprofundar o conhecimento sobre o Jardim de Infância: através: do: RIRS: “Promover: integralmente: a: pessoa: ajudando a família, no apoio a crianças, fomentando o amor e a solidariedade, de acordo com os mais altos: valores: humanos: sociais: e: espirituais”: Com o conhecimento deste objetivo geral, compreendemos que o nosso trabalho não seria exclusivamente dedicado à promoção de novos saberes às crianças, mas sim em preocuparmo-nos, num primeiro momento, com o bem-estar e com as aprendizagens construtivas que devem permanecer ao longo da vida. Foi neste sentido que construímos o nosso percurso da Prática Supervisionada. Aliado a esta nova aquisição de saber, pareceu-nos imprescindível aprofundar o conhecimento do grupo de crianças com as quais íamos contactar nos próximos meses. Assim, refletimos sobre o Projeto Curricular de Grupo, o que nos proporcionou a imersão na realidade daquele universo de trabalho. Seria necessário adequar os saberes adquiridos nos «livros» com a realidade da comunidade educativa desta instituição e conseguir estabelecer a relação intrínseca entre os documentos atrás referenciados e as Orientações para a Educação Pré-Escolar: “A: Educação: Pré-Escolar é a primeira etapa de educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo:em:vista:a:sua:plena:inserção:na:sociedade:como:ser:autónomo:livre:e:solidário”:(OCEPE:2009: P.15) Quer isto dizer, que o objetivo do Jardim de Infância se centra no princípio geral da EPE e que, portanto, está estabelecida a união entre os dois documentos organizadores do nosso trabalho educativo.

a área curricular, os conteúdos a desenvolver ao longo da semana e objetivos específicos a atingir naquele espaço de tempo); as quatro planificações diárias (portadoras dos conteúdos, das atividades, dos materiais e das estratégias), as reflexões semanais fundamentadas e os registos fotográficos.

Não faria sentido construir as planificações sem recorrer a um fio condutor, a um elo de ligação que tornasse todo este processo em algo coerente e conciso, algo que substituísse “os: habituais: somatórios: de: conteúdos: e: atividades: por: unidades: de: sequenciação: estratégica”: (Pais, 2012, p.4). Deste modo, a educadora cooperante, facultava os conteúdos e o tema a abordar naquela semana e cabia-nos a nós, alunas de Prática Supervisionada, construir uma planificação baseada no modelo de uma: unidade: didática: “(): considerando: que todos os elementos que intervêm no processo se articulam em percursos, como verdadeiros projetos de trabalho contextualizados.”: (Pais: 2012p4). Esta sequenciação programática elaborada de forma organizada e lógica tem como objetivo organizar a planificação, tornando-a numa “(): entidade global e globalizada na qual os diferentes elementos e fatores se entrecruzam para formar um todo metodologicamente: coerente”(Pais: 2012: p5) “implicando:que:o:educador:reflita:sobre:as:suas:intenções:educativas:com:o:que:sabe:do:grupo:de: cada criança e d seu contexto familiar e social, proporcionando um ambiente: estimulante”: (OCEPE: 2006, p.26). Relacionado com estes aspetos surge a importância de clarificar o objetivo que se pretende atingir com determinada atividade às crianças. Sabendo a finalidade de determinada tarefa, a criança adquire um novo gosto pelo saber, pelo aperfeiçoamento do seu trabalho e consequentemente fica mais motivada para aprender.

Todo o processo adotado para o conhecimento e compreensão do funcionamento do jardim de infância foi, de igual modo, desenvolvido nas semanas de observação da Prática Supervisionada no 1º Ciclo do Ensino Básico. Depois de interiorizadas as rotinas e características da turma e da professora cooperante, consultamos os documentos oficiais, quer do agrupamento quer da turma e retirámos deles os aspetos primordiais para planificar, segundo o princípio de integração didática acima referido. Apenas surge um aspeto divergente da PSEPE para a PS 1ºCEB - a matriz pedagógica e programática. A matriz pedagógica utilizada na prática relativa ao 1º ciclo foi a mesma para todas as alunas e cedida pelo professor supervisor. Foi, deste modo, necessário testá-la e compreender que é, sem dúvida, um modelo de planificação muito simples de leitura e interpretação, quer para o professor titular de turma quer para outra pessoa que a queira consultar.

2.2.Instrumentos de Planificação

Obedecendo a diversos passos que fundamentam a lógica anteriormente descrita e ligando-os às características pessoais de cada educador, surge a matriz proposta para a Prática Supervisionada em Educação Pré-Escolar que seguidamente será apresentado (figuras 5 e 6). Referimos que este esquema de planificação (consultar anexo A) foi aprovado pela professora supervisora e posteriormente pela educadora cooperante. Tentámos criar uma matriz que englobasse vários passos facilitadores do processo ensino-aprendizagem (como os anteriormente referidos) fazendo a ligação com o modelo utilizado pela educadora responsável pelo grupo de crianças onde desenvolvemos a nossa prática supervisionada. A par da construção semanal das planificações semanais e diárias, surgia a construção de uma tabela simplificada que era fixada na porta da sala para que todos os encarregados de educação ficassem a saber o que iria ser abordado naquele dia/semana, “incentivando:a:participação:das:famílias: no processo:educativo”:(OCEPE:2009:p.22).

Também na matriz pedagógica utilizada na Prática Supervisionada em 1º Ciclo do Ensino Básico (consultar anexo B) é visível a preocupação com a escolha dos elementos chave para a construção de um percurso de ensino e aprendizagem coerente e coeso (figura 7).

Figura 6 - Matriz de Planificação Diária construída para o desenvolvimento da PSEPE (consultar anexo A).

Em linhas gerais, os aspetos que constituem ambos os modelos (do pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico) são basicamente os mesmos. A principal diferença reside na estética e na forma de apresentação (figuras 5, 6 e 7).

Como é possível observar, é bastante óbvia a relação entre as duas matrizes de planificação utilizadas na Prática Supervisionada. Com isto constatamos que independentemente dos níveis de ensino os princípios metodológicos de base são os mesmos e são indispensáveis à elaboração de um bom trabalho do educador e do professor.

Os elementos numerados na figura 7 foram nomeados de acordo com os da figura 5 e 6 (consultar, por favor, as páginas anteriores ou anexos A e B). Apenas queremos salientar o facto das atividades (3) estarem subdividas em quatro subtítulos. As diferentes tipologias de atividades, abordagem, sistematização, reforço/ampliação e avaliação em contexto didáticos, foram aspetos tidos em conta na elaboração das unidades didáticas, facilitando o processo educativo, o que permite ao professor respeitar esta ordem educativa, sendo, para nós, a mais correta.