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CAPÍTULO 5 – ANÁLISE DE DADOS I – ANÁLISE E AVALIAÇÃO DO PARQUE

5.7 Potencial turístico do PNMFT

Após realizar a descrição física e principalmente ambiental e cultural do PNMFT é notório o potencial que está área natural protegida possui para desenvolver a actividade turística, principalmente relacionados aos seguimentos do turismo cultural e ecoturismo. Segundo a Organização Mundial do Turismo (WTO, 2007), para que países como o Brasil, possam desenvolver o seu máximo potencial turístico deve centrar-se em pontos chaves como: a riqueza e a diversidade dos recursos naturais, culturais e históricos; seus vínculos históricos, sociais e culturais com os países europeus e da América do Norte; maior dedicação dos governos para o desenvolvimento do turismo; transformar o

152 turismo na chave do desenvolvimento local; criar uma maior integração económica; e fomentar a cooperação entre os sectores público e privado.

Em observância com a indicação da Organização Mundial do Turismo, verifica-se que a proposta de um novo modelo de gestão de áreas naturais protegidas, nomeadamente para o caso de estudo (PNMFT), vai de encontro com a filosofia da gestão participativa e democrática aliada a um planeamento sustentável do património natural e cultural. Para além do PNMFT também existem em Tamandaré outros atractivos turísticos naturais e culturais que complementam a atractividade do município que propiciam no verão, período de alta estação, um aumento de 70% da população local, chegando a 60.000 visitantes. Grande parte destes números corresponde a um turismo de segunda residência, advindo da Região Metropolitana do Recife a procura de sol e mar. Todavia, mesmo o município possuindo outros atractivos turísticos, os mesmos não estão em bom estado de conservação e não estão adequados para o uso turístico comprometendo a experiência vivenciada (FUNDARPE, 2005:22-23).

Sendo assim, após a implementação do PNMFT, o município poderá contar com um atractivo natural e cultural de qualidade podendo atrair outros segmentos do turismo para o município e propiciar reais benefícios locais. Para além de ser um grande atractivo local poderá agregar valor para a cadeia turística de toda a região onde está inserido.

5.7.1 Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste – PRODETUR/NE I e II.

Como consequência do potencial turístico existente no município de Tamandaré, principalmente em relação ao PNMFT, o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste do Brasil (PRODETUR/NE) desenvolveu na sua primeira etapa investimentos no sector de infra-estrutura turística e continua as suas acções neste município nas áreas de criação de infra-estruturas, capacitação e preservação do património cultural e natural.

153 O PRODETUR/NE surgiu em 1990 para contribuir para o desenvolvimento socioeconómico do Nordeste do Brasil por meio do desenvolvimento da actividade turística, com financiamento do BID e do Governo brasileiro. Este programa contemplou iniciativas do sector público em infra-estruturas básicas e desenvolvimento institucional, cujo objectivo foi a melhoria das condições de vida das populações beneficiadas pelo Programa, como também a atracção de investimentos privados ligados a actividade turística (BNB, 2005).

No ano de 2005 foi elaborado pelo COMDEMA de Tamandaré e publicado pela FUNDARPE o documento “Subsídios para o Plano de Manejo do PNMFT”, com a descrição de todo o processo de criação do Parque. Esse documento foi enviado ao PRODETUR para que o mesmo pudesse aprovar e financiar a elaboração do plano de manejo para o parque, o qual irá subsidiar todas as acções de planeamento e gestão desta área protegida. Como mencionado anteriormente, o plano de manejo é o documento legal que estabelece as normas e restrições de usos da área natural protegida (ver capítulo 01) (FUNDARPE, 2005).

Mesmo ainda não possuindo um plano de manejo, o PNMFT possui um pré- zoneamento, tendo sido elaborado quando do estudo do uso público da área (ver figura 5.24).

Figura 5.24: Pré-zoneamento do PNMFT.

154 Neste documento, “Subsídios para o Plano de Manejo do PNMFT”, consta que o plano de manejo para o parque deve ser elaborado conjuntamente pelas entidades que já desenvolvem projectos de pesquisas e actividades na área protegida, e tem que estar permanentemente sob coordenação do COMDEMA de Tamandaré. O objectivo é assegurar a elaboração e a implementação desse documento de forma participativa, onde os actores envolvidos no parque tenham a sua participação assegurada, garantindo um maior sucesso na consecução dos objectivos da área protegida (FUNDARPE, 2005). Para além da elaboração do plano de manejo do PNMFT, o PRODETUR/NE II irá financiar o projecto de restauro do Forte e da Capela de Santo Inácio de Loyola, como também a implantação da área protegida (sinalização, delimitação, infra-estrutura, etc.). Tendo em conta os impactos causados pelo uso público da área, essas acções são essenciais para resgatar a importância cultural que este património representa para o município de Tamandaré. Como mencionado anteriormente, grande parte da comunidade local e dos visitantes desconhece a história do Forte, demonstrando a necessidade de recuperá-lo e preservá-lo (Estima, 2004).

A reforma do Forte e da Capela irá contribuir para o alcance de alguns dos objectivos propostos para esta área natural protegida como: a manutenção da integridade do património cultural; o incentivo as manifestações culturais compatíveis com a preservação ambiental; o ordenamento do uso público; e possibilitar o desenvolvimento de programas de educação ambiental e pesquisas científicas (PMT, 2003). Com o PNMFT implementado, o património histórico e natural existente na área será um produto turístico e consequentemente poderá atrair outra categoria de turistas, para além do turismo de massa que já existe no local.

Actualmente, no período da presente investigação, o projecto de restauro do Forte e da Capela já está pronto e já foi apresentado pela FUNDARPE ao PRODETUR/NE II, aguardando apenas a liberação do recurso para iniciar as obras. Como a liberação desse recurso implica a assinatura do Termo de Ajustamento de Condutas, elaborado inicialmente quando da criação do parque, a mesma ainda não ocorreu devido aos conflitos entre as partes envolvidas na gestão. Agravando este cenário o ano de 2008 é

155 ano eleitoral no Brasil, onde as negociações serão induzidas por interesses políticos gerando grandes conflitos (PMT, 2003-2008).