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Os termos do ritual da festa – complexidade na alegria e na obrigação

5.1 Termos Coletados – Criatividade na Variação

5.1.2 Ciclo da festa

5.1.2.1 Os termos do ritual da festa – complexidade na alegria e na obrigação

TERMO DEFINIÇÃO OUTRAS INFORMAÇÕES

ABERTURA DA TRIBUNA

No Maranhão, ritual inicial da festa que consiste em instalar os símbolos no salão decorado, ao

“[...] <a abertura da tribuna> nós botamos tudo que estava guardado: as bandeirinhas,

toque das caixas (FSR, p. 85). bandeira, a coroa e ficamos tocando as caixa [...]” (Dona Celeste - CMFI, p. 119).

ABERTURA DA MESA

Nos Açores, espécie de cerimônia feita pelos Foliões antes do jantar do Espírito Santo (JSB, p. 38).

ABRIR A BANDEIRA

Nos Açores, ter o Espírito Santo em casa (JSB, p. 40).

ALMOÇO DOS IMPÉRIOS

No Maranhão, almoço oferecido, pela casa que festeja o Divino, ao império das crianças e depois a todos os presentes (FSR, p. 85).

“Novamente em São Luís , na Casa Fanti Ashanti, gravamos o <Almoço dos Impérios> e o Passamento das Posses” (MB, p. 15).

ALUMIAÇÃO

Nos Açores, costume de acender, à noite, as velas do trono, nos sábados que precedem as sete domingas (MBS, p. 27).

AMARRAÇÃO AO MASTRO

No Maranhão, ritual em que convidados escolhidos são levados até o mastro onde permanecem até pagarem a prenda (FSR, p. 88).

“Aí ocorre geralmente a prisão ou <amarração ao mastro>, que consiste em colocar o convidado escolhido e cercá-lo de caixeiras” (DVF1, p. 58).

ARMAR CANTIGA

Nos Açores, cantar os versos de uma cantiga, que os outros vão repetindo em coro – Graciosa (JSB, p. 78).

ARREMATAÇÃO DAS

OFERENDAS

Nos Açores, adjudicação em leilão das ofertas do Império (MBS, p. 31).

Algumas destas ofertas resultam de promessas feitas em momento de doença ou aflição – São Miguel, Flores, Corvo, Pico, Faial (MBS, p. 31).

ASSENTAR A IRMANDADE

Nos Açores, nome que nas Flores se dá ao acto de arrolar a quantidade de carne que cada Irmão do Esprito Santo deseja receber no sábado de Espírito Santo (JSB, p. 83).

ASSENTAR POR IRMÃO

Nos Açores, registar o nome para ser considerado Irmão de uma Irmandade do Espírito Santo (JSB, p. 83).

BANDO

Nos Açores, recitação, nos sábados que precedem as domingas do Espírito Santo e da Trindade, de loas que anunciam a festa e satirizam factos e pessoas da freguesia (MBS, p. 38).

O bando é recitado por uma personagem vestida de claro,

montada num cavalo,

acompanhada de uma segunda personagem, representando um velho andrajoso – o velho do bando – que comenta

ironicamente as quadras recitadas pelo cavaleiro – São Jorge (MBS, p. 38).

BATISMO DAS CAIXAS

No Maranhão, cerimônia de batismo das caixas, que inclui o uso de toalha, vela, água benta, e a presença de padrinhos; nessa cerimônia, as caixas recebem nomes (FSR, p. 91).

“O <batismo das caixas> costuma ser feito no levantamento do mastro”. “[...] <batismo de novas caixas>, recebendo por exemplo nomes como Saudade e Recordação” (SFF1, p. 167).

BATISMO DO MASTRO

No Maranhão, cerimônia de batismo do mastro, que consiste em aspergir água benta com ramos de murta, pelos padrinhos (FSR, p. 91).

“Quarta-feira véspera da Ascensão, é o dia do <batismo (e do levantamento) do mastro>” (SFF1, p. 167).

BATIZADO DO MASTRO

No Maranhão, outro termo para Batismo dos Mastros (FSR, p. 92).

Trecho de cântico para o batizado do mastro: “Te batizo Oliveira/ Com toda a tua formosura/ Não te dou os santos óleos/ Porque não és criatura(PGA, p. 24).

BEZERRADA

Nos Açores, [...] passeio dos gueixos que vão ser abatidos. [...] a bezerrada realiza-se na quinta-feira que precede cada coroação (MBS, p. 39).

Os bezerros, antes de serem sacrificados, correm as ruas da freguesia, ao som do Pèzinho dos bezerros, enfeitados com boninas e com flores de papel, coladas ao pelo com alcatrão, levando presa na testa uma coroa ou uma pomba de cartolina branca. Chegados à casa do Imperador, fazem ajoelhar os bezerros e aquele abençoa-os, tocando-os com o ceptro, num movimento de cruz na testa e no lombo;

O bezerro enfeitado/ Com boninas amarelas/ e as meninas estão vendo/ Debruçadas às janelas (MBS, p. 39).

BRINDAR A MESA

Nos Açores, ato de fazer brindes com um só copo de vinho ou aguardente, o qual circula, em cima de um prato, ao redor da mesa, para que cada convidado possa levantar um brinde. Após o brinde, cada convidado lança ao prato algum dinheiro destinado aos foliões (MBS, p. 45).

BUSCAMENTO DO MASTRO

No Maranhão, ritual festivo e processional de transporte do mastro, sobre os ombros de participantes (FSR, p. 92).

Para buscar o mastro, as caixeiras cantam: “Senhora dona da festa/ Foi agora que eu cheguei, Pra buscar o vosso mastro/ Onde se encontra não sei” (MB, p. 153).

BUSCAR A SANTA COROA

No Maranhão, ritual de visita entre impérios de casas diferentes (FSR, p. 93).

“O império da Casa de Nagô vai visitar o da Casa das Minas. Diz-se que vai <buscar a ‘santa coroa`>” (SFF1, p. 172).

BUSCAR O SENHOR

ESPRITO SANTO

Nos Açores, buscar a Coroa do Espírito Santo e as Bandeiras onde estão nesse momento, para os levar para outro lugar, geralmente acompanhados pelos cânticos dos Foliões (JSB, p. 27).

CANTORIA DO

TERÇO Nos Açores, cerimônia em que se reza o terço (AAF, p. 177).

CERIMÔNIA DO PÃO DA

VITÓRIA

Nos Açores, cerimônia que consiste na distribuição de fragmentos de um pão ázimo, o Pão da Vitória, ou Pão-de- Bodo, feito por ocasião das festas do Espírito Santo e benzido pelo pároco. Os fragmentos são beijados e guardados nas casas, junto aos oratórios (JSB, p. 170).

CIGANAGEM

No Maranhão, tradição que consiste na recolha de pequenas contribuições em dinheiro ou gêneros, durante a festa, realizada por adolescentes e jovens (FSR, p. 97).

“No sábado seguinte, durante o dia, mocinhas e crianças, sempre acompanhadas das caixeiras, se entregam à <‘ciganagem’>, novo recolhimento de pequenas oferendas: um maço de folhas de vinagreira para o arroz-de-cuxá, dois limões para a batida, uma talhada de jerimum e uma garrafa de cachaça” (CL, p. 29). CONTINÊNCIA

Nos Açores, mesura, vênia, que os Cavaleiros fazem sempre à porta do Império (JSB, p. 188).

COROAÇÃO

Nos Açores, ato no qual a coroa é colocada na cabeça do Imperador ou da criança que o substitui nessa solene ocasião (MBS, p. 71).

Meu nobre Imperador/ já vindes da coroação/ com o mais nobre penhor/ da mais celeste benção (MBS, p. 70).

COROAR, CROAR.

Nos Açores, outra designação

No Maranhão, ritual de coroação do Imperador e/ou imperatriz, realizado pelo padre durante a missa (FSR, p. 99).

no entrar da missa/ Quando o padre vai <croar>” (MB, p. 156).

CORRER IMPÉRIOS

Nos Açores, visita a todos os Impérios que, na mesma ilha, se realizam em cada dominga (MBS, p. 72).

CORRER A MIGALHA

Nos Açores, recolha feita pelos Foliões, constituída por ofertas de frangos, massa, fruta, favas, batatas, morangos, abóboras e outros gêneros que serão depois arrematados para ajudar as despesas do império (MBS, p. 72).

CORRER OS BODOS

Nos Açores, outra designação para Correr os Impérios – Terceira (MBS, p. 72).

Na Terceira, as visitas realizam- se nos domingos de Pentecostes e da Trindade, num circuito completo que abrange todas as freguesias da ilha (MBS, p. 72). CORRIDA

Nos Açores, distribuição de bebida e de massa-sovada aos presentes nas festas do Espírito Santo (JSB, p. 192).

CORTEJO

Nos Açores, marcha

processional em direção à igreja ou à ermida onde se realiza a coroação [...] marcha de regresso à casa do Imperador, a qual finaliza com a Descoroação (MBS, p. 73); No Maranhão, percurso, organizado, da igreja à casa da festa, depois da missa, com a presença do Império (FSR, p. 99).

“O <cortejo> é acompanhado pelas caixeiras, pelos parentes das crianças, por pessoas da casa e amigos” (SFF1, p. 170).

CORTEJO DAS COROAS

Em Portugal Continental, [cortejo durante o qual] três coroas de prata “outrora do imperador e dos dois reis”, as quais, em bandejas do mesmo metal ou “salvas cobertas por panos vermelhos adamascados”, são processionalmente conduzidas pelas ruas, em Domingo de Páscoa, [...], anúncio da Festa dos Tabuleiros [em Tomar] (MMS, p. 265).

DEITAR ALVORADA

Nos Açores, Cantar uma Alvorada, o que é feito pelos foliões, nas festas do Espírito Santo (JSB, p. 208).

DERRUBADA DO MASTRO

No Maranhão, ritual de retirada do mastro que marca o encerramento da festa (FSR, p. 100).

Cântico para a derrubada do mastro: “Nas horas de Deus amém/ nas horas de Deus será/ Já está chegando a hora/ do mastro nós derrubar” (MB, p. 153).

DESCANTAR Nos Açores, cantar, em honra do Espírito Santo (JSB, p. 212). DESCANTAR À

COROA

Nos Açores, outra designação para Descantar (JSB, p. 212).

DESCOROAÇÃO

Nos Açores, cerimônia que consiste na entrega, sob ritual preciso, das insígnias, pelo Imperador, colocando-as sobre o trono (MBS, p. 81).

Meu nobre pagem da coroa/ Bem no podeis descoroar/ Tirai- lhe a Divina Coroa/ Ponde-a no seu lugar (MBS, p. 81).

DESPENDER A SORTE

Nos Açores, cumprir a última parte de uma promessa do Espírito Santo (JSB, p. 216).

DISPENDER O BODO

Nos Açores, oferecimento formal ao Espírito Santo das promessas recolhidas na véspera, seguido de uma eventual distribuição, entre as pessoas presentes, de fatias de massa-sovada (JSB, p. 223).

DISPOR A COROA

Nos Açores, colocação da Coroa no altar, no acto da descoroação (MBS, p. 83).

Com gosto vos vou dispor/ Coroa santa e bendita/ e abençoai-nos senhor/ Com a vossa benção infinita (MBS, p. 83).

DISTRIBUIR ESMOLAS

Nos Açores, distribuir as esmolas pelas casas, ou seja, o pão, a carne, nalguns lugares o vinho, pelas festas do Espírito Santo (JSB, p. 223).

ENTOADA Nos Açores, outra designação para Cantoria do terço – Pico – (AAF, p. 177).

ENTERRO DOS OSSOS

No Maranhão, o dia seguinte à festa, quando se faz a limpeza da casa e a distribuição das sobras (FSR, p. 103).

“Para ser considerada boa, a festa do Divino deve ter alimento em abundância, para todos e que sobre para o ‘lava-pratos’ e para o <‘enterro dos ossos’> nos dias seguintes” (SFF2, p. 176).

juncar de feno (caruma de pinheiro) o chão térreo do meio- da-casa, onde se armava o trono, nas casas onde se festejava o Esprito Santo (JSB, p. 236).

Em casa de Mordomo, feno à porta (JSB, p. 236).

ENTREGA DAS POSSES

No Maranhão, outro termo para Repasse das Posses Reais(FSR, p. 103).

“Há ainda a cerimônia de <entrega das posses> do império” (SFF1, p. 172).

ESMOLA

Nos Açores, também chamada pensão, é a oferta dada por ocasião das festas do Espírito Santo (JSB, p. 248);

No Maranhão, pedido de colaboração em dinheiro ou gêneros alimentícios para a realização da festa (FSR, p. 104).

“Espírito Santo pede <esmola>/ Mas não é por carecer/ É só pra experimentar/ Quem seu devoto quer ser” (PGA, p. 77).

EXTRAÇÃO DOS PELOUROS

Nos Açores, sorteio entre os Irmãos, feito pelas festas do Espírito Santo, para se saber a quem toca realizar a festa no ano seguinte – Terceira (JSB, p. 259). FECHAMENTO DA TRIBUNA No Maranhão, cerimônia de encerramento da festa (FSR, p. 106).

Cântico para fechamento da tribuna: “Sete cravo e sete rosa/ Formou um raminho de flor/ Meu Divino Espírito Santo/ Sua Tribuna se fechou” (MB, p. 178).

FOLIA DOS BEZERROS

Nos Açores, também chamada Bezerrada, é uma festa que se faz na sexta-feira – o chamado dia do bezerro –, em que se mata o gado, que chega enfeitado de fitas e flores, em cumprimento de promessa, recebido com a cantoria do Pezinho dos bezerros pelos tocadores de viola e os afamados repentistas (JSB, p. 280).

FOLIAR

Nos Açores, andar a cantar e/ou a tocar nas Folias do Espírito Santo (JSB, p. 281).

ILUMINAÇÃO Nos Açores, outra designação para Alumiação (JSB, p. 308). IR AO IMPÉRIO Nos Açores, o mesmo que ir ao

Santo (JSB, p. 312).

IR BUSCAR O REPIQUE

Nos Açores, o Imperador que recebia a coroa para coroar no domingo imediato tinha de [...] passar pela igreja e fazer com que repicassem os sinos antes de entrar em casa (MBS, p. 114).

JÓIA No Maranhão, oferta obtida pelas caixeiras, em forma de dinheiro ou gêneros.

“[...] eles tira às vezes melhor <jóia> que quem tá com a caixa” (MB, p. 64).

LAVA-PRATOS

No Maranhão, continuação da festa, para consumo das sobras da refeição do dia anterior.

“No dia seguinte [...] há o <lava-pratos>, que se desdobra em mais festa”. (MB, p. 124). A expressão “lava-pratos”, com o mesmo sentido, é utilizada também para outras festas como, por exemplo, para o carnaval. LEILÃO DA

PERNA DO ANDOR

Na Beira, um dos meios de angariação de fundos, que consiste em garantir um espaço privilegiado no cortejo ou procissão (FH, p. 285).

LEVANTAR A COROA

Nos Açores, iIr buscar e levar a Coroa do Espírito Santo para casa (JSB, p. 330)

LEVANTAR DA MESA

Nos Açores, cerimônia feita pelos Foliões após o jantar do Espírito Santo e no final das merendas (JSB, p. 330).

LEVAR DE VISITA

Nos Açores, oferecer. É expressão muito usada em relação às ofertas feitas pelas festas do Espírito Santo (JSB, p. 330).

MATAÇÃO DO GADO

Nos Açores, abate das reses para a festa do Espírito Santo, sempre ao ar livre e na sexta- feira anterior ao domingo da festa (JSB, p. 356).

MATANÇA

No Maranhão, brincadeira que consiste em acompanhar, em cortejo pelas ruas da cidade, os bois.

Ritual de morte e

esquartejamento do boi que será servido como alimento durante a festa; a sequência do ritual é definida pelos cânticos das caixeiras (FSR, p. 113).

“[...] realiza esse ritual, chamado <matança> ou matutagem” (MB, p. 58).

MATANÇA DOS GUEIXOS

Nos Açores, abate dos gueixos – bezerros – destinados ao bodo (MBS, p. 128).

Vamos nós aqui andando/ aqui com este tesouro/ vamos levar este gado/ ao lugar do matadouro – Flores (MBS, p. 129).

MATUTAGEM

Nos Açores, ritual de morte e esquartejamento do boi que será servido como alimento durante a festa; a sequência do ritual é definida pelos cânticos das caixeiras (MB, 58).

Cântico para orientar a matutagem ou matança: “O senhor seu magarefe/ Se está com a faca nas mão/ Depois de partir o boi/ tira o bofe e o coração” (MB, p. 164).

MISSA DA COROAÇÃO

Nos Açores, missa das festas do Espírito Santo, onde há a coroação (JSB, p. 367).

MISSA DAS SOPAS

Nos Açores, missa cantada que precede a coroação – São Jorge (MBS, p. 132).

MOSTRA DOS GUEIXOS

Nos Açores, outra designação para Passeio dos gueixos (MBS, p. 133).

MUDANÇA

Nos Açores, transferência da coroa do Imperador cessante para o Imperador que coroa na semana seguinte (MBS, p. 133).

No Faial são características as mudanças nocturnas (MBS, p. 133).

MUDANÇA DA BANDEIRA

Nos Açores, saída processional de uma bandeira de damasco com uma pomba bordada no centro, a qual vai de casa do Imperador para a despensa (MBS, p. 133).

MUDANÇA DA COROA

Nos Açores, cortejo em que se faz a mudança da Coroa do Espírito Santo da casa de um Irmão ou do Império para casa de outro Irmão que deve servir no ano seguinte (JSB, p. 378).

É geralmente feita com a presença das Bandeiras mas sem acompanhamento dos Foliões – Faial (JSB, p. 378).

MUDANÇA DO ESPRITO SANTO

Nos Açores, outra designação para Mudança da coroa (JSB, p. 378).

NOIVADO

Nos Açores, nome que se dá a uma cerimônia tradicional feita pelas festas do Espírito Santo na freguesia da Lomba (Flores), no dia seguinte ao Jantar, na qual uma rapariga sorteada de entre as casadoiras presentes sai pelas ruas até encontrar o primeiro homem que lhe venha ao encontro e que terá de servir de

“noivo” (JSB, p. 387). PASSAGEM DA

COROA

Nos Açores, outra designação para Mudança da coroa (JSB, p. 378).

PASSAMENTO DAS POSSES

No Maranhão, ritual de entrega das insígnias ao imperador e corte do ano seguinte.

“A cerimônia de <Passamento das Posses>é o momento em que as sagradas insígnias do Divino, em posse do par de Imperadores e seus Mordomos, são transferidas para as crianças que os sucederão no ano seguinte” (MB, p. 21).

PASSEIO DOS GUEIXOS

Nos Açores, cerimônia semelhante à Bezerrada, embora com menos pompa e colorido, que se realiza em São Miguel, na quinta-feira que precede cada coroação (MBS, p. 143).

PEDITÓRIO

Nos Açores, pedido feito para obter a receita para os impérios, na época da debulha do trigo, nas eiras, por um grupo de mulheres e moças com um pequeno açafate forrado com um pano vermelho e contendo uma pequena pomba de madeira pintada de branco ou por um homem de cabeça descoberta e com um saco às costas e que leva um cetro – Santa Maria (AAF, p. 287).

Na Beira, o Peditório, feito de porta em porta, é um dos meios de angariação de fundos (FH, p. 284).

No segundo caso, o dono da eira beija respeitosamente o cetro, dá a beijar aos outros e enterra-o no monte de trigo para invocar a proteção do Espírito Santo (AAF, p. 287).

PELOURO

Nos Açores, bilhete de papel onde é inscrito um nome, enrolado e colocado num saco ou chapéu, destinado à eleição do Mordomo do Espírito Santo (JSB, p. 425);

No Maranhão, relação dos nomes dos festeiros do ano seguinte, escolhidos ou sorteados, e divulgados no último dia da festa (FSR, p. 118).

“Todos estão ansiosos pela revelação dos nomes dos festeiros do próximo ano, escritos no ‘<pelouro>’, papeizinhos preparados [...]” (CL, p. 36).

outra designação para Pelouro (JSB, p. 424).

PENSÃO Nos Açores, outro termo para Esmola. PILOIRO Nos Açores e no Maranhão, outra designação para Pelouro

(MBS, p. 145).

PILORO Nos Açores e no Maranhão, outro termo para Pelouro.

PRENDA

No Maranhão, quantia em dinheiro dada pelo passarinho, para ser libertado da prisão (FSR, p. 120).

PRISÃO

1. No Maranhão, ritual em que convidados escolhidos são levados até o mastro onde permanecem até pagarem a prenda.

2. No Maranhão, ritual de punição a quem infringe regras de comportamento – fumar, cruzar braços ou pernas – na tribuna, amarrando uma fita vermelha no braço até o pagamento da prenda (FSR, p. 120).

“Aí ocorre geralmente a <prisão> ou amarração ao mastro, que consiste em colocar o convidado escolhido e cercá-lo de caixeiras” (DVF1, p. 58). “Passarinho tu tá preso/ Te livra dessa <prisão>/ Se tu não tiver dinheiro/ Manda chamar teus irmão” (MB, p. 193).

PROCISSÃO

Nos Açores, outro termo para

cortejo. “Vamos acompanhar/ Essa <procissão>/ É da Santa Crôa/ Ê Ê á” (MB, p. 157).

PROCISSÃO DAS ÁGUAS

Nos Açores, procissão que se faz em S. Bento, na ilha Terceira, em que também vão as Coroas do Espírito Santo (JSB, p. 452).

[...] tal como aconteceu antigamente, numa noite tempestuosa – um castigo –, em que a chuva caiu num dilúvio aterrador, motivando a saída das Coroas numa prece angustiosa (JSB, p. 452).

PROCISSÃO DOS ABALOS

Nos Açores, procissão que sai à rua no Raminho, Altares e Serreta (Terceira) todos os anos no dia 31 de maio (JSB, p. 452).

Presta homenagem as violentas crises sísmicas do vulcão da Serreta, acontecidas em 1867. [...] levando [...] as Coroas do Espírito Santo [...] o que torna peculiar esta procissão é que as pessoas vão vestidas com seus trajes de trabalho e não, como nas restantes procissões, com traje domingueiro (JSB, p. 453). QUEBRAR O

IMPÉRIO

Nos Açores, provocar o insucesso da festa pela falta ou insuficiência de algum dos elementos indispensáveis, como

pão ou rosquilhas (AAF, p. 239).

QUEDA DO MASTRO

No Maranhão, outro termo para Derrubada do mastro (FSR, p. 121).

RAMO

Na Beira, o meio mais comum de angariação de fundos, consiste na recepção de bens para leiloar (FH, p. 284).

REPASSE DAS POSSES REAIS

No Maranhão, ritual de substituição dos membros do império, pela recolha das insígnias e entrega destas ao império do ano subsequente (FSR, p. 121).

“O <repasse das posses reais> é um momento solene e de profunda emoção” (PGA, p. 36).

ROL DAS CABOUCAS

Nos Açores, outra designação para Rol das Sopas (JSB, p. 488).

ROL DAS SOPAS

Nos Açores, registo do nome das pessoas da casa onde são distribuídas as sopas do Espírito Santo (JSB, p. 488).

RODA

Em Portugal Continental, para a escolha dos novos festeiros, sistema de convite, porta-a- porta, sempre seguindo a linha da rua (FH, p. 59).

A roda segue o percurso do padre durante a visita pascal, sempre de ocidente a oriente e leva de quarenta a cinquenta anos a percorrer a povoação, excluídos os solteiros , os viúvos e os casais muito idosos (FH, p. 56).

ROUBAR ALVORADA

No Maranhão, ritual, hoje raramente realizado, de visitar de surpresa outra festa, para cantar alvorada junto ao mastro (FSR, p. 121).

“[...] não se tem mais esse costume de <roubar alvorada> aqui em São Luís” (PGA, p. 40).

ROUBO DO IMPÉRIO

No Maranhão, ritual de distribuição, pelas casas da vizinhança, de objetos rituais, simulando um roubo, e de busca e recolha desses objetos, em cortejo (FSR, p. 122).

“[...] antes do derrubamento do mastro costuma acontecer a cerimônia do <roubo do império>” (PGA, p. 34).

SAIR O ESPRITO SANTO

Nos Açores, ter sido indicado, por sorteio, para ser Imperador das festas do Espírito Santo (JSB, p. 498).

SALVAR

No Maranhão, saudar, com cânticos e toque de caixas, o Espírito Santo ou o Império (FSR, p. 123).

“Silêncio, povo, silêncio/ Quero <salvar> nosso pai/ Que tá naquelas alturas/ faz balanço mas não cai” (PGA, p. 50). SERRA O PAU No Maranhão, brincadeira de “Eu sou mestre Quirino

encerramento da festa que consiste em simular serrar o mastro (FSR, p. 124).

serrador/ Eu sou mestre Quirino (serrador)/ <Serra o pau>, Quirino (serrador)/ / <Serra o pau> no meio (serrador)/ / Eu também sei serrar (serrador)/ Eu também quero pau (serrador)/”