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5 O MODELO PEDAGÓGICO DE COMPETÊNCIA NA REFORMA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: implicações para a avaliação

IDEAL GRAU DE SATISFAÇÃO Níveis de satisfação de alunos, docentes,

6.3 Observatório Escolar: metodologia e proposições

Em virtude das disposições expressas pela LDB 9394/96 para implantação de Sistemas de Avaliação da Educação Básica e da Educação Superior, surge a demanda emergente para a reflexão em torno da necessidade da elaboração de políticas e práticas avaliativas da educação profissional oferecida pelas Escolas Técnicas Estaduais.

Como já explicitado em 1997, a Superintendência do Centro Paula Souza determina que a criação da Assessoria de Avaliação Institucional, mediante a realocação de um dos membros pertencente à equipe da CETEC, tenha por incumbência a estruturação e desenvolvimento do Sistema de Avaliação Institucional.

Contudo, foram desenvolvidos concomitantemente dois instrumentos de avaliação das escolas: o Sistema de Avaliação Institucional desenvolvido pela Assessoria de Avaliação Institucional; e o Observatório Escolar desenvolvido e implementado pela equipe de Supervisores Escolares da CETEC, com foco nas atividades de acompanhamento pedagógico-organizacional, controle e propriamente de supervisão escolar.

Desta forma, o Centro Paula Souza, através de sua Coordenadoria de Ensino Técnico (CETEC), elaborou paralelamente ao Sistema de Avaliação Institucional das Escolas Técnicas Estaduais (SAI-ETE), um outro instrumento de análise e avaliação, denominado Observatório Escolar. Entretanto, ambos são instrumentos isolados de avaliação, não havendo nenhuma forma de triangulação, evidenciação e confrontação entre os dados e informações obtidas nas diferentes modalidades de Avaliação.

Ressalta-se que a Coordenadoria de Ensino Técnico (CETEC) do Centro Paula Souza, anteriormente à vigência da LDB nº 9394/96, supervisionava, orientava e acompanhava o desenvolvimento pedagógico-organizacional das Escolas Técnicas Estaduais mediante a atuação dos supervisores escolares subordinados à CETEC e alocados nos Núcleos Regionais de Supervisão Escolar.

O Observatório Escolar é criado num contexto de reconfiguração das funções da Supervisão Escolar e do papel exercido pelos Supervisores junto às Escolas; o que ocorre é uma mudança de metodologia de trabalho. Nessa perspectiva, os supervisores deixam de realizar visitas técnicas periódicas no decorrer do ano letivo que visavam à orientação e ao acompanhamento sistematizado das práticas pedagógico-organizacionais desenvolvidas pelas Unidades Escolares. O redirecionamento das atividades ocorre de maneira deliberada resultante da política institucional de gestão implementada pelo Centro Paula Souza. A partir de 1998, os Supervisores Escolares deixam de realizar as visitas técnicas regulares nas Escolas, e as orientações são feitas via documentos e textos encaminhados por meios eletrônicos (Internet- e-mails), mediante esclarecimentos de dúvidas via telefone, e por meio de cursos de capacitação e aperfeiçoamento desenvolvidos pela CETEC na sede da Administração Central em São Paulo e oferecidos aos Diretores das Unidades Escolares e aos servidores pertencentes à equipe de Direção Escolar, especialmente para os Assistentes Técnicos de Direção e Diretores de Serviços.

O Observatório Escolar foi elaborado e implementado em 1998, tendo por proposta contribuir para a consolidação de uma rede de Escolas Técnicas Estaduais, responsáveis pelo oferecimento de educação profissional (básico, técnico, e ensino médio) em um nível de desempenho ideal, com o almejado padrão de “excelência”.

Nos termos dos Documentos Institucionais, denominados Relatórios do Observatório Escolar, produzidos pela Coordenadoria de Ensino Técnico (CETEC), essa avaliação de “caráter pró-ativo, ajuda a criar uma cultura organizacional com base na permanente evolução do pessoal e na melhoria contínua dos processos internos.” (SÃO PAULO. CETEC. Relatório do Observatório Escolar, 2007).

A CETEC, conforme proposições expressas no Relatório do Observatório Escolar 2007, parte do entendimento de que a Unidade Escolar é uma organização. No entanto uma “organização é um sistema que realiza seu trabalho por meio de um conjunto de atividades inter-relacionadas (processos) que consomem recursos e produzem bens e serviços.” (SÃO PAULO. CETEC. Relatório do Observatório Escolar, 2007).

Nessa perspectiva, o Observatório Escolar contempla uma etapa inicial em que a própria escola avalia diferentes aspectos de seu processo de gestão.

Conforme afirmação da Presidente do Conselho Deliberativo do Centro Paula Souza,

a verificação de diferentes práticas de cada Unidade de Ensino, embasada numa metodologia de finalidade construtiva e formativa, permite à comunidade escolar a identificação de eventuais fatores críticos, sinalizadores de oportunidades de melhoria, promovendo assim uma gestão participativa que se reflete na efetividade do processo de ensino-aprendizagem. (SÃO PAULO. CETEC. Relatório do Observatório Escolar, 2007).

Somente a partir do ano de 2006 é que o Observatório Escolar buscou incorporar na sua dinâmica organizacional, no âmbito da escola, a participação e engajamento dos membros do Conselho de Escola. No período de 1998 a 2005 não havia quaisquer objetivos de vinculação e participação dos Colegiados Escolares, especialmente do Conselho de Escola, com o desenvolvimento da política e prática avaliativa do Centro Paula Souza, cujo instrumento consubstanciado é o Sistema de Avaliação Institucional.

Nesse sentido, fica explícito que é nulificada a concepção de gestão democrática do ensino público fundamentada no princípio de participação da comunidade escolar (docentes, discentes, servidores e pais) e extra-escolar (associações de bairros, ex- alunos e representantes da comunidade externa vinculada à escola) no processo de elaboração e implementação do Projeto Político-Pedagógico e da participação nos Colegiados Escolares, dentre esses o Conselho de Escola. Assim, a Avaliação Institucional como elemento e instrumento da gestão educacional demanda também a participação e reflexão dos membros dos Colegiados Escolares, que referendam ou não a homologação do Projeto Político-

Pedagógico das Unidades Escolares, como também dos projetos educativos-organizacionais das instituições educacionais.

Ressalta-se que não há vinculações deliberadas entre o SAI-ETE, considerado isoladamente no Instrumento por essência de Avaliação Institucional, com o Observatório Escolar.

A versão atual do Observatório Escolar realizado neste ano (2007) contempla as seguintes etapas: 1ª) Indicação do Coordenador da Auto-Avaliação, que deve ser um membro do Conselho de Escola; 2ª) Participação no Curso de Capacitação para Coordenadores da Auto-Avaliação promovido pela CETEC; 3ª) Estudo do Instrumento de Auto-Avaliação dos Processos de Gestão e elaboração de um Plano de Ação (Cronograma de atvidades, divisão de tarefas, agendamento de reuniões; 4ª) Aplicação do Instrumento de Auto-Avaliação; 5ª) Identificação dos Documentos Comprobatórios ( evidências); 6ª) revisão e consolidação dos resultados; 7ª) lançamento dos resultados no site do Observatório Escolar; 8ª) Autorização de envio de resultados do site ao Coordenador Regional. Registra-se que os Coordenadores de Auto-avaliação são membros do Conselho de Escola, podem ser pais de alunos, professores ou coordenadores de área.

Os itens que compõem a avaliação do Observatório Escolar 2007 classificam- se em blocos conforme as categorias de observação e avaliação: I) Gestão Pedagógica; II) Gestão do Espaço-Físico; III) Gestão Participativa; IV) Gestão de Pessoas; V) Gestão de Documentos; VI) Gestão de Parcerias;VII) Gestão de Serviços de Apoio; VIII) Avaliação de Consenso; IX) Parecer Conclusivo dos Observadores, supervisores; X) Considerações Finais. (SÃO PAULO. CETEC. Relatório do Observatório Escolar, 2007).

A Gestão Pedagógica compõe o Bloco I e apresenta um Comparativo do Desempenho da Unidade Escolar nos últimos anos e um comparativo da ETE com o Resultado Geral. Este bloco é composto pelos subitens: a) articulação entre os planos de curso e os planos de trabalho docente; b) desenvolvimento dos planos de trabalho docente; c) incentivo à autonomia,ao trabalho coletivo e à contextualização.

O Bloco II refere-se à Gestão do Espaço-Físico composta pelos dois itens: a) a organização do espaço físico; b) a orientação para utilização do espaço público.

A Gestão Participativa compõe o Bloco III, é constituída pela análise das categorias: Planejamento Escolar; atuação do Conselho de Escola; fomento à participação dos alunos em ações conjuntas; participação da comunidade na gestão escolar; gerenciamento das atividades de rotina na escola.

O Bloco referente à Gestão de Pessoas comporta os itens: a) capacitação em serviços de docentes e funcionários; b) assiduidade da equipe escolar.

A Gestão de Documentos é composta pelas categorias: a) gestão da Secretaria Acadêmica; b) registro de desenvolvimento do ensino; c) apoio administrativo; d) organização de tratamento de acervo documental e atendimento.

No item Gestão de Parcerias são avaliadas as ações promotoras de parcerias e ações de compartilhamento de práticas educacionais. Na Gestão de Serviços de Apoio são avaliadas as condições da biblioteca e sala de leitura, a segurança de trabalho na escola e a aplicação de recursos financeiros.

Após a análise das categorias supracitadas são apresentados a Avaliação de Consenso, o Parecer Conclusivo dos Observadores, supervisores e as considerações Finais.

Ao concluir esta descrição do Observatório Escolar cumpre destacar que sua atuação não está articulada à Avaliação Institucional, especificamente ao Sistema de Avaliação Institucional das Escolas Técnicas Estaduais.

6.4. Os resultados da Avaliação Institucional do Centro Paula Souza (de

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