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Núcleo 4: Afetividade, aprendizagem e desempenho em avaliações de larga

CAPÍTULO V – RESULTADOS: ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS NÚCLEOS DE

5.4 CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS PARTICIPANTES

5.5.4 Núcleo 4: Afetividade, aprendizagem e desempenho em avaliações de larga

Chega-se a um ponto especial na discussão dos dados que este estudo pesquisou: a possível relação entre afetividade, aprendizagem e o desempenho das escolas participantes nas avaliações de larga escala. A análise desse núcleo serve, antes de tudo, para reafirmar que a escolha das escolas pelo desempenho no IDEB / ENEM deu-se para possibilitar a presença de um dado objetivo na seleção dos possíveis participantes da pesquisa, como forma de testar a hipótese de trabalho.

Nesse sentido o estudo aprofundado das interações ocorridas no interior das escolas aponta para o risco que se tem criado na educação brasileira com a propagação de ―índices de qualidade‖ das escolas que não são utilizados para se discutir avanços e retrocessos no

CONCEPÇÕES DA RELAÇÃO ENTRE AFETIVIDADE, INTERAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE PELAS PROFESSORAS CONCEPÇÕES DA RELAÇÃO ENTRE AFETIVIDADE, INTERAÇÃO E PRÁTICA DOCENTE PELOS ALUNOS OBSERVAÇÕES DA PRÁTICA / ENTREVISTAS / GRUPOS FOCAIS AS PROFESSORAS ACREDITAM NA INTERFERÊNCIA DA AFETIVIDADE NA

APRENDIZAGEM, MAS AINDA APRESENTAM UMA VISÃO QUE DIVIDE

OS ESPAÇOS ENTRE AFETIVO E COGNITIVO NA ESCOLA, ESPECIALMENTE

NO ENSINO FUNDAMENTAL II E NO ENSINO MÉDIO

OS ALUNOS TAMBÉM ACREDITAM NA INTERFERÊNCIA DA AFETIVIDADE NA

APRENDIZAGEM TENDO CONSCIÊNCIA –

ENTRE OS MAIS VELHOS – DE QUE A AFETIVIDADE É UM CAMINHO PARA A APRENDIZAGEM. TAMBÉM É FORTE A CONSCIÊNCIA DE QUE MANIFESTAÇÕES

NEGATIVAS DA AFETIVIDADE PODEM DIFICULTAR O PROCESSO ENSINO-

processo pedagógico de cada instituição. Reafirma-se aqui a necessidade de se utilizar os índices como dados para organização dos rumos empreendidos na realidade de cada instituição educacional.

Conforme já afirmado anteriormente, a educação se constrói no interior de relações sociais e afetivas complexas, marcadas, decisivamente, pelo contexto histórico-cultural em que seus agentes (professores, alunos, pais, comunidade escolar) estão inseridos. Essa relação dialética permite entrever que a escola – com seus avanços e com suas mazelas – vive, diuturnamente, a visão paraláctica (ŽIŽEK, 2011) no que tange à organização e à reorganização de seus processos, tendo em vista o caráter subjetivo a que se submetem seus atores.

Em razão disso, a discussão empreendida neste núcleo visou a verificar um aspecto fundamental no processo educativo e que as avaliações de larga escala não medem: o componente afetivo. E por verificar o componente afetivo, este núcleo possibilita a análise, também, de como se dá a interação na prática das professoras colaboradoras e de que modo ela pode impactar a aprendizagem dos alunos, tanto na concepção das docentes como na concepção dos discentes.

Busca-se, neste ponto do estudo, combater a visão fatalista de sociedade defendida pelas correntes neoliberais (FREIRE, [2001] 2014), segundo as quais a educação pode ser reduzida a uma relação ―empresarial‖, esquecendo-se a gênese social que subjaz a todo e qualquer trabalho pedagógico. Somente a partir da superação dessa visão é que as avaliações de larga escala – e os dados por elas gerados – poderão ser uma resposta positiva para a análise dos rumos da educação brasileira.

Para se analisar os dados gerados e construídos neste núcleo de significação e sentido, foram levados em conta os seguintes aspectos:

a) Crença de professores sobre a influência da afetividade e das interações sociais entre professores e alunos nos resultados obtidos pela escola no IDEB / ENEM. b) Crença dos alunos sobre as contribuições de uma interação afetiva entre

professores e alunos sobre os resultados obtidos pela escola no IDEB / ENEM. Quando questionadas sobre a influência da afetivade e das interações socias entre professores e alunos e os resultados obtidos pela escola nas avaliações de larga escala, as professoras colaboradoras afirmaram o seguinte:

Eu acho que os resultados exercem assim uma certa cobrança mesmo, eu acho que quando você se destaca em alguma coisa, você não quer ficar abaixo disso você quer sempre acrescentar, você vai pela questão da eficácia da primazia você busca isso, né? E eu acho que tudo que você busca nesse tipo de trabalho o que ocorre é resultado, isso aí vem como resultado; se você está buscando que seus alunos aprendam e aprendam bem todo o conteúdo que você se propõe a dar então isso vai ser um resultado do trabalho que você fez [...] Acredito que a afetividade influencia, acho que, como já coloquei, que a afetividade está relacionada com processo de ensino e aprendizado então claro que vai influenciar; se ele [aluno] não esta pré disposto, se ele não esta interessado, se ele está desmotivado, se ele não tem esse contato visual com os professores, se ele não entra nesse process,o né? Então realmente ele vai ser prejudicado, né? Porque ele vai estar à margem, vai estar apático, né de todo o processo, né então...(Profª Bela – Escola Classe – Entrevista).

Para a professora Bela, da Escola Classe, a afetividade influencia os resultados justamente pelo fato – na concepção da professora – de ser um disparador para a predisposição do educando em aprender. Nesse sentido, a fala da professora permite a inferência de que os bons resultados da escola são decorrência da predisposição do aluno em aprender; e essa predisposição seria fruto, certamente, do componente afetivo presente em sala de aula e nas demais práticas pedagógicas empreendidas. De fato, conforme Leite e Tassoni (2002), interação positiva com o conhecimento se dá tanto e em melhor qualidade quando se há predisposição para aprender. E essa predisposição, motivada pelo componente afetivo, traz consequências imediatas no desempenho escolar dos alunos. Um afeto positivo, certamente, tem efeito positivo sobre a aprendizagem discente.

Já a professora Taís, quando questionada, afirmou que não teria condições de realizar uma avaliação profunda acerca da influência da afetividade e da interação nos resultados obtidos pela escola pesquisada no IDEB:

Bom, aí eu não tenho uma percepção; como eu coloquei no inicio, eu cheguei na Escola esse ano não conheci os profissionais que estavam aqui né? Então..não sei como avaliar (Profª Taís – Escola Classe – Entrevista).

Entretanto, ao longo da entrevista, a professora declarou ao pesquisador que fora diretora de uma escola mal-avaliada no IDEB e que conseguira uma reversão de índice. Em razão disso, nesse tópico, o pesquisador solicitou à professora que falasse dessa influência da afetividade no desempenho da escola tendo por base sua experiência anterior. Prontamente, a professora se dispôs a tecer os seguintes comentários:

Ok ... né foi a Escola Classe [apresenta o nome da escola] em dois mil e nove; a gente tava em cento e quarenta e dois, se não me engano, no IDEB e, a partir do trabalho que a gente retomou, a gente conseguiu o sétimo lugar, sétima colocação. Então o que levou a gente a conquistar? Esse índice tudo bem teve o

envolvimento dos professores, teve envolvimento maior da Direção em chegar junto e dar esses conteúdos também; a gente teve uma coordenação muito coletiva pra toda Escola falar a mesma língua [...] nesse sentindo acho que a afetividade contribuiu muito, porque a interação foi realizada de outra forma; embora na época todos os professores fossem os mesmos no quadro desde que a gente tava em cento e quarenta e dois até o sétimo não mudou o quadro. Então pra te falar mudou a interação, dos professores, dos alunos, tentando alcançar uma melhoria, embora eu não acredite que uma prova de múltipla-escolha indique o nível de aprendizagem de um aluno tão bem. O que eu me pergunto é o que eu quero formar o que com um índice desse? Gente crítica e tem ideias ou gente que mecanicamente decora fórmulas e responde? Então acho que o IDEB tem que ser uma coisa muito revista (Profª Taís – Escola Classe – Entrevista).

Por meio dessa fala, a professora Taís é categórica ao afirmar que a mudança na qualidade da interação foi um dos pontos fundamentais para a mudança do processo pedagógico da escola em que ela exercera a função de diretora. Aprendizagem pressupõe interação e foi justamente essa a fórmula utilizada pela escola para reverter um possível quadro de desempenho insatisfatório. Deve-se registrar que, nessa fala, a docente é lúcida ao analisar que as avaliações de larga escala, por vezes, não conseguem medir de forma fidedigna a capacidade, o grau de aprendizagem dos alunos. Além disso, fica nítido que o componente afetivo interfere no desempenho dos alunos, mas não é levado em consideração por não se conseguir uma análise objetiva da interferência desse componente na aprendizagem discente.

No Centro de Ensino Fundamental, as professoras apresentaram as seguintes concepções acerca da relação entre afetividade e o desempenho nas avaliações de larga escala:

Sim, eu acho que a afetividade interfere sim; é aquilo que eu te falei antes, é a participação dele [aluno] durante o ano inteiro em situações que ele é participante ativo naquilo dali e até na própria conduta que ele recebe... não é bem conduta a palavra... são as orientações que ele recebe ao fazer uma prova ele sabe ele por exemplo se você entrega uma prova do IDEB pra esses meninos eles não vão ter dificuldade pra entender por exemplo o que a questão ta pedindo, entendeu? Falo isso pra você da oitava série, por exemplo, eles não vão ficar em dúvida por exemplo, porque eles aprendem a ter autonomia, ter confiança para lidar com os diversos comandos que são exigidos, entendeu [...] nós já tivemos resultados ruins de IDEB esse foi um ano em que a gente teve um resultado bom de IDEB em relação aos anteriores. [...] Nosso aluno faz essa prova com tranquilidade, porque ele confia na aprendizagem que recebeu, porque ele sabe que pode contar com a gente, sabe? Só que eu acho que ainda não está bom; a escola pública tem muito ainda a melhorar, muito, a Escola Pública como um todo até essa Escola aqui você sabe disso, né? (Profª Andréia – Centro de Ensino Fundamental – Entrevista).

Em sua fala, a professora Andréia faz uma afirmação decisiva: além de afirmar que acredita na influência da afetividade nos bons resultados, a professora aponta que o aluno

sente tranquilidade ao ser ―testado‖, porque confia na aprendizagem que recebeu. Por meio dessa informação, pode-se inferir que os alunos valorizam o trabalho da escola e dos professores, legitimando as práticas empreendidas pela instituição. Além disso, a fala da professora deixa claro, mais uma vez, que a interação positiva entre professores e alunos contribui para resultados positivos de aprendizagem. Verifica-se essa afirmação quando a docente diz que o aluno da escola sabe que ―pode contar‖ com seus professores. Além disso, a professora demonstra não se deixar iludir pelo alcance dos índices obtidos; por meio de sua fala, deixa claro que sua a escola – e a escola pública de modo geral – ainda tem um longo caminho a percorrer para chegar a um maior grau de excelência em educação.

Para a professora Luíza, afetividade (presente na interação professor-aluno) contribui decisivamente para os bons resultados dos alunos:

Eu acho que interfere; eu percebo que, por exemplo, essa escola é uma escola que tem muitos projetos que são interessantes, porque eu percebo que há uma ligação mais direta do professor com o aluno, não apenas por conta daquela matéria específica dele, entendeu? [...] Então, por exemplo, tem o Projeto do Lanchão, que eu achei incrível; esse projeto é uma correria no dia, mas é interessante , porque você acaba lidando com seu aluno [...] sobre a questão do professor organizar a turma pra se preparar pra esse dia do Lanchão, em que a Turma é responsável pra vender o lanche desse dia; então você tem que organizar tudo em grupo: quem vai trazer o que, entendeu? Você acaba conversando com o aluno sobre outros assuntos, que não apenas de sua matéria específica então isso ajuda criar um vínculo. Por conta desse vínculo, eu vejo que o aluno aqui se sente mais seguro em ser avaliado, porque ele confia na gente e sabe que a gente acredita na capacidade dele. Eu acho que aí está a afetividade influenciando a aprendizagem deles (Profª Luíza – Centro de Ensino Fundamental – Entrevista).

Depreende-se, do discurso da professora, a questão da interação como um disparador que facilita a aprendizagem. Apesar de em seu discurso entrever-se que ainda há a ideia de que afetividade e aprendizagem ocupem ―momentos‖ diferenciados do processo ensino- aprendizagem, a professora – assim como a colega Andréia – é categórica em afirmar que o aluno do Centro de Ensino Fundamental sabe que seus professores acreditam em sua capacidade. Nesse sentido, pode-se inferir que há, nessa escola, a ideia de que o aluno é capaz; a ancoragem dessa concepção, na representação social da escola e no imaginário dos estudantes, certamente contribui para o alcance de bons resultados. Essa crença na capacidade dos discentes é prova inequívoca da presença do componente afetivo atravessando o viés cognitivo e impactando nos resultados alcançados.

No Colégio de Ensino Médio, as professoras apresentam a seguinte visão acerca da influência do componente afetivo nos resultados das avaliações de larga escala:

Eu acho que influencia sim; eu acho que os resultados até eu não digo só no IDEB né, na questão do ENEM, mas eu digo em aqui dentro da Escola, os resultados dos próprios alunos quando a gente percebe em determinada disciplina em que eles relatam não ter nenhuma proximidade com o professor e que o professor não deixa abertura pra isso da mesma forma a gente observa quando ele relata exemplo de professores positivamente. [...] É comum que a gente escute o aluno dizer que ele não gosta da disciplina, quando, na realidade, ele não gosta do professor; e o contrário também acontece, como que alguns alunos já me disseram “Professora, eu não gosto de estudar a língua portuguesa, eu gosto da sua aula, eu gosto da sua explicação, mas não gosto da língua portuguesa”; então o meu papel é despertar nele, de alguma forma, o interesse pela minha disciplina, fazendo uso dessa minha proximidade, dessa facilidade que eu tenho de manter um relacionamento mais próximo com os alunos, então é uma forma, claro, que só tem a acrescentar; se eu me mantivesse isolada e distante deles e eles tivessem ojeriza com relação a minha disciplina aí eu jamais teria êxito (Profª Angélica – Colégio de Ensino Médio – Entrevista).

Para a professora Angélica, a afetividade não influencia apenas o resultado das avaliações de larga escala; para a ela, a influência faz-se presente nos resultados obtidos pelos alunos nas atividades da própria escola. Para ilustrar isso, a professora vale-se da questão da proximidade como um facilitador da aprendizagem e, por extensão, como um facilitador para o alcance de bons resultados. Chama a atenção, na fala dessa docente, a compreensão de que os alunos, por vezes, acabam por confundir o ―gostar‖ de uma determinada disciplina com o ―gostar‖ do professor. É clara a, sua compreensão de que o docente deve se apresentar como um ―caminho‖ para levar o aluno à aprendizagem, sendo mais importante o conteúdo que ele, professor, apresenta. Fica nítido que esse ―caminho‖ será trilhado tanto e com mais confiança pelo aluno na medida em que sua interação com o docente mostra-se positiva, alicerçada em relações de afetividade genuína, que facilitam o processo ensino-aprendizagem.

Já a professora Kaká não consegue articular em seu discurso, como a afetividade influenciaria o resultado obtido pela escola nos exames de larga escala:

Olha, eu não tenho condições assim de analisar em relação à escola como um todo não; tenho eu pensando em práticas antigas, quando eu era mais nova eu até frequentava socialmente lugares com eles churrasco e tudo era gritante assim o aumento das notas deles em sala de aula né? Agora em relação ao IDEB e ao ENEM não tenho condições de falar (Profª Kaká – Colégio de Ensino Médio – Entrevista).

Os alunos, quando questionados sobre a relação entre afetividade, aprendizagem e o desempenho da escola nas avaliações de larga escala, afirmam o seguinte:

É que quando ela ensina a gente ... que uma prova que pode ajudar muito no nosso futuro aí ela explica com mais calma, explica cuidadosamente pra gente entender melhor e fica mais fácil pra gente na hora de fazer uma prova um teste. Isso ensina a gente assim com prazer, amor, carinho... a gente vai compreendendo mais rápido e vai e fica preparado pra prova pro teste, pra tudo (Escola Classe – Grupo Focal).

Sim, porque ele fala que a gente é capaz que a gente vai conseguir fazer tudo que a gente quiser só basta nossos esforços (Escola Classe – Grupo Focal).

A gente aprende mais quando vê que a professora gosta da gente e da escola; acho que isso é bom na hora da prova (Escola Classe – Grupo Focal).

Quando a professora ensina a gente com calma a gente aprende mais; eu vejo que eu aprendo muito mais. E quando eu aprendo mais posso ajudar a escola a ir bem na hora que faço a prova do MEC (Escola Classe – Grupo Focal).

Uma professora carinhosa ajuda a gente aprender e a sempre ir bem nos estudos (Escola Classe – Grupo Focal).

As falas dos alunos da Escola Classe mostram, por vezes, a confusão entre emoção e sentimento como sendo sinônimos de afetividade. Apesar disso, verifica-se que a predisposição citada pela professora Bela, como disparadora do bom desempenho dos alunos nas avaliações de larga escala, está presente no discurso dos estudantes. Ao afirmarem que se sentem mais seguros quando percebem que a professora ―gosta deles‖ e ―gosta do que fazem‖, incentivando seus esforços, os alunos se motivam para a aprendizagem. Não é segredo que, quanto mais incentivado positivamente, mais um aluno apresentará desempenho positivo e mais a motivação externa se transformará em motivação internalizada. Isso, sem dúvida alguma, é a manifestação da afetividade atravessando a aprendizagem, gerando benefícios na aquisição do conhecimento.

No Centro de Ensino Fundamental, as concepções dos educandos permearam as seguintes questões:

Sim, influencia no IDEB, porque como todo mundo já diz até eu já disse é quando o professor ele é mais afetivo com a gente ele é mais...é ... como fala? Ele é mais próximo da gente então ele tem um jeito novo de ensinar e esse jeito novo de ensinar todo mundo se interessa por esse jeito; então a gente acaba aprendendo mais; quando a gente acaba aprendendo mais a gente faz melhores provas o que dá um melhor resultado no IDEB (Centro de Ensino Fundamental – Grupo Focal). Eu acho que a questão dos alunos serem mais amigos dos professores ajudou bastante o ano passado na Escola; os alunos fizeram as provas porque os professores antes de começar essa semana que ia acontecer a prova os professores se concentraram bastante, ajudaram bastante os alunos pra tirar as duvidas e eu acho que quando você tem bastante apoio de seu professor você pode ter um desenvolvimento muito melhor (Centro de Ensino Fundamental – Grupo Focal).

Eu acho os professores dessa escola muito bons, confio muito neles. E isso é importante pra gente aprender; eu pelo menos aprendo melhor as coisas ensinadas pelos professores que são mais interessados na gente. Eu vim para cá ano passado e aqui é muito diferente da escola que eu estudei antes. Por isso que eu acho que o IDEB daqui é melhor (Centro de Ensino Fundamental – Grupo Focal).

Influencia sim, porque o professor que é mais próximo, mais preocupado ajuda na nossa aprendizagem (Centro de Ensino Fundamental – Grupo Focal).

Para os discentes do Centro de Ensino Fundamental, é nítido que a confiança dos professores e o interesse deles pelo aprendizado dos alunos produz bons resultados, que seriam medidos pelas avaliações de larga escala. Mais uma vez, a questão da interação sintônica entre alunos e professores, manifestação concreta da afetividade, é fator fundamental para o bom desempenho acadêmico das instituições. No entanto, mais que a preocupação com o índice, a fala dos alunos alerta para a importância de se buscar um novo olhar para a questão da afetividade no cotidiano escolar, como elemento preponderante na aquisição do conhecimento.

No Colégio de Ensino Médio, as concepções dos alunos giram em torno das seguintes questões:

É eu acho que um diferencial que o Colégio [fala o nome do Colégio] oferece é que ele prepara o aluno pra vida, não só pro vestibular como é o foco de muitos colégios por aí, que o foco é preparar o aluno pro vestibular, mas não fazer o aluno ter um pensamento maior de mundo como um todo. Acho que essa preocupação com as coisas mais amplas são exemplos de afetividade, ainda que nem todos os professores aqui sejam assim; por conta disso, por conta dos que se preocupam com o que a gente aprende para a vida e para os testes, nós com seguimos ir bem no ENEM e nos vestibulares. Mas a coisa poderia ser melhor; temos muito professores aqui que já se cansaram, que não acompanham nosso ritmo e isso é ruim; mas tem muita gente boa, como a nossa professora de