• Nenhum resultado encontrado

OS LUGARES E AS GENTES: VISÃO PANORÂMICA DA CIDADE DE CESÁRIO VERDE

2 O POETA MODERNO: O HOMEM E O SEU TEMPO

3.2 OS LUGARES E AS GENTES: VISÃO PANORÂMICA DA CIDADE DE CESÁRIO VERDE

Embora relacionada à experiência do poeta, a cidade dos poemas de Cesário Verde é uma cidade escrita. Assim, ela é dimensionada, a cada traço, pela interferência do olhar específico que, em cada texto, a cria. São olhares irrequietos que, em suas inquietudes, carregam a geografia física de novas significações.

Seguindo algumas recomendações de Roland Barthes, não tenciono evocar os processos da semiologia urbana, mas destacar algumas referências que funcionam como unidades de significação: são bairros, monumentos, ruas, prédios, jardins gradeados, espaços significantes que foram priorizadas pelo poeta. Esse levantamento panorâmico serve como ponto de partida, para que sejam compreendidos os significados que essas referências adquiriam nos poemas.

Ligados ao prazer, alguns ambientes tomam, na poesia de Cesário, uma dimensão erótica. São identificados como “socialidades”, visto que se tornam pontos de encontro, de troca, de lazer, para a população que começou a freqüentá-los. Para o eu poético, esses cafés e bares são observatórios, a partir dos quais se descortina uma Lisboa em mutação. Nos bares, ele observa através das janelas, dos vidros, das portas, o movimento exterior. Nunca se preocupa com os que ali se encontram. A eles apenas se refere, para caracterizar o tipo de bar. Os do porto freqüentam marinheiros estrangeiros, bebedores de gim. Os dos centros freqüentam tipos diversos, talvez os bebedores de absinto, mais provavelmente do bom vinho.

Ao falar do comércio, Cesário refere-se imediatamente a sua loja na Rua da Alfândega e dos Fanqueiros, localizada na Baixa Lisboeta, de onde era possível ver os diferentes tipos sociais freqüentadores do centro da cidade. Como já foi dito, a localização, para um analista da vida urbana, era estratégica. A loja voltava-se de um lado para a parte da cidade onde circulava a gente burguesa e, do outro, tornavam-se visíveis os

freqüentadores do porto, mercadores, trabalhadores que viviam numa dinâmica diferente do movimento da burguesia abastada.

Esse movimento de pessoas referido por ele em poemas como o “Sentimento dum Ocidental” é notável no poema “Desastre” no qual se observam, circulando sem compromisso, dândis, cocottes, poetas, democratas, aristocratas; era o desfile realizado no Aterro, local que representa o avanço da cidade pelos espaços fluviais ou marítimos, que sofreram o impacto da urbanização e que invadiram pouco a pouco as águas da cidade. Esse novo traçado que a modernidade trouxe a Lisboa produziu contradições que, por sua vez, trouxeram turbulências ao espírito do poeta. No aterro, passeia a classe favorecida, mas, também é nele que caem, sofrem, morrem os desfavorecidos da sorte, que se penduravam “como morcegos” em andaimes, durante a construção dos novos prédios que trazem o crescimento vertical de Lisboa.

Flanavam pelo Aterro os dândis e as cocottes, Corriam char-à-bancs cheios de passageiros E ouviam-se canções e estalos de chicotes, Junto à maré, no Tejo, e as pragas dos cocheiros.

(CV. Desastre, p. 100)

As pessoas não se deslocam mais por praças, como anteriormente faziam, elas circulam, naquele momento, nos aterros, assim como nas avenidas e nos bulevares, trocando olhares momentâneos, próprios a quem se exibe e, simultaneamente, se oculta, num jogo de oferecer e negar.

Nos bairros periféricos, a aglomeração era outra. O poeta analisa os “bandos” que saem do trabalho, numa agitação que, para ele, indicia o desejo dos trabalhadores das

fábricas de seguirem rapidamente para seus lares. Dois aspectos são notados nesse grupo que se desloca rapidamente: a vitalidade demonstrada no desempenho das tarefas – lembremo-nos de que a maioria desses trabalhadores é oriunda da zona rural – e a satisfação momentânea de se recolherem às suas casas depois de um dia de trabalho.

No porto, aglomeram-se as varinas, os trabalhadores portuários, os marinheiros, numa mistura de raças e línguas, de sonhos de partir e de ficar. Ambiente familiar para o povo, acostumado aos embarques e desembarques, o porto que aparece nos versos de Cesário é principalmente local de desembarque de estrangeiros, de visitantes e de compradores. Esse lugar visitado com freqüência pelo poeta em suas deambulações é limitado pelo cais. Nesse ponto, a consciência reflexiva dos poemas costuma expandir-se, desenvolvendo conclusões, no final das caminhadas. Sozinho ou com uma companheira, esse eu poético chega ao porto quase sempre tocado pela mágoa. Assim, o porto é, de fato, contradição: o fim e o começo, gozo e tormento.

E ali começaria o meu desterro! ... Lodoso o rio, e glacial, corria;

Sentámo-nos, os dois, num novo aterro Na muralha dos cais de cantaria.

(CV. Noitada, p. 128)

A essas pessoas que se agrupam nas ruas na saída do trabalho, nos bares, faltam a facilidade e a desenvoltura do flaneur. Seus ritmos diferem da tranqüilidade irresponsável desse tipo citadino. A multidão, que se “apinha” no cais ou na saída das fábricas – massa humana da qual Cesário sempre procura se aproximar e descrever – torna-se um dos seus temas essenciais. Em alguns casos, o observador emerge da multidão, realçando sua

imagem para se colocar em primeiro plano; em outros momentos, ele mistura-se à massa compacta. Os quadros citadinos são freqüentemente descritos em situações onde a massa amorfa surge desordenada e ameaçadora.

E nestes nebulosos corredores

Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas; Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas, Cantam, de braços dados, uns tristes bebedores.

(CV. O Sentimento dum Ocidental, p. 156)

Diferentemente do que acontece com Edgar Allan Poe e Baudelaire, vemos, nos versos de Cesário, dois tipos de quadros distintos. Se, na poesia dos seus antecessores, os personagens individuais se movimentam com familiaridade por entre a aglomeração – “a multidão não é a sua antítese”68, e sim o seu complemento – na obra de Cesário, ocorrem dois tipos de situações: alguns tipos se distinguem da massa urbana que sentem, de fato, como hostil; é o caso da “Débil”. Em outros momentos, surgem tipos femininos audazes, provando ao observador que é possível ao indivíduo uma intensa familiaridade com a multidão. O eu poético observa com espanto esses seres que circulam na cidade, sem receios nem temores, como no caso de “Cristalização”.

“Mas se a atropela o povo turbulento! Se fosse, por acaso, ali pisada!” De repente, paraste embaraçada Ao pé dum numeroso ajuntamento.

Porém, desempenhando o seu papel ma peça, Sem que inda o público a passagem abra, O demonico arrisca-se, atravessa

Covas, entulhos, lamaçais, depressa, Com seus pezinhos rápidos, de cabra!

(CV. Cristalizações, p. 125)

Vendo a cidade através das suas formas concretas, dando a sua dimensão por descrições físicas, Cesário termina por mostrar sua feição de organismo vivo. As procissões que passam, o féretro de certo político que desfila, a estréia de uma famosa atriz dinamizam a paisagem e, de certo modo, a animizam.

Anoitecia então. O féretro sinistro

Cruzou com um coupé seguido dum correio, E um democrata disse: “Aonde irás ministro! Comprar um eleitor? Adormecer num seio?”

(CV. Desastre, p. 101)

Os monumentos tomam na obra de Cesário uma característica especial. Dispersas por Lisboa, as estátuas dos seus heróis vão perdendo sua função inicial, aquela do tempo em que foram erguidos os pedestais. Em acordo com a futura observação de José Cardoso Pires, essas estátuas “passam todo o tempo a ocupar os espaços de praças e parques sem que a cidade nem lhes dê, ao menos, os bons-dias”.69 Suas presenças, contudo, parecem insistir em recuperar, suas histórias, na memória dos que por ali passam, “inundando os sentidos humanos.”70 A diferença de valor entre a imagem de uma estátua e outra qualquer

68 BENJAMIN, Walter. Sobre alguns temas de Baudelaire. In: ______. A modernidade e os modernos. Rio de

Janeiro: Tempo Brasileiro. 1975. p. 51.

69 PIRES, José Cardoso. Lisboa, vistas da cidade. In: ______. Um olhar português. Lisboa: Círculo de

Leitores, 1991. p. 133.

70 apud SENNETT, Richard. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. Tradução Lygia Araújo

tende a tornar-se tão transitória, quanto o próprio movimento do passante. Essa indiferença não escapou ao olhar de Cesário, assustado diante de uma Lisboa transformada.

Mas num recinto público e vulgar,

Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras, Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras, Um épico doutrora ascende, num pilar.

(CV. O Sentimento dum Ocidental, p. 144)

Esse olhar que capta a imagem estática dos monumentos, e que a dinamiza através da memória, é o mesmo olhar que passeia pela cidade, buscando fugir da sensação de desordem e confinamento. A notação dessas referências emblemáticas aparece na obra de Cesário Verde, talvez em decorrência da sua necessidade de deter o curso da história, acelerada demais pelo ritmo moderno. Em alguma medida, isso demonstra a percepção de Cesário acerca da modernidade como um tempo que levava tudo à mudança e promovia instabilidades externas e interiores.

Diante da transitoriedade das formas, as sociedades sempre buscaram materiais que garantissem a preservação de algum registro do passado. Para tanto, o registro plástico, em material concreto, sempre pareceu menos vulnerável do que as susceptíveis palavras. Portanto, foi também para superar a lógica linear da narrativa histórica, mas foi principalmente para suplementar a sua matéria – a palavra –, que Cesário Verde dotou a sua poesia de aspectos plásticos e de sugestões pictóricas.

Monumentos, bustos e estátuas são emblemas da tradição e da cultura, que tornam a cidade um corpo sinalizado por fatos e ações. A amargura que pode provocar certas lembranças evocadas por esses sinais dispersos nas ruas, os emblemas, marca a obra de

Cesário Verde. Eles evocam outros tempos que, por contraste, evidenciam a negatividade do presente. A dispersão com que trafegam os caminhantes pela cidade provoca um distanciamento que expressa uma nova displicência feminina, um novo comportamento do homem e uma negligência dos políticos diante desses símbolos:

Adorável! Tu, muito natural, Seguias a pensar no seu bordado; Avultava, num largo arborizado, Uma estátua de rei no pedestal.

(CV. A Débil, p. 111)

As construções seculares, como as igrejas, as prisões, os castelos, os quartéis são constantemente visitados por seu olhar perscrutador que denuncia, investiga, captando por trás dos grandes muros seus pecados e seus horrores. Especial plasticidade têm os claustros, que se expandem para além das muralhas conventuais e projetam na composição visual de Cesário um jogo de luz e sombra. Os cais, os becos escuros, as boticas, os restaurantes, os prédios de andares, os jardins escuros também projetam sombras que compõem ambientes lunares, promovendo no leitor sensações de ameaça e frustração.

Com a aceleração das experiências, a cidade moderna exibe uma série de formas desvirtuadas de sua função e, por isso, desprovidas de sentido. Os conventos não têm mais, nos novos tempos, a quem acolher. As “sofridas de amor” não buscam reclusão. O lugar é tomado por policiais, as patrulhas necessárias nessa nova cidade. Os motins de trabalhadores, as dezenas de desempregados, a ociosidade perigosa das ruas, mendigos abandonados, prostitutas fazem parte de um quadro triste que se multiplica ao sabor do crescimento desse espaço que precisa ser vigiado.

E ali começaria o meu desterro! ... Lodoso o rio, e glacial corria;

Sentamo-nos, os dois, num novo aterro Na muralha dos cais de cantaria.

[...]

E tu que não serás somente minha, Às carícias leitosas do luar, Recolheste-te, pálida e sozinha, À gaiola do teu terceiro andar!

(CV. Noitada, p. 129)

A obra poética de Cesário Verde nos revela a coexistência de elementos heterogêneos, e até antagônicos, expressos através das linguagens diferenciadas, que já disputavam o espaço da Lisboa que o poeta conheceu. Em sua cidade, já se refletia o crescente desenvolvimento que o século XIX impunha. Os aterros, os prédios de azulejo, os tapumes, os calçamentos – “formas agudizadas”71 por excelência – convertem a cidade num ambiente inóspito, imposto pelo desenvolvimento capitalista. Essas formas conviviam sem harmonia com bancos de praça, jardins floridos e parques, gerando o que Renato Cordeiro Gomes chama uma “morfologia espacial”72 contrastante.

Ao falar de Lisboa, Cesário Verde transmite primeiro suas sensações iniciais e só depois nos mostra o objeto, foco que o seu olhar termina abrigando por inteiro. Sua técnica muito particular de apreensão sensorial incide sobre o plano físico e sobre o campo social, misturando carência e desejo, forma concreta e visão, de modo que pelo menos três

71 GOMES. Renato Cordeiro. Todas as cidades, a cidade: literatura e experiência urbana.Rio de Janeiro:

perspectivas se impõem ao leitor: há uma cidade feita de formas concretas, opressoras; há, encoberta por essas formas, a cidade fantasmática evocativa do passado; e há a cidade bloqueada; essa última é a cidade que poderia surgir da força de seus trabalhadores, não fossem eles as vítimas do enfraquecimento imposto por uma história injusta.

À deformação física do espaço corresponde uma paisagem humana igualmente deformada, acentuando a noção de paisagem artificial que, em seu exibicionismo, adoece e simultaneamente fascina o poeta.

Flanavam pelo Aterro os dândis e as cocottes, Corriam char-à-banc cheios de passageiros E ouviam-se canções e estalos de chicotes, Junto à maré, no Tejo, e as pragas dos cocheiros.

(CV. Desastre, p. 100)

A idéia sugerida no poema “Desastre” exemplifica a rejeição do observador que repudia os estalos de chicotes e a presença dos dândis e das cocottes no lugar onde o Tejo e o mar se encontram. A naturalidade perdida pela construção do aterro fez desaparecer desse lugar a calma, transformando-o num local agitado, onde os modernos habitantes preferem circular.

Alguns conservadores refugiam-se nos parques e nos jardins gradeados. Os parques têm uma significação especial na obra de Cesário. Esses locais procuram preservar, dentro da cidade, a natureza, mas terminam por mantê-la contida, gradeada. Lá os casais procuram a tranqüilidade necessária a um afeto também contido, represado.

72 Id. loc. cit.

A superposição de elementos humanos e físicos marca os quadros de Cesário e revela seu inconformismo com o curso que Lisboa prometia seguir. Integram esses blocos descritivos, os teatros abarrotados de espectadores, os cafés devassos, onde os poetas partilhavam suas intimidades com os demais bebedores, os armazéns, as lojas cheias das novidades inglesas e francesas que proporcionavam à sua clientela a ilusão de estarem atualizados com a moda das metrópoles, os restaurantes da moda como o Mota e o Martinho, locais de encontros dos artistas da época, todos eles ambientes freqüentados comumente por homens e mulheres.

As novidades trazidas por navios vindos dos grandes centros urbanos são, com riqueza de detalhes, descritas na obra do poeta, de modo que essas descrições imprimem cores múltiplas à realidade. Cesário Verde também descreve, com freqüência, os novos transportes urbanos, como se observa nos versos de “Desastre”: “Corriam char-à-banc cheios de passageiros” (CV. p. 100) por onde circulam os tipos que não se mantêm mais reclusos nos espaços fechados e preferem passear nas ruas. No poema “Esplêndida”, o eu enunciador ainda acrescenta, ao tipo de transporte, o brilhantismo da equipagem e o requinte do trajes dos lacaios com suas capas de borracha esbranquiçadas, os chapéus com roseta e as librés de forma aprimorada.

Ei-la! Como vai bela!...

Deita-se com languor no azul celeste Do seu landau forrado de cetim;

E os seus negros corcéis, que a espuma veste Sobem a trote a rua do Alecrim,

Velozes como a peste.

(CV. Esplêndida, p. 71)

Cesário imprimia o seu próprio ritmo nessas caminhadas pela cidade. Na maioria das vezes, mantinha uma certa distância do quadro físico ou humano que observava. Diferentemente do que ocorre no conto “O homem da multidão”73, escrito por Edgar Allan Poe, em que é prevista uma cidade ilegível, Cesário não perde, em relação aos tipos humanos que descreve, uma certa familiaridade. De algum modo, eles repetem-se. Afinal, seu olhar observador circula numa cidade pequena, cuja extensão não ocuparia mais de meia dúzia de bairros ingleses. Os tipos lisboetas, além de reduzidos, eram familiares para quem freqüentava diariamente as ruas. Assim, é possível ao poeta identificar, no esmoler que surge em “O Sentimento dum Ocidental”, o seu antigo professor de latim.

Mais numeroso, um primeiro grupo humano – formado na sua maioria de trabalhadores, como artesãos, calafates, varinas, obreiras, mestres-carpinteiros, trabalhadores diversos dos arsenais e das oficinas – merece do poeta uma descrição que visa a revelar um confinado heroísmo, selado pela força física e pelo apego ao trabalho. Um segundo grupo é formado pelas elites que circulam em bairros burgueses e nas ruas mais centrais. Esses são os altos funcionários da nação, os padres de batina, que em menor número passeiam pelas calçadas, misturando-se aos demais transeuntes e se comportando

73 POE, Edgar Allan. O homem da multidão. In: ______. Ficção Completa, Poesia e Ensaios. Rio de Janeiro:

sem pudor, sem discrição, como no poema “Noitada”: “Cara rapada, gordo e presumido,/ O padre que parou para te ver” (CV. p. 126). Também os militares amedrontam e pertencem a uma classe de gente que o poeta despreza. A sua falta de escrúpulo, o seu ar superior e principalmente a sua atitude em relação à classe pobre são aspectos criticados.

Ao retratar certas figuras lisboetas, Cesário imprime seu posicionamento em relação a instituições sociais que ele condena e muitas vezes combate. Refiro-me ao olhar irônico lançado sobre os militares, os funcionários da nação, e principalmente sobre os padres. No poema “Noitada”, o audacioso religioso lança o olhar desconcertante à dama que desfila:

“Tenho ainda gravado no sentido, Porque tu caminhavas com prazer, Cara rapada, gordo e presumido, O padre que parou para te ver”.

(CV. Noitada, p. 126)

Na “Débil”, o eu enunciador qualifica-os de chusma de batinas, sempre a circularem nas ruas, lugar público vulgar, atrapalhando o movimento dos que passam:

“Com elegância e sem ostentação, Atravessavas, branca, esvelta e fina, Uma chusma de padres de batina E de altos funcionários da nação.”

(CV. A Débil, p. 111)