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Num trem estão sentados um polonês e um judeu. O polonês se remexe por algum tempo, irritadiço, com alguma coisa a afligi-lo, e finalmente não consegue mais se conter, explode e pergunta ao judeu: “Diga-me, como é que vocês, judeus, conseguem tirar das pessoas até o último centavo, e assim acumular riqueza?”. O judeu lhe respondeu: “Bem, eu lhe direi, mas não em troca de nada; dê-me cinco zlotys”. Depois de receber a moeda, ele começa: “Você tem que pegar um peixe morto, cortar-lhe a cabeça e despejar as vísceras num copo d’água. Quando a lua estiver cheia, tem que enterrar esse copo num cemitério...”. “E aí”, pergunta o polonês avidamente, “se eu fizer tudo isso, vou enriquecer?”. “Não tão depressa”, responde o judeu, “isso ainda não é tudo; mas se você quiser aprender o que vem depois, dê-me mais cinco zlotys!”. Depois de receber novamente uma moeda, o judeu continua sua história, e logo torna a pedir dinheiro etc., até que finalmente o polonês se enfurece: “Você é mesquinho, está mesmo pensando que não reparei no que quer de mim? Não há segredo nenhum, você só quer é pegar todo meu dinheiro!”. O judeu lhe responde tranquilamente: “Pois então, compreendeu como é que os judeus...” (ŽIŽEK, 1991, p. 110).

Com essa história, Žižek (1991) leva-nos a ver o olhar de transferência do polonês em relação ao judeu, num jogo de dentro e fora, como na fita de Moebius, em que não há interno nem externo; os dois lados são intercambiáveis. Para o autor:

O segredo do judeu consiste, portanto, no desejo do polonês, em nosso próprio desejo: consiste em que o judeu sabe contar com nosso desejo30. Por isso, é que a conclusão

dessa historinha é que corresponde perfeitamente ao momento final da análise, o saldo da transferência é a travessia da fantasia, sendo essas duas etapas distribuídas entre os dois do desenlace: a explosão de ódio do polonês marca o ponto da saída da transferência, quando ele se dá conta de que “não existe segredo” e o judeu deixa de ser para ele o sujeito-suposto-saber, enquanto o segundo momento, a observação final do judeu, articula a travessia da fantasia. O “segredo” que nos leva a seguir atentamente o relato do judeu não é acaso o objeto a, a “coisa” quimérica da fantasia que causa nosso desejo, embora sendo retroativamente colocado por esse mesmo desejo? (ŽIŽEK, 1991, p. 110).

O judeu é o objeto da fantasia do polonês. Assim, o contato de um com o outro faz com que o polonês vá ao encontro do seu gozo na busca de realizar o desejo do Outro. Para Lacan (2005, p. 30), “o desejo do homem é o desejo do Outro”. Qual Outro? Da crença de que os judeus têm a expertise de tirar todo o capital de quem está negociando. Não há exemplo melhor do que os discursos de Hitler, assim como suas ideias em Minha Luta (1983), atribuindo aos judeus a culpa da crise econômica vivida na Alemanha na república de Weimar.

30 A questão para Žižek (1991) é que, nessa anedota, o judeu sabe contar com o desejo do polonês. O judeu funciona

como o significante do Outro que mobiliza o desejo. Para o filósofo, essa relação que alimenta o desejo é a transferência e na análise é precisar fazer a travessia do fantasma (poderíamos dizer também que é precisar sair desse gozo transferencial), que na anedota acontece quando o polonês se revolta contra o judeu e percebe que não há segredo a desvendar.

Agora, coloquemos os manifestantes dos protestos de junho de 2013 na posição do judeu e a grande mídia na do polonês – por mais que as posições pareçam, no imaginário corrente, invertidas, já que o judeu é, na historinha, o símbolo do capitalista. A pergunta a fazer é: como é que vocês conseguem depredar a cidade e, sem sofrer consequência, ainda fazem o governo do estado e a prefeitura de São Paulo revogar o aumento da tarifa do transporte público? Então, os manifestantes mostram que não é apenas pelos R$ 0,20 por que eles lutam; tampouco somente pela tarifa zero; ou pelo fim da corrupção; nem, muito menos, por mais saúde e educação; mas sim pela... Há sempre um a mais enquanto desejo, causado pelo objeto a. Como ele nunca se reduz a um objeto da realidade, além dos exemplos já citados na posição do mais um, haverá o mais um causado pela falta, pelo objeto a.

Esse objeto sempre faltante é percebido também na grande mídia na forma da questão: o que de fato querem os manifestantes? É o que Lacan (1997b) diz sobre o que jamais será encontrado. Simone Perelson (1994), em A dimensão trágica do desejo, ao falar sobre essa mesma passagem de Žižek, diz:

O segredo enquanto a descoberta do engano como o próprio objeto, ou ainda, de sua descoberta como o próprio ato de sua procura ou, finalmente, de que é pela sua própria perda que ele é encontrado, este objeto, que se encontra na realização do desejo e cujo encontro é sempre faltoso, é o objeto absoluto aquele que Lacan chama de objeto a (PERELSON, 1994, p. 20).

O que se realiza por parte da grande mídia na busca – percurso do desejo – do que de fato querem os manifestantes é o objeto a, o resto assignificante (por isso nunca perde sua condição de enigma) de toda a cadeia significante. O que querem de fato os manifestantes, se não é só isso nem só aquilo, é o objeto faltante para a grande imprensa, que, por sua vez, causa desejo, nem que seja a golpe de fúria. “Não pode ser por causa de 20 centavos. A grande maioria dos manifestantes são filhos de classe média, isso é visível”, expressava com muita indignação Jabor no Jornal da Globo.

Não há um objeto além do desejo. O enigma é sempre o encontro com seu próprio desejo de realizar o desejo do Outro. Como o Outro depende da crença do sujeito para existir, o encontro é sempre encontro de desejos. O desejo de desejar. Desejo enquanto puro desejo, sem objeto parcial. É nessa abertura do encontro com o Outro na causalidade dos eventos que o polonês chega ao seu desejo com o judeu, assim como Jabor encontra seu desejo no espaço de significação aberto pelos manifestantes.

Por mais que nos discursos da grande mídia ou de especialista a historinha seja coerente – como a bandeira de luta pela redução da tarifa do transporte público e, no segundo momento,

mais uma série de outros temas, muito em função da Copa das Confederações e do direcionamento dado pela cobertura da imprensa –, ela não encerra em si. Mais do que isso, desde o início, a historinha já é uma representação, tornando-se fálica (isso quer dizer que a historinha funciona como significante fálico por estar no lugar da falta). Como observou Chauí (2016), “era um evento com a motivação mais diversa possível” desde o início, desconstruindo assim um ponto de vista de que havia unidade na primeira fase dos protestos de junho de 2013. A “rebelião do desejo”, para retomar a expressão de Iasi (2013), é a multiplicidade de demandas que se abrem nos protestos, tornando o resto, o que há a mais do que os R$ 0,20, ou o que há a mais do que contra a corrupção, ou ainda o que há..., não a exceção, mas a regra. Esse a mais vai ao encontro do Real da linguagem que Miller (2009) defende nas suas incursões lacanianas.

Nesse encaminhamento, cada um dos temas com visibilidade na vitrine da grande mídia, ou nas redes sociais da internet, é apenas o que vem a mais da coisa em si. Vem a mais, porque o objeto a é o que causa desejo. Então, invertemos completamente a ordem das coisas. O excesso – ou o resto da soma – passa a ser o que move o desejo sem nunca se completar num objeto parcial, com o qual chegamos à lógica lacaniana do desejo de desejar, já que ele não se encerraria naquilo que o desejo não é, outra coisa além dele mesmo.

Em “A ideologia contemporânea”, epílogo de A marionete e o anão, Žižek (2006) apresenta o objeto a como análogo ao que ocorre no consumo de um ovo Kinder.

Os ovos Kinder, um dos mais populares produtos de chocolate à venda em toda a Europa Central, são cascas de ovos de chocolate embaladas em papel colorido. Quando tiramos a embalagem de papel que envolve o ovo e partimos a casca, descobrimos um pequeno brinquedo de plástico (ou peças de um pequeno brinquedo que devemos montar). As crianças que compram esses ovos, com a pressa de tirar a embalagem e partir a casca, nem sempre se dão ao trabalho de comer o chocolate. O que lhes interessa é o brinquedo escondido no interior do ovo. [...] O brinquedo não será o objeto pequeno a na sua forma mais pura, o pequeno objeto que enche o vazio central do nosso desejo, o tesouro escondido, o agalma que está no centro daquilo que desejamos? (ŽIŽEK, 2006, p. 181, grifos do original).

O que Žižek (2006) procura mostrar é que as mercadorias carregam sempre uma surpresa, algo a mais – que vem como se fosse um brinde. Essas inutilidades passam a sobrepor o produto em si, mobilizando o sujeito pela fantasia do que virá. O mundo das mercadorias e da publicidade gira em torno do que vem a mais, seja em forma de um brinde, seja de um discurso que relaciona a mercadoria a algo totalmente desconectado, como a ligação entre o refrigerante Coca-Cola e a felicidade (o slogan é “abra a felicidade”).

A lógica é a mesma, por vias opostas, dos protestos de junho. A desqualificação das mobilizações por parte da grande imprensa dá-se por algo a mais que é apresentado, como se a coisa em si não fosse possível de ser vista em ato ou nas imagens e vídeos produzidos. Mas, como os medias não conseguem chegar ao âmago – ao que na perspectiva em análise seria o vazio material, ou Real –, os significantes que operam nos discursos são sempre fálicos. Fálicos no duplo sentido, tanto de castração como também de potência da linguagem de se erguer no lugar da falta.

O exemplo emblemático parece ser mesmo, a relação feita por Jabor entre os manifestantes do MPL e o PCC, funcionando como significante que preencheria o lugar do que há de pior no crime organizado no Brasil. Ao estabelecer a relação, as malhas do simbólico enquadriculam os manifestantes numa posição virtual dada pelas coordenadas do gozo no discurso que Jabor representa e funcionam como invólucro desse objeto assignificante, ou seja, o objeto a, que é a parte excluída da significação, mas o que se constitui como o Real da linguagem. O gozo no discurso vai ao encontro do desejo do sujeito de realizar o desejo do Outro, que estrutura o campo do grande capital.

Se seu discurso é só o invólucro da estrutura ausente da linguagem (o objeto a que não se deixa chegar à significação), ele, ao mesmo tempo, se apresenta como aquele capaz de governar telespectadores, ouvintes do rádio e internautas (tanto a Rede Globo quanto a Rádio CBN compartilharam o discurso de Jabor pela internet). O discurso de Jabor, assim como o da grande imprensa em geral, apresenta-se como porta-voz de um mestre ausente, como se estivesse reivindicando para a cena presente antigas personagens que ocupavam a posição do significante-mestre. Na história recente do país, os militares, desde o golpe de 1964, sustentaram o discurso-mestre, assim como em períodos anteriores, como o de Getúlio Vargas, sobretudo com o Estado Novo (1937–45).

Por que na ausência de um mestre? Porque a lei vem como um todo (virtual) que não se reduz a um ente, mas que se mantém como um horizonte que estrutura as coordenadas do olhar, sem o qual o sujeito depararia com a ausência da linha divisória, causando vertigem. Lembremos o editorial do Estadão de 8 de junho, cobrando das autoridades que exigissem mais rigor da PM. Na seção opinião do dia 27, a Folha de S.Paulo publicou um artigo de Dircêo Torrecillas Ramos (2013), membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas, que começa por citar o artigo 144 da Constituição da República Federativa do Brasil para reforçar que é dever da PM agir com mais rigor e conclui que é preciso ocupar esse lugar da lei:

Conclui-se pelo exposto que obedecidas as condições impostas, havendo abusos nas manifestações, impõe-se, sim, à Polícia Militar, subordinada ao governador do Estado, a atuação enérgica para reprimir os excessos e manter a ordem conforme a lei máxima e as leis infraconstitucionais brasileiras (RAMOS, 2013).

Não é de se estranhar que no decorrer dos protestos tenham surgido grupos agindo com violência contra os manifestantes que se identificavam com partidos políticos de esquerda ou com movimentos populares. Como Chauí (2016) observou, essa cisão já estava presente desde o primeiro grande ato: “Apareceram jovens embrulhados na bandeira do Brasil, atacando, espancando e ensanguentando os manifestantes de esquerda” (CHAUÍ, 2016, p. 15).

De um lado, a grande imprensa cobra mais pulso firme dos políticos e rigor da PM e, de outro, nas manifestações, a cobrança acontecia em ato. De uma bandeira de luta de esquerda31 – passe livre – ao crescimento vertiginoso dos mais variados temas (muitos dos novos temas iam ao encontro dos interesses da grande imprensa), saímos de uma estrutura para outra que reivindica a volta de um mestre, digo, significante-mestre, diferente daquele que tem a autoridade de transmissão de saber, um significante que se apresenta agora como autoritário. Não é essa personagem que a grande mídia reivindica?

Harari (2008), para diferenciar o significante-mestre (de autoridade / saber) do significante autoritário, nomeia este segundo como amo (poder). A passagem de um para o outro é apresentada pelo psicanalista na relação entre o analista e o Outro que escraviza o analisante. Ao mostrar que o analista ocupa o lugar do Sujeito do suposto Saber (S.s.S) – a análise deve caminhar para a destruição dessa posição pelo analisando –, o mesmo deve acontecer com o Outro, que não tem furo.

O analista então, sabe que ele é um sujeito ao qual se vai lhe atribuir um saber e que ele vai procurar se destituir desse lugar. [...] Qual é o estranho alvo que o analista procura? – o ser esburacado por seu analisante. Isto é o Outro “descompletado”, para usar as nossas categorias. Esse “descompletamento” do Outro, finalmente faz ver que

31 Na década de 1980, a luta pela mobilidade como direito social ganhou destaque com as ações de Luiza Erundina,

que governou a cidade de São Paulo de 1989 a 1993. Na época, o passe livre era a maior vitrine do PT à frente da prefeitura. Mesmo o MPL tem sua criação no Fórum Mundial Social, evento consagrado do campo da esquerda e organizado por movimentos sociais de muitos continentes. Marcelo Pomar (2013), na introdução do livro Vinte

centavos: a luta contra o aumento, mostra a trajetória da luta contra o aumento do transporte urbano, desde as

mobilizações em Salvador, Bahia, em 2003, passando pela revolta da catraca na capital catarinense, em 2004 e 2005, o que resultou na Campanha do Passe Livre (CPL) de Florianópolis, além da aprovação em 26 de outubro de 2004, pela Câmara de Vereadores de Florianópolis (SC), da lei do passe livre, derrubada no ano seguinte pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Dessas experiências, eventos passaram a ser organizados reunindo coletivos de capitais e cidades país afora. Para Pomar (2013, p. 11-12): “Diante do sucesso parcial da empreitada, a CPL de Florianópolis decide convocar uma plenária nacional para o Fórum Social Mundial de 2005, em Porto Alegre (RS), no espaço Caracol Intergalática, em 29 de janeiro. Nessa plenária, que recebe o apoio fundamental dos ativistas do Centro de Mídia Independente (CMI), ocorre a fundação do Movimento Passe Livre (MPL)”.

esse Outro não é perfeito nem tem todos os poderes, nem tem tudo isso que, para o neurótico, diz Lacan, é uma formação essencial (HARARI, 2008, p. 167).

A questão para Harari (2008) é que a análise passa por dizer

que esse Outro não existe; que esse Outro é uma criação do neurótico e que, em geral, o que é ainda pior, num sentido quase iatrogênico. O pior é que se diz que esse Outro tem poderes notáveis para incidir a vida do neurótico. Dito de outra forma, esse Outro o goza, manda nele determina sua vida, esse Outro escraviza, esse Outro finalmente,

é um amo, governa, quiçá é um mestre no sentido de que tem esse poderio (2008, p.

167, grifo nosso).

Não estamos às voltas do laço social? O modo como os sujeitos estão implicados no campo social depende da relação com o Outro, como a grande imprensa (expressão para falar da mídia corporativa) e segmentos das manifestações que se autorizam – ou se subjetivam – a agir dependendo da forma como se inscrevem no gozo do Outro.

Em entrevista ao jornal Brasil de Fato, de 4 de outubro de 2013, Maria Rita Kehl, que integra a Comissão da Verdade, mostra que em 2006, depois do ataque do PCC, “a polícia de São Paulo entrou numa ação de vingança. Em uma ou duas semanas, matou mais do que matou na ditadura militar” (KEHL, 2006). Perguntada sobre outros resquícios da ditadura:

O Estado de São Paulo continua autoritário em suas relações com o povo. Se você for em qualquer repartição pública paulista, você será maltratado. Não se sabe por que a sua consulta é agendada somente para dali a três meses. Não se sabe porque o médico não veio. Não se sabe exatamente para qual local você tem que ir. Não te informam direito. Esse autoritarismo, que continua, é cotidiano. É sintoma de 40 anos de ditadura sem reparação (KEHL, 2006).

No seminário De um Outro ao outro, Lacan (2008, p. 10, grifo do original) diz que “não haveria nenhuma razão de sujeito, no sentido em que falamos de razão de Estado, se não houvesse, no mercado do Outro, o correlato de que se estabelece um mais-de-gozar que é capturado por alguns”. Por essa via, os enunciados aparecem como efeito de um mais-

de

-gozar

na posição do sujeito. Para manter o rigor, “o significante é aquilo que representa um sujeito para outro significante” (LACAN, 2008, p. 10). A coisa ao que o significante faz referência aparece desde o início como impossível de ser representada, já que a linguagem (campo simbólico) se manifesta na cadeia significante, na qual o sujeito se constitui como efeito de representação de um significante para outro. A coisa, fora do campo de representação, retorna no sujeito como um objeto assignificante, levando-o a produzir um mais-de-gozar. “Em torno de um mais-de-gozar, todavia, gira a produção de um objeto essencial, cuja função trata-se agora de definir: o objeto a” (LACAN, 2008, p. 10).

É nessa relação de mais-de-gozar que as reivindicações por parte da grande imprensa, ou na postura de agente público, como descrito por Kehl (2013), ou ainda de personagens nas manifestações com cartazes com frases como “O gigante acordou”, se realizam no processo de reconhecimento do mestre/senhor. O grande Outro no discurso é um lugar onde “o sujeito é mais pensado do que efetivamente pensa” (QUINET, 2012, p. 20). Com isso, independe se os manifestantes desconhecem a história dessa frase relacionada à ditadura militar. O Outro deu as condições para que o sujeito emergisse como efeito de um significante – “O gigante acordou” – para outro significante, tomando esse outro inserido na série dos acontecimentos de junho de 2013.

Ora, a posição de reivindicar o retorno do senhor, do significante mestre, não é exclusividade da posição discursiva da grande imprensa no seu processo inicial de criminalização dos manifestantes, mas aparece em ato entre os manifestantes – como no descrito por Chauí (2016) –, como nos cartazes como manifestação de sua voz de clamar pelo retorno do mestre.