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4 1 EPIDEMIOLOGIA E FACTORES DE RISCO

5. PREVENÇÃO DO CANCRO DO COLO DO ÚTERO

As medidas adoptadas para a Prevenção do Cancro, em geral, devem ser aconselhadas para a Prevenção do Cancro do Colo do Útero. Favorecer os factores protectores e inibir os de risco constituem aspectos que devem ser contemplados quando são implementadas estratégias preventivas.

A existência do Programa Tumores Malignos tem trazido benefícios para a consecução de projectos na área da Prevenção, quer a nível nacional, quer regional.

Com base na “Estratégia de Saúde para o virar do século (1998-2002)” e a sua última versão de 1999 – “Saúde Um Compromisso”, os Serviços de Saúde do Alto Minho, aos quais a Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo pertence, contemplaram, no “Plano de Acção 2000-2003”, objectivos e metas para os programas delineados, visando a resolução ou diminuição dos problemas de saúde. As prioridades, no entanto, têm vindo a modificar-se ao longo dos anos de acordo com a avaliação efectuada.

Neste Plano a Sub-Região integrou no Programa Tumores Malignos os seguintes Projectos : “Prevenção do Cancro da Mama”; “Diagnóstico e Tratamento Precoce do Cancro da Próstata”; “Prevenção do Cancro do Colo do Útero”; “Prevenção do Cancro do Cólon e do Recto”.

De acordo com este Plano de Acção, o Programa Tumores Malignos referia que “como ferramenta fundamental à epidemiologia do cancro

está o registo oncológico de base populacional. Atravessando transversalmente todos os projectos do SLS na área dos tumores malignos está a reactivação e o reforço do Registo Oncológico de Viana do Castelo, que passará a ser o registo oncológico do Sistema Local de Saúde do Alto Minho.

COMPROMISSO PARA O ANO 2000:

1 – Reactivar o Registo Oncológico do Sistema Local de Saúde do Alto-Minho.”

Todos os projectos planeados foram considerados de extrema importância, nomeadamente o do Cancro do Colo do Útero, pois a sua prevenção, ou diagnóstico precoce, assente num efectivo rastreio

citológico, permitiria o tratamento precoce e a redução considerável da mortalidade (Serviços de Saúde do Alto Minho, 2000, p. 8).

O Plano de Acção 2000 – 2003 dos Serviços de Saúde do Alto Minho descrevia o Projecto – Prevenção do Cancro do Colo do Útero da seguinte forma:

“DIMENSÃO DO PROBLEMA – FACTORES CONDICIONANTES O cancro do colo uterino constitui um importante problema de saúde pública, provocando um número considerável de óbitos. No entanto, é uma doença em que há grande capacidade de intervenção, pois se diagnosticada precocemente é curável. Por esta razão, o diagnóstico precoce traz importantes ganhos em saúde.

MELHORIA A ALCANÇAR – OBJECTIVOS GERAIS:

Pretende-se com este projecto ter a população feminina bem informada no que respeita à prevenção do cancro do colo uterino e garantir o seu tratamento precoce, o que implica um diagnóstico precoce assente num rastreio citológico.

ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO DESENVOLVIMENTO DO

PROJECTO.

A transmissão da informação sobre os factores de risco do cancro do colo e sobre a importância da sua detecção precoce será reforçada. Uma das formas de chamar a atenção da população feminina para este problema de saúde será também a continuação da comemoração “Semana da Europa contra o Cancro”.

Este projecto pretende também garantir o rastreio citológico do cancro do colo uterino a todas as mulheres residentes na área do SLS, desde o início da actividade sexual até aos 65 anos. Para facilitar a sua execução será criado um grupo coordenador que terá como função monitorizar este rastreio, competindo-lhe ainda encontrar formas de promover a adesão das mulheres ao rastreio e de motivar os profissionais para o cumprimento do respectivo protocolo de rastreio.

COMPROMISSOS PARA O ANO 2000:

1 – Assegurar à população feminina o acesso à informação sobre factores de risco do cancro do colo uterino e sobre as vantagens de aderir ao rastreio citológico;

2 – Criar um grupo coordenador que assegure o acompanhamento e a avaliação do rastreio citológico do cancro do colo do útero;

3 – Motivar os profissionais de saúde para o cumprimento do protocolo de rastreio citológico, segundo os critérios definidos na Estratégia de Saúde Para o Virar do Século;

4 – Assegurar que o serviço de Ginecologia do HSL efectue o tratamento dos casos de cancro do colo do útero, num período de tempo clinicamente aceitável” (2000, p. 13).

Para que a Prevenção deste Cancro seja eficaz e face aos conhecidos e específicos factores de risco do mesmo, é imprescindível que os Profissionais de Saúde conheçam bem a comunidade onde trabalham (o contexto socio-económico e cultural, bem como as crenças e os valores das mulheres a quem dirigem a sua intervenção).

Em síntese, podemos mencionar determinados aspectos a referir (orientar/educar) nas intervenções de EPS, a nível preventivo, relativamente aos considerados prioritários:  Comportamento sexual - o factor de risco, actualmente, mais significativo (sendo o Cancro do Colo do Útero considerado uma Doença de Transmissão Sexual), pelo que o número e características dos parceiros, desempenham um papel de primordial importância, principalmente antes dos 20 anos de idade. Não podemos esquecer a forte associação existente entre o Cancro do Colo Uterino e o HPV e de educar a população relativamente à necessidade de utilizar “métodos de barreira”, protectores de agentes infecciosos. No que concerne ao HPV e face às pequenas dimensões deste vírus o preservativo não é suficiente para evitar a transmissão;

 Procura de ambientes saudáveis - onde não impere a promiscuidade, os hábitos tabágicos, as drogas e o álcool;

 Alimentação equilibrada e correcta - sem carências em vitaminas A, E, C e Ácido fólico;

 Recurso ao exame ginecológico – após o início da actividade sexual;

 Realização de Citologia Cervical – a calendarização pode sofrer variações, de acordo com normas, recomendações, protocolos existentes, bem como com as directrizes emanadas pela Direcção Geral de Saúde.

Esta deve ser realizada por todas as mulheres assintomáticas logo que iniciem a actividade sexual. Em mulheres sem antecedentes de Cancro ou factores de risco associados, a citologia, regra geral, é efectuada após dois exames negativos e depois, de três em três anos.

De acordo com Osório (2006, p. 15) “A prevenção, através da educação para a Saúde” e

a organização de Campanhas que ao termo da “liberalização de hábitos e à modificação de comportamentos de Homem e da Mulher, constituem a vanguarda das medidas a tomar para reverter este importante Problema de Saúde Pública.”