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MUDANÇAS NA TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

No documento relações internacionais (páginas 30-34)

TABELA 1: IDEALISMO X REALISMO

MUDANÇAS NA TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A Teoria da Estabilidade Hegemônica, que vimos na Unidade 2 ao tratarmos de hegemonia, é exemplo de uma tentativa de conjugação da perspectiva realista com a pluralista. Alguns consideram essa teoria um “compromisso parcial” entre ambas as correntes.

Outros debates

Há outros debates mais recentes e igualmente relevantes, como os debates entre neorrealistas e globalistas e entre neorrealistas e neoliberais. Vamos abordá-los na próxima Unidade.

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MUDANÇAS NA TEORIA DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

A partir de 1990, a Teoria das Relações Internacionais passou a enfrentar um problema epistemológico, uma vez que estava acostumada a trabalhar com os conceitos de Estado nacional, soberania, território nacional, interesse nacional, entre outros. Alguns autores identificam, na década de 1990, a ramificação das escolas da Teoria das Relações Internacionais em três direções: o Realismo, nos EUA; o Pluralismo, na Europa e na literatura mais recente da América Latina; o Globalismo, nas interpretações da esquerda ainda presente na América Latina e em outros países do Hemisfério Sul.

O Realismo passou a sofrer várias críticas devido à dificuldade do Estado em administrar forças transnacionais. O Globalismo se enfraqueceu com a crise do socialismo real. O Pluralismo se revelou inadequado, uma vez que as suas preocupações com as questões sociais teriam sido desprezadas pela nova política internacional (SARAIVA, 1997, p. 361-362). Os seguintes movimentos passaram a ter relevância para a análise das relações internacionais contemporâneas:

 soma de fluxos transnacionais como fator que afeta o cotidiano das pessoas e leva à crise do Estado-nação, cujo universalismo e soberania são questionados;  relativização do conceito de soberania, surgindo expressões, nos meios diplomáticos, como “soberania operacional”;

 Atores não estatais não necessariamente agem contra o Estado, mas exigem mudanças de sua conduta – na política interna e externa;  Atores não estatais forçam o Estado a levar em conta a Comunidade Internacional, uma vez que a interdependência torna-se fato, e os problemas globais

(ecologia, migrações, epidemias, narcotráfico, direitos humanos, terrorismo) passam a ser de responsabilidade de todos;  o Sistema Internacional passa a ser composto de sistemas confederados, o que solapa a identidade tradicional;

 a Economia desliga-se do espaço nacional e das regulamentações do Estado, funcionando para o exterior.

A transição da bipolaridade para a globalização ocorreu, no entanto, sem que a nova ordem internacional demonstrasse capacidade para superar problemas globais, como o endividamento internacional, a hegemonia do mercado financeiro, o arrocho econômico mundial requerido para o ajuste de economias centrais e o desemprego estrutural. Esses também são temas importantes para os teóricos de Relações Internacionais no século XXI.

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Também sobre o debate teórico de relações internacionais, veja o texto de William Gonçalves, Relações Internacionais.

Vídeo

Um filme interessante para se entender, na prática, teoria das relações internacionais é o “Sob a Névoa da Guerra” (Errol Morris, EUA, 2003), documentário em que o ex-Secretário de Defesa dos EUA, Robert McNamara, faz uma análise da política externa dos EUA na II Guerra Mundial.

Unidade 4 - O Realismo

Nesta Unidade, é apresentada a principal corrente teórica das Relações Internacionais: O Realismo. O conteúdo está assim dividido:

O Realismo

O conflito e a questão da segurança Críticas ao Realismo

O Neorealismo

Os últimos grandes debates Neorrealistas X Globalistas

Neorrealistas X Neoliberais e a Teoria da Interdependência Conclusões

Livro indicado

Como sugestão de leitura, reforçamos a indicação da última grande obra de Jean-Baptiste Duroselle, Todo império perecerá: teoria das relações internacionais. Interessante, ainda, um livro básico para a compreensão do Realismo, A Política entre as Nações, de Hans Morgenthau. Finalmente, convém conhecer a Escola Inglesa de Relações Internacionais por meio de duas obras fundamentais: A Política do Poder, de Martin Wight, e A Sociedade Anárquica, de Hedley Bull. Veja a referência completa sobre essas obras na Bibliografia Complementar, no menu de apoio.

Avaliação objetiva

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Objetivos

Ao final da unidade, o aluno deverá ser capaz de:

 identificar as características da principal corrente teórica das Relações Internacionais e as críticas a essa corrente;

 descrever a evolução do pensamento realista nas Relações Internacionais ao longo do século XX;  discorrer sobre a validade do Realismo no século XXI.

Atenção

Outro fator importante, que pode contribuir para o aproveitamento do curso, é sua organização pessoal e a disponibilidade de um tempo diário e preciso para os estudos.

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O REALISMO

A tentativa mais notória do século XX para explicar as relações internacionais foi conduzida por um grupo de pensadores que contemplavam a realidade internacional com base nas relações de força, poder e dominação. Esses autores foram os representantes da corrente teórica conhecida como Realismo Político ou, simplesmente, Realismo. Trata-se da doutrina mais clássica e aceita das Relações Internacionais, chegando-se a ponto de muitos a considerarem o tronco central do estudo teórico do tema. Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, ela teve notório fortalecimento. Devido a essas peculiaridades, optamos por dedicar uma Unidade específica a essa corrente.

Entre os fundamentos do Realismo, buscaremos analisar as ideias que mais se destacam, a saber:

•a percepção de um sistema internacional anárquico, sem uma autoridade central superior aos Estados e titular legítima do uso da força; •o caráter praticamente exclusivo do Estado como o único ou, ao menos, o principal Ator internacional;

•o desprezo pelo institucionalismo e pelo papel efetivo das organizações internacionais no sistema;

•a percepção de que os Estados são entes unitários e racionais ao conduzirem sua política externa;

•a heterogeneidade desses Atores, quanto a aspectos econômicos, políticos, culturais etc;

•o predomínio da competição e da dimensão conflitiva sobre todas as formas de relações entre os Atores internacionais;

•a busca da racionalidade na conduta dos Estados, que atuam na esfera internacional perseguindo sempre seu interesse nacional;

•o interesse nacional definido com base no poder, que conduz a uma paradoxal ordem internacional no sistema anárquico, ordem esta imposta pelas Potências hegemônicas aos demais Estados e em benefício das primeiras;

•a preocupação com a segurança como umas das grandes orientadoras da conduta dos Atores, no que os realistas consideram ”alta política” (high politics) em contraposição à chamada baixa política (low politics);

• a ideia de equilíbrio de poder na ordem internacional, estabelecido pelas Potências.

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Os realistas tiveram por objetivo inicial definir as características que fariam do campo de estudo das Relações Internacionais uma ciência própria. Daí buscarem distinguir, preliminarmente, a política internacional da política interna dos Estados. Desenvolveram, então, a percepção anárquica do sistema internacional.

Assim, os realistas percebem o sistema internacional como anárquico, no qual não existe poder central ou superior dos Estados soberanos. Para os realistas, os Estados não reconhecem e não se submetem a qualquer autoridade que não a sua própria, também não estando, em última análise, internacionalmente sujeitos nem mesmo às regras do Direito. Nesse sentido, os Estados “são livres para fazer sua própria justiça e podem recorrer à força para defender seus interesses nacionais” (SENARCLENS, 2000, p. 16).

O pensamento realista inspira-se nas concepções de Thomas Hobbes sobre o “estado de natureza” e, reproduzindo a visão hobbesiana sobre o homem, percebe os Estados numa situação de guerra permanente – não necessariamente de conflito armado –, na qual perseguem seus interesses nacionais.

Nesse contexto anárquico, o Estado é visto internacionalmente como um ente unitário e que atua em política externa de maneira racional, sendo o cálculo estratégico essencial para garantir sua sobrevivência. Nesse sentido, o interesse nacional definido em termos de poder guiará a conduta dos Estados, e, em meio à guerra de todos contra todos, são essenciais para a sobrevivência de qualquer ente a garantia de sua segurança e o aumento de sua capacidade de influência no sistema.

Em âmbito interno, segundo Hobbes, os homens associam-se e abrem mão de parte de sua independência para garantir sua segurança, transferindo uma parcela de seu poder para um soberano – o Estado – que, tornando-se o único e legítimo titular do uso da força (coerção), protege-os e garante a ordem. Na esfera internacional, entretanto, declaram os realistas, não há uma autoridade superior à qual os Estados estejam dispostos a transferir parcela de seu poder ou soberania em troca de segurança.

Para garantir sua segurança, os Estados irão buscar aumentar seu poder – definido pela capacidade de influenciar os demais Estados e de ser influenciado o mínimo por eles –, projetando-o no sistema internacional. Esse poder relaciona-se intimamente com o uso da força – sobretudo de poderio político-militar e os aspectos econômicos relacionados a ele. Em outras palavras, quanto mais forte for um Estado frente a seus pares, menos sujeito a ser subjugado por estes ele se encontra.

Paradoxalmente, uma vez que é impossível a coexistência em um sistema internacional caótico, os realistas acreditam que há uma ordem internacional estabelecida pelas Potências – Estados mais poderosos –, que a impõem aos demais Atores. A ordem se fundamenta, portanto, em um equilíbrio de poder instituído pelas relações entre as Potências. Quando uma Potência aumenta sua esfera de poder, entrará em atrito com as demais – que não aceitarão ver sua capacidade de influência diminuída. Dessa maneira, o sistema poderá ser levado ao desequilíbrio, chegando- se ao conflito entre os Estados poderosos, que culminará, por sua vez, em uma nova ordem imposta pelos vencedores.

Os realistas não acreditam em uma ordem internacional instituída por princípios morais e fraternos. Qualquer forma de cooperação internacional será conduzida pelos Estados enquanto esses perceberem que a cooperação garantirá mais segurança que a não cooperação. As instituições internacionais são frágeis e somente prevalecem enquanto for mais conveniente para as Potências. No meio internacional, o Direito acaba quando a força começa.

Destarte, para os realistas, os Estados só seguirão e defenderão o Direito Internacional enquanto isso lhes for interessante. Caso as instituições jurídicas internacionais contrariem interesses de um Estado, este não se furtará a violá-las, desde que tenha capacidade – potencialidade de uso da força – para fazê-lo e para suportar as reações dos outros Estados que defendam aqueles institutos. Periodicamente, os governos recorrem à força e violam os princípios de Direito Internacional, produzindo, inclusive, argumentos jurídicos para justificar sua política de agressão.

Outro aspecto importante do pensamento realista é a percepção do Estado como o único, ou, no mínimo, o principal Ator nas Relações Internacionais. Nessa perspectiva, os demais Atores – reconhecidamente as organizações internacionais – não seriam mais que instrumento de manobra das Potências para garantir sua hegemonia na Sociedade Internacional. Segundo Senarclens (2000, p. 18):

De fato, as grandes potências definem as condições da segurança internacional e se arrogam em uma boa margem de manobra na interpretação dos princípios da Carta das Nações Unidas. Elas dominam as organizações internacionais; as utilizam continuamente para servir aos seus próprios fins [das grandes Potências], notadamente para efetivar suas ambições políticas e seu desejo de hegemonia. (...) Para os realistas, (...) o direito e a moral nas Relações Internacionais não fazem mais que exprimir a racionalização dos interesses dos principais Estados que dominam a política mundial.

(...) Definitivamente, as normas jurídicas e as instituições são frágeis; sua implementação é frágil, uma vez que os Estados interpretam a seu bel- prazer as obrigações que elas impõem; [os Estados] as transgridem invocando a defesa de seus interesses nacionais. Contrariamente ao que ocorre na esfera estatal interna, não há [no meio internacional] um poder legítimo capaz de instaurar e assegurar uma ordem política impondo sua arbitragem frente aos conflitos entre os Estados; nenhuma autoridade é capaz de produzir um conjunto de normas jurídicas universalmente reconhecidas como legais. Não existe uma corte internacional capaz de julgar de maneira sistemática e coerente as diferenças entre os Estados, nem forças policiais [internacionais] que possam coibir agressões a fim de estabelecer a paz. O indivíduo que viole a lei dentro de um Estado é passível de sanção. O Estado que transgrida o direito internacional em geral não é punido.

O institucionalismo, portanto, não encontra abrigo na perspectiva realista.

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Ademais, a liberdade de ação dos Estados na esfera internacional estará relacionada à força que cada um deles tenha frente aos demais. Em Paz e Guerra entre as Nações, Raymond Aron, partindo do pressuposto de que os Estados são soberanos – e, portanto, livres para perseguir sua própria justiça –, admitiu que o direito desses entes de recorrer à força constitui uma das especificidades das relações internacionais.

No que concerne ao meio internacional heterogêneo, os realistas afirmam que, apesar de os Estados serem juridicamente idênticos e terem direitos iguais de pronunciar-se perante o concerto das nações, na prática, a capacidade de exercerem sua soberania varia consideravelmente.

O que os realistas buscam deixar claro é que não se pode querer igualar a China a Liechtenstein, ou o Brasil à Somália, ou ainda, ou ainda, os EUA ao Afeganistão. Não adianta, portanto, querer arguir o artigo 2º da Carta das Nacões Unidas para que se imponha o princípio da igualdade entre os Estados nas relações internacionais. Os Estados são distintos uns dos outros quanto à grandeza territorial, populações, localização geográfica, capacidade militar, níveis de desenvolvimento em que se encontram, recursos econômicos, capacidade de exploração desses recursos. É exatamente em virtude dessas diferenças que os Estados terão maior ou menor influência no sistema internacional e buscarão formas de defender seus interesses.

Destarte, para os realistas, a política internacional de cada Estado é conduzida considerando-se as próprias potencialidades e as daqueles com os quais o Estado vá relacionar-se. A heterogeneidade – econômica, política, militar, cultural, ideológica, social – é a regra no sistema internacional, e não levar isso em consideração pode ser tremendamente desastroso para qualquer Ator.

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Curiosidade

O artigo 2º da Carta da Nações Unidas dispõe que a ONU é" fundada sobre o princípio da igualdade soberana de todos os seus Membros

O conflito e a questão da segurança

A política internacional, como toda política, tem por base os conflitos relacionados à distribuição do poder e dos recursos econômicos. Os Estados atuam na arena internacional considerando essa disputa por poder e por recursos econômicos. E os governos não devem ter

objetivos maiores que os da defesa de seus “interesses nacionais”, entre os quais o mais importante é assegurar sua sobrevivência. É exatamente a conduta dos Atores internacionais em uma persecução - muitas vezes desordenada - por seus interesses nacionais que leva à situação de conflito e caos. Daí a assertiva de Morgenthau em A Política entre as Nações:

A política internacional, como toda política, é uma luta pelo poder. Quaisquer que sejam os fins últimos da política internacional, o poder é sempre o fim imediato.

Os realistas percebem diferentes maneiras pelas quais os Estados buscam sua segurança. Para assegurar a independência, dependendo da posição e do status internacional, optam pela proteção de uma grande Potência, a participação em sistemas de segurança coletiva ou em alianças políticas ou militares. De qualquer maneira, a maioria dos Estados dispõe de forças

armadas para garantir sua segurança. Aqueles que renunciaram a elas (a Costa Rica é o caso mais notório), necessariamente confiam sua defesa à proteção de uma Potência hegemônica.

Philippe Braillard, em Teoria das Relações Internacionais (1990, p. 115), resume bem os principais conceitos do pensamento de Morgenthau:

Para Morgenthau é o poder (power) e, mais precisamente, a procura pelo poder, que é o fundamento de toda a relação política e que constitui, assim, o conceito chave de toda a teoria política. Esta procura do poder está inscrita profundamente na natureza humana, onde tem a sua origem, natureza que não é essencialmente boa, já que ela confere a todos os homens um ardente desejo de poder ou animus dominandi, e os faz, com frequência, agir como uma ave de rapina, pelo menos ao nível das relações dos grupos sociais entre si. Temos, por isso, no fundamento da teoria política de Morgenthau, uma visão filosófica do homem, uma antropologia, marcada pelo pessimismo, que é fortemente inspirada pela obra do teólogo Reinhold Niebuhr, um dos mestres do pensamento da escola realista americana.

No que respeita particularmente à política internacional, a aspiração ao poder por parte das diversas nações, cada uma procurando manter ou modificar o status quo, conduz, necessariamente, a uma configuração que constitui o que chamamos de equilíbrio [de poder] (balance of power) e as políticas que visam conservar esse equilíbrio. Ao estabelecer uma ligação necessária entre a aspiração das nações ao poder e as políticas de equilíbrio, Morgenthau pretende evitar o erro cometido pelos que acreditam que podemos escolher entre a política fundada no equilíbrio e uma política, de um gênero melhor, esquecendo que todos os Estados procuram os seus interesses, exprimidos em termos de poder.

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Críticas ao Realismo

Claro que o Realismo tem sofrido pesadas críticas ao longo de décadas. Por exemplo, afirma-se que a teoria negligencia aspectos sociais, culturais ou mesmo econômicos, dando valor exacerbado a fatores político-militares. Outra crítica é de que o conceito de poder na perspectiva realista estaria mal definido e seu emprego demasiado vago, uma vez que o poder seria, ao mesmo tempo, “um fim, um meio, um motivo e uma relação”.

Há, ainda, aqueles que lembram que o interesse nacional definido em termos de poder é discutível, uma vez que é complicado determinar e quantificar esse interesse. Ademais, o Estado jamais poderia ser considerado um Ator unitário e racional, e as decisões e ações de política externa são fruto de um complexo conjunto de interesses de forças em diferentes níveis da sociedade interna. Daí que interesse nacional seria um conceito bastante subjetivo, tanto em virtude da diversidade das forças do interior do Estado que estabelecem quais são as prioridades e os interesses da nação, quanto devido à heterogeneidade do sistema internacional.

Finalmente, há a ponderação de que a teoria realista assenta-se numa visão das relações internacionais limitada à configuração dessas relações nos séculos XVIII e XIX, ou mesmo na primeira metade do século XX, sendo inadequada ao sistema internacional contemporâneo, marcado pela diversidade de Atores e de grupos, como organizações internacionais, organizações não governamentais e empresas transnacionais.

Link

Também sobre o Realismo, veja o texto que trata da moral nas Relações Internacionais numa perspectiva realista, de Marcelo Beckert Zapelini.

No documento relações internacionais (páginas 30-34)