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Uma pessoa criativa tem pouco poder sobre a sua própria vida Ela não é livre É cativa e

O PRINCÍPIO DO FEMININO

2.5 Estrutura guia para uma operacionalização do processo de evolução da consciência de gênero

2.5.1 Processo de individuação (ser-si-mesmo):

Conquista da identidade pessoal, original e singular através da diferenciação dos outros e desenvolvimento de qualidades e potencialidades pessoais. Desde o desejo e aspiração de ser plenamente si-mesmo até as conquistas concretas de autonomia, realizações e independência afetiva e material.

2.5.1.1 Estágio de consciência matriarcal:

4 Não se deseja a individuação de um Eu autônomo. Indiferenciação, dependência e submissão aos outros(seja mãe, pai, marido, etc.)

Indicadores:

- A vida aparece determinada pelos desejos, aspirações e realizações dos outros: seja desejos da mãe, da avó, do pai, do marido. A fala reflete mais as expectativas do que "eles" ou "ela" desejaram ou desejam sobre sua vida. - Medo de aventurar-se ao desconhecido como um trabalho, estudos, criar

relacionamentos fora de sua família, e de iguais.

- Não manifesta consciência de que este estado poderia mudar: é assim “naturalmente", porque sempre foi assim, mesmo para as mulheres de sua família.

2.5.1.2 Estágio de consciência patriarcal:

O processo de individuação, neste estágio de consciência masculina, manifesta-se através de uma necessidade de separar-se da Mãe, e diferenciar-se dela para o nascimento da identidade individual.

4 Procura sua autonomia e sua independência material e afetiva da família de origem, para criar seu próprio território

Indicadores:

A pessoa luta para separar-se do abraço inconsciente com a Grande Mãe, para que possa asseverar sua autoridade e poder independentes: aparecem conflitos com a mãe, eleição de um estilo de vida própria, às vezes oposto aos valores matemos.

mora longe da família de origem, para existir independentemente, elege parceiro além da sua influência, etc.

# A individuação desenvolve-se através das experiências da discriminação, individualidade e diversidade, necessárias para desenvolver a capacidade de escolha e de

liberdade.

Indicadores:

- "Individualismo inflexível”: a pessoa luta pelo domínio e pela conquista pessoal, mesmo que em detrimento da comunidade.

- Conquista um senso de autonomia e conhecimento das fi-onteiras do ego. A pessoa fala do seu projeto de vida e das suas metas, em referência a “eu”.

- Discrimina e diferencia as influências na sua vida, as opções que apareceram, e suas possibilidades de escolha, assim como suas frustrações.

- Reconhece sua participação em suas escolhas de vida, assume seus sucessos, erros e fracassos.

- Na sua experiência de vida e na conquista de suas metas, apresenta qualidades como: ação, vontade, análise, luta e competição.

4 Domina e controla muitos dos acontecimentos do mundo material e psicológico, desenvolvendo a capacidade de simplificar a mecânica da sobrevivência e do

Indicadores:

- Tem assumida sua vida material em forma autônoma (pode compartilhar com um parceiro, filhos, mas, na ausência deles, a pessoa se auto-sustenta).

- Tem uma vida organizada (tem docimientos de identificação civil, documentos de trabalho, contratos ou outros relativos à casa, sabe concretamente informar sobre "o que" compartilha com o companheiro ou família).

4 O processo de individuação no estágio de consciência masculina patriarcal não é igual para homens e mulheres: outorga-se a autoridade, poder e domínio aos homens sobre as mulheres (e a sociedade) que ficam subordinadas e dependentes deles através das leis, educação e sistemas de valores culturais.

Indicadores:

- A mulher fala dos limites e no rigor das regras de educação durante sua infância e adolescência, em comparação a seus irmãos. O sistema de vigilância, controle e castigos, se ela transgredia as regras matemas ou paternas, foi mais rigoroso que o aplicado aos irmãos, os quais tinham habitualmente mais liberdade para expressar sua singularidade, fazer suas escolhas e explorar o mundo fora da casa familiar. - Como menina, ela tem que aprender a exibir um comportamento obediente e

submisso às regras matemas e matemas.

- Sua educação como adolescente a direcionou a reprimir sua singularidade, seus desejos de troca de prazeres sexuais, suas explorações de vida, etc.

- As experiências sexuais são experimentadas com sentimentos de culpa e vergonha por estarem transgredindo as regras dos adultos ao mesmo tempo que trazem prazer. Assim, associa prazer a conflito.

- Como adulta, a mulher exibe um padrão de submissão psicológica ao homem, mesmo que tenha atividades independentes.

2.5.1.3 Estágio de consciência feminina emergente:

O processo de individuação, no estágio de nascimento da consciência feminina, manifesta-se primeiramente como conflito com a vida de subordinação

ao princípio de consciência masculina no estágio patriarcal.

- A mulher aparece cansada pela sobrecarga de tarefas derivadas das exigências da sociedade masculina (ser excelente esposa, mãe, trabalhadora, profissional, gerente, etc.) que se manifestam em exigências de servir aos outros enquanto têm que postergar seus desejos e realizações.

- A mulher reconhece que sua vida foi sacrificada em benefício do desenvolvimento dos outros. Nesta vida de serviço, ela deseja mudar, mas ainda não sabe como.

# A mulher começa a nascer para uma nova consciência de si mesma, que se manifesta em mudanças concretas na sua vida.

Indicadores:

- Pode começar a procurar uma saída, expressando suas preocupações e desejos de compartilhar as tarefas da casa e da família com seus filhos e companheiro, a fim de democratizar as relações dentro de casa, e abrir um espaço para ela. - Pode começar a pensar nos seus desejos esquecidos e postergados e procurar

mudanças na sua vida: novo trabalho, estudo, ou atividades de arte, participação comunitária, etc.

- Pode assumir meios de desenvolvimento pessoal artístico, psicológico, espiritual ou intelectual e comprometer-se em atividades de trabalho ou comunitárias.