• Nenhum resultado encontrado

Serve o presente ponto desta dissertação o propósito de descrever os postulados gerais da Semântica Cognitiva, nomeadamente no respeitante à teoria do protótipo e características de prototipicidade, ao paradigma dos modelos mentais e aos esquemas imagéticos, assim como à teoria da metáfora e da metonímia.

A teoria do protótipo foi sistematizada pela psico-linguista Eleanor Rosch nos anos 70 do século passado a partir de um estudo sobre as cores23. Em linhas gerais, esta teoria opõe-se claramente à concepção clássica da categorização defendida pelos estruturalistas, na medida em que postula que uma dada categoria lexical não pode ser definida pelas condições necessárias e suficientes, ou seja, pela partilha de um determinado número de traços comuns a todos os elementos de uma categoria. Assim, a tese de que um elemento só faz parte de uma certa categoria se reunir propriedades necessárias e suficientes é rejeitada:

“One of the most philosophically cogent aspects of prototypes is that, far from being abstractions of a few defining attributes, they seem to be rich, imagistic, sensory, full- bodied mental events that serve as reference points in all of the kinds of research effects mentioned above.” (Rosch, 1999:67)

Refira-se ainda a rejeição da concepção tradicional de que as categorias possuem limites nítidos e rígidos.

Em suma, a teoria do protótipo defende que em cada categoria existe sempre um elemento mais representativo: o protótipo. Esta noção de “maior representatividade” está ligada às imagens mentais que formamos e que, por sua vez, não podem ser dissociadas nem do contexto em que surgem, “A very important finding about prototypes and graded structure is how sensitive they are to context.” (Rosch, 1999:67), nem da experiência individual, social e cultural:

23

apesar do seu estudo da prototipicidade com base no exemplo de “bird” (pássaro ou ave) ser o mais conhecido e divulgado.

33

“The prototypes of cognitive categories are not fixed, but may change when a particular context is introduced, and the same is true for category boundaries. More generally, the whole internal structure of a category seems to depend on the context and, in a wider sense, on our social and cultural knowledge, which is thought to be organized in cognitive and cultural models.” (Ungerer/Schmid, 1996:43)

Merece destaque o facto do protótipo de uma categoria, a imagem mental que formamos da mesma24, emergir a partir de uma determinada base experiencial. Por exemplo, para uma pessoa que viva no campo, o protótipo de pássaro poderá eventualmente ser o pardal, enquanto para uma outra que viva na cidade, este poderá ser o pombo, e para os habitantes de uma aldeia piscatória, é provável que seja a gaivota. Se pensarmos noutro país, como o Brasil, os seus habitantes poderão eleger o beija-flor, o papagaio ou mesmo o tucano como elementos mais representativos da categoria “pássaro”. Contudo, é consensual considerar que um pinguim ou uma avestruz são os elementos mais periféricos (menos representativos) desta categoria. Nesta linha, a imagem mental que formamos das categorias possui fundamentos epistemológicos, ou seja, aufere de uma base experiencial:

“Cognitive linguists believe that our shared experience of the world is also stored in our everyday language and can thus be gleaned from the way we express our ideas. (…) Contrary to what one might assume, prototypes and cognitive categories are not static, but shift with the context in which a word is used and depend on the cognitive models stored in our mind.” (Ungerer/Schmid, 1996:xii-xiii)

Na base do nosso conhecimento enciclopédico sabemos que um morcego, apesar de voar (um dos traços semânticos da categoria de pássaro), é um mamífero. Comprova-se, assim, até na própria natureza, a existência de características comuns entre diferentes espécies. Também no plano linguístico se verificam sobreposições geralmente parciais entre membros de categorias vizinhas:

“In general we find that the center of a lexical category is firmly established and clear, while its boundaries are fuzzy and tend to overlap with the boundaries of other lexical categories.” (Dirven/Vespoor 1998:18)

24

O conceito de “imagem mental” remete-nos para a teoria da Gestalt: “Gestalt: As originally conceived by gestalt psychologists, the notion of gestalt was intended as an explanation of holistic perception. (…) we suggested a link between gestalt and the notion of prototype categories. If a gestalt is organized according to the gestalt principles and includes the functional parts of an item in functionally balanced proportions, it may be regarded as a ‘prototype gestalt’. This ties in with the definition of prototype as an ‘image’, which was quoted above. In fact, in the case of organisms and concrete objects where visual perception seems to be important, the prototype gestalt contributes considerably to the ability of the prototype to function as a model or cognitive reference point.” (Ungerer/Schmid, 1996:41)

34 Também Geeraerts aponta para o fenómeno semântico das fronteiras fluidas, e destaca a metáfora e a metonímia como fundamento dessa fluidez, criticando, simultaneamente a abordagem da semântica estrutural:

“The fuzzy boundaries of lexical categories, the existence of typicality scales for the members of a category, the flexible and dynamic nature of word meanings, the importance of metaphor and metonymy as the basis of that flexibility - these are all intuitively obvious elements of the subject matter of semantics that were largely neglected by structural semantics.” (Geeraerts, 2006b:144).

Geeraerts procede ao sintetizar as quatro principais características da teoria do protótipo:

“i. Prototypical categories cannot be defined by means of a single set of criterial (necessary and sufficient) attributes (…).

ii. Prototypical categories exhibit a family-resemblance structure, or more generally, their semantic structure takes the form of a radial set of clustered and overlapping meanings (…). iii. Prototypical categories exhibit degrees of category membership; not every member is equally representative for a category (…).

iv. Prototypical categories are blurred at the edges (…).” (Geeraerts, 2006b:146)

Taylor (1989/1995) defende a perspectiva de Rosch relativamente à existência de diferentes níveis de pertença a uma dada categoria - degrees of category membership - partindo do princípio da existência de atributos prototípicos centrais e periféricos radiais:

“In addition to establishing degree of category membership as a psychologically valid notion, Rosch also showed degree of membership to be a relevant variable in a number of experimental paradigms. For instance, degree of membership affects verification time for statements of the kind ‘An X is a Y’. It takes less time to verify that a robin (a highly central member of the category) is a bird than to verify that a duck is a bird (Rosch, 1973b)” (Taylor, 1995:45)

O próprio conceito de protótipo pode ser considerado prototípico, pois não configura um fenómeno isolado, mas sim um conjunto de fenómenos interligados. Violi (2000) postula:

“It became clear that it was not possible, at least for semantic applications, to think of the prototype as the concrete instance of the most prototypical member of any given category, and consequently as a real individual. Instead, it was necessary to turn it into a mental construal: an abstract entity made up of prototypical properties.” (Violi, 2000:107)”

35 b

a

c

d

Figura 2: Conceito de Protótipo (Violi, 2000:108)

De acordo com Violi, os círculos a, b, c e d representam propriedades e não conjuntos de indivíduos. No centro encontra-se uma área tracejada, a área de intersecção dos quatro círculos, que representa o protótipo, i.e. a entidade abstracta composta por todas as propriedades prototípicas existentes. Este modelo baseia-se no princípio de que: “linguistic meaning is structured around some area of more salience, where more properties are satisfied; the prototype represents the instance of some better kind of appropriateness.” (Violi, 2000:108). Contudo, é necessário considerar que:

“(…) at least in some cases, the existence of a prototype does not imply scalar membership, as predicted in Givón’s schema. We may conclude that different degrees of representatively do not coincide with, or imply, different degrees of membership.” (Violi, 2000:109)

O fenómeno de intersecção de categorias reporta-se ao conceito de “parecenças de família” introduzido por Wittgenstein, e pode ser esquematizado da seguinte forma:

AB → BC → CD → DE

Os elementos de uma categoria associam-se entre si, com base em similaridades parciais, em que cada elemento partilha pelo menos uma propriedade com o outro. Não é, portanto, necessário haver uma propriedade comum a todos os elementos. Neste esquema, o primeiro elemento é definido pelos atributos A e B, enquanto o segundo elemento partilha o atributo B com o primeiro elemento – o fenómeno da sobreposição – mas já possui outro atributo diferente, o C. Se avançar-mos com esta cadeia, chegamos à conclusão de que o quarto elemento já nada tem a ver com o primeiro, mas que, de certa forma, ainda está relacionado com ele, tal como acontece no seio de uma família. A fim de realçar o conceito essencial de intersecção entre categorias propomos o seguinte esquema:

36

A B C D E

Em suma, pode concluir-se que a noção de prototipicidade envolve dois princípios:

• a não-igualdade entre os elementos de cada categoria, ou seja, um centro prototípico e zonas periféricas;

• a não-discrição desses elementos e a existência de fronteiras fluidas entre as categorias.

Estes dois princípios são, por sua vez, caracterizados em extensão, ou seja, ao nível referencial e em intensão, ou seja, ao nível do significado. Segundo Geeraerts (1997), que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da teoria do protótipo, estas características relacionam-se da seguinte forma:

ao nível extensional nos diferentes graus de representatividade entre os membros de uma não-igualdade categoria lexical

ao nível intensional no agrupamento de significados por “parecenças de família” e consequentes intersecções entre categorias

ao nível extensional na fluidez e flexibilidade dos limites de uma categoria lexical e consequente não-discrição vaguidade da mesma

ao nível intensional na impossibilidade de definir itens lexicais em termos de condições necessárias e suficientes25

A categorização afigura-se, assim, como um aspecto central, pois as categorias são construções mentais que estruturaram a realidade e as representações simbólicas:

25

vide Silva (1999:29-30)

37

“There is nothing more basic than categorization to our thought, perception, action and speech. (…) And any time we either produce or understand any utterance of any reasonable length, we are employing dozens if not hundreds of categories: categories of speech sounds, of words, of phrases and clauses, as well as conceptual categories. Without the ability to categorize, we would not function at all, either in the physical world or in our social and intellectual lives.” (Lakoff, 1987:5-6)

A categorização é, portanto, condição primária e indispensável para conceptualização do mundo26.

Tal como já foi referido anteriormente, as categorias fundam-se em modelos cognitivos. É através da categorização que é possível conceptualizar e organizar mentalmente o mundo. Tanto a significação, como a estrutura interna de uma categoria, dependem das estruturas de conhecimento do mundo, organizado por áreas ou domínios de experiência. Estes modelos são idealizados individualmente ainda que partilhados pelos membros de um determinado grupo social ou cultural (“cognitive models”- “cultural models”):

“(...) cognitive models for particular domains ultimately depend on so-called cultural

models. In reverse, cultural models can be seen as cognitive models that are shared by

people belonging to a social group or subgroup. Essentially, cognitive models and cultural models are thus just two sides of the same coin. While the term ‘cognitive model’ stresses the psychological nature of these cognitive entities and allows for inter-individual differences, the term ‘cultural model’ emphasizes the uniting aspect of its being collectively shared by many people.” (Ungerer/Schmid, 1996:50)

Quando ocorrem experiências novas para as quais ainda não formamos um modelo cognitivo correspondente, recorremos a modelos familiares já existentes para compreender e categorizar uma ocorrência desconhecida, o que comprova que os modelos cognitivos não dependem somente do contexto situacional, mas também de outros modelos semelhantes, que servem de referência. Assim sendo, os modelos cognitivos organizam-se em redes (“network model” segundo Langacker (1987), “radial model” segundo Lakoff (1987) ou “overlapping sets model” segundo Geeraerts (1989)), conforme explicado abaixo:

26

Ideia defendida também por Ellis em entrevista ao jornal electrónico Navigator em Agosto de 1998: “In LTL

(Language, Thought and Logic), I argued that the really important thing about language was what must have

happened before communication could take place - that is, a process of categorization. Communication suggests a transfer of information from one person to another, but before communication can occur language must first determine what kind of information there will be to transfer. And so communication presupposes a prior stage in which the limitless variety of experience has been reduced to a finite set of categories that determine the content of communication. In effect, this prior stage constitutes a particular analysis and understanding of our experience of the world. This analysis is the most basic function of language, and it alone makes communication possible.” (In http://www.objectivistcenter.org/articles/interview_john-m-ellis.asp [Consult. 20.10.2010])

38

“First, (…) cognitive models are basically open-ended. (...) Secondly, just like the contexts that build the basis for cognitive models, cognitive models themselves are not isolated cognitive entities, but interrelated. (…) So far, two aspects of cognitive models have emerged (…): their incompleteness and their tendency to build networks. There is a third, although not so obvious, property of cognitive models that should not be neglected, namely the fact that the cognitive models are omnipresent. In every act of categorization, we are more or less consciously referring to one or several cognitive models that we have stored. Only in the very rare case when we encounter a totally unfamiliar object or situation will no appropriate cognitive model be available, but even then we will presumably try to call up similar experiences and immediately form a cognitive model.” (Ungerer/Schmid, 1996:49)

Acontece, portanto, frequentemente que uma categoria só possa envolver mais do que um modelo cognitivo, formando assim um complexo de domínios. Lakoff refere-se a este fenómeno como “cluster model” (modelo em cacho):

“It commonly happens that a number of cognitive models combine to form a complex cluster that is psychologically more basic than the models taken individually. We will refer to these as cluster models.” (Lakoff, 1987:74)

Nos diversos estudos de enfoque cognitivo, diferentes termos têm vindo a ser usados na tentativa de melhor descrever e analisar estas estruturas de conhecimento que estão na base das expressões linguísticas.

Convém sublinhar que, por exemplo, Fillmore, precursor da abordagem cognitiva, formula a noção de “frame”, formas de estruturação cognitiva do conhecimento baseadas na esquematização coerente da experiência humana num determinado contexto situacional (cenas). Aliada a esta noção de “frame”, encontra-se a ideia de perspectiva, na medida em que a selecção de uma determinada representação lexical ou sintáctica para referir uma ‘cena’ em detrimento de outras opções reflecte claramente a perspectiva do interlocutor. E a perspectivação baseia-se na capacidade cognitiva de focar ou centrar a atenção num determinado aspecto.

Baseado no conceito de “frame”, Langacker introduz o conceito de domínios cognitivos, ou seja, áreas do conhecimento que subjazem à significação linguística. Este distingue entre domínios básicos (que representam as experiências humanas mais elementares) e os domínios complexos. Paralelamente, Lakoff defende a concepção de

39 modelos cognitivos idealizados (“ICMs”) e, em conjunto com Johnson, desenvolve a teoria dos esquemas imagéticos27.

Os esquemas imagéticos fundam-se nos pressupostos mais básicos da experiência física humana: a consciência do próprio corpo e a consciência do espaço (principalmente através da percepção) que, por consequência, incidem sobre configurações ou movimentos de entidades no espaço. A partir destas noções, que desempenham um papel fulcral na organização activa da nossa experiência, surge um vasto número de imagens mentais que, através do processo cognitivo da organização e de abstracção, transformamos em estruturas ou esquemas mentais que nos ajudam a compreender e verbalizar o mundo que nos rodeia. Estes esquemas, enquanto padrões abstractos da experiência, constituem estruturas flexíveis, pois ‘adaptam-se’ a diferentes experiências em contextos variados em virtude de possuírem uma estrutura básica geral, de certa forma prototípica.

“(...) image schemata and their transformations constitute a distinct level of cognitive operations, which is different from both concrete rich images (mental pictures), on the one side, and abstract, finitary propositional representations, on the other. Image schemata exist at a level of generality and abstraction that allows them to serve repeatedly as identifying patterns in an indefinitely large number of experiences, perceptions, and image formations for objects or events that are similarly structured in the relevant ways. Their most important feature is that they have basic elements or components that are related by definite structures, and yet they have a certain flexibility. As a result of this simple structure, they are a chief means for achieving order in our experience so that we can comprehend and reason about it.” (Johnson, 1987:27-28)

Os esquemas imagéticos constituem padrões gestaltianos, fruto da experiência e da cognição (i. e. de processos fisiológicos, actividades sensório-motoras, da percepção geral ou específica, da manipulação de objectos, da orientação espacial e temporal). Formam, só por si, uma unidade coesa que não pode ser reduzida a nenhuma das suas partes. O fundamento experiencialista dos esquemas imprime aos mesmos um carácter de universalidade, na medida em que as experiências que estruturam são comuns a todos os seres humanos. Por outro, e fazendo face à complexidade das experiências, é frequente assistir-se a uma activação simultânea de dois ou mais esquemas. De entre um elevado número de esquemas, Johnson (1987) destaca os seguintes:

27

O termo imagético não remete apenas para a noção da existência de imagens mentais, como também apela, segundo Johnson (1987), para a capacidade imaginativa do ser humano.

40

(Tradução e adaptação de Johnson, 1987:126)

Figura 5: Tabela de esquemas imagéticos

Os esquemas imagéticos representam estruturas cognitivas pré-linguísticas e universais que estão ancoradas na experiência humana, e mais frequentemente na experiência de natureza espacial. Estes padrões estão sujeitos a projecções metafóricas, nomeadamente para a conceptualização de conceitos com um elevado grau de abstracção. A língua (ou seja, o contínuo léxico-gramática) constitui, neste sentido, uma representação simbólica do sistema conceptual que não só estrutura o mundo mas também as interacções físicas no seio do mesmo.

“(...) speakers have the ability to relate and then metaphorically extend prelinguistic image- schematic conceptions, which are grounded in a concrete physical domain, to more abstract domains, including those relevant to the structuring of conceptual content for purposes of grammatical coding (i.e. the internal structure of an image schema can be projected into more abstract domains via metaphor).” (Smith, 1999:3)

Em suma, podemos constatar que longe vão, de facto, os tempos em que a metáfora era vista única e exclusivamente como figura de estilo e mero artefacto retórico. Pelo contrário, a metáfora e a metonímia constituem dois importantes processos cognitivos, duas estratégias de conceptualização às quais recorremos na nossa linguagem quotidiana.

“Traditionally, metaphors and metonymies have been regarded as figures of speech, i. e. as more or less ornamental devices used in rhetorical style. However, expressions like the foot of the mountain or talks between Washington and Moscow indicate that the two phenomena also play an important part in everyday language. Moreover, philosophers and cognitive linguists have shown that metaphors and metonymies are powerful cognitive tools for our conceptualization of abstract categories.” (Ungerer/Schmid, 1996:115)

A abordagem de cariz cognitivo postula que a metáfora faz parte integrante do nosso sistema conceptual:

contentor equilíbrio cheio - vazio interacção compulsão

bloqueio contra-força processo superfície remoção de barreira

possibilidade atracção sobreposição parte - todo da massa à multiplicidade

trajectória (perto -longe) ligação colecção contacto centro - periferia

ciclo separação fusão objecto escala

41

“(…), language is an important source of evidence for what that system is like. Primarily on the basis of linguistic evidence, we have found that most of our ordinary conceptual system is metaphorical in nature.” (Lakoff/Johnson, 1980a:3-4)

Assim, as expressões metafóricas afiguram-se ubíquas, pois são utilizadas naturalmente na