• Nenhum resultado encontrado

LIDERANÇA LIBERAL

3.1. Modelo de Chris Dede

3.1.1. Liderança significa pressentimento de oportunides.

Segundo Dede (1993), o mais emblemático atributo que distingue os líderes é a visão, o saber comunicar objectivos futuros desejáveis e observáveis, daqueles que se realizaram no presente, criando paradigmas, que envolvem a visão e a sua funcionalidade, originando imagens por vezes fora do alcance dos liderados.

O mesmo autor enfatiza que a qualidade das instituições, no sentido da mudança, está relacionada com as qualidades da visão, dos novos paradigmas, que suscitam inovação, assim como o papel das novas tecnologias emergentes, que fomentam a implementação de novos modelos.

Ainda neste mesmo conceito, Dede (1993) defende que o indivíduo deverá desenvolver e manter uma disciplina de desenvolvimento imparcial que integre a visão:

 Procurar fontes de informação para estimular intelectualmente, os mais discordantes das conclusões;

 Ampliar as ideias, procurando fontes de informação para poder explicar assuntos fora do seu contexto profissional;

 Reflectir sobre a qualidade dos eventos recentes da sua vida pessoal e profissional;

 Ter uma perspectiva futurista de revisão das suas visões à priori, em função das mudanças globais.

Para o autor o objectivo final do líder com uma visão de futuro é “não construir especulações intrigantes, mas incitar à acção transformadora do presente” Dede, (1993, p. 19).

Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 82

3.1.2. Liderança significa mudança cuidadosa de concepções erradas.

Característica também importante de um líder é a sua astúcia e habilidade para levar a profundas e cuidadas mudanças de concepções erradas com visões alternativas para descreverem uma determinada realidade. Isto implica supor alternativas, e formular novos paradigmas como integrante de uma visão mais ampla para inspiração de novos desígnios. A seguir estão definidas algumas estratégias, que podem originar mudança de paradigmas já ultrapassados por outros de visões mais futuristas e alternativos a um conceito de mudança mais pertinente, para a instituição como:

 Começar com uma mudança central que se deseja, tendo em conta todos os factores determinantes (dentro e fora da instituição), em função da visão;

 A mudança que se pretende criar e o grau de efectividade sobre a continuidade estão em função do grau de relevância das suposições e das tendências motoras;

 Edificar cada fenómeno à volta de aspectos históricos;

 Como um determinado grupo responde a um desafio relativo ao seu modo de vida;

 Como a evolução da tecnologia e em particular a Internet, altera a orgânica de uma instituição;

 Como os ideais feitos de acordo com os fenómenos tradicionais são afectados e alterados por novos ideias e ideias.

Certeza de que o ambiente é construtivo no processo de mudança, descrevendo as vantagens para o grupo envolvido, se é positivo de acordo com a vontade de adaptação das pessoas e retrata os desafios para superação de modo objectivo e humorística.

O desenvolvimento criativo de visões que alterem padrões normalizados dentro das instituições pode ser um paliativo muito importante a considerar na liderança, pois o alterar das formas ritmadas das cadeias invisíveis que se relacionam na nossa mente é um factor estimulante e potenciador de mudanças.

Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 83

3.1.3. Liderança significa inspirar outros a agirem com comprometimento.

Fazer com que um grupo trabalhe no sentido de uma visão compartilhada, obriga à edificação da confiança das pessoas, no sentido de definir um futuro diferente do actual, construindo e planificando o futuro, mexendo com emoções pessoais, com as mentes, fomentando compreensão e convicção. Os líderes realizam resultados que parem difíceis de alcançar, fomentam confiança nos seus liderados, não garantem que o designo seja alcançado, mas inspiram fé.

As tomadas de decisões, para que qualquer indivíduo inspira nos outros um ambiente organizacional e estruturado, com partilha, confiança e risco são:

 Realizar as mudanças de modo que haja recompensa pessoal aos intervenientes, pois as pessoas sentem apreço por aprender coisas novas, sentindo-se felizes por superar um desafio, sentindo graça nas dificuldades partilhadas;

 Realçar a importância de que a identidade pessoal do seu trabalho se prolonga para além do presente. A sociedade actual dá muita importância ao trabalho individual como fonte de progresso e valia.

Para este aspecto da liderança, Dede (1993, pp. 19-28) elabora dois pensamentos cruciais, referindo que “se todos os elementos da instituição, sentem apreço pelo seu trabalho, então é porque o seu trabalho dentro da organização, não implica algo significativo de mudança” e acrescenta, “se o indivíduo nunca comete falhas, é porque não está disposto a correr risco suficientes”.

3.1.4. Liderança significa desencorajamento de seguidores.

O mito destrutivo sobre liderança é para Dede (1993, pp. 19-28) quando um indivíduo visionário fornece indicações aos seus seguidores para executar determinado plano de trabalho. Na sua visão interpretativa de liderança, “os líderes reais desencorajam os seguidores, encorajando o uso das suas visões como fundamento para outras visões e melhores desempenhos”, afirmando que “as verdadeiras soluções para os problemas, estão baseados em ideias de perspectivas múltiplas”.

Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 84 Mais adiante o autor acrescenta que “dividir o poder e recompensas de autoridade é muito difícil … a liderança é um papel carregado de dificuldades, requer sabedoria e maturidade” Dede, (1993, pp. 19-28).

3.2. O Modelo de Kouzes e Posner

O modelo de Kouzes e Posner (1997), também denominado “As cinco Regras Básicas da Liderança Exemplar”, foi elaborado de acordo com a observação do processo dinâmico da liderança, através da análise de casos específicos e de questionários, constituídos por cinco regras básicas assentes em dez compromissos da liderança, que possibilitavam aos líderes realizações extraordinárias.

De acordo com este modelo, pessoas normais eram capazes de realizar factos extraordinários, originando um modelo de liderança onde os líderes eram capazes de:

1. Desafiar o estabelecido:

 Procurar oportunidades desafiadoras para mudar, crescer, inovar e melhorar.

 Experimentar, arriscar e aprender com os erros. 2. Inspirar uma Visão Compartilhada:

 Imaginar um futuro enaltecedor e enobrecedor.

 Encaminhar os outros para uma visão comum de acordo com os valores, interesses, esperanças e sonhos dos indivíduos.

3. Permitir que os outros ajam:

 Incentivar a colaboração mediante a promoção de objectivos cooperativos e o desenvolvimento da confiança.

 Fortalecer as pessoas ao distribuir poder, possibilitar a escolha, desenvolver a competência, designar tarefas críticas e proporcionar apoio explícito.

Universidade de Granada – Departamento de Didática e Organização Curricular 85 4. Apontar o Caminho:

 Estabelecer o exemplo ao se comportar de modo coerente com os valores compartilhados.

 Atingir pequenas vitórias capazes de promover o progresso sustentado e definir compromissos.

5. Encorajar o Coração:

 Reconhecer as contribuições individuais para o êxito de qualquer projecto.

 Celebrar com regularidade as realizações da equipa.