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pítulo 2. Impactos Ambientais

2. METODOLOGIA Área de Estudo

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A área se estudo será o Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), localizado na Região Metropolitana do Recife, entre os municípios de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca (Figura 1).O CIPS representa uma área estratégica para o Estado, onde vários empreendimentos que apresentam um perfil vocacional voltado para projetos estruturadores de crescimento econômico estão instalados ou estão em fase de implantação. Atualmente o Porto se destaca pela grande movimentação de cargas como os derivados de petróleo (AGÊNCIA ESTADUAL DE PLANEJAMENTO E PESQUISAS DE PERNAMBUCO, 2006), além de armazenar grandes quantidades de um subproduto do processo do refino, o coque de petróleo (GURGEL, 2011).

Figura 1. Localização da Área de Estudo

Fonte: FUNDAÇÃO DE APOIO DA UFPE, 2006 Coleta de dados

A presente pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica sobre os impactos do coque na saúde e ambiente. Os dados foram coletados a partir de fontes secundárias, tais como: livros, dissertações, teses, artigos e órgãos governamentais como CPRH (Agência estadual de meio ambiente), ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Petrobrás.

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A procura por novas fontes de energia é muito discutida atualmente e a busca por reaproveitamento energético é amplamente aceita (Baptista, 2014). No petróleo, há um resíduo que vem sendo utilizado com maior frequência em no setor industrial e energético devido ao seu alto poder calorifico denominado coque de petróleo. Esse resíduo é composto de 90 a 95% de carbono, sendo resultante do processo de destilação a vácuo do petróleo conhecido como craqueamento térmico (Figura 1) (Cardoso, 2006).

Figura 2. Esquema de Produção coque

Fonte: www.anp.gov.br

Devido ao alto percentual de enxofre e vanádio na composição do coque de petróleo (Figura 2), implica num baixo custo do produto e devido ao seu alto poder calorífico, é usado comumente em industrias dos mais variados ramos, o que por consequência, pode gerar vários impactos na saúde e no ambiente (NEVES, 2005).A composição desse resíduo varia de acordo com o tipo de petróleo refinado, sendo geralmente caracterizado pelo elevado teor de carbono e rico em hidrocarbonetos residuais (de 2% a 15%, podendo chegar a mais de 21%), incluindo hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP), o que lhe confere um alto poder calorífico (SANTOS; SILVA, 2008). Fazem parte da composição típica do coque de petróleo o carbono fixo, enxofre, material volátil, hidrogênio, cinza, além de metais pesados como o ferro, vanádio, boro e níquel. O poder calorífico interior varia entre 8.200 e 8.600 Kcal/Kg (CONCAWE, 1993 apud GURGEL, 2011). As frações variam em função do petróleo do qual se origina e das condições operacionais (Quadro 1).

Tabela 1. Composição típica do coque de petróleo.

Composto Valor de Referência

Carbono Fixo (%) 84 – 97 Enxofre (%) 0,5 – 7,5 Material Volátil (%) 2 – 15 Hidrogênio (%) até 5 Cinzas (%) 0,1-0,8 Ferro(Fe) (mg/kg) 50-2.000

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Vanádio(V) (mg/kg) 5,0-5.000

Boro(B) (mg/kg) 0,1-5,0

Níquel (Ni) (mg/kg) 10-30.000

Fonte: GURGEL, 2011.

Em Suape, os efeitos tóxicos decorrentes da exposição ao coque de petróleo resultam tanto da exposição ao pó quanto às emissões atmosféricas resultantes de sua queima. As principais vias de exposição envolvidas são a inalatória e a dérmica, podendo se dar de forma ocupacional ou ambiental, mediante vazamentos, emissões fugitivas, disposição inadequada de resíduos ou acidentes (GURGEL et al., 2009b).Os metais pesados e os HAP quando atingem o ambiente, podem ser absorvidos pelos tecidos animais e vegetais, bem como se depositar nos sedimentos, representando um estoque permanente de contaminação para a biota aquática e, consequentemente, para o homem.

Em relação aos impactos ambientais, durante todo o processo de descarregamento dos navios ocorre dispersão intensa do coque, poluindo toda a área do entorno e expondo os trabalhadores. A transferência do coque é realizada através de esteiras aéreas desprovidas de enclausuramento, sendo essa a principal razão de dispersão nessa atividade. Esse tipo de desconformidade permite o arraste dos finos de coque pela ação dos ventos, contaminando toda a área de operação e a comunidade do entorno (Figura 4) (ECEL AMBIENTAL, 2008).

Figura 3. Sistema de desestiva do coque de petróleo de navio em sistema aberto, com dispersão do pó no entorno no Porto de Suape.

Fonte: Gurgel, 2011.

A granulometria do particulado do coque é variada, mas aqueles que mais sofrem a ação dos ventos, atingindo maiores distâncias ou penetrando mais profundamente no sistema respiratório dos trabalhadores expostos possuem dimensões inferiores a 10μ (ECEL AMBIENTAL, 2008).

Essa dispersão aérea do coque de petróleo leva à deposição do pó na superfície de construções próximas, como a parede de empresas, postes e muros nas áreas do porto (Figura 5). Além do ar, ocorre

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também a poluição do solo, da vegetação próxima, das fontes de água superficiais e das águas do mar devido à ação eólica. A direção dos ventos em Suape carreia o coque para áreas localizadas fora do porto. Além disso, o particulado depositado sobre superfícies no Complexo é resuspendido pela ação dos ventos, expondo continuamente os trabalhadores portuários e dos diversos empreendimentos instalados na região (Gurgel, 2011).

Figura 4 – Cones de sinalização totalmente cobertos com pó de coque em decorrência da dispersão atmosférica.

Fonte: GURGEL, 2011.

A ausência dos devidos sistemas de controle de poluentes no sistema de transferência do coque dos navios para a área portuária permite a queda de material e consequente poluição da água do mar (Figuras 6 e 7). Devido à sua composição, a contaminação de diferentes compartimentos ambientais representa risco para a saúde e para o ambiente. Muitos dos componentes do coque bioacumulam e possuem efeitos tóxicos crônicos como carcinogenicidade, genotoxicidade e mutagenicidade (GURGEL, 2011).

Elementos tóxicos tais como o cádmio e o chumbo bioacumulam na cadeia trófica, representando risco de insegurança alimentar na região, uma vez que ocorre a pesca no próprio porto e suas áreas adjacentes, onde o consumo de peixes e crustáceos é habitual. O consumo de peixes e crustáceos oriundos dessa região deveria ser alvo de investigação toxicológica e proibição de seu consumo, questão complexa pela situação social daqueles que culturalmente vivem da pesca nessa área. Considerando-se a presença de mangue em área adjacente ao cais onde ocorre o descarregamento e armazenamento do coque de petróleo, o risco é ainda maior, uma vez que em áreas de maior desenvolvimento biótico, como os manguezais, os moluscos representam um importante segmento concentrador de metais pesados na biota marinha comestível (COIMBRA, 2003).

Através da contaminação das águas existe o risco de exposição dos moradores que residem no interior do porto pela ingestão de alimentos contaminados, bem como daqueles que consomem o pescado vendido nas áreas próximas. Vale ressaltar que o pescado é comercializado principalmente para restaurantes e hotéis localizados nas imediações do Complexo, onde há intensa atividade turística devido às praias (GURGEL, 2011). Dessa forma, pode-se afirmar que a contaminação frequente da água durante as operações de descarregamento de coquede petróleo e devido a ação eólica na área de armazenamento se soma a outras fontes de poluição presentes na área portuária e retroportuária, aumentando a concentração de compostos perigosos nos diferentes compartimentos ambientais da região. Assim há um contexto tanto de exposição aguda como crônica dos trabalhadores e da população no entorno.

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Figura 5. Transferência do coque dos navios para a área portuária com utilização de lonas improvisadas na tentativa de reduzir o espalhamento do produto.

Fonte: GURGEL, 2011. Fonte: GURGEL, 2011. 4. CONCLUSÃO

Em conclusão, pode-se afirmar que o coque é um resíduo perigoso que vem sendo utilizado como matriz energética em todo o mundo devido ao seu baixo preço, alto poder calorífico e grande disponibilidade. Por estar de transformando em uma nova matriz energética, atividades econômicas têm substituído suas fontes de combustível pelo coque de petróleo. Como exemplos de atividades que fazem uso do coque de petróleo descarregado em Suape, tem-se a fabricação de produtos químicos inorgânicos, além da produção de cimento, cerâmica e gesso.Em Suape, as atividades envolvendo o coque vinham sendo operadas sem qualquer equipamento ou sistema de controle de poluentes, cujas emissões vêm causando prejuízos aos diversos compartilhamentos ambientais (ar, água e solo), do local de operação e seu entorno, justificando a necessidade de estudos sobre seus efeitos no ambiente. Nesse sentido, diante da possibilidade de danos irreversíveis à saúde e ao ambiente, faz-se necessário o desenvolvimento de técnicas seguras de transporte e manuseio do produto para minimizar os impactos do resíduo no ambiente e na saúde dos trabalhadores.

REFERÊCIAS

AGÊNCIA ESTADUAL DE PLANEJAMENTO E PESQUISAS DE PERNAMBUCO. Território Estratégico de Suape – Diretrizes para uma ocupação sustentável. Recife, 2006.

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Figura 6. Poluição da água do mar em decorrência da dispersão do coque de petróleo durante o descarregamento de navio em Suape.

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REIS, M. M. et al. A estruturação da vigilância da qualidade do ar relacionada à saúde humana no município de Volta Redonda / RJ: incorporando os diversos atores sociais.

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2.4. LIXO E IMPACTOS AMBIENTAIS PERCEPTÍVEIS NA ENCOSTA DA SERRA DE

SÃO PEDRO, CARIRIAÇU – CEARÁ

PEREIRA, Pedro Silvino Universidade Federal do Pernambuco (UFPE)

pedro.sillvino@gmail.com CORDEIRO, Cristiane Cidália Santos Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) criscidalia@hotmail.com NERYS, Laís Ludmila de Albuquerque Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

lais_nerys@hotmail.com PEREIRA, Andréia Matos Brito Instituto Federal do Pernambuco (IFPE)

andreia.matos@jaboatao.ifpe.edu.br

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo identificar os principais impactos ambientais provocados pelo lixão na encosta da Serra de São Pedro, Caririaçu, Ceará. A pesquisa foi realizada no início de dezembro de 2015 e finalizada em fevereiro de 2016, através de caminhada observacional e descritiva da área em estudo, e também por conversa informal com a população local. Foram detectados os principais impactos ambientais existentes na encosta da serra de São Pedro, descritos a seguir: presença de um lixão a céu aberto, queimada e desmatamento com fins de agricultura, exploração da madeira e processos erosivos como voçoroca. Estes impactos repercutem de maneira negativa no ambiente, causando diversas alterações tais como a diminuição da capacidade de infiltração pluvial, aumento dos processos erosivos, afugentamento da fauna e alteração no micro clima. Faz-se necessário implantação de um trabalho de educação ambiental com as comunidades do entorno e a transformação do lixão em um aterro sanitário.

Palavras-chaves: Degradação Ambiental, Resíduos Sólidos, Meio ambiente.

1. INTRODUÇÃO

A criação das cidades e o crescimento urbano têm provocado o aumento dos impactos ambientais negativos. Em geral, os costumes e hábitos no uso da água e a produção de resíduos pelo exacerbado consumo de bens materiais são responsáveis por parte das alterações e impactos ambientais (MUCELIN; BELLINI, 2008).As alterações ambientais físicas e biológicas ao longo do tempo modificam a paisagem e comprometem ecossistemas. Para Fernandez (2004), as alterações ao meio ambiente podem ser de ordem natural ou provocada por ação antrópica.Para Primo e Vaz (2006):

Os modelos de desenvolvimento econômico adotados pelas civilizações foram idealizados, geralmente, sem considerar a fragilidade e a importância do ambiente terrestre. Os impactos ambientais causados pelos eventos de degradação e poluição acabam por comprometer cada vez mais os recursos naturais (renováveis

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ou não) acarretando em um montante de eventos que comprometem os padrões de qualidade de vida humana.

Um dos impacto ambientais muito comum é o lixo urbano (SOUZA FILHO et al., 2013). Na maioria das cidades ocorrem uma produção exacerbada de lixo e a forma com que esses resíduos são tratados ou dispostos no ambiente, geram intensas agressões ao ambiente urbano, além de afetar regiões não urbanas, como serras, rios (GODOY, 2013).De acordo com Mucelin e Bellini (2008), o consumo cotidiano de produtos industrializados é responsável pela contínua produção de lixo, que por sua vez é de tal intensidade que não é possível conceber uma cidade sem considerar a problemática gerada pelos resíduos sólidos, desde a etapa da geração até a disposição final. Na grande maioria das cidades brasileiras, geralmente esses resíduos são destinados a aterros sanitários céu aberto.

Atualmente o conceito de lixo tem avançado como sendo algo reaproveitável, porém, as iniciativas de reaproveitamento dos resíduos sólidos pelo homem parecem ser restritas, tanto em termos locais, como nacionalmente, ao passo que a produção de lixo aumentou consideravelmente (BEZERRA; CARVALHAL, 2013). Nesse sentido, a reciclagem torna-se um meio de mitigar a quantidade de resíduos gerados, auxilia na conservação do meio ambiente e redução de problemas de saúde (BRANCO, 2004).A necessidade de impor ao mundo uma alta produtividade e a elevação nos níveis de consumo de produtos descartáveis, deve remeter o homem a grandes preocupações pelo fato de contribuir para o aumento da produção de lixo, pela degradação do meio ambiente e suas modificações, através dos impactos ambientais por ele provocados, pois, a sua destinação e tratamento necessitam de processos conscientes e aceitáveis (CEMPRE, 2010).

Mucelin e Bellini (2008) afirmam que entre os impactos ambientais negativos que podem ser originados a partir do lixo urbano estão os efeitos decorrentes da prática de disposição inadequada de resíduos sólidos em fundos de vale, às margens de ruas ou cursos d’água. Essas práticas habituais podem provocar, entre outras coisas, contaminação de corpos d’água, assoreamento, enchentes, proliferação de vetores transmissores de doenças, tais como cães, gatos, ratos, baratas, moscas, vermes, entre outros. Some-se a isso a poluição visual, mau cheiro e contaminação do ambiente (SILVA et al., 2014).A questão da destinação adequada do lixo tem se tornado um problema para as diversas esferas da sociedade (COSTA et al., 2013). Embora, algumas ações ocorram, mesmo que de forma ainda incipiente, através de projetos de coleta seletiva, com esteio na redução da produção de lixo, na reutilização de recursos úteis e na reciclagem dos resíduos sólidos (OLIVEIRA; MATTOS, 2013). É importante que estas ações não ocorram de forma isolada, pois pouco contribuem para a solução de um problema em sua dimensão.

É necessário, portanto, a adoção de uma política nacional de direcionamento das ações de produção, utilização e reciclagem do lixo urbano no Brasil. A preocupação deve alcançar as formas de tratamento do lixo e estender-se também às suas formas de obtenção e uso da matéria-prima que, em alguns casos não são renováveis, bem como aos seus diversos níveis de consumo (BRANCO, 2004).Os problemas relativos à produção e destino do lixo, especialmente aqueles relacionados com a ocorrência de impactos ambientais, fazem parte também das preocupações da população de Caririaçu, Ceará, principalmente dos que moram próximos da encosta da Serra de São Pedro.Este artigo tem por objetivo identificar os principais impactos ambientais provocados pelo lixão na encosta da Serra de São Pedro, Caririaçu, Ceará.

2. METODOLOGIA