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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.4. Procedimentos relacionados às fêmeas

3.4.1. Manejo nutricional e reprodutivo das fêmeas durante o período experimental

As fêmeas selecionadas para o experimento foram inspecionadas ainda na maternidade três dias antes da desmama, onde foram avaliadas para escore da condição corporal e condições clínicas gerais. Foram então anotados os números dos brincos e a tatuagem de cada fêmea, sendo utilizadas apenas as fêmeas DB25® de primeira ordem de parto.

No momento da seleção das fêmeas, estas foram marcadas com um T (teste) na região dorsal. Além disso, nas fichas individuais das matrizes era anotado o dia da desmama e o experimento em que seriam utilizadas, visando-se facilitar a sua identificação posterior pelos funcionários da maternidade e da gestação. Desta forma, todas as fêmeas

129 marcadas e devidamente acompanhadas

pelas fichas individuais eram mantidas em grupo para facilitar o manejo de rufiação pós-desmame e posterior inseminação (Figura 6.1).

O desmame das fêmeas ocorreu em média aos 21 dias de lactação, sendo o mesmo realizado em lotes, sempre às segundas, quintas e sábados, pela manhã, aproximadamente às 6:30 horas.

No período caracterizado como intervalo desmama-cio (IDC) as fêmeas eram alojadas no galpão de pré-gestação, onde recebiam ração de lactação à vontade. As fêmeas que apresentavam cio eram então levadas aos galpões de gestação onde passavam a receber 2,0 kg de ração de lactação medicada, uma vez por dia, até 14 dias após cobertura. As especificações nutricionais de cada ração fornecida estão apresentadas nas tabelas 10,11 e 12.

Tabela 10: Teores nutricionais da ração fornecida às fêmeas gestantes até os 75 dias de gestação

Constituintes da ração da gestação Teores

Proteína (%) 16,2441

Energia Metabolizável (kcal/kg) 2831,2924

Fibra Bruta (%) 5,7065

Cálcio Disponível (%) 1,0000

Fósforo Total (%) 0,8140

Fósforo Disponível (%) 0,5700

Extrato Etéreo (%) 3,2120

Fonte: GPD Consultoria (Empresa de consultoria que presta assistência à fazenda Miunça no que concerne a nutrição dos animais. Dados de manejo da granja).

Tabela 11: Teores nutricionais da ração fornecida às fêmeas gestantes a partir dos 76 dias de gestação

Constituintes da ração da lactação Teores

Proteína (%) 18,6630

Energia Metabolizável (kcal/kg) 3405,0000

Fibra Bruta (%) 3,3392

Cálcio Disponível (%) 1,0000

Fósforo Total (%) 0,6037

Fósforo Disponível (%) 0,5000

Extrato Etéreo (%) 5,1829

Fonte: GPD Consultoria (Empresa de consultoria que presta assistência à fazenda Miunça no que concerne a nutrição dos animais. Dados de manejo da granja).

130 Tabela 12: Teores nutricionais da ração fornecida às fêmeas durante o IDC (flushing)

Constituintes da ração do flushing Teores

Proteína (%) 18,4757

Energia Metabolizável (Kcal/Kg) 3465,0000

Fibra Bruta (%) 3,3284

Cálcio Disponível (%) 0,9000

Fósforo Total (%) 0,5500

Fósforo Disponível (%) 0,4500

Extrato Etéreo (%) 5,5205

Fonte: GPD Consultoria (Empresa de consultoria que presta assistência à fazenda Miunça no que concerne a nutrição dos animais. Dados de manejo da granja).

3.4.2. Intervalo desmame-estro, manifestação e duração do estro

A detecção do cio foi realizada duas vezes ao dia (8:00 e 16:40), inclusive no dia do desmame, através do contato das fêmeas com um varrão adulto, sendo estimuladas pelo contato focinho-focinho com o mesmo. Concomitantemente, aplicava-se pressão sobre o dorso e o flanco da fêmea, quando avaliava-se o reflexo de tolerância ao homem, na presença do varrão. Além disso, sinais visuais como edema e hiperemia da vulva também foram avaliados.

Considerou-se como início do cio o momento em que as fêmeas permitiram ao investigador permanecer sentado sobre o seu dorso, por algum tempo, sem sinal de rejeição, como proposto por Willemse e Boender (1966).

No momento em que as fêmeas eram transferidas da maternidade para o galpão de pré-gestação, foram submetidas a um teste para detecção de cio. As fêmeas que apresentavam cio neste teste não foram utilizadas para o experimento, devido à impossibilidade de se determinar o momento real de início do estro. Desta forma, só foram utilizadas fêmeas que apresentaram no mínimo uma observação negativa de estro após serem alojadas no galpão de pré-gestação.

Para fins de cálculo da duração do estro (DE) considerou-se como o seu início o intervalo médio entre a primeira aceitação da monta pelo homem, na presença do varrão e a última não aceitação. Desta forma, mesmo após a última inseminação, as fêmeas continuavam tendo o cio observado, até que não aceitassem mais a monta pelo investigador. Foi considerado como final do cio o intervalo médio entre a última aceitação da monta pelo homem na presença do varrão e a primeira não aceitação.

3.4.3. Inseminação artificial e diagnóstico de gestação

Para os dois experimentos, I e II, utilizou-se o mesmo protocolo de inseminação, descrito a seguir. Nele, as fêmeas que apresentavam cio pela manhã, foram inseminadas na noite do mesmo dia, sendo as apresentando cio a tarde inseminadas na manhã do dia seguinte. O intervalo entre as inseminações foi de aproximadamente 12 horas, até o final do cio.

Todas as inseminações foram realizadas pelo mesmo inseminador, sendo a técnica utilizada a tradicional, com deposição intracervical do sêmen. A concentração de todas as doses inseminantes foi de 3 x 109 de espermatozoides móveis, utilizando-se para as inseminações pipetas descartáveis

131 Goldenpig® (IMV Technologies). Os dados

referentes às inseminações de todas as fêmeas foram anotados em fichas, onde constava o número das fêmeas, o tratamento ao qual pertenciam, o dia e o momento (manhão ou tarde) em que eram inseminadas, a duração das inseminações, e o número de inseminações para cada fêmea (Item 8.2).

No momento da inseminação, um ou mais rufiões foram colocados no corredor lateral do galpão, quando permaneciam diante das fêmeas visando-se estabelecer um contato

naso-nasal com as mesmas e

desencadeamento do reflexo de tolerância ao homem, na presença do varrão. Quando eram inseminadas mais de três fêmeas simultaneamente, dois machos eram usados para a rufiação, permanecendo separados por grades presas no corredor externo. Após o posicionamento dos machos diante das fêmeas, uma sela de aproximadamente 10 kg era colocada no dorso de cada uma das fêmeas a ser inseminada, de modo a simular a monta do macho e estimular as mesmas. Em seguida, efetuava-se a higienização da genitália externa com papel toalha, quando a pipeta previamente lubrificada com gel (carboxi metil celulose) era introduzida no sentido dorso-cranial em direção ao cérvice, até sua completa fixação (Figura 6.2).

Após a colocação das pipetas em todas as fêmeas, as bisnagas eram retiradas do contêiner e através de movimentos suaves procedia-se à homogeneização do sêmen, visando ressuspender os espermatozoides. Em seguida, as bisnagas eram acopladas às pipetas e fixadas na sela (Figura 6.3). Para controle do tempo de cada inseminação, no momento em que as bisnagas eram acopladas às pipetas, o horário era devidamente anotado. Considerou-se como tempo de inseminação o tempo gasto para que todo o conteúdo da bisnaga fosse eliminado por gravidade,

sendo este considerado o momento final da inseminação e o horário também anotado. Durante as inseminações, quando se detectava excesso de ar no interior das bisnagas de modo a dificultar a drenagem do sêmen, desacoplavam-se as bisnagas das pipetas, para retirada do ar, após o que estas foram rapidamente reacopladas.

Durante a realização das inseminações, procurou-se o máximo de estimulação das fêmeas, pela presença do macho, pela sela de inseminação, por pressão manual no dorso e no flanco e também por massagem vulvar suave. Além disso, durante as inseminações, as fêmeas eram observadas para presença ou não de refluxo seminal. Ao final da inseminação, as bisnagas eram retiradas; no entanto, as pipetas permaneciam fixadas ao cérvice por um tempo médio de 5 minutos, de acordo com recomendação da empresa, visando-se redução do refluxo. Passado este período, todas as pipetas eram retiradas cuidadosamente; neste momento, procedia- se à avaliação das mesmas para presença de sangue, etc. As fêmeas inseminadas permaneciam em observação após a retirada das pipetas por aproximadamente 15 minutos, para avaliação de refluxo após a inseminação.

O diagnóstico de gestação foi feito utilizando-se rufiação de retorno ao cio, do 17° dia após a inseminação até o 30° dia, observando-se o reflexo de tolerância ao homem na presença do macho, edema e hiperemia vulvar; assim como descrito anteriormente para o diagnóstico de cio.

3.4.4. Eficiência reprodutiva

As fêmeas foram acompanhadas até o parto, sendo anotados eventuais corrimentos, abortos, mortes ou descartes involuntários. Foram avaliadas a taxa de gestação através do acompanhamento do não retorno ao cio,

132 a taxa de parto, bem como o número de

leitões nascidos, nascidos vivos, natimortos e mumificados.