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O INDIVÍDUO, A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, NEUROCIÊNCIA E CONHECIMENTO

A HERMENÊUTICA E O DIREITO:

5. O INDIVÍDUO, A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, NEUROCIÊNCIA E CONHECIMENTO

O ser humano é sujeito de direitos e obrigações, visando atender às suas necessidades mais fundamentais e também supérfluas e as normas existem para regular a vida em sociedade, uma vez que evoluí e se transforma ao longo dos anos.

Destaca-se abaixo o que diz Pinheiro (2019), sobre o indivíduo como detentor de direitos e obrigações,

Conhecer o indivíduo como sujeito de direitos e obrigações exige uma necessária referência a sociedade na qual ele vive, o seu contexto histórico, econômico, cultural e temporal. O homem, ao mesmo tempo que se constitui na sociedade que habita, modifica-se nesmodifica-se processo, assim como a prepara para novas gerações que virão (PINHEIRO, 2019, p. 43).

Assim, o ser humano como detentor de direitos e obrigações, inteligência, capacidades e necessidades a serem atendidas, desenvolverá mecanismos e instrumentos capazes de suprir essas vontades.

Nota-se que a ciência, ao longo dos anos, tem evoluído muito, e o ser humano se utiliza da ciência como um importante instrumento para o conhecimento, pesquisa e desenvolvimento. A inteligência artificial, a tecnologia da informação e a neurociência têm desenvolvido um papel fundamental, quando se fala em avanços e novas tecnologias.

A inteligência artificial representa um grande avanço científico, contudo, as normas jurídicas também precisam avançar conforme a vida real, conforme o avanço da sociedade. Poderá ter o seu lado positivo, uma vez que pode representar uma grande para alguns tipos de doença que não tem cura (ex.: Tetraplegia, etc...). Contudo, também poderá representam um perigo para a liberdade de pensamentos, uma vez que os mesmos poderão ser invadidos, modificados e controlados, transformados em mercadorias.

A cibernética é uma ciência que estuda o comparativo dos sistemas e mecanismos de controle automatizado, estudo comparativo dos sistemas e mecanismos automático de controle nos seres vivos e nas máquinas. Tem contribuído de forma significativa com a neurociência, principalmente através da neurociência computacional.

Mesmo que o projeto não chegue a ser implantado e utilizado, os legisladores brasileiros, deveriam começar a pensar e canalizar esforços no sentido de legislar sobre

o respectivo tema, uma vez que a norma deve acompanhar a evolução da sociedade e dos acontecimentos, e a hermenêutica jurídica ciência que se utiliza de métodos para a interpretação dos textos legais, poderá contribuir acerca da interpretação dos direitos e garantias fundamentais, e a medida que normas forem positivadas, devendo ser interpretadas.

7 O DIREITO AO PENSAMENTO E SER PROPRIETÁRIO DE SEUS PENSAMENTOS

Todo ser humano é livre para pensar e sonhar e tem o direito fundamental de poder pensar, imaginar o quanto quiser. Contudo, é importante salientar que este importante direito não se encontra consagrado, destacado na Constituição Federal Brasileira de 1988 de forma explícita. Isso não quer dizer que não estejam protegidos pela carta magna.

O homem, enquanto ser humano precisa ser compreendido na sua exata medida, sendo um sujeito de direitos e obrigações, sendo dotado de inteligência e capacidades e também necessidades. Streck, sobre o a necessidade de compreensão do homem, afirma que,

O homem se compreende quando o compreende o ser, por isso, Heidegger deixa claro que não se compreende o homem sem compreender o ser. Ë o todo pela parte e a parte pelo todo. Não se compreende a floresta sem a arvore; e não se compreende a arvore sem o conceito de floresta (STRECK, 2020, p. 37).

É através dos pensamentos que surgem as grandes ideias, grandes teses e grandes descobertas que podem modificar, e/ou transformar a humanidade. Enquanto os pensamentos não são externados, o ser humano tem poder soberano sobre eles, pois estão na mente humana, no campo do pensamento.

A Ciência, de uma forma geral, tem evoluído muito em todos os sentidos, e a Neurociência, se ocupa em estudar o sistema nervoso, visando desvendar seu funcionamento, estrutura, desenvolvimento e eventuais alterações que venha a sofrer.

Da mesma forma a tecnologia da informação tem evoluído de forma assustadora e mecanismos precisam ser criados para a proteção do pensamento dos seres humanos.

A privacidade digital é uma recente demanda da sociedade.

Assim como a privacidade física, no lar ou em reservadas, é um valor essencial, também a privacidade digital se tornou um desejo da sociedade moderna. (GARCIA, et. al, 2021, p.13).

Assim, a medida que a sociedade evolui e se transforma, todo o aparato estatal deve se preparar e acompanhar estas mudanças, visando exercer o seu papel para o qual foi criado, visando atender o povo e garantir a ordem na sociedade, respeitando as normas, os direitos e garantias constitucionais, sem cometimentos de excessos e desrespeitos às normas, as quais também estão sujeitos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Direito é um meio para a realização ou obtenção de um fim social, de reger as relações jurídicas para a convivência das pessoas. A Constituição Federal de 1988, traz em seu texto, os direitos e garantias fundamentais, estão descritos no artigo 5º ao 17 da CF e se dividem em 03 grandes grupos, os direitos individuais e coletivos, os direitos sociais e da nacionalidade e os direitos políticos.

A Hermenêutica como um instrumento para o estudo dos direitos e garantias fundamentais, visa o estudo dos direitos fundamentais e do direito ao pensamento, vez que a Hermenêutica nada mais é do que a ciência da interpretação das normas.

A inteligência artificial e tecnologia da informação representam um grande avanço científico, contudo, as normas jurídicas também precisam avançar conforme a vida real e conforme os avanços da sociedade. A neurociência e a Tecnologia da Informação têm evoluído muito, contudo, o maior desafio é tornar as informações seguras.

A Empresa Americana de Elon Musk, pretende conectar a inteligência humana com a das máquinas, através da implantação de um chip no cérebro humano para ser conectar com computadores, com isso poderá invadir pensamentos humanos e transformar memórias em mercadoria. A notícia acendeu um alerta na comunidade científica internacional já que essa tecnologia poderia, por exemplo, invadir pensamentos e transformar memórias em mercadoria.

Entende-se que todo ser humano é livre para pensar e sonhar e tem o direito fundamental de poder pensar, imaginar o quanto quiser. Contudo, é importante salientar que este importante direito não se encontra consagrado, destacado na Constituição Federal Brasileira de 1988 de forma explícita. Isso não quer dizer que não estejam protegidos pela carta magna.

Os poderes da União são independentes e harmônicos entre si, sendo o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Nenhum deve invadir o poder um do outro, devem se respeitar e desempenhar o seu papel da melhor forma para atender a necessidade do seu povo.

Nota-se, portanto. que o Direito e as normas jurídicas precisam acompanhar os avanços da Ciência de uma forma geral, bem como os avanços tecnológicos da Neurociência propondo normativas capazes de atender, e proteger os seus cidadãos.

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A INVESTIGAÇÃO DE