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Estabelecidas as bases contratuais, passou-se à projetação e à execução das obras. De acordo com o Portal da Copa 2014 (2012), foi pactuado entre o Governo Federal Brasileiro, o Governo do RN e a Prefeitura de Natal, por meio de uma Matriz de Responsabilidade assinada em janeiro de 2010, os orçamentos para o projeto básico e para a construção do estádio. O documento previa os seguintes custos: R$ 16.000.000,00 para o projeto básico, a serem pagos pelo Governo do RN; R$ 250.000.000,00 para a construção do estádio a serem financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES); e uma contrapartida de R$ 83.500.000,00 sob responsabilidade do Governo do RN. Numa revisão e

atualização da Matriz de Responsabilidades, publicada no Diário Oficial da União de 25 de novembro de 2013, foram estabelecidos os seguintes custos: R$ 396.500.000,00 de financiamento Federal; e R$ 3.500.000,00 de investimento do Governo do RN. O financiamento Federal, via BNDES, foi feito à Construtora OAS que, em regime de PPP estabelecida com o Governo do RN, construiu a Arena. O financiamento será pago em 20 anos pelo Governo do RN, que é também avalista da construtora, e que ofereceu como garantias, inclusive, bens imóveis de sua propriedade.

Na sequência dos eventos e acordadas as questões relativas à engenharia financeira para financiamento da Arena, foi contratado o projeto básico à empresa internacional de origem norte-americana, Populous Architects, que tem expertise em projetos de grandes instalações esportivas, dentre outros. Os arquitetos, em seu site institucional, conforme Populous (2014a), apresentam-se como um grupode inovadorese visionários que conformam umcoletivoglobal dearquitetos, designers, técnicos eveteranos da indústria. A empresa tem mais de 1.000 projetos em diversas áreas, tais como: projetos para grandes eventos, planejamento de cidades e obras voltadas para o conceito de sustentabilidade. Dentre os projetos mais importantes dos quais a empresa participou, conforme seu portfólio, destacam-se: o estádio Fisht em Sochi, para as Olimpíadas de Inverno de 2014 na Rússia; o estádio Olímpico de Londres, para as Olimpíadas de verão, em 2012; o estádio Olímpico de Sydney; e o estádio Wembley.

A empresa apresenta a Arena das Dunas como um projeto único, projetada para múltiplos usos, inclusive para shows de música e outros que recebam grande público. De acordo com Populous (2014b), a sua fachada e o seu telhado estão inte- grados e são compostos por 20 módulos em forma de pétalas, inspiradas nas dunas de Natal, que foram projetadas com tamanhos diferentes,para dar a impressão de que as dunas de areia estão se movendo. Dizem seus idealizadores que o projeto também permite ventilação e iluminação natural no estádio, e que as estruturas em forma de pétala do telhado são feitas de treliças de aço, cobertaspor fora com telhas de alumínio com isolamento térmico e acústico. Estas peças são unidas por policarbonato translúcido, o que permite que a luz penetre na Arena. Afirmam os projetistas que o telhado da Arena das Dunas também foi projetado para captar água da chuva. Calhas recolhem as águas e as levam para nove tanques abaixo das arquibancadas inferiores. Como resultado, até 3.000 metros cúbicos podem ser captados e reutilizados nos banheiros e para irrigar o campo.

Em relação à acessibilidade, ao conforto e à segurança, os projetistas da Arena informam que: existem 21 rampas de acesso a cada um dos quatro níveis do estádio, além de elevadores que ligam o parque de estacionamento diretamente ao seu interior; e a Arena também conta com quatro lounges que podem acomodar até 1.000 pessoas, 25 quiosques de comida e bebida, bem como 30 banheiros.Existem,

ainda, quatro tipos de assentos, identificáveis pelos vários tons de azul: público geral, convidados, VIP e VIP Executive. Além disso, 521 lugares são reservados para pessoas com necessidades especiais; há, ainda, pisos táteis que conduzem o público aos seus lugares. A empresa informa que a equipe de segurança no centro de comando e controle da Arena é capaz de monitorar as imagens gravadas por 200 câmeras com capacidade de reconhecimento facial em áreas externas e internas. Existem ainda duas grandes telas de 64 metros quadrados no interior do estádio, que apresentam informações e estatísticas de jogo claramente visíveis para todo o público.

Sobre o gramado, dizem os idealizadoresdo estádio,em Populous (2014b), que os jogadores notarão a sua qualidade resultado do tipo de grama escolhido, a Bermuda Tifton 419, que é uma espécie de gramínea utilizada para campos em regiões de clima quente, e do sistema de drenagem, que permite jogos mesmo em dias extremamente chuvosos. Para finalizar, indica que o público, nas primeiras filas de cadeiras, ficará próximo do campo de jogo, que receberá sistema de ilu- minação com 306 refletores, que fornecerão visibilidade uniforme e consistente, o que eliminará sombras e facilitará as transmissões de TV.

O projeto da Arena das Dunas ganhou o VI Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, na categoria Obra Pública e prêmio Master, à frente de 996 projetos concorrentes. O prêmio foi entregue à governadora do RN, Wilma de Faria, em 2009 (PORTAL 2014, 2009).

De acordo com a empresa OAS (OAS, 2014), após concluído o projeto arqui- tetônico básico, foi contratado o Grupo Stadia para execução do projeto executivo para a obra. Esse grupo, em conjunto com a empresa Plan Manager, conformaram uma nova empresa mediante um processo de fusão denominado SDPlan. Segundo seu site institucional, a SD Planatua da seguinte forma:

Através de seus escritórios em São Paulo, Brasília e Recife, trabalha de forma integrada para oferecer os mais modernos recursos em soluções de engenharia a seus clientes. [...] Em todas elas aplicamos nosso diferencial técnico, com tecnologia avançada, utilizamos ferramentas atualizadas como desenvolvimento dos projetos no conceito BIM, sustentabilidade, redução de impactos ambientais, consultoria técnica especia- lizada e estudo de viabilidade econômico-financeira. Com planejamento e domínio de logística, [...] as marcas SD Plan atuam de forma competente na elaboração de projetos, construção e gerenciamento para empreendimentos imobiliários, estádios, centros esportivos, programas multi-sites, centros corporativos e comerciais, e parques industriais, no Brasil e América Latina. (SD PLAN, 2014).

Sobre o projeto e a obra da Arena das Dunas, a SD Plan informasobre a coordenação e desenvolvimento dos Projetos Básico e Executivo:

Coordenação e desenvolvimento dos Projetos Básico e Executivo EQUIPE ENVOLVIDA

Arquitetura: Populous/ Coutinho Diegues Cordeiro Arquitetos. Coordenação de Projetos: Stadia Projetos Engenharia e Consultoria Arquiteto Local: Felipe Bezerra/Estrutura: Buro Happold

Tropicalização Estrutura: Larenge/Instalações: MHA Luminotécnica: Acenda/Paisagismo: M.Faisal

Consultoria LEED: CTE/Infra-Estrutura: Interact/Gestão de Fluxos: SDG DESCRIÇÃO CONCEITUAL

[...] A arena terá nível internacional e ocupará o local onde atualmente encontra-se o Estádio João Machado que será demolido.

Este projeto considera com toda a atenção todos os aspectos ligados à sustentabili- dade e à facilidade de manutenção ao longo de sua vida útil. A estratégia principal de sustentabilidade para o Estádio de Natal será a de minimizar o seu impacto no meio ambiente, assim como reduzir ao máximo a seu rastro de emissão de carbono com proposta para coleta de águas pluviais, a instalação de um sistema de reuso e a instalação de um sistema de controle de resíduos e lixo. (SD PLAN, 2014).

De acordo com a SECOPA (2014), a Arena conta ainda com as seguintes características (ver Quadros 3 e 4):