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pítulo 2. Impactos Ambientais

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base na metodologia aplicada por Souza, Silva, Nascimento e Faustino (2013), a análise de desenvolvimento de planta foi observada durante oito dias. Durante esse período não foi observado nenhum desenvolvimento externo ao solo em relação à germinação das sementes de feijão. Deste modo, os grãos foram retirados do solo a fim de verificar alguma disparidade nas sementes.

Após a retirada do grão do solo foi observado que o grão que estava no solo sem a interferência de desgaste químico estava com os cotilédones túrgidos, o que implica que sua germinação iria se suceder normalmente nos dias seguintes. Já quando foi observado o grão que estava submerso na terra provinda do lixão, que sofreu alteração química, foi visto que o mesmo estava em estado de decomposição, apresentado

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um odor forte característico desse processo e sua estrutura física poderia ser amassada e tornar-se um material com aspecto de massa.Na análise feita por Souza, Silva, Nascimento e Faustino (2013), foram utilizadas sementes de gergelim e girassol, no qual apresentou um resultado satisfatório quanto à germinação das plantas.

É importante ressaltar também que quando irrigada, os dois recipientes a serem analisados na pesquisa tornavam-se díspares enquanto a absorção da água.O solo colhido no lixão, quando irrigado, apresentava uma aparência de solo batido enquanto o outro apresentava uma textura diferente, notando-se que a absorção era realizada com maior aproveitamento.Segundo Peske (2011), as sementes de organismos vivos, como é o caso do grão do feijão usado na análise relatada acima, respiram e estão em constate metabolismo, seja esse em forma de deterioração ou para desencadear o processo de germinação. A determinação do processo que ela vai seguir é influenciada diretamente pela umidade que a mesma recebe.

Em um exemplo citado por Peske (2011), ele observou que quando as sementes que conseguiram absorver cerca de 50% da umidade necessário para a germinação tiveram um aproveitamento de 80%, enquanto as que não conseguiram esse percentual sofreram degradação em até 9 dias. Em relação às pesquisas laboratoriais feitas sobre o pH, foi verificado que a amostra enviada possuía caráter ácido com o pH de 5,71.

Em uma observação visual feita na área onde o antigo lixão está localizado, mesmo com a desativação ainda é muito perceptível os impactos que o descarte incorreto dos resíduos causou ao ambiente, como pode ser observado na figura 3.Embora o chorume e os gases sejam os principais fatores de contaminação do local, assim como em outros lixões, existem outros problemas que estão associados ao deposito incorreto do lixo que são elencados por Lanza (2010).

 Produção de fumaça e odores desagradáveis;  Agressão estética a paisagem natural;

 Risco de incêndios e intensificação do efeito estufa;

 Aparecimento de catadores precariamente organizados, inclusive crianças;  Desvalorização imobiliária da vizinhança.

Figura 3 – Foto do lixão desativado no município de Bonito-PE

Fonte: Yago Vândson, pesquisa independente.

Ainda segundo Lanza (2010), o encerramento desses locais é feito simplesmente com a interrupção da deposição desses materiais, sem que haja nenhuma intervenção de técnicas que possam reabilitar o local.

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Com o encerramento das atividades do lixão há uma diminuição cada vez mais crescente da presença de catadores no local. No entanto, a geração de gases, líquidos percolados e odores continuam e promovem a poluição do solo e reservatórios de água internos e superficiais. Deste modo, o simples abandono as áreas de lixão deve ser descartado. O município deve buscar formas/técnicas que minimizem os impactos já causados e que previnam os impactos que ainda podem estar acontecendo. No entanto, todas as técnicas usadas devem ser pautadas por especialista na reabilitação de ambiente.

4. CONCLUSÕES

O não desenvolvimento do grão de feijão durante o processo de análise de desenvolvimento da planta implica que possivelmente houve uma ruptura das membranas celulares do grão devido à grande quantidade água que ele absorveu, deixando a semente embebecida e a direcionando para a degradação. Deste modo, acredita-se que a observação feita durante a irrigação das amostras de solo, no qual o solo do lixão possuía uma aparência mais “batida” influenciou o resultado. Outro ponto a ser destacado como interferência no produto da análise é justamente esse aspecto do solo do lixão após a irrigação que proporciona uma menor oxigenação, contribuindo para o apodrecimento do grão semeado.

Em relação ao resultado laboratorial da análise do pH, o valor comprova que o lixão já foi desativado, em virtude de que ambientes com ativa decomposição de matéria possui um pH de caráter mais ácido. É interessante destacar que o município está dentro da Política de Resíduos Sólidos, estabelecida pela lei 12305/10, no qual os dejetos gerados pela população local têm como destino final um aterro sanitário instalado na cidade de Sairé-PE. Contudo, ainda são notórios os problemas causados pelo despejo incorreto no local, tendo a poluição visual como exemplo exponencial.

REFERÊNCIAS

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LANZA, V. C. V.; MACHADO, R. M. G.; TORQUETTI, Z. S. C.; FERNANDES, P. R. M.; REIS, A. G.; TEIXEIRA, C. Z. . Caderno técnico de reabilitação de áreas degradas por resíduos sólidos urbanos.

LIMA, L.M. Lixo: Tratamento e Biorremediação. 3 ed. São Paulo: Editora Hemus, 2005. MACIEL, C. Produção de lixo no país cresce 29% em 11 anos. Agência Brasil. São Paulo, 2015.

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MUCELIN, C. A.; BELLINI, M. . Lixos e impactos ambientais perceptíveis no ecossistema urbano. Sociedade e Natureza. Uberlândia.

PESKE, S. T. . Absorção de água sob estresse. Revista SEEDNEWS. Ano XV, n. 3, 2011.

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ROSA, A. S.; DALMOLIN, R. S. D.; FINK, J. R.; LAUERMANN, A. . Caracterização de Solo Construído sobre Aterro de Resíduos Sólidos Urbanos. XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DE SOLO. Gramado, 2007. Disponível

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VALLE, C. E.. Qualidade Ambiental ISO 14000. São Paulo: Senac, 2012. 208 p..

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2.3. IMPACTOS AMBIENTAIS PRODUZIDOS PELO COQUE DE PETRÓLEO

Alves, Stevam Gabriel Doutorando do programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambienta da UFPE stevam_gabriel@hotmail.com Reis Neto, Afonso Feitosa Doutorando do programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambienta da UFPE afonsofeitosa@hotmail.com Santos, Adriano Barbosa dos Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFPE santosabgeo@gmail.com Cardoso, JaílsonJorge Mestre do programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambienta da UFPE jailsonjcfeiranova@hotmail.com

RESUMO

O coque é um resíduo originado a partir do fracionamento do petróleo. Devido ao seu baixo preço, alta disponibilidade e poder calorífico que possibilita sua transformação em energia, sua produção mundial se encontra em ascensão. No entanto, esse resíduo é danoso à saúde e ao ambiente devido a sua composição química. Dessa forma, o estudo tem como objetivo identificar as principais fontes de impactos na saúde e no ambiente produzidos no armazenamento e distribuição do coque no Complexo Industrial Portuário de Suape. Como procedimentos metodológicos foram coletados dados a partir de fontes secundárias, tais como: livros, dissertações, teses, artigos e órgãos governamentais. Foi identificado no decorrer da pesquisa que no armazenamento e transporte do coque há dispersão do pó do resíduo, interferindo no ambiente e na saúde dos trabalhadores. Em conclusão, faz-se necessário o desenvolvimento de técnicas seguras de transporte e manuseio do produto para minimizar seus impactos.

PALAVRAS-CHAVE: Coque, Complexo Industrial Portuário de Suape, Impactos Ambientais.

1. INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, o crescimento dos centros urbanos e os avanços tecnológicos possibilitaram grandes transformações nos processos produtivos no campo e na cidade, resultando em novas formas de produção e ocupação territorial e consolidando mudanças nos hábitos da população e em novos padrões de consumo. Por isso, aumentou-se a utilização dos recursos naturais e dos industrialização, contribuindo para a alteração e degradação do meio ambiente, expondo a população a riscos e perigos de contaminação (REIS et al., 2009).

Em decorrência da crescente competitividade do mundo globalizado, as indústrias tem desenvolvido distintas estratégias para fugir das exigências ambientais ou irem ao encontro de vantagens competitivas como incentivos fiscais, mão de obra barata e dócil, sociedades mais frágeis em sua organização. Esse procedimento, conhecido como chantagem locacional, decorre da associação entre a fraca atuação política e social voltadas ao controle da poluição e das injustiças sociais. No Brasil, esse fenômeno tem sido observado a partir da migração de indústrias extremamente poluidoras das áreas onde há maior organização social para áreas mais pobres, como fruto de políticas de desenvolvimento guiadas pela oferta eleitoral (PORTO, 2007).

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Segundo Augusto (2005) os problemas ambientais decorrentes desse comportamento conformam sistemas complexos nos quais intervêm processos sociais, econômicos e políticos. Para Porto (2007) os problemas ambientais se acumulam e representam situações de risco, com impactos crescentes na qualidade do ar, da água, do solo e na saúde da população.A proliferação de múltiplos riscos ambientais é decorrente da introdução de novos processos produtivos nos territórios, que impactam sobre a saúde dos trabalhadores. Esses riscos não se circunscrevem aos muros das fábricas, podendo comprometer também os ecossistemas e a população do entorno, seja como consumidora dos recursos naturais, sendo causas de acidentes e numerosas doenças ocupacionais e de danos ambientais de graves implicações para a saúde humana, acometendo, de forma particular, os grupos sociais mais vulneráveis (GURGEL, 2011).

Dentre os impactos ambientais mais danosos, os problemas ocasionados pela indústria química ganham destaque devido aos riscos de contaminação a partir de substâncias químicas. Dentre essas indústrias, destaca- se as refinarias pelo seu alto potencial poluidor.No processo de refinamento, o único resíduos sólido gerado é o coque, que vem sendo utilizado em fornos e caldeiras nas indústrias de cimento, cerâmica, calcinadoras, termoelétricas, siderúrgicas e até panificadoras (LIRA, 2012).

O coque é um combustível que surge no cenário mundial devido à necessidade de se obter um combustível que atendesse a necessidades do processo de industrialização que se iniciou na Inglaterra no início do século XVIII. Abraham Darby, ferreiro da cidade de Birmingham solucionou esse problema substituindo o carvão vegetal pelo carvão de coque (obtido a partir do carvão mineral de hulha) na fusão do ferro, originando assim um combustível com um alto potencial calorífico para o alto-forno, permitindo melhorar a qualidade e aumentar a produção, além de solucionar a escassez de combustível nesse período (EVARISTO et al., 2014). Entretanto, para uma mudança radical na matriz energética da produção de vapor a partir de água produzida se faz necessário avaliar os riscos e impactos associados dessa medida, sejam estes, fatores que envolvem a confiabilidade, manutenção de equipamentos ou relacionados aos aspectos ambientais, visto que tal combustível tende a elevar os níveis de poluentes atmosféricos.

A recente instalação de diversas indústrias em Pernambuco, tais como: uma refinaria de petróleo, uma termoelétrica, estaleiros, uma unidade de beneficiamento de coque, um polo petroquímico, diversas empresas nacionais e multinacionais dos ramos alimentício, automobilístico, farmacêutico e outros empreendimentos de grande potencial poluidor indicam a migração de indústrias “sujas” para o Estado, representando uma introdução de impactos e danos que podem ser causados ao ambiente e à saúde das pessoas (GURGEL, 2011).

Em muitos casos, os insumos e produtos finais oriundos dessas indústriascontêm substâncias de diversos níveis de toxicidade para o meio ambiente e para a saúde humana (AMBIOS ENGENHARIA E PROCESSOS, 2004). Ainda, muitos dos resíduos perigosos produzidos por essas indústrias são beneficiados, dando origem a produtos de maior valor agregado que tem o objetivo de aumentar as margens de lucro das empresas. Neste caso pode-se destacar o coque de petróleo, um subproduto do processo de refino de petróleo que possui valor agregado devido ao seu uso como matriz energética em diferentes cadeias produtivas em todo o Estado de Pernambuco. No entanto, esse combustível possui em sua composição elementos vários elementos tóxicos, tais como: enxofre, metais pesados e hidrocarbonetos voláteis, gerando a partir de sua utilização, dioxinas e furanos, reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde como carcinogênicos (SANTI, 2003).Nesse sentido, o estudo tem como objetivo identificar as principais fontes de impactos na saúde e no ambiente produzidos no armazenamento e distribuição do coque Complexo Industrial Portuário de Suape.

2. METODOLOGIA