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Um novo ecossistema midiático

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CAPÍTULO II – CONTEXTOS MIDIÁTICOS

2. Um novo ecossistema midiático

As principais inovações que tiveram influência no campo comunicacional e que apresentaram aos seres humanos o que estudiosos como Castells (2003, 2011) e Dizard Jr. (2000) chamam de uma “nova mídia” são três em especial: a introdução da impressão a vapor e do papel-jornal, a transmissão por ondas eletromagnéticas, e a mídia de massa, que, desde meados dos anos 1990, vem sofrendo “uma transição para a produção, armazenagem e distribuição de informação e entretenimento estruturadas em computadores” (DIZARD JR., 2000, p. 53-54).

Para compreendermos melhor essa transição, é preciso esclarecer o conceito de mídia de massa. De acordo com Castells (2003, p.23) “historicamente, [mídia de massa] significa produtos de informação e entretenimento centralmente produzidos e padronizados, distribuídos a grandes públicos através de canais distintos”. Ao virarmos nosso olhar para a História, observamos que não apenas os avanços tecnológicos, mas também os interesses políticos e econômicos sempre caminharam lado a lado com o desenvolvimento dos meios de comunicação, mesmo no período em que a linguagem oral dominava os processos comunicacionais. Ora, na Idade Média, os sermões dos padres eram “obrigação aceita” (BRIGGS; BURKE, 2004, p. 38), com total apoio dos nobres líderes políticos na Europa. Não é à toa que o sociólogo Zygmunt Bauman (apud BRIGGS; BURKE, 2004) descreveu os púlpitos da Igreja Católica como um meio de comunicação de massa.

O avanço da escrita, principalmente com a ajuda da prensa de Gutenberg, permitiu que mais e mais pessoas passassem a ter acesso à leitura, sendo assim, “a intensificação do uso da escrita no processo de administração era condição necessária para o controle à distância, para o crescimento de um Estado centralizado” (BRIGGS;

BURKE, 2004, p. 44). Com o passar do tempo, igreja, estado, lar e escola tinham um discurso social comum, mas a popularização dos jornais, revistas, rádio e televisão também ajudava esses meios a tomar espaço na formação dos indivíduos, no período em que Toffler chama de Segunda Onda: “agora, os próprios meios de comunicação de massa tornaram-se um gigantesco alto-falante. E seu poder era usado através das linhas regionais, étnicas, tribais e linguísticas para padronizar as imagens que fluem para a corrente mental” (TOFFLER, 2010, p. 163).

O surgimento dos meios de massa iniciou-se com a ideia da expansão nacional dos sistemas de comunicação (BRIGGS; BURKE, 2004, p. 275), começando com a popularização de livros, jornais impressos e revistas, em seguida do rádio, cinema e, depois, da televisão. E foi justamente a tecnologia que permitiu que cada vez mais residências no mundo tivessem um aparelho de TV, responsável por difundir consideravelmente o conceito de meios de comunicação de massa. Os outros meios existentes não desapareceram, mas, assim como acontece quando uma nova mídia surge, eles perderam público e precisaram se readaptar a uma realidade social que começava a se concretizar. Além disso, as instituições de mídia – que, como quaisquer empresas visam ao lucro – não podiam deixar de incorporar essa nova oportunidade de negócio.

Desde a década de 1970, jornais impressos diminuem sua circulação. Em Nova York, nos Estados Unidos, entre 1970 e 1976, os três maiores diários em conjunto perderam 550 mil leitores. Neste mesmo período, a circulação conjunta das 25 mais importantes revistas norte-americanas caiu 4 milhões (BRIGGS; BURKE, 2004, p. 165). Naquele período, a adaptação ao novo cenário das comunicações, no entanto, aconteceu da seguinte maneira, segundo Castells:

O rádio perdeu sua centralidade, mas ganhou penetrabilidade e flexibilidade, adaptando modalidades e temas ao ritmo da vida cotidiana das pessoas. Filmes foram adaptados para atender às audiências televisivas, com exceção da arte subsidiada pelo governo e espetáculos de efeitos especiais das grandes telas. Jornais e revistas especializaram-se no aprofundamento de conteúdos ou enfoque de sua audiência, apesar de se manter atentos no fornecimento de informações estratégicas ao meio televisivo dominante. Quanto aos livros, estes continuaram sendo livros, embora o desejo inconsciente atrás de muitos deles fosse tornar-se roteiro de TV (2011, p. 415-416).

No caso das revistas, o “enfoque na audiência” proferido por Castells veio com uma estratégia que tinha o objetivo de atrair mercados pequenos de interesse especial, regionais ou mesmo locais (BRIGGS; BURKE, 2004, p. 165) – o que marcou o início de uma grande tendência de segmentação de conteúdos neste tipo de veículo. Da mesma forma, o rádio também se manteve, com estações especializadas em ritmos musicais, grupos étnicos ou até mesmo em cantor ou banda.

Enquanto isso, a televisão ganhava cada vez mais espaço nas residências, transmitindo mensagens de alguns emissores centralizados para uma audiência de milhões de receptores, segundo Castells – que buscou em Marshall McLuhan razões para a relevância que a TV ganhou na sociedade dominada pela comunicação de massa: a máxima de que “o meio é a mensagem”. Ele ainda considera que, pelo fato de a televisão oferecer tanto informação quanto entretenimento, ela tenha se tornado o “epicentro cultural” (CASTELLS, 2011, p. 418) da sociedade, além de um ambiente audiovisual com o qual as pessoas agiam constantemente e quase que automaticamente. “As mentes das pessoas são informadas fundamentalmente pelos meios de comunicação, sendo a televisão o principal deles” (p. 421), conclui o sociólogo.

Com o passar do tempo e o surgimento de tecnologias mais modernas, esse cenário começou a se transformar novamente. O portátil walkman possibilitou que as pessoas ouvissem suas emissoras de rádio preferidas (e algumas com conteúdos cada vez mais especializados) no caminho para o trabalho ou enquanto faziam atividades físicas. Ao mesmo tempo, os videocassetes se tornaram uma alternativa à programação televisiva, além de ser um instrumento que permitia a gravação de programas para que fossem assistidos em momento conveniente ao telespectador. Além disso, as pessoas começaram a filmar suas férias ou festas de aniversário para depois assistirem pela TV. Não podemos, ainda, esquecer os videogames, que fizeram da tela da TV um suporte audiovisual para seus jogadores.

Em seguida, o desenvolvimento das tecnologias de fibra óptica e digitalização proporcionaram a multiplicação de canais de televisão, com o advento da TV a cabo, que passou a oferecer canais com programações cada vez mais específicas, vide o Music

Television (MTV), com uma grade de atrações 100% voltada para o universo da música.

O estudioso japonês Youichi Ito chamou esse novo cenário de “sociedade segmentada”, dada a informação especializada direcionada a uma audiência cada vez mais dividida

por “ideologias, valores, gostos e estilos de vida” (apud CASTELLS, 2011, p. 425). Novamente em uma alusão aos pensamentos de McLuhan, Castells afirma que, no novo sistema de mídia, “a mensagem é o meio”, visto que as características da mensagem se moldarão de acordo com a natureza dos meios.

Esse movimento que levou à segmentação é chamado por Toffler de “idade dos veículos de comunicação desmassificados”:

A desmassificação dos meios de comunicação de massa desmassifica igualmente as nossas mentes. Durante a era da Segunda Onda o martelar contínuo das imagens padronizadas expelidas pela propaganda criou o que os críticos chamaram de uma “mentalidade de massa”. Hoje, em vez de massas de pessoas recebendo todas as mesmas mensagens, grupos desmassificados menores recebem e enviam grandes quantidades de suas próprias imagens de uns para os outros. Enquanto a sociedade inteira se desloca para a diversidade da Terceira Onda, os novos meios de comunicação refletem e aceleram o processo (2010, p. 171).

Além dessa mudança assinalada pelo pesquisador, a nova mídia surge em meio ao advento da internet e do aumento da força da comunicação mediada por computador. A difusão da World Wide Web e das máquinas computacionais nas últimas décadas moldou a estrutura para um novo veículo de comunicação e para o comportamento de seus receptores, já que oferece possibilidades de interação nunca antes vistas, combinando a rápida disseminação da comunicação de massa com a comunicação pessoal (CASTELLS, 2011, p. 446). Dizard Jr. aprofunda ainda mais o tema quando afirma que:

A nova mídia não é apenas uma extensão linear da antiga. A mídia clássica e a nova mídia oferecem recursos de informação e entretenimento para grandes públicos, de maneira conveniente e a preços competitivos. A diferença é que a nova mídia está expandindo dramaticamente a gama de recursos disponíveis para os consumidores através da Internet e de outros canais. Em particular, a nova mídia está começando a prover conexões interativas entre o consumidor e o provedor de informação. Essa capacidade acrescenta uma nova dimensão notável ao atual padrão da mídia de massa, que se baseia em produtos unidirecionais entregues por uma fonte centralizada – jornal, canal de TV ou um estúdio de Hollywood. A nova mídia é crescentemente interativa, permitindo aos consumidores escolher quais recursos de informação e entretenimento desejam, quando os querem e sob qual forma (2000, p. 40-41).

Assim, com a nova rede se fundindo à mídia de massa, os negócios de comunicação envolvendo a internet começam a crescer, fazendo grandes companhias se unirem tanto para se protegerem dos riscos do novo mercado quanto para oferecer uma

das características dessa nova mídia, os elementos multimídia – em um processo conhecido como convergência de meios. Jenkins (2009, p. 37-38) explica que cada meio tinha suas próprias atribuições e mercados, mas as novas tecnologias midiáticas começaram a permitir que um mesmo conteúdo fluísse por diferentes canais e ganhasse formas variadas em cada um deles no ponto de recepção.

Apesar de os executivos da comunicação não contarem com o estouro da chamada bolha da internet42 no ano de 2000 – tendo em vista que práticas sociais avançam em um tempo mais lento que as inovações tecnológicas e todos os processos que envolvem essa transformação ainda estão em construção – a convergência persiste sendo uma característica da nova mídia, já que, de certa forma, também ajuda a manter vivas mídias tradicionais, alterando suas funções e status com a introdução de novas tecnologias. Além disso, como explica Jenkins, ela ajuda os meios a se adaptar a esse novo público “desmassificado”:

A convergência exige que as empresas de mídia repensem antigas suposições sobre o que significa consumir mídias, suposições que moldam tanto decisões de programação quanto de marketing. Se os antigos consumidores eram tidos como passivos, os novos consumidores são ativos. Se os antigos consumidores eram previsíveis e ficavam onde mandavam que ficassem, os novos consumidores são migratórios, demonstrando uma declinante lealdade a redes ou a meios de comunicação. Se os antigos consumidores eram indivíduos isolados, os novos consumidores são mais conectados socialmente. Se o trabalho de consumidores de mídia já foi silencioso e invisível, os novos consumidores são agora barulhentos e públicos (2009, p. 47).

Desta maneira, pode-se presumir que a complexa sociedade em rede, que possui uma nova mídia imensamente presente no dia a dia de receptores cada vez mais ativos, passa por um processo de midiatização, no qual os meios de comunicação se confundem com as estruturas da própria sociedade. E tal processo acontece, em parte, devido às facilidades tecnológicas do presente, que:

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Em março de 2000, quando o mundo estava descobrindo a internet e as revistas de negócios só falavam nas "empresas ponto com", a bolsa eletrônica de valores, Nasdaq, onde as empresas de internet negociavam suas ações, começou a ver seus índices despencarem. No total, chegou a perder 75% do valor. Muitos são os fatores que fizeram a chamada “bolha da internet” inflar e chegar a esse ponto dramático em 2000, entre eles a fusão desastrosa entre as empresas AOL e Time Warner, que resultou na perda de dezenas de bilhares de dólares. (Superinteressante, 10 mar. 2010, disponível em: <http://super.abril.com.br/blogs/rebit/estouro-da-bolha-da-internet-completa-10-anos-hoje-relembre-as- maiores-bobagens-daquela-epoca/>. Acesso em: 21 mar. 2013)

impulsionaram a comunicação para que todas suas formas comunicativas fossem potencializadas, abrindo canais dialógicos antes impensáveis, pois todas as formas de conteúdos e relatos passaram a ter condições de circular, indo de emissor(es) para o(s) receptor(es) e deste(s) para aquele(s), em infindáveis sistemas de “dupla mão” (o que contrasta com o modelo anterior da “direção única”) (SQUIRRA, 2012, p. 109).

A globalização, a convergência dos meios de comunicação, a digitalização dos processos que levou à sociedade em rede e o novo papel do receptor estabeleceram uma relação diferenciada dos indivíduos com as mídias. Esse “novo receptor” é chamado por Castells (2011, p. 458) de “interagente”, ou seja, aquelas pessoas “capazes de selecionar seus circuitos multidirecionais de comunicação”.

Toffler vai ainda mais longe e cunha o termo “prossumidor”, que não fica limitado apenas ao campo da comunicação. Para ele, o “prossumidor” é aquele “consumidor cada vez mais atraído para dentro do processo de produção” (2010, p. 274). Essa definição pode ser inserida no contexto da nova mídia, visto que ela está absorvendo constantes mudanças nos processos de produção, edição e recepção já que a internet está insistentemente mais associada aos meios de comunicação considerados tradicionais.

Essas práticas recentes proporcionadas pelo ciberespaço e novas tecnologias aos meios de comunicação estão se configurando no chamado “processo de midiatização”, que pode ser definido da seguinte forma:

A midiatização é registrada como processo em que as tecnologias midiáticas, técnicas, lógicas, estratégias, linguagens, operações sociotécnicas e demais protocolos das mídias, até então exclusivos do campo das mídias, campo midiático, ou campo dos media, imbricam-se no interior das dinâmicas de funcionamento do tecido social. Em outras palavras, a midiatização pode ser entendida como múltiplos entrecruzamentos entre tecnologias midiáticas, campos e atores sociais, meios de comunicação social tradicionais e sociedade (SGORLA, 2009, p.62).

Neste sentido, no cenário que se edifica, a mídia exerce influência sobre importantes instituições, em maior ou menor grau, alterando padrões socioculturais e possibilitando interação mútua.

É neste ambiente que a comunicação se torna elemento estruturante da vida em sociedade. Braga (2012) chama de midiatização esse novo modelo social, fruto de uma lógica midiática. Ou seja, não somente a mídia interfere na sociedade, mas o inverso

também se faz verdadeiro. Braga enxerga a sociedade como um lugar de apropriação dos discursos midiáticos e de interação com a mídia. Além disso, ele deixa claro que não foram apenas as tecnologias que conduziram à midiatização. A transformação da sociedade como um todo levou a esse movimento, assim como as próprias instituições relacionadas aos processos midiáticos:

[...] na sociedade em midiatização, não são “os meios”, ou “as tecnologias”, ou “as indústrias culturais” que produzem os processos – mas sim todos os participantes sociais, grupos ad-hoc, sujeitos e instituições que acionam tais processos e conforme os acionam (BRAGA, 2012, p. 50).

Nos meios de comunicação em especial, o processo de midiatização causa mudanças visíveis principalmente no que diz respeito à interação com os públicos, já que o sistema unidirecional de transmissão de mensagens (de um para todos) perde espaço. Aqui, a relação emissor/ receptor se torna complexa e, ao mesmo tempo, se mescla, pois o receptor, agora interagente ou prossumidor, pode assumir características de produtor de conteúdo.

De acordo com Sgorla (2009), na prática, a midiatização afeta os meios de comunicação quando se abre espaço para a participação do público. No jornalismo, por exemplo, isso acontece quando há o papel do repórter cidadão no envio de informações, mensagens e notícias por meio de textos, vídeos ou áudios – prática intitulada como jornalismo colaborativo.

Soster (2009) argumenta especificamente sobre o jornalismo midiatizado, aquele no qual o próprio sistema midiático pode gerar notícias para distintos veículos de informação. Suas características são “descentralização, autorreferência e correferencialidade” (p. 137). Em um exemplo sobre este fenômeno, Soster cita o caso de uma newsletter da revista Veja enviada a seus assinantes sobre uma matéria de capa da próxima edição. A notícia, de setembro de 2005, se tratava de um escândalo envolvendo árbitros de futebol que manipulavam resultados de jogos para favorecer apostadores que lhes pagavam propinas. O autor explica que, antes mesmo de ir à banca, a revista, apenas pelo envio da newsletter, incitou sites esportivos e apurarem informações sobre a denúncia exclusiva da publicação, que chegaria às bancas dias depois – e, nesse caso, o próprio site de Veja, com uma pequena nota sobre a grande reportagem de capa da revista, virou fonte de informação citada pelos demais veículos. Até mesmo os cadernos de esportes de jornais impressos de grande circulação foram

alimentados por essa notícia, gerando entrevistas com outros árbitros sobre a denúncia que ainda nem havia sido publicada na íntegra. Assim, criou-se um ciclo alimentado pela notícia da notícia, que gerou tantas outras matérias em sites e até mesmo jornais impressos.

Outro sistema que alimenta a midiatização da sociedade são os sites de redes sociais. Por meio deles, notícias de importantes veículos de comunicação são compartilhadas e estão sujeitas a comentários de quaisquer naturezas. Recuero (2009, p. 45-46) explica que existem três tipos de relações entre as redes sociais e o jornalismo: redes sociais como fontes produtoras de informação (as pessoas atuantes nos sites de redes sociais podem ser fontes de notícias); redes sociais como filtros de informações (o compartilhamento de informações de fontes consideradas confiáveis); ou redes sociais como espaços de reverberação dessas informações (assuntos muito comentados podem se tornar material para uma matéria ou reportagem).

Neste ponto, voltamos a Braga, que considera que essas relações citadas por Recuero concernem ao conceito de circulação dentro da sociedade midiatizada, isto é, o processo de interação e sua consequente propagação de conteúdos e reações. Segundo o autor:

[...] o esforço interacional se desloca do modelo conversacional (comunicação reverberante, de ida-e-volta) para um processo de fluxo contínuo, sempre adiante. Nessas circunstâncias, já não é tão simples distinguir “pontos iniciais” e “pontos de chegada”, produção e recepção como instâncias separadas (2012, p. 40).

Configura-se, dessa maneira, um novo ecossistema de mídia, no qual o receptor tem papel influenciador sobre os meios e produtos de comunicação e, também, no papel do jornalista. Conforme esclarece Squirra (2012), “a tecnologia digital estrutura a base dos variados modelos de produção e difusão de conteúdos informativos, independente de os mesmos serem elaborados por jornalistas ou não” (p. 114). Assim, o atual ecossistema de mídia permite que o domínio dos processos chegue a “novos elaboradores”, indo além do relato jornalístico e sua produção característica.

Faz-se necessário, ainda, deixar claro que este cenário não é universal. Em primeiro lugar porque as sociedades são distintas e, diferentemente do que se pensava durante o período da Segunda Onda (TOFFLER, 2010), as pessoas foram levadas por

um caminho no qual têm espaço para serem diferentes e não necessariamente congregarem um pensamento comum, compartilhado por todos. Em segundo lugar, o processo de midiatização ainda está em andamento (SGORLA, 2009) e, portanto, os estudos sobre ele também. Sendo assim, é impossível afirmar que esse novo ecossistema de mídia se sedimentou, até mesmo por fatores ideológicos e econômicos das diferentes culturas e sociedades. Sendo assim, este processo coexiste com outras novas formas de comunicação e práticas sociais e, ao mesmo tempo, imbricado aos mais diversos meios de comunicação inseridos na nova mídia.

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