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PAPEL DAS AGÊNCIAS FEDERAIS, UNIVERSIDADES E ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS NO MIP

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DESAFIOS E PERSPECTIVAS

PAPEL DAS AGÊNCIAS FEDERAIS, UNIVERSIDADES E ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS NO MIP

Pesquisa e educação em agricultura tem longa tradição e estão intimamente ligadas a inovações incrementadoras. Na maioria, se não todos os países, as agências de pesquisa dos governo nacionais e as universidades têm papel importante nas inovações agrícolas bem como no desenvolvimento de componentes de MIP e na implementação do MIP ao nível de fazendeiro. Nos EUA, o Departamento de Agricultura (USDA) e as universidades estatais trabalham de mãos dadas para desenvolver e implementar

estratégias de MIP. O USDA está principalmente envolvido na pesquisa que conduz ao desenvolvimento de componentes de MIP e procedimentos reguladores, considerando que as universidades se envolvem no

desenvolvimento de componentes e na implementação do MIP pelo Serviço de Extensão Federal. O treinamento de fazendeiros em MIP é uma função principal das universidades.

O Programa abrangente em MIP do CGIAR-

Os centros do Grupo Consultivo em Pesquisa Agrícola Internacional (CGIAR) localizados no mundo desenvolveram um programa amplo em MIP (SP-MIP). O plano de ação da Agenda 21, formulado pelas Nações Unidas "Earth Summit", decidiu no Rio de Janeiro em 1992, ser o MIP um elemento fundamental em desenvolvimento agrícola sustentável. O SP-MIP foi estabelecido em 1995 como parte da resposta a Agenda 21 e sinaliza a determinação dos Centros de Pesquisa Agrícola Internacional (IARC)e seus associados de abraçar o enfoque do MIP e de se engajar efetivamente, não só na procura de soluções técnicas mas também no esforço para assegurar que MIP se torne a estratégia de proteção preferida pelos fazendeiros ao redor do mundo.

A meta do SP-MIP é contribuir para o desenvolvimento agrícola sustentável, aumentando a efetividade de pesquisa em MIP nos Centros de Pesquisa Agrícola Internacionais. Este programa busca encorajar melhor comunicação e co-ordenação mais íntima entre os Centros e seus associados. Os IARC afirmam então que o MIP é sua estratégia preferida em relação à sanidade de plantas e animais e que, pela pesquisa e atividades relacionadas,

promoverão a adoção do MIP pelos fazendeiros. De acordo com o SP-MIP, a pesquisa relativa ao MIP é interdisciplinar e procura uma aproximação holística no manejo de ecossistemas agrícolas e naturais.

MIP mantém e utiliza a biodiversidade como a base natural para manejo de pragas no contexto de desenvolvimento agrícola sustentável.

O desenvolvimento de MIP tem como guia a participação do agricultor, a diagnose do problema, a pesquisa dos componentes, para validação em campo.

A adoção do MIP depende da habilidade de fazendeiros para tomar

decisões, baseadas em informação, e compreender os princípios ecológicos e econômicos. A participação do agricultor é alcançada por pesquisa e treinamento participativos que encorajem a integração de conhecimento tradicional e cientificamente-baseado' (Leimar Price e Balsubramani 1993). O sucesso da implementação do MIP depende de política pública favorável.

Projetos atuais do SP-MIP

• Projeto global de MIP mosca branca

• Projeto de pesquisa e aprendizado participativa com agricultores • Avaliação de impacto

• Plantas parasitárias com floração

• Manejando a biodiversidade no contexto de MIP • Biota do solo e saúde

• Quantificando oportunidades para MIP • Manejando brocas de vagem de leguminosas • Papel da biotecnologia no MIP

• Microorganismos benéficos no MIP • Manejo de ervas daninhas no Arroz

"Antes das escolas de MIP nós plantávamos nosso arroz e rezávamos para que pudéssemos ter uma boa colheita. Agora sabemos que na realidade nos podemos controlar vários dos fatores que influenciam a produção"

(Um agricultor que usa MIP da Província de Thai Binh, Vietnam)

Escolas de campo para fazendeiros - ECF

As Escolas de Campo para Fazendeirosforam primeiramente estabelecidas, em 1989, na Indonésia, por oficiais fitossanitaristas para testar e

desenvolver métodos de treinamento em campo como parte de um programa de MIP indonésio com assistência da FAO (Dhaliwal e Arora,

1996). As escolas de campo provaram ser uns dos meios efetivos de atingir os fazendeiros e dar-lhes acesso ao conhecimento e habilidades requeridas para produção e manejo de pragas. Em termos globais, escolas de Campo são agora ativamente promovidas por mais de 50 MIP/IPPM programas nacionais e locais, de iniciativa dos governos ou ONG. As escolas de campo foram integradas em forma modificada dentro de outros projetos como melhoramento do manejo de água, cultivo de arroz e hortaliças, manejo animal e aquacultura.

As escolas de campo estão baseadas na sólida educação de adultos na comunidade e são um modo efetivo de transferir conhecimento pelo aprender fazendo. Alguns fazendeiros que freqüentaram Escolas de Campo MIP dizem que eles têm sucesso porque adquirem idéias científicas básicas e conhecimento em grupos pequenos, amigáveis e, claro que, porque elas proporcionam para os agricultores a oportunidade de ganhar mais dinheiro e usar menos insumos, pelas contribuições trazidas pelos novos métodos às comunidades.

Escolas de campo são organizadas por grupos comunitários de 25-30 fazendeiros que compartilham interesses comuns e que apoiam uns aos outros. Um grupo de "facilitadores" ajuda os fazendeiros. A própria "escola" é uma "escola sem paredes" - uma área experimental na qual os participantes trabalham juntos para levar a cabo estudos e aprender atividades debaixo da orientação de um técnico de extensão competente. Esta área de estudo é o cerne da Escola de Campo e é essencial para permitir aos fazendeiros levar a cabo estudos sem risco pessoal, permitindo- lhes tomar decisões de administração que eles, caso contrário, não

poderiam experimentar em suas próprias lavouras. A terra é mantida pelo grupo e não apenas pelo facilitador. As Escolas de campo são sempre instaladas na comunidade onde os fazendeiros vivem de forma que eles podem comparecer a reuniões semanais e manter os estudos na Escola Rural. O extensionista ou produtor facilitador viaja para o local nos dias de campo que são semanais para a maioria dos cultivos e mensais para cultivos perenes.

A filosofia principal por atrás das Escolas de Campo é que nenhuma

tecnologia necessariamente funcionará em um novo local, dessa forma elas devem ser testadas, validadas e adaptadas localmente. Como resultado, sempre são testados métodos de IPM/IPPM em comparação com práticas convencionais. O resultante é que aspectos benéficos de IPM/IPPM são incorporados em melhores práticas de agricultura com altas taxas de adaptação.

Um aspecto essencial na participação nas pessoas é que os participantes recebem certificados escolares baseados na freqüência e nos resultados dos testes de campo. Tais certificados às vezes são os únicos certificados que os fazendeiros receberam na vida e podem constituir um grande objeto de orgulho para uma família. Normalmente há uma estação de estudos

seguinte, dependendo da sua intensidade da motivação dos participantes, de sua disponibilidade de tempo e, até certo ponto, de recursos

financeiros. Os seguimentos podem ser reduzidos a apoios mensais, onde os fazendeiros discutem os próprios problemas implementando IPM/IPPM com facilitadores que ministram curso de campo completos para outros agricultores.

A estratégia de ECF que está baseada na anuência do fazendeiro. Os fazendeiros vivem e trabalham em um mundo onde eles enfrentam uma variedade de forças que incluem tecnologia, política, mercado, e sociedade. Estas forças podem marginalizar os fazendeiros se eles não estiverem alertas. Os participantes de ECF:

- Aprendem e podem aplicar princípios ecológicos para manejar melhor seus cultivos dentro de seu agroecosstema específico

- Torna-se mestre em aplicar a capacidade critica de pensamento tanto a nível de fazenda como de comunidade;

- Adquirem habilidade de liderança que aplicam na organização de enfoques que colaborem com o manejo do ecossistema local

- Desenvolvem capacidade dedutiva e criativa que lhes permitem juntar, sistematizar, e ampliar o conhecimento local

Mais de dois milhões de fazendeiros de arroz na Ásia e Suldeste da Ásia participaram de ECF em MIP de arroz, entre o inicio 1990, quando o primeiro ECF foi criado na Indonésia, e o final de 1999. Durante esses 10 anos, os fazendeiros, trabalhadores de campo em extensão agrícola, trabalhadores de campo em proteção de plantas, e trabalhadores de campo de ONG aprenderam como facilitar o enfoque ECF e criaram mais de 75.000 ECF. Os fazendeiros que participaram nas Escolas de Campo reduziram o uso de praguicidas, melhoraram o uso de insumos como a água e o fertilizante, aumentaram a produtividade, e obtiveram maiores rendas. Deste começo eles passam a outros cultivos e ampliam a exploração

compatível com seus agroecosystems. O alunos do MIP estão na vanguarda para que se etabeleçam sistemas agrícolas sustentáveis nas suas aldeias e promover segurança de alimento para eles, seus filhos , e as gerações futuras.

A Escola de Campo para Fazendeiro MIP se tornou um modelo para educação de fazendeiros na Ásia e muitas partes de África e América Latina. A aproximação foi usada com uma gama extensiva de culturas inclusive algodão, chá, café, cacau, pimenta, hortaliças, pequenos grãos, e leguminosas. A ECF provou ser efetiva em envolver uma extensa gama das pessoas no processo de aprendizagem, de crianças de escola a deficientes físicos. As ECF conduziram a um enfoque MIP comunitário.

Comunidade MIP é uma abordagem estratégica cuja meta é institucionalizar o MIP a nível de comunidade. Comunidade MIP assume que todas as

pessoas rurais podem participar. Nesta análise os ativos podem ser descritos em termos de cinco categorias de "capital": natural, humano, social, físico e financeiro. As atividades comunitárias MIP pretendem: • Criar e fortalecer o capital social em comunidades rurais, apoiando os

próprios esforços de fazendeiros para construir associações e redes que lhes dão voz e melhores meios de ajuda mútua.

• Criar e fortalecer capital humano em comunidades rurais apoiando os próprios esforços de fazendeiros para treinar outros agricultores usando conteúdo e métodos que promovam o pensamento crítico e melhoria no processo decisório.

• Preservar e restabelecer capital natural em comunidades rurais apoiando os esforços de fazendeiros para levar a cabo estudos e práticas agrícolas (individual ou em grupos) que tomem em consideração os processos ecológicos.

• Estabelecer a fundação para melhoria no capital financeiro e físico de comunidades rurais pela criação e fortalecimento estruturas e processos que agilizarão a provisão e administração de crédito, e a construção e administração de instalações na aldeia, como laboratórios e centros treinamento.

Estratégias baseadas nesta análise estão ajudando fazendeiros pela Ásia a criar as suas próprias abordagens para instituição e desenvolvimento adicional do MIP em suas comunidades.

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