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Mudanças no trabalho do jornalista

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CAPÍTULO III – NOVOS MODELOS DE NEGÓCIOS DO JORNALISMO

4. Mudanças no trabalho do jornalista

A institucionalização da mídia, acompanhada da profissionalização do jornalismo – impulsionada pelo capitalismo da sociedade industrial – trouxe transformações nas funções do jornalista. Muitas vezes considerado um fiscal do poder público, guardião do interesse comum (com a missão de investigar e denunciar deslizes do poder público), ou observador imparcial dos fatos (FONSECA; KUHN, 2009), o jornalista, apesar de ser um “misto de intelectual e técnico”, tornou-se um profissional,

70 Disponível em: <http://caras.uol.com.br/grife>. 71

na maioria das vezes, ligado a uma instituição de mídia. Com a introdução do marketing nas empresas, a profissão foi, aos poucos, perdendo seu caráter romântico e ideológico e os jornalistas começaram a perceber que a atividade que exerciam era profissional, como outra qualquer:

Como de fato é um assalariado submetido a políticas editoriais e às lógicas do mercado, assenta sua legitimidade ratificando esse imaginário que lhe atribui papéis - de “vigia social”, fiscal do poder, ou de observador neutro, para quem a objetividade reveste-se do caráter de um ‘mandato civil’ que o alça à condição de representante da sociedade, a despeito das limitações impostas pela realidade da profissão (FONSECA; KUHN, p. 62, 2009).

A prensa de Gutenberg abriu espaço para intelectuais disseminarem pensamentos, estudos e críticas. Com o tempo, sob os moldes dos ideais do Iluminismo e do Racionalismo (NONATO, 2013), o jornalismo se firmou como instrumento para a necessidade social da informação e assumiu “papel de divulgador de conhecimento e funcionou como espaço de liberdade democrática, servindo como mediador da sociedade contemporânea” (p. 145-146). Já no século XIX, com a Revolução Industrial, a mão de obra humana foi substituída em parte por máquinas, o que mudou a relação entre capital e trabalho. No mesmo período, a concorrência abriu espaço para a publicidade nos meios de comunicação e as instituições jornalísticas começaram a se firmar no mercado, mudando, pela primeira vez, o perfil do jornalista (e também do leitor).

A pesquisadora Claudia Nonato (2013) explica que a década de 1920 trouxe um amadurecimento na comunicação brasileira no que diz respeito ao capitalismo, tendo em vista a introdução do rádio, a implantação da primeira agência de notícias e de publicidade no País. Além disso, houve ampliação na distribuição dos jornais, graças ao desenvolvimento dos transportes, e o jornalismo, “feito por escritores e confundido com literatura” (p. 149), aos poucos, foi aderindo ao modelo norte-americano, mais direto e seco – afinal, como diz a célebre frase que retrata muito bem o capitalismo estadunidense, “tempo é dinheiro”.

A publicidade também teve influência no trabalho do jornalista ao longo do século XX. Inseridas no modelo capitalista, as empresas jornalísticas viram nos anunciantes parceiros ideais para a manutenção e ampliação de suas receitas. Com isso, a textualidade jornalística chega, em alguns casos, a transparecer um discurso

publicitário. Além disso, os profissionais de texto começam a ter de se adaptar a regras de manuais de redação, “adotados para marcar a identidade das empresas perante o mercado” (p. 158).

Outra grande adaptação pela qual tiveram de passar os jornalistas no Brasil e no mundo ocorreu no início dos anos 1990, com a instalação dos computadores nas redações e gráficas:

As inovações tecnológicas baratearam a produção e causaram profundas alterações nas funções do jornalista, que viu cargos e postos serem extintos. A mudança foi ainda mais radical com a chegada da Internet e da informação eletrônica e interativa. Houve valorização da imagem e maior velocidade da informação, que passou a circular em tempo real. Abreu (2002) afirma que a informatização das redações significou um salto em termos de rapidez na execução das tarefas (NONATO, 2013, p. 155).

Mal sabiam os profissionais que computadores e softwares eram o início de uma grande transformação no processo de produção jornalística – algo que ainda está em mutação, inclusive. De acordo com Figaro (2013), as mudanças no modo de produção dos comunicadores e de outras profissões relacionadas à internet estão remodelando a força de trabalho no setor. A pesquisadora realizou um estudo com jornalistas que trabalham em grandes empresas de comunicação brasileiras e demonstrou que o mercado de trabalho atual requer um profissional “multiplataforma e polivalente”:

Dele [o jornalista] é exigido que tenha domínio dos mais variados meios e linguagens, assumindo funções desempenhadas antes por outros profissionais (editores, revisores, repórteres, diagramadores, pauteiros). As empresas requerem um profissional com habilidades em multiplataformas, com destreza no uso da língua e das linguagens para produzir enunciados de acordo com os requisitos das diferentes plataformas e dos objetivos de consumo. Exigem que tenham habilidades no uso dos artefatos de navegação na Internet e atuação nas redes sociais; e maturidade intelectual para coletar, selecionar e organizar as informações disponíveis em abundância cada vez maior (2013, p. 11-12).

Squirra (2013) complementa a autora ao afirmar que o mercado vem exigindo do jornalista o conhecimento e o domínio das tecnologias digitais, afinal, mais do que computadores, tablets e smartphones com acesso à internet estão se popularizando entre o público. Assim, é necessário para o jornalista entender como funcionam esses aparatos e como se dá a produção de conteúdo para eles, bem como lidar com as tecnologias que estão presentes nas próprias redações:

Há décadas a realidade vem insistentemente apontando que dos jornalistas é requerido muito mais que um bom texto; são necessários o domínio adequado da língua, uma boa articulação lógica, cultura consistente, boa agenda, trabalho pesado (muito suor!), além de enorme talento e infatigável garra. Esses são predicados fundamentais, mas na atualidade se configuram como condição primeira de acesso aos processos de seleção. Hoje se exige muito mais, pois, da sala de redação do passado (onde imperavam barulhentas máquinas de datilografar, os teletipos, os arquivos escassos, difíceis e distantes, os telefones pesados, e o tempo corria em batimentos cadenciados, dentro de uma cultura analógica) às unidades digitais integradas da produção entrelaçada dos dias atuais (em que proliferam computadores potentes, em rede contínua, e os gigantescos bancos de dados são facilmente acessíveis, requerendo rapidez e domínio ímpares no manuseio das máquinas e softwares específicos), inéditas tecnologias foram introduzidas no trabalho jornalístico (SQUIRRA, 2013b, p. 10).

E essas novas habilidades, que misturam conhecimento jornalístico genuíno com competências técnicas cada vez mais diferenciadas, ainda incluem lidar com o surgimento dos chamados jornalistas cidadãos – pessoas comuns, sem formação na área de comunicação, que informam sobre acontecimentos do momento. Esses “amadores” não necessariamente possuem um blog noticioso, mas atuam em sites de redes sociais e até mesmo transmitem conteúdos para grandes empresas jornalísticas. Um exemplo é o iReport72, da rede de TV americana CNN. Com um cadastro no site da emissora, é possível que qualquer pessoa compartilhe histórias e transmita notícias.

Nesse momento, não podemos deixar de citar os jornalistas cidadãos que surgiram do movimento que ficou conhecido mundialmente como Primavera Árabe. Os protestos populares contra os governos fechados de países árabes como Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen, entre 2010 e 2012, contaram com a ajuda de sites de redes sociais como plataforma para a disseminação de suas ideologias. A maioria dos manifestantes era formada por jovens com acesso à internet, o que possibilitou que o Ocidente se mantivesse informado sobre as condições da população de tal região, a partir de seu ponto de vista.

Devido a essa possibilidade oferecida pela internet e ampliada pelas redes sociais, importantes veículos de comunicação não podem mais ser considerados detentores ou controladores das informações, algo que alterou o fluxo informativo e, até mesmo, sua relevância. A evolução das tecnologias abriu portas para que surgissem outros produtores de notícias. Além de definir uma forma individual de consumo de

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conteúdo a esse público cada vez mais participativo, o novo ecossistema de mídia ainda retirou das mãos de profissionais do jornalismo “a incumbência da seleção, formatação e difusão do conjunto de atos, conceitos, juízos, processos e consequências, a partir de relatos recortados e pré-moldados com os quais definiam o que seria difundido como a ‘verdade’ para os receptores” (SQUIRRA, 2012, p. 115).

Os jornalistas perderam o domínio absoluto do que seria “a grande notícia do dia” e a pulverização de um público exigente por informações cada vez mais especializadas, com o crescente uso das redes sociais. Isso fez com que esses profissionais precisassem estar presentes nesses ambientes. Lima Junior (2010) esclarece, no entanto, que essa presença precisa ter uma estratégia definida, que venha a agregar no conteúdo que o profissional produz. O pesquisador explica essa tendência ao discorrer sobre como o jornalista pode utilizar a potencialidade dos sites de redes sociais nesse novo cenário:

No espaço crescente do uso das redes sociais, os profissionais de jornalismo devem ocupar o espaço, mas com objetivos jornalisticamente definidos. A estratégia consiste em realizar um recorte tecnológico, utilizando o ferramental fornecido pela Ciência da Computação e formatar plataformas midiáticas com o objetivo de elaborar, compartilhar e distribuir informações, transformando-as em um bem social. Essa plataforma denomina-se Mídia Social Conectada. Portanto, apesar de utilizar o escopo tecnológico das redes sociais, o formato da Mídia Social Conectada é configurado através de combinações entre ferramentas disponíveis nas redes sociais e a criação de outras, mas combinadas para atingir objetivos editoriais pré-definidos. Essa plataforma deve ser planejada para ser entendida pelo usuário como um ambiente de colaboração informativa de relevância social e, portanto, ser percebida como um espaço diferente dos propósitos encontrados em outros ambientes de relacionamento virtual (2010, p. 122).

Ao que tudo indica, parece que os jornalistas já estão começando a se adaptar a esse novo cenário que acabamos de apresentar. De acordo com o Estudo Mundial de Jornalismo Digital 2013, realizado pela agência de relações públicas multinacional Oriella PR Network, com mais de 500 jornalistas de 14 países (incluindo o Brasil), 1/3 dos entrevistados acredita que os veículos em suas versões digitais vêm em primeiro lugar, dando o furo jornalístico, ao invés de segurá-lo até a edição impressa chegar à banca. Além disso, o uso de blogs, microblogs e sites de redes sociais está acontecendo profissionalmente, entretanto, em todos os países, os jornalistas entrevistados afirmaram que, ainda, “a fonte mais valiosa de notícias e validação das informações está nas conversas com especialistas do setor” (ORIELLA PR NETWORK, 2013, p. 2)

Como é possível notar, as apropriações de tecnologias pelo campo da comunicação exigem habilidades novas dos jornalistas. Kim Pearson (2009) acredita na necessidade de os jornalistas aprenderem a “pensar computacionalmente”. Algo que exemplifica perfeitamente tal exigência é o fato de a Universidade de Columbia, uma das mais conceituadas no estudo do jornalismo no mundo, ter informado, em 2010, que estava criando um curso de mestrado com disciplinas envolvendo as áreas de Ciências da Computação e Jornalismo, a fim de ensinar o jornalista a programar, gerenciar

softwares e pensar como um desenvolvedor (DÓRIA, 2010, on-line).

O chamado jornalismo de dados vem a ganhar com essa “nova habilidade” jornalística. Termo cunhado pelo desenvolvedor Adrian Holovaty, o jornalismo de dados inclui técnicas computacionais para obtenção, construção, filtragem, análise e apresentação de bases de dados, com o objetivo de gerar notícias. É uma forma de facilitar o reaproveitamento das informações coletadas no trabalho diário de reportagem. Exemplos desse tipo de jornalismo são os sites Wikileaks73 (que transforma em notícias documentos confidenciais de governos, principalmente dos Estados Unidos, além disponibilizá-los na íntegra) e Homicide Watch74 (que cobre assassinatos a fundo, usando notícias, documentos judiciais, mídia social e ajuda de amigos e familiares de vítimas e suspeitos, do crime ao julgamento).

Anderson, Bell e Shirky (2012) expõem que entender a disrupção na produção de notícias e decidir onde o esforço humano pode ser efetivamente aplicado será vital para todos os jornalistas. Assim, os pesquisadores da Escola de Jornalismo de Columbia enumeram o que deve ser função das tecnologias e o que deve ter a ação do profissional da comunicação. Para eles, a mídia social oferece uma ferramenta de extrema importância para o jornalismo: a testemunha. Além disso, a multidão presente nos sites de redes sociais entrega dados de determinados acontecimentos (como grandes catástrofes ambientais, por exemplo), que podem auxiliar na apuração. Sob esse aspecto, os estudiosos afirmam: “o jornalista não será substituído, mas deslocado para o topo da cadeia editorial da produção para um papel que enfatize a verificação e interpretação, trazendo sentido a transmissões de textos, áudios, fotos e vídeos

73 Disponível em: <http://wikileaks.org/>. 74

produzidos pelo público” (p. 22, tradução nossa75). No que diz respeito a máquinas, os pesquisadores analisam que elas ajudam justamente na compilação de inúmeros dados.

Já com relação aos próprios jornalistas, os pesquisadores acreditam que ainda não é possível que o público atuante nos sites de redes sociais nem as máquinas possam substituí-los por completo. É evidente que está havendo uma transformação nas atividades destes profissionais, entretanto, o trabalho investigativo e interpretativo só pode ser realizado por humanos e não por algoritmos. Os pesquisadores listam características essenciais do jornalista, que valem muito mais do que quaisquer

softwares, tais como responsabilidade, eficiência, originalidade e carisma. Em termos

técnicos, os pesquisadores também creem que algumas habilidades tornar-se-ão indispensáveis em um curto espaço de tempo. São elas: ter conhecimento especializado, entender a natureza de dados e estatísticas, conhecer métricas e audiências, aprender a programar, realizar coberturas em storytelling (escrever, filmar, editar, gravar, entrevistar, diagramar e produzir) e, por fim, gerir projetos.

Muito do que os estudiosos apontam está relacionado ao fato de o jornalista ter mais possibilidades de ser um publisher. Como visto ao longo deste capítulo, há cada vez mais iniciativas jornalísticas independentes no mercado da comunicação que, tanto nesse caso quanto nas grandes empresas de mídia, requer produzir mais com menos.

No que diz respeito especificamente às revistas, Sílvia Amélia de Araújo (2013, p. 270) supõe que, aos poucos, “o papel será substituído pela tela”. Contudo, para a pesquisadora, a mudança de suporte das revistas trará menos impacto no fazer jornalístico em si do que as transformações na relação entre jornalista e leitor, devido à interação por meio das redes sociais. Para ela, “os leitores tornam-se cada vez mais influentes e presentes na rotina das redações: opinam, pressionam, transformam uma insatisfação com uma matéria em uma manifestação pública [...], bem como querem estar na revista como produtores de seu conteúdo” (ARAÚJO, 2013, p. 270).

75 “The journalist has not been replaced but displaced, moved higher up the editorial chain from the

production of initial observations to a role that emphasizes verification and interpretation, bringing sense to the streams of text, audio, photos and video produced by the public.”

Dessa forma, conforme exposto até o presente momento, é preciso que o jornalista esteja atento a três competências fundamentais na atualidade: conhecimento técnico profundo, habilidades para produção em multiplataformas e noções de relacionamento planejado com público em redes sociais.

Para tal, as universidades precisam se adaptar a essas novas demandas da profissão e integrar ao seu conteúdo de aulas material teórico e experiências práticas que subsidiem as competências que o mercado está começando a exigir, conforme argumenta Roseli Figaro:

As mudanças no mundo do trabalho colocam desafios novos para a formação do profissional no que diz respeito ao desenvolvimento de habilidades no trato com a produção de conteúdo para multiplataformas e para diferenciados gêneros discursivos. Mas é certo que as novas gerações trazem consigo a naturalidade no trato das novas tecnologias, pois nasceram com elas. Mas carecem de outras habilidades, as quais serão conquistadas com o amadurecimento intelectual, a crítica, e o acompanhamento dos mais experientes (2008, on-line).

E, mais que isso: se levarmos em consideração a gritante necessidade de conhecimento técnico por parte dos jornalistas nos tempos atuais, a interdisciplinaridade também pode auxiliar no ensino desse “novo jornalismo”. Squirra (2013) apresenta alguns desafios para os cursos de jornalismo e sugere espaço para:

a) implementar práticas pedagógicas com foco nas tecnologias, sobretudo as digitais e em tempo real; b) fomentar o incremento das particularidades conceituais do ferramental tecnológico da comunicação digital e suas aplicações concretas nas práticas jornalísticas contemporâneas; c) montar espaços laboratoriais para o aprendizado técnico com os distintos recursos digitais já disponíveis para as ações dos jornalistas; d) estimular ações inovadoras para um jornalismo de domínio tecnológico, voltado para experiências isoladas e desatreladas do mainstream editorial; e) construir relacionamentos e investigações transversais e consolidar uma base de referências teóricas sobre as tecnologias, organizando arcabouço bibliográfico prático para os jornalistas enquanto estudantes (2013, 20).

Também é preciso compreender que o novo ambiente de trabalho jornalístico não traz apenas mudanças relativas às competências dos profissionais. No dia a dia das redações, também se contabiliza um grande número de demissões, ano a ano. Em agosto de 2013, a Editora Abril, a maior do Brasil, fechou quatro revistas e seus respectivos

sites, um portal e demitiu cerca de 150 profissionais de redação, entre jornalistas e designers (EDITORA ABRIL..., 2013).

No exterior, a situação não é muito diferente. No censo publicado em 2013, a Sociedade Americana de Editores de Jornais divulgou uma diminuição nas equipes dos jornais nos Estados Unidos (GUSKIN, 2013). De acordo com o estudo, foram 2.600 postos de trabalho editorial a menos em 2012 com relação a 2011. Ao todo, a indústria de jornais está empregando 38 mil pessoas em tempo integral e esta foi a primeira vez que o número ficou abaixo de 40 mil, desde que esse censo passou a existir, em 1978.

Ainda conforme dados do Estudo Mundial de Jornalismo Digital 2013 (ORIELLA PR NETWORK, 2013, p. 3), 26,6% dos jornalistas brasileiros vislumbram diminuição das receitas das instituições de mídia. Outros 33% creem na diminuição de até 10% do efetivo da equipe editorial, mesmo com o aumento constante do número de cidadãos com acesso a internet (atualmente, 46% da população brasileira possui esse tipo de acesso).

É de importância destacar que, no Brasil, grande parte dos jornalistas formados nunca chegou a passar por uma redação. Como alternativa para as escassas vagas neste setor, os recém-formados veem nas assessorias de imprensa e departamentos de comunicação de empresas privadas ou públicas opção de carreira. Um estudo realizado em 2012 pela Universidade Federal de Santa Catarina em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e apoio do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo e Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) com 2.731 jornalistas brasileiros detectou que 40% dos profissionais atuam fora da mídia, em assessoria de imprensa ou comunicação ou outras ações que utilizam conhecimento jornalístico; e 5% atuam em docência, dando aulas em universidades para a formação superior de jornalistas (BERGAMO; MICK; LIMA, 2012).

De acordo com a realidade de cada país, os jornalistas buscarão formas de se adaptar às transformações trazidas pelo novo ecossistema de mídia que se impõe. Vale ressaltar, no entanto, que este profissional precisa estar cada vez mais disposto a aprender sobre assuntos que não são diretamente relacionados à comunicação, seja para trabalhar em grandes empresas de comunicação, seja para atuar de forma independente. Além do mais, é necessário, também, se preparar para ser um facilitador ou intérprete das notícias, tendo em vista o espaço cada vez maior que possuem os cidadãos comuns, não jornalistas, em canais de comunicação.

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