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4.2.2 A Auto-estima

6. Procedimentos de administração dos instrumentos

Foi adoptado neste projecto um sistema de contacto com escolas regulares, escolas profissionais e pólos de aprendizagem que se iniciou com a construção de uma base de dados de instituições formativas. Os critérios foram tão-somente a pertença a uma das três modalidades formativas predefinidas (num ou nos três graus de escolaridade/formação a

estudar) na área geográfica do Porto/Grande Porto. Todos os Conselhos executivos/Direcções pedagógicas das escolas/pólos foram então aleatoriamente contactados através de uma circular que explicava com brevidade o projecto (Anexo 3a), dando indicações acerca dos tempos de passagem e dos jovens que se pretendia abordar, sendo oferecida total disponibilidade para o deslocamento da investigadora para esclarecimentos acerca do estudo e dos instrumentos a utilizar, através de contacto pessoal com quem a escola/pólo designasse para tal (normalmente o(a) Director(a) em primeira instância, que posteriormente reencaminhava o processo para o(a) Psicólogo(a) da instituição ou um Director de turma). Estes últimos funcionavam ulteriormente como ligações na operacionalização da administração em termos de condições físicas e ainda, no destaque de professores/formadores eventualmente presentes no acto do preenchimento dos inquéritos.

Ao envio da circular (no caso de não existir uma resposta da instituição por escrito), seguia-se um período de cerca de quinze dias após o qual a escola/pólo era contactada telefonicamente, procedendo-se então à explanação minuciosa do estudo e, no caso de anuência desfazendo eventualmente preocupações com questões ligadas à protecção de dados. No caso presente, dada a natureza das informações requeridas e do posterior tratamento das mesmas, houve ausência da necessidade de análise por parte da Comissão Nacional de Protecção de Dados (Lei da Protecção de dados Pessoais, Lei Nº. 67/98 de 26 de Outubro).

A administração dos questionários cumpriu-se através do recurso à utilização de dois períodos lectivos/formativos de 45’ ou um de 90’. Cada sessão era iniciada com um esclarecimento breve acerca do estudo, informações acerca da instituição onde estava a ser realizado, responsáveis pelo estudo e ainda os dados relativos à confidencialidade e carácter voluntário da participação no projecto; no final da introdução era efectuada referência ao número de instrumentos a preencher. Os jovens encontravam na mesa de resposta duas informações escritas com o resumo do que acabava de ser oralmente explicado (Anexos 3c e 3d) e era-lhes proposto que nos primeiros 45’ fossem preenchidos o questionário Demográfico seguindo-se-lhe, aleatoriamente de sessão para sessão, os questionários cujo formato de resposta era similar: QVPM, QVA, IPPA e SES. Eram dadas instruções gerais acerca do preenchimento destes inquéritos sendo oferecida uma breve demonstração do que tinha sido explanado oralmente. Seguia-se a administração das instruções específicas para cada um dos questionários assim que o inquérito imediatamente anterior estava preenchido por todos os participantes na sessão. A resposta aos questionários ANQ e QAV ocupava na sua totalidade os restantes 45’ da sessão, dado que pela complexidade de preenchimento eram os que exigiam maiores cuidados ao nível das instruções e exemplos de preenchimento (impressos e entregues aos sujeitos em conjunto

com os inquéritos). Embora a sequência de administração fosse sempre a mesma por agrupamento de questionários (Questionário demográfico, agrupamento de avaliações de vinculação a figuras específicas e da avaliação da auto-estima, e agrupamento de avaliações de acontecimentos de vida e hierarquias/componentes de vinculação), dentro dos dois grupos de questionários a ordem de administração era, como já referido, aleatória, prevenindo efeitos de contaminação de resposta por ordem de preenchimento. Os sujeitos encontravam sempre os questionários na mesa de resposta, com o verso para cima, na ordem definida para aquela passagem.

Todas as recolhas de dados à excepção de duas sessões (uma de 45’ e outra de 90’) foram realizadas pela mesma figura, tentando acautelar efeitos relativos a mudanças no sistema de administração e instruções ministrados, bem como a prevenção do transpor dos tempos de cada sessão evitando prejuízos no funcionamento escolar/formativo dos respondentes.

A adesão dos jovens ao preenchimento dos questionários foi bastante boa, pese embora o elevado número de questionários administrados incluísse um factor fadiga, notório no abrandamento de preenchimento no final das sessões.

Em termos do decorrer das sessões, salienta-se a preocupação maior dos respondentes com níveis etários mais elevados no que diz respeito às questões da confidencialidade tendo existido em algumas sessões um período de questionamento referente a estes procedimentos maior que a média. Apenas existiu um caso de desistência de preenchimento dos questionários por parte de um respondente que frequentava o 12º ano de escolaridade (já quase no final da sessão), muito possivelmente devido a um comportamento disruptivo evidenciado ao longo de toda a sessão. Como existia uma preocupação evidente relativa aos dados recolhidos até ao momento da desistência, optou- se pela destruição dos questionários na presença do sujeito.

Quanto a eventuais efeitos parasitas poderá ter existido um efeito de habituação de alguns respondentes a alguns questionários utilizados, já que um estudo efectuado pela Direcção Regional da Educação do Norte (DREN) utilizou alguns destes mesmos questionários numa vasta população de alunos que abrangeu algumas das escolas às quais recorremos também.

Capítulo 4

Adaptação de instrumentos: Consistência interna e análises